Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

19 livros de auto-ajuda (série "viver à boss", parte 1/4)

Imagina uma vida sem preocupações. Vives em harmonia com o teu trabalho, com quem és e com as pessoas que mais gostas. Relaxas quando é para relaxar e trabalhas quando tens de trabalhar. Fazes aquilo que queres fazer e não desperdiças tempo com coisas, e pessoas, que não merecem. Ahhh, que bela vida! Fica com este pensamento. Agora espera só um momento enquanto vejo o terceiro episódio seguido de Narcos. Dizem que é neste que o Pablo é apanhado!

Todos sabemos viver bem, não é? Por isso é que nos preocupamos com coisas de nada, fazemos listas de novo ano que não cumprimos e descarregamos nas pessoas que mais gostamos. Pelo menos aprendemos na Netflix que "Las mentiras son necesarias cuando la verdad es muy difícil de creer".

Tantos livros e tão pouco tempo para ler. Ou, melhor, precisava de uma imagem bonita para colocar como foto de apresentação deste post.
O engraçado é que todos sabemos as dicas para viver bem. Mas isso são coisas para ler no telemóvel à espera do autocarro. "Olha que engraçado, dizem que meditar faz bem à saúde. A partir de agora vou meditar todos os dias meia hora. Deixa-me só ver o que a malta anda a postar no Instagram". Um rápido disclaimer - eu não medito.

Ora que cheguei à conclusão que todos os livros de auto-ajuda dizem a mesma coisa (no shit!), ainda que o autores achem que encontraram a fórmula para a felicidade. As dicas são boas, não me interpretes mal. E acho que o que eles fazem é reforçar a posição uns dos outros, para ver se nós (e eles) aprendemos de uma vez como viver.

O truque é esse - ler e reler essas dicas uma série de vezes até aprender. Tal como aprendemos todos os anos, na escola, as mesmas coisas em inglês e nos perguntamos porque estamos a aprender outra vez aquela merda e depois percebemos anos mais tarde que falamos cada vez melhor esta língua e que agora conseguimos ler em inglês e que afinal aqueles professores que tanto desprezávamos e que provavelmente ficavam fodi*** da nossa impaciência afinal tinham razão.

Por isso decidi compilar todas as notas que tirei dos livros de auto-ajuda, expremê-las, e fazer 3 posts (4 com este) sobre os grandes temas desses livros - como pensar, como trabalhar, e como interagir com os outros. Neste post introdutório, apresento esses 19 livros de auto-ajuda.
Um livro fascinante. Um dos 19. Imagem de goodreads.com
O objetivo desta série, pelo menos para mim, é que depois posso voltar aqui e ler e reler e reler e reler vezes sem conta aquilo que escrevi, para ver se de vez em quando aplico uma dessas dicas, e para ver se, gradualmente, aproximo o meu viver à vida de um super-herói empreendedor, com uma mente à la monge budista e com uma capacidade de falar com os outros que faz inveja ao Daniel Oliveira.

Antes dos livros, queria falar sobre o termo "auto-ajuda". Detesto! Até fico com vergonha de ler livros com títulos como "Como fazer amigos e influenciar pessoas", ou "Como deixar de se preocupar e começar a viver". Mas à falta de um melhor termo...Como havia eu, e os outros, de lhes chamar? "Livros que ensinam coisas óbvias mas que o autor tem razão como o cara*** e não percebo como é que ainda gasto o meu tempo a ver televisão e não faço o que este gajo me diz?" Pois...Além disso, todos os livros ajudam-nos de alguma maneira, e muitos daqueles que apresento hoje, aqui, não estão nem de perto categorizados como sendo de "auto-ajuda".

Os livros:

Nota: Nem todos os livros têm tradução portuguesa. Aos que têm, apresento-lhes com esse título. Mas os que não têm, não merecem uma tradução fraca da minha parte. De qualquer maneira, os links seguintes redireccionam para o goodreads e aí os títulos estão todos em inglês.

1. 10% Mais Feliz - Dan Harris: Na opinião deste autor, cético por natureza e profissão, a meditação torna-nos 10% mais felizes. Uma história engraçada, fascinante e muito terra-a-terra.

