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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

19 livros de auto-ajuda (série "viver à boss", parte 1/4)

Imagina uma vida sem preocupações. Vives em harmonia com o teu trabalho, com quem és e com as pessoas que mais gostas. Relaxas quando é para relaxar e trabalhas quando tens de trabalhar. Fazes aquilo que queres fazer e não desperdiças tempo com coisas, e pessoas, que não merecem. Ahhh, que bela vida! Fica com este pensamento. Agora espera só um momento enquanto vejo o terceiro episódio seguido de Narcos. Dizem que é neste que o Pablo é apanhado!

Todos sabemos viver bem, não é? Por isso é que nos preocupamos com coisas de nada, fazemos listas de novo ano que não cumprimos e descarregamos nas pessoas que mais gostamos. Pelo menos aprendemos na Netflix que "Las mentiras son necesarias cuando la verdad es muy difícil de creer".

Tantos livros e tão pouco tempo para ler. Ou, melhor, precisava de uma imagem bonita para colocar como foto de apresentação deste post.
O engraçado é que todos sabemos as dicas para viver bem. Mas isso são coisas para ler no telemóvel à espera do autocarro. "Olha que engraçado, dizem que meditar faz bem à saúde. A partir de agora vou meditar todos os dias meia hora. Deixa-me só ver o que a malta anda a postar no Instagram". Um rápido disclaimer - eu não medito.

Ora que cheguei à conclusão que todos os livros de auto-ajuda dizem a mesma coisa (no shit!), ainda que o autores achem que encontraram a fórmula para a felicidade. As dicas são boas, não me interpretes mal. E acho que o que eles fazem é reforçar a posição uns dos outros, para ver se nós (e eles) aprendemos de uma vez como viver.

O truque é esse - ler e reler essas dicas uma série de vezes até aprender. Tal como aprendemos todos os anos, na escola, as mesmas coisas em inglês e nos perguntamos porque estamos a aprender outra vez aquela merda e depois percebemos anos mais tarde que falamos cada vez melhor esta língua e que agora conseguimos ler em inglês e que afinal aqueles professores que tanto desprezávamos e que provavelmente ficavam fodi*** da nossa impaciência afinal tinham razão.

Por isso decidi compilar todas as notas que tirei dos livros de auto-ajuda, expremê-las, e fazer 3 posts (4 com este) sobre os grandes temas desses livros - como pensar, como trabalhar, e como interagir com os outros. Neste post introdutório, apresento esses 19 livros de auto-ajuda.
Um livro fascinante. Um dos 19. Imagem de goodreads.com
O objetivo desta série, pelo menos para mim, é que depois posso voltar aqui e ler e reler e reler e reler vezes sem conta aquilo que escrevi, para ver se de vez em quando aplico uma dessas dicas, e para ver se, gradualmente, aproximo o meu viver à vida de um super-herói empreendedor, com uma mente à la monge budista e com uma capacidade de falar com os outros que faz inveja ao Daniel Oliveira.

Antes dos livros, queria falar sobre o termo "auto-ajuda". Detesto! Até fico com vergonha de ler livros com títulos como "Como fazer amigos e influenciar pessoas", ou "Como deixar de se preocupar e começar a viver". Mas à falta de um melhor termo...Como havia eu, e os outros, de lhes chamar? "Livros que ensinam coisas óbvias mas que o autor tem razão como o cara*** e não percebo como é que ainda gasto o meu tempo a ver televisão e não faço o que este gajo me diz?" Pois...Além disso, todos os livros ajudam-nos de alguma maneira, e muitos daqueles que apresento hoje, aqui, não estão nem de perto categorizados como sendo de "auto-ajuda".

Os livros:

Nota: Nem todos os livros têm tradução portuguesa. Aos que têm, apresento-lhes com esse título. Mas os que não têm, não merecem uma tradução fraca da minha parte. De qualquer maneira, os links seguintes redireccionam para o goodreads e aí os títulos estão todos em inglês.

1. 10% Mais Feliz - Dan Harris: Na opinião deste autor, cético por natureza e profissão, a meditação torna-nos 10% mais felizes. Uma história engraçada, fascinante e muito terra-a-terra.

2. Guia de um Astronauta Para Viver Bem na Terra - Chris Hadfield: Este astronauta, relativamente famoso, ensina-nos a olhar para os pequenos momentos da vida e a trabalhar para atingir os nossos objetivos.

3. How To Be Idle - Tom Hodgkinson: A vida não é uma corrida. Lê, pinta e toca música. Bebe um chá, senta-te e ouve o barulho do mar. 

4. Como Deixar de se Preocupar e Começar a Viver - Dale Carnegie: O clássico da auto-ajuda. Deixa-te de preocupações!

5. Learned Optimism - Martin E.P. Seligman: Quem é otimista tem mais sucesso em todas as áreas da vida. Este livro científico explica tudo sobre isso.

6. Making a Living Without a Job -  Barbara Winter: É importante fazer aquilo que se gosta, e aqui fala-se muito de como construir um bom trabalho.

7. O Homem em Busca de um Sentido - Viktor E. Frankl: Todos procuramos significado na nossa vida e, se queremos motivação, este é um livro essecial. O autor esteve preso nos campos de concentração nazis e mostra-nos que, mesmo em situações traumáticas, é possível manter o foco. Lê este livro por favor!

8. Filosofia para a vida - Jules Evans: Dicas de vida com milhares de anos e um livro excelente para iniciar o estudo de algumas filosofias interessantes como o estoicismo.

9. 4 Horas por Semana - Tim Ferriss: O livro que, para mim, iniciou o interesse por psicologia e por crescer e aprender sempre mais.

10. As Quatro Verdades - Miguel Ruiz: Aqui aprendemos algumas dicas valiosas sobre falar e interagir melhor com as outras pessoas.

11. A Conquista da Felicidade - Jonathan Haidt: Todos temos um nível basal de felicidade, mas podemos fazer muito para melhorar a qualidade da nossa vida. Um livro científico, para aqueles que, tal como eu, não gostam de conversa de energias e vibrações cósmicas

12. O Monge que Vendeu o seu Ferrari - Robin Sharma: Outro clássico do mundo da auto-ajuda, desta vez misturando dicas valiosas com uma pequena história de ficção. Vais ler este livro num abrir e fechar de olhos.

13. O Poder do Agora - Eckhart Tolle: Este é o livro das energias e vibrações cósmicas. Tenho, por isso, mix feelings quanto a este famoso livro. Por um lado, ensina-nos a importância de viver no presente e como controlar a corrente negativa de pensamentos. Por outro, energias e vibrações...

14. The Renaissance Soul - Margaret Lobesntine: Os generalistas têm uma curiosidade gigante e múltiplos interesses. Esses não podem, nem devem, viver apenas para um trabalho/projeto.

15. The Righteous Mind: Why Good People are Divided by Politics and Religion - Jonathan Haidt: O único autor que aparece duas vezes nesta lista. Neste livro fala-se sobre o que é estar certo e errado, e como ver os pontos de vista dos outros.

16. Um Ano de Vida Bíblica - A. J. Jacobs: Este está longe de ser um livro de auto-ajuda. No entanto, é hilariante e o autor aprende coisas valiosas durante o seu ano bíblico.

17. Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel - Rolf Potts: Viajar é essencial para conhecer a diferença, aceitá-la, e alagar a nossa zona de conforto. Este é um livro essencial sobre viagens.

18. Zen and the Art of Happiness - Chris Prentiss: Muitas dicas de como viver bem estão aqui presentes. Além disso, incluí, na minha opinião, a melhor frase, ou a melhor dica, de como viver bem e despreocupado. Não te vou estragar a surpresa.

19. Fooled by Randomness - Nassim Taleb: É, simplesmente, um livro que te ensina a pensar.

Estão apresentados. Nas próximas semanas publico os restantes posts desta série de como viver bem. Espero que esta nova sequência de artigos te seja útil. Até lá, diverte-te e dá uma chance a qualquer um destes livros.

E conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

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3 meses e 3 hábitos

O Macaco de Imitação é sobre aprender coisas novas e sobre aceitar (e concluir) novos desafios. Já partilhei aqui as minhas experiências sobre aprender piano em 20 horas, aprender malabarismo, estar uma semana (168 horas) sem internet e fazer exercício, meditar e escrever durante 30 dias.

Em fevereiro tive outra ideia – ganhar 6 novos hábitos nos próximos 6 meses. Inspirado pela falta de resultados das resoluções de novo ano, decidi tentar ganhar hábitos mais lentamente, um de cada vez, para garantir que teria sucesso e que seriam hábitos de longa duração. Já estou no 4º hábito deste desafio.