2. Guia de um Astronauta Para Viver Bem na Terra - Chris Hadfield: Este astronauta, relativamente famoso, ensina-nos a olhar para os pequenos momentos da vida e a trabalhar para atingir os nossos objetivos.

3. How To Be Idle - Tom Hodgkinson: A vida não é uma corrida. Lê, pinta e toca música. Bebe um chá, senta-te e ouve o barulho do mar. 

4. Como Deixar de se Preocupar e Começar a Viver - Dale Carnegie: O clássico da auto-ajuda. Deixa-te de preocupações!

5. Learned Optimism - Martin E.P. Seligman: Quem é otimista tem mais sucesso em todas as áreas da vida. Este livro científico explica tudo sobre isso.

6. Making a Living Without a Job -  Barbara Winter: É importante fazer aquilo que se gosta, e aqui fala-se muito de como construir um bom trabalho.

7. O Homem em Busca de um Sentido - Viktor E. Frankl: Todos procuramos significado na nossa vida e, se queremos motivação, este é um livro essecial. O autor esteve preso nos campos de concentração nazis e mostra-nos que, mesmo em situações traumáticas, é possível manter o foco. Lê este livro por favor!

8. Filosofia para a vida - Jules Evans: Dicas de vida com milhares de anos e um livro excelente para iniciar o estudo de algumas filosofias interessantes como o estoicismo.

9. 4 Horas por Semana - Tim Ferriss: O livro que, para mim, iniciou o interesse por psicologia e por crescer e aprender sempre mais.

10. As Quatro Verdades - Miguel Ruiz: Aqui aprendemos algumas dicas valiosas sobre falar e interagir melhor com as outras pessoas.

11. A Conquista da Felicidade - Jonathan Haidt: Todos temos um nível basal de felicidade, mas podemos fazer muito para melhorar a qualidade da nossa vida. Um livro científico, para aqueles que, tal como eu, não gostam de conversa de energias e vibrações cósmicas

12. O Monge que Vendeu o seu Ferrari - Robin Sharma: Outro clássico do mundo da auto-ajuda, desta vez misturando dicas valiosas com uma pequena história de ficção. Vais ler este livro num abrir e fechar de olhos.

13. O Poder do Agora - Eckhart Tolle: Este é o livro das energias e vibrações cósmicas. Tenho, por isso, mix feelings quanto a este famoso livro. Por um lado, ensina-nos a importância de viver no presente e como controlar a corrente negativa de pensamentos. Por outro, energias e vibrações...

14. The Renaissance Soul - Margaret Lobesntine: Os generalistas têm uma curiosidade gigante e múltiplos interesses. Esses não podem, nem devem, viver apenas para um trabalho/projeto.

15. The Righteous Mind: Why Good People are Divided by Politics and Religion - Jonathan Haidt: O único autor que aparece duas vezes nesta lista. Neste livro fala-se sobre o que é estar certo e errado, e como ver os pontos de vista dos outros.

16. Um Ano de Vida Bíblica - A. J. Jacobs: Este está longe de ser um livro de auto-ajuda. No entanto, é hilariante e o autor aprende coisas valiosas durante o seu ano bíblico.

17. Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel - Rolf Potts: Viajar é essencial para conhecer a diferença, aceitá-la, e alagar a nossa zona de conforto. Este é um livro essencial sobre viagens.

18. Zen and the Art of Happiness - Chris Prentiss: Muitas dicas de como viver bem estão aqui presentes. Além disso, incluí, na minha opinião, a melhor frase, ou a melhor dica, de como viver bem e despreocupado. Não te vou estragar a surpresa.

19. Fooled by Randomness - Nassim Taleb: É, simplesmente, um livro que te ensina a pensar.

Estão apresentados. Nas próximas semanas publico os restantes posts desta série de como viver bem. Espero que esta nova sequência de artigos te seja útil. Até lá, diverte-te e dá uma chance a qualquer um destes livros.

E conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

Artigos relacionados:

30 dias de meditação (hábito #3) – 6 meses e 6 hábitos

Acho que é desta. Sim, acho que é desta quevou começar a meditar todos os dias.