Há ainda hábitos mais importantes que outros - aqueles que facilitam o ganho de outros hábitos. Por exemplo, se eu faço exercício regularmente, é mais fácil começar a comer melhor. Esses hábitos-chave devem ser os primeiros a trabalhar. Fazer as coisas mais lentamente e focar em hábitos-chave foram as "teorias" que eu inclui neste grande desafio.


Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg. Sugiro a leitura de um artigo passado sobre como ganhar ou quebrar um hábito.

Hábito 1 - Concentração

No primeiro mês dediquei-me a aumentar a concentração. Estive um mês a "aprender" a depender menos das redes sociais, emails e notícias. Além disso eliminei quase por completo um hábito muito estúpido que é partilhado pelo povo - mexer continuamente no telemóvel enquanto estamos com amigos no café. 

No final do mês sentia-me mais concentrado no trabalho, no lazer, ou em qualquer coisa que estivesse a fazer. E por depender menos de gostos, comentários, visualizações e afins, consegui diminuir a ansiedade que sentia há algum tempo

Foi um hábito importante para conseguir fazer mais em menos tempo e com menos stress. Ajudou-me bastante no ganho dos hábitos seguintes.

Esta é a minha ideia da malta que não se desconcentra com redes sociais, notícias ou emails, e faz aquilo que tem a fazer. Foto de pixabay.com

Hábito 2 - Organização

Dediquei o 2º hábito a aprender a "fazer mais e pensar menos". Na prática, defini um método para não me esquecer das coisas importantes, para não pensar tanto e não deixar coisas na cabeça, definir objetivos mensais, semanais e diários, e garantir que as coisas importantes são feitas. Não consigo deixar de realçar a importância deste hábito e sugiro a leitura desse artigo onde explico com grande detalhe o que fiz durante este mês. 

É muito importante definir objetivos para garantir que estamos a trabalhar, ou a dedicar o nosso tempo livre, às coisas certas. Sem objetivos e sem tracking daquilo que temos de fazer, e quando o temos de fazer, andamos à deriva. E se durante o dia estamos continuamente a pensar em tudo o que temos para fazer, facilmente nos desconcentramos da tarefa em curso. É importante resolver isso para ter um dia-a-dia com menos ansiedade e focado naquilo que interessa.

O cérebro do não-procrastinador. Imagem tirada do meu blog favorito, WaitButWhy.

Hábito 3 - Meditação

O 3º hábito dos 6 meses e 6 hábitos, meditação, trabalhou nos campos da concentração e gestão de stress. Esta foi, talvez, a minha 7ª tentativa para começar este hábito, mas parece que desta vez está ganho. Parece fácil estar sentado e não fazer nada durante 5 ou 10 minutos. Mas sem a preparação e motivação certas, qualquer um desconcentra-se e vai deixando passar alguns dias sem meditar.

Meditar tem vindo a revelar-se, por diversos estudos, como um dos melhores hábitos para uma vida saudável e feliz. Aconselho a qualquer um experimentar 5 minutos de meditação por dia. No final deste mês e meio de meditação, sinto-me mais calmo e em controlo dos meus pensamentos. Não estou como as pessoas da primeira foto deste artigo, nem perto, mas até pequenas melhorias na corrente de pensamentos têm resultados muito positivos.

Foto tirada no topo da Serra de Monchique, no verão de 2013. Por razão desconhecida, o terreno tinha centenas destas "construções" de pedra ao qual associamos a meditação e budismo (sinceramente, não conheço a ligação, mas deve ser uma metáfora ao equilíbrio da alma ou assim). Já nesta altura pensava em começar a meditar.

Próximos hábitos

Há que realçar uma coisa – eu continuo a praticar estes hábitos que escrevi acima. Estes hábitos não são desafios de 30 dias, que ao final do mês são esquecidos. O objetivo deste grande desafio é, ao final de 6 meses, ter um leque de 6 novos hábitos que, potencialmente, servem para ter uma vida mais feliz, saudável e focada naquilo que realmente interessa.

Já comecei a fazer o 4º hábito – exercício físico regular. Nos próximos 30 dias quero fazer desporto, pelo menos, 3 vezes por semana, seja esse surf, corrida, ténis, ou mesmo andar de skate. O que importa é fazer desporto regularmente.

Se estás interessado nesta série de hábitos, convido-te a seguir o resto dos "6 meses e 6 hábitos". Convido-te também a partilhar as tuas experiências nos comentários e a enviar um email para O Macaco (omacacodeimitacao@gmail.com) sobre estes e outros assuntos. Até um próximo hábito.

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30 dias de meditação (hábito #3) – 6 meses e 6 hábitos

Acho que é desta. Sim, acho que é desta quevou começar a meditar todos os dias.

Se segues O Macaco de Imitação há algum tempo,sabes que ando em "guerra" com a meditação há mais de um ano. Já escrevi ereescrevi vários posts sobre o assunto, já tentei ganhar o hábito várias vezes,sei os benefícios todos da meditação e, até agora,nada. Mas desta vez, inserido no grande desafio de 6 meses e 6 hábitos,decidi que este hábito tinha de ficar "despachado".

Engano-te se escrever que estes foram 30 dias demeditação, e que cumpri este hábito de 5 minutos todos os dias. A verdade é que tiveuma viagem de duas semanas pela Sicília onde, de entre outras coisas, passeiuma semana a navegar num barco à vela. Por vergonha, falta depaciência, ou os dois, não meditei durante toda esta viagem. Quando voltei,decidi investir mais duas semanas de meditação para consolidar este hábito antesde passar para o hábito #4.

Foto tirada no topo da Serra de Monchique, no verão de 2013. Por razão desconhecida, o terreno tinha centenas destas "construções" de pedra ao qual associamos a meditação e budismo (sinceramente, não conheço a ligação, mas deve ser uma metáfora ao equilíbrio da alma ou assim). Já nesta altura pensava em começar a meditar.
Até aqui n’O Macaco, este não foi o primeirodesafio de 30 dias de meditação. No ano passado experimentei meditar, escrever e fazer exercício todos os dias durante um mês. Foi um mêsinteressante, mas longe de ser produtivo. Em termos de hábitos, já diz oditado, quem tudo quer tudo perde.

E não volto a repetir neste artigo osbenefícios da meditação ou como meditar. Isso já eu fiz num post anterior, num manual de "meditação para totós", escrevendo tal como umprofissional que não o sendo queria vir a ser. Esse foi um dos primeiros postsd’O Macaco de Imitação.

Resumidamente, a teoria já a tinha, e tambémjá a tinha partilhado. Esta foi, talvez, a minha 7ª tentativa de adquiri ohábito de meditação e espero que seja a última. Mas agora deixemo-nos dejustificações.

Para mim, a meditação não tem a ver com espiritualidades. Meditar é treinar a mente. É treinar para ser mais resiliente, menos sujeito às adversidades da vida e do dia-a-dia. Éuma forma de controlar a corrente de pensamentos e desenvolver aconcentração para trabalhar naquilo que de verdade importa.


O Macaco de Imitação a meditar. Rafiki na posição Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Durante este desafio meditei apenas 5 minutospor dia, porque isso basta para quem está a começar. Defini um lembrete notelemóvel que todos os dias me recorda que está na altura da sessão de meditação.Sento-me de pernas cruzadas (não é obrigatório), mantenho as costas direitas econcentro-me na respiração. Por vezes tento evitar esse lembrete. Mas ele ficapor lá, e umas vezes mais contrariado que outras, sento-me e faço o que tenho que fazer.

Meditar não é fácil. Mesmo ao final de um mês,é muito difícil concentrar-me na respiração, sem pensar em mais nada, durante um minuto que seja. Mas sei que com o tempo a prática se tornará mais fácil. E a sorte éque não precisamos de ser grandes "meditadores" para sentir os benefícios deuma prática regular. Com um mês de meditação, sinto que estou mais calmo econsigo concentrar-me mais facilmente em qualquer coisa.

Mas nestas coisas da meditação, o objetivo é tentar, mesmo que os pensamentos corram a mil à hora. E ganhar esse hábito, de estar sentado durante 5 minutos todos os dias, é fácil. Toda a gentetem 5 minutos durante o dia para estar sentado e não fazer nada. E com o tempo,dizem os gigantes na matéria, os benefícios começam a sentir-se de formasubstancial.

Peço desculpa se o título do artigo te levou apensar que este era um post sobre como meditar, ou sobre os benefícios dameditação, ou como chegar ao nirvana, ou quais são os segredos para adquirireste hábito. Isso já eu fiz noutros artigos d’O Macaco de Imitação. Este artigoserviu apenas para justificar o meu percurso meditativo e que meditar não édifícil. Toda a gente pode fazê-lo se tiver a atitude e ferramentas certas – umlembrete no telemóvel.