Se segues O Macaco de Imitação há algum tempo,sabes que ando em "guerra" com a meditação há mais de um ano. Já escrevi ereescrevi vários posts sobre o assunto, já tentei ganhar o hábito várias vezes,sei os benefícios todos da meditação e, até agora,nada. Mas desta vez, inserido no grande desafio de 6 meses e 6 hábitos,decidi que este hábito tinha de ficar "despachado".

Engano-te se escrever que estes foram 30 dias demeditação, e que cumpri este hábito de 5 minutos todos os dias. A verdade é que tiveuma viagem de duas semanas pela Sicília onde, de entre outras coisas, passeiuma semana a navegar num barco à vela. Por vergonha, falta depaciência, ou os dois, não meditei durante toda esta viagem. Quando voltei,decidi investir mais duas semanas de meditação para consolidar este hábito antesde passar para o hábito #4.

Foto tirada no topo da Serra de Monchique, no verão de 2013. Por razão desconhecida, o terreno tinha centenas destas "construções" de pedra ao qual associamos a meditação e budismo (sinceramente, não conheço a ligação, mas deve ser uma metáfora ao equilíbrio da alma ou assim). Já nesta altura pensava em começar a meditar.
Até aqui n’O Macaco, este não foi o primeirodesafio de 30 dias de meditação. No ano passado experimentei meditar, escrever e fazer exercício todos os dias durante um mês. Foi um mêsinteressante, mas longe de ser produtivo. Em termos de hábitos, já diz oditado, quem tudo quer tudo perde.

E não volto a repetir neste artigo osbenefícios da meditação ou como meditar. Isso já eu fiz num post anterior, num manual de "meditação para totós", escrevendo tal como umprofissional que não o sendo queria vir a ser. Esse foi um dos primeiros postsd’O Macaco de Imitação.

Resumidamente, a teoria já a tinha, e tambémjá a tinha partilhado. Esta foi, talvez, a minha 7ª tentativa de adquiri ohábito de meditação e espero que seja a última. Mas agora deixemo-nos dejustificações.

Para mim, a meditação não tem a ver com espiritualidades. Meditar é treinar a mente. É treinar para ser mais resiliente, menos sujeito às adversidades da vida e do dia-a-dia. Éuma forma de controlar a corrente de pensamentos e desenvolver aconcentração para trabalhar naquilo que de verdade importa.


O Macaco de Imitação a meditar. Rafiki na posição Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Durante este desafio meditei apenas 5 minutospor dia, porque isso basta para quem está a começar. Defini um lembrete notelemóvel que todos os dias me recorda que está na altura da sessão de meditação.Sento-me de pernas cruzadas (não é obrigatório), mantenho as costas direitas econcentro-me na respiração. Por vezes tento evitar esse lembrete. Mas ele ficapor lá, e umas vezes mais contrariado que outras, sento-me e faço o que tenho que fazer.

Meditar não é fácil. Mesmo ao final de um mês,é muito difícil concentrar-me na respiração, sem pensar em mais nada, durante um minuto que seja. Mas sei que com o tempo a prática se tornará mais fácil. E a sorte éque não precisamos de ser grandes "meditadores" para sentir os benefícios deuma prática regular. Com um mês de meditação, sinto que estou mais calmo econsigo concentrar-me mais facilmente em qualquer coisa.

Mas nestas coisas da meditação, o objetivo é tentar, mesmo que os pensamentos corram a mil à hora. E ganhar esse hábito, de estar sentado durante 5 minutos todos os dias, é fácil. Toda a gentetem 5 minutos durante o dia para estar sentado e não fazer nada. E com o tempo,dizem os gigantes na matéria, os benefícios começam a sentir-se de formasubstancial.

Peço desculpa se o título do artigo te levou apensar que este era um post sobre como meditar, ou sobre os benefícios dameditação, ou como chegar ao nirvana, ou quais são os segredos para adquirireste hábito. Isso já eu fiz noutros artigos d’O Macaco de Imitação. Este artigoserviu apenas para justificar o meu percurso meditativo e que meditar não édifícil. Toda a gente pode fazê-lo se tiver a atitude e ferramentas certas – umlembrete no telemóvel.

E não. Este não é certamente o último artigo demeditação d’O Macaco de Imitação. Mas (espero) ser o último em que coloco afrase "este mês vou começar a meditar".

Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

Artigos relacionados:

Meditação para totós

Este post foi originalmente publicado em Março de 2015. Na altura tentei ganhar o hábito da meditação, mas sem sucesso. Agora, depois do desafio de 30 dias "Corpo e Mente", que incluiu a prática de meditação, atualizo este artigo com novas informações.

Nunca deixamos de pensar. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Naquilo que acabámos de fazer e naquilo que vamos fazer de seguida. Pensamos sobre os problemas do passado e naquilo que queremos para o futuro. Todos somos assim. Mas, por vezes, esta corrente de pensamentos é estafante, e acabamos por nos concentrar em coisas que não interessam para a nossa vida. Foi por isso que decidi começar a meditar.

Rafiki a meditar na posição de Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Sem rodeios, começo por apresentar o método que, através das minhas pesquisas, considero ser o mais simples e eficaz para uma boa meditação. No entanto, o resto do post é importante para saberes mais sobre este tema e, por isso, convido-te a lê-lo até ao fim. Dito isto, aqui fica o método:

Método que eu uso para meditar:

  1. Beber um copo de água. Faz-me sentir mais acordado e preparado para a meditação.
  2. Esticar os músculos.
  3. Sentar em cima de uma almofada na posição de half-lotus (explicação mais abaixo). Colocar outra almofada debaixo do joelho da perna que fica por cima para garantir uma boa base de suporte. Trocar de perna todos os dias. Garantir costas direitas e peito ligeiramente para fora.
  4. Ligar o despertador (10 minutos).
  5. Absorver os sons do meio-ambiente.
  6. Fazer 3 ou 4 inspirações longas para começar a meditação. Respirar pelo nariz.
  7. Inspiração normal com foco no movimento ascendente e descendente das narinas (resultado da respiração).
  8. Ao pensar em alguma coisa, consciencializar que este pensamento está presente e trazer a atenção de volta para a respiração.
  9. Quando o despertador tocar, trazer a atenção novamente para os sons do meio-ambiente.
  10. Levantar e esticar os músculos.

O hábito de meditação

Para garantir que continuamos, todos os dias, a meditar, é importante ter uma rotina. A duração da sessão de meditação vai depender muito de cada pessoa. O ideal para iniciantes (como eu) é uma prática de 5 a 15 minutos por dia. E no início é difícil manter a concentração na respiração, mas há medida que nos habituamos, vamos conseguir mantê-la durante mais tempo e meditar 30 minutos ou mais por dia. 

O local de meditação deve ser confortável e agradável, e devemos garantir que não somos interrompidos enquanto meditamos. Para garantir um hábito duradouro, aconselho a prática de meditação todos os dias, no mesmo local, com a mesma rotina, à mesma hora do dia. Podemos adquirir uma rotina em apenas 21 dias. Se estiveres interessado neste tema, aconselho a leitura do livro "A Força do Hábito" de Charles Duhigg. Ou então lê este resumo que fiz sobre ele.

Benefícios da Meditação

Segundo a literatura, uma prática regular deste exercício tem vários benefícios. Aumenta a concentração, diminui o stress, diminui a tensão arterial, aumenta o nível geral de felicidade, e acalma e reduz a velocidade dos pensamentos. Qualquer ferramenta que nos ajude a relaxar e re-pensar os "problemas" do dia-a-dia, traz grandes vantagens para a nossa vida.

Tipos de meditação

Há vários tipos de meditação. Esse seria um post só por si. Escolhi não entrar muito nesse tema. Indico no entanto este, este e este link que são muito bons para perceber os vários tipos de meditação e os objetivos da prática de cada um deles. Uns focam-se no aumento da concentração, outros estimulam a reflexão sobre um determinado assunto e há tipos de meditação guiados.

Pela sua simplicidade, fiquei interessado em mindfulness meditation, em particular a prática de breath meditation, ou Anapanasati. Anapana significa inspiração e expiração, e Sati significa atenção deliberada. Este tipo de meditação envolve a concentração total na respiração e é especialmente indicado para a diminuição de stress. Mindfulness é simplesmente viver o presente, estando consciente do que fazemos num dado momento. O método que apresentei acima, que é muito simples, está incluído neste tipo de meditação.

A importância da respiração e da postura

A respiração deverá ser feita pelo nariz, a um ritmo natural. Devemos concentrar a nossa mente no movimento ascendente e descendente de uma parte do corpo enquanto respiramos, como a barriga ou o peito. Mais simples e eficaz é a concentração no movimento das narinas. É normal a mente vaguear, e pensarmos em outras coisas enquanto estamos a meditar, mas não devemos lutar contra esses pensamentos. Devemos apenas consciencializar que estes estão presentes e não "conversar" com eles, trazendo a atenção novamente para a respiração. Por exemplo, se estivermos a pensar no que vamos comer ao almoço, pensemos "estou a pensar no que vou comer ao almoço", e de seguida trazemos a atenção novamente para a respiração.

A maneira como estamos sentados também é um dos pilares da meditação. Provavelmente já ouviste falar da posição de Lotus, em que colocas uma perna por cima da outra, tal como na imagem que vês abaixo. Não te preocupes, não tens de fazer esta posição para meditar corretamente. Há pessoas que a conseguem fazer naturalmente porque têm mais elasticidade, mas não é por isso que são melhores "meditadores". Eu tenho meditado na posição de half-lotus (metade de Lotus) porque fico confortável nessa posição. Com o tempo irei experimentar mais vezes a posição de Lotus. Mas é importante não forçar qualquer posição porque podemos estar a comprometer a estrutura da coluna e a lesionar os joelhos. Aconselho esta leitura sobre as posições que conferem melhor suporte e estabilidade da coluna para a meditação. Em qualquer uma delas, é importante manter a coluna direita, mas não em excesso, e estar relaxado. Para respirar bem, o peito deverá estar ligeiramente para fora para abrir os pulmões.
Posição Lotus. Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Podemos até estar sentados numa cadeira, tal como podes ver pela imagem abaixo. O importante é ter uma boa base de apoio e ter as costas direitas, para que cada vértebra encaixe verticalmente na que está abaixo, tornando o conjunto estável. Para isso é importante ter os joelhos como base de apoio. Por exemplo, agora que estou a começar com a posição half-lotus, o joelho da perna que coloco por cima não toca no chão. É importante contornar isso colocando uma almofada por baixo da perna para que fique com a base de apoio assegurada. Se não estivermos confortáveis, vamos pensar sobre isso e a meditação não será eficaz. Deitar na cama ou no chão não é uma boa solução porque há uma grande probabilidade de relaxarmos em demasia e adormecer.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/

É possível meditar com barulho

Devemos evitar confusões durante a meditação e procurar um lugar tranquilo, onde não sejamos incomodados. De qualquer maneira, caso não haja outra opção, é possível meditar em sítios mais barulhentos.

Encontrei muita informação sobre este tópico online, porque é um problema recorrente. Aconselho a leitura deste artigo. A técnica mais usada para combater o barulho de fundo é começar a sessão de meditação pela concentração, sem julgamento, do barulho de fundo. Tirar uns minutos para ouvir conscientemente, sem racionalizar, esses barulhos até ficar confortável nesse ambiente. De seguida, começar a prática da meditação. Pode também ser eficaz ouvir white noise para barrar todos esses sons desconfortáveis.

Livros sobre meditação

Como disse num post anterior, é importante ter material para ir lendo enquanto desenvolvemos uma nova prática. Sugiro então 5 livros (e um site) sobre meditação e assuntos relacionados:
Aconselho também a leitura deste artigo. Nesse, Bradley Morris explica a dificuldade que passou enquanto iniciante na arte da meditação. Para ele era complicado concentrar-se, nem que fosse por 5 minutos. Achava também a prática muito aborrecida. No entanto decidiu manter esse hábito porque conhecia os seus benefícios, e hoje em dia escreve e ensina meditação. O desenvolvimento deste hábito ajudou-o a viver uma vida mais feliz, a ser um melhor empreendedor, a melhorar a sua saúde e a ser mais criativo. 

Espero que este post te ajude a começar a meditar. Por último, partilho uma frase interessante do livro Wherever You Go, There You Are. Não a vou traduzir porque, na minha opinião, iria "matar" a magia desta frase.

Meditation is not about feeling a certain way, it's about feeling the way you feel. Meditation is about letting the mind be as it is and knowing something about how it is in this moment. It's not about getting somewhere else, but about allowing yourself to be where you already are.

Já aprendeste alguma coisa hoje?

Adoro desafiar-me. Aprender qualquer coisa nova ou quebrar maus hábitos. Aprender a tocar piano, a fazer malabarismo e a meditar. Desafiar-me a estar uma semana sem usar a internetNeste post mostro-te quais são as pessoas que me inspiram a experimentar coisas novas.

No último mês li dois livros de A. J. Jacobs. No seu primeiro livro, The Know It All, A.J. desafiou-se a ler a Encyclopædia Britannica (+- 30.000 páginas). Neste relata aquilo que vai aprendendo e como toda essa nova informação impacta a sua vida. Durante esse ano, também conhece pessoas muito inteligentes, participa no Quem Quer Ser Milionário, e inscreve-se nos savant - um grupo composto por pessoas com QI elevado. Depois de ler este livro, qualquer um fica com vontade de fazer algo em grande.

Depois temos o livro Um Ano de Vida Bíblica. Nesse ano, A. J. Jacobs vive segundo as regras da bíblia. Este desafio leva-o a muitos locais nos EUA e a Jerusalém, conhecendo pessoas altamente religiosas. Ao longo desse ano, consegue tornar-se uma pessoa melhor porque acaba por seguir regras como não mentir e agradecer por tudo na sua vida. Além de inspiradores, os livros de A. J. Jacobs são muito divertidos.
A. J. Jacobs. Foto tirada depois de um ano a viver segundo a bíblia. Referência: http://ajjacobs.com/
Também já escrevi, n'O Macaco de Imitação, sobre  Josh Kaufman e Tim Ferriss. O primeiro tem um livro excelente onde explica como aprendeu a tocar ukelele, a fazer windsurf e a jogar Go em tempo recorde. Nesse livro, Josh explica como acelerar a aprendizagem de algo novo. Há uns meses fiz um resumo dessas dicas.

Tim Ferriss, o meu primeiro ídolo neste campo, tem grandes livros sobre gestão de tempo, aprender a cozinhar e ter uma vida saudável. Além disso, tem uma série recente no qual se desafia, semanalmente, a aprender Poker, Surf, entre outros.

Ao experimentar coisas novas percebemos aquilo que é importante na nossa vida e vemos o mundo segundo outras perspectivas. Percebemos melhor as outras pessoas e tornamo-nos mais pacientes. Alargamos a nossa zona de conforto e preparamo-nos para o que der e vier. E o mais engraçado é que quanto mais aprendemos, mais depressa conseguimos evoluir numa coisa nova. Não começamos do zero porque há muitos temas comuns entre as coisas que aprendemos.

No futuro tenciono começar outros projetos. Pretendo fazer cerveja, aprender a falar francês e praticar yoga. Quero ver as 7 maravilhas do mundo e viajar por 100 países diferentes. Quero ler sobre tudo. Quero desafiar-me todos os dias e continuar a crescer. 

E tu? Que desafios gostarias de "agarrar"? Que coisas queres aprender? Convido-te a comentar e a partilhar abaixo esses projetos.

Descobre as tuas virtudes e forças de carácter - maximiza o estado de flow

Já escrevi n'O Macaco de Imitação sobre tipos de personalidade. Considero que o primeiro passo em direção a uma vida mais feliz é conhecermo-nos a nós mesmos. A partir desse momento, consegues fazer escolhas que honrem aquilo que mais gostas de fazer. Nesses posts, podes ficar a saber qual é o teu tipo de personalidade, segundo Myers-Briggs, se és um generalista - alguém que têm múltiplos interesses - e se és otimista ou pessimista. Neste post vou acrescentar mais um aspecto da psicologia positiva, desenvolvido por Martin Seligman, que diz respeito às virtudes e forças de carácter.

As 24 forças de carácter. Imagem retirada de http://www.pro120.org.br/
O artigo surge da leitura de A Conquista da Felicidade, de Jonathan Haidt. Este é um livro fascinante, que nos ajuda a perceber a felicidade e todas as suas componentes. Inclui alguns tópicos interessantes - tais como a psicologia evolutiva, o budismo e a fórmula para a felicidade -  que com certeza irei explorar no futuro.
Capa da versão original de A Conquista da Felicidade, por Jonathan Haidt. Imagem retirada do site oficial do livro, http://www.happinesshypothesis.com.
Começa por fazer o teste das virtudes e forças de carácter acedendo a ESTE link (podes fazer o teste em português). Aprensento abaixo as suas componentes, mas, primeiro que tudo, vamos falar sobre o Flow.

O Flow

Podes não ter ouvido falar do Flow, mas com certeza já o sentiste. É aquela sensação de estares completamente focado numa tarefa. Nesse momento esqueces tudo o que está à tua volta. Acontece-me quando estou a programar, a ler ou a surfar. Nessas alturas não penso, não sei se estou feliz ou triste, porque simplesmente estou em piloto automático e a fazer aquilo que mais gosto de fazer.

O conceito de Flow foi proposto por Mihaly Csikszentmihalyi. Pedindo ajuda à minha amiga wikipedia, estes são os componentes de uma experiência de Flow:
  1. Objetivos claros (expectativas e regras são discerníveis).
  2. Concentração e foco (um alto grau de concentração num limitado campo de atenção).
  3. Perda do sentimento de auto-consciência.
  4. Sensação de tempo distorcida.
  5. Feedback direto e imediato (acertos e falhas no decurso da atividade são aparentes, podendo ser corrigidos se preciso).
  6. Equilíbrio entre o nível de habilidade e de desafio (a atividade nunca é demasiadamente simples ou complicada).
  7. A sensação de controle pessoal sobre a situação ou a atividade.
  8. A atividade é em si recompensadora, não exigindo esforço.
  9. Quando se encontram em estado de Flow, as pessoas tornam-se parte da atividade.
A psicologia positiva relaciona o Flow com a felicidade. Respeitando as tuas virtudes e forças de carácter, aprendes sobre o que é importante para ti e sabes o que precisas de fazer para entrar no estado de Flow frequentemente.

As virtudes e forças de carácter

Existem 6 virtudes que incluem as 24 forças de carácter desenvolvidas por Martin Seligman:
  1. Sabedoria e Conhecimento: criatividade, curiosidade, pensamento crítico, gosto pela aprendizagem e perspectiva.
  2. Coragem: perseverança, entusiasmo, ousadia, honestidade
  3. Humanidade: amor, bondade, inteligência Social
  4. Justiça: trabalho em equipa, equidade e liderança
  5. Moderação: perdão, humildade, prudência e autocontrolo
  6. Transcêndencia: apreciar a beleza e a excelência, gratidão, otimismo, humor e espiritualidade
Não entro aqui em detalhe sobre todas as forças de carácter, pois o artigo iria ficar muito extenso. Aconselho-te no entanto - depois de fazeres o teste - a leitura deste e deste artigos para perceberes mais sobre as tuas forças. 

Para o meu lado, conto com as forças "Gosto pela aprendizagem", "Apreciar a beleza e a excelência", "Criatividade", "Curiosidade" e "Equidade". Depois de saberes as tuas forças, começa resolver os problemas do teu dia-a-dia usando essas capacidades. Vais maximizar o tempo que estás em Flow e, dessa maneira, viver mais feliz.

Leitura seguinte

Nos dias de hoje, apesar do nível de riqueza ter aumentado na maior parte dos países, as pessoas não estão mais felizes. É por isso que a psicologia positiva - com a promessa de maximizar a potencialidade de cada um e aumentar a sua felicidade - é um campo muito interessante. 

Se quiseres saber mais sobre as virtudes, forças de carácter e o Flow - e a maneira como estes interagem na produção de uma vida feliz - aconselho-te alguns livros. Primeiro, começa por A Conquista da Felicidade. Tal como Martin Seligman disse "Para o leitor que procura entender a felicidade, o meu conselho é: Começa por Haidt". Sobre as forças de carácter, tens o livro Authentic Happiness, do próprio Seligman. Por último, sobre o estado de Flow, tens o livro Fluir, de Mihaly Csikszentmihalyi.

Se a auto-descoberta é o primeiro passo para uma vida mais feliz, mudar a maneira como pensamos será o segundo passo. Para aprenderes a gerir as tuas emoções, pratica meditação. Está comprovado como um dos exercícios mais eficazes para o aumento da felicidade. E só precisas de "investir" 10 minutos por dia. Do que estás à espera?

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.