E não. Este não é certamente o último artigo demeditação d’O Macaco de Imitação. Mas (espero) ser o último em que coloco afrase "este mês vou começar a meditar".

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Uma corrente de pensamentos

Não reparamos, mas passamos o dia todo a falarconnosco. É como se tivéssemos sempre na presença de uma voz que nos vainarrando o dia, que se arrepende do que fez ontem e se preocupa com o dia de amanhã. Esta fala connosco e nós respondemos-lhe usando a mesmalinguagem silenciosa.

Cada um de nós tem um destes "amigos" internos. Basta olhar para as pessoas que connosco partilham o metro, e logonos apercebemos que elas estão perdidas no mundo dos pensamentos, dasemoções, das preocupações, dos desejos. Cada um a olhar por si, sem reparar no mundoque se lhes é apresentado.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Os pensamentos que vamos tendo ao longo do diatêm uma razão de ser. Eles dizem-nos o que queremos e o que devemos fazer.  Eles preparam-nos para o que está para vir.Mas também assumem uma importância desproporcionada, e alguns destespensamentos deixam-nos infelizes e agarrados a preocupações que, vistas deoutra perspetiva, não têm qualquer sentido. Além disso, é incrível a quantidade depensamentos e ideias que temos por dia, tal como percebei há pouco tempo.

Porque, ainda que custe acreditar, ospensamentos não são reais. Não é porque me preocupar que amanhã não vouconseguir pagar as contas, que tal vá acontecer. Não sendo reais, gastarenergia preocupando-nos com certos pensamentos, é umdesperdício. Mas é mais fácil escrever do que fazer.

Triste é perceber que uma vez passado tanto tempo no mundo interno dospensamentos, deixamos passar coisas incríveis que acontecem à nossa volta. Nãovemos a beleza que há no mundo, não vemos e ouvimos as pessoas, mais ou menosdesconhecidas, e não percebemos o que estamos a perder.

Devemos começar a tratar os pensamentos, e avoz que connosco fala, de outra forma – dando-lhes mais ou menos importância,conforme seja necessário. Qual é o truque para adquirir tal força mental? Ameditação.

Quando temos um pensamento, a primeira reaçãoé começar a "falar" com ele. Facilmente passamos de um pensamento levementenegativo para qualquer coisa como "vou ficar pobre". Isso acontece porque nosdeixamos levar pela corrente de pensamentos e porque reagimos instintivamente e inconscientemente aesses pensamentos. Porque queremos logo justificar e tratar do assunto e falarsobre esse "amigo" interno. Porque acreditamos que esses pensamentos são reais.

Mas, se de outra forma, analisamos o pensamento não como protagonistas, mas na perspectiva de uma terceira pessoa, conseguimos criar uma barreira entre o pensamento e a ação. Com isso, conseguimos avaliaraquilo que estamos a sentir e refletimos e agimos sem stress (ou com menos stress).

A meditação ensina-nos a lidar com todo o tipode pensamentos e emoções consequentes. Ensina-nos não a eliminar os pensamentosnegativos, mas "conversar" melhor com eles, para que estes não nos levem abaixo. Até uma prática de 5 ou 10 minutos de meditação por dia pode trazer-nos resultados incríveis, diminuindo drasticamente a ansiedade e ajudando-nos a estar mais presentes.

Como explico num post anterior,a meditação ajuda-nos a focar naquilo que de verdade importa e é um hábitomuito fácil de começar. Nesse post mostro como fazê-lo.

Decidi fazer da meditação o 3º hábito da minha série de 6 meses e 6 hábitos. No mês de Abril, o meu objetivo é meditartodos os dias, de manhã, durante 5 minutos.  Já tentei meditar noutras alturasmas sem sucesso. Mas agora, com a "bagagem" que ganhei com os últimos 2 hábitos, estou confiante que desta vez consiga ganhar o hábito.

Num próximo post irei explicar melhor comocomecei a meditar e porque acho que ele me irá ajudar neste processotodo dos 6 meses e 6 hábitos. Até lá, Carpe Diem.
PS: Nesta "onda" da meditação, estou a ler o livro 10% Happier. Este livro conta a história de Dan Harris, um jornalista americano, que teve um ataque de pânico em direto na TV. Dan conta-nos como lidou com a situação nos anos seguintes, e como a meditação e mindfulness o ajudou a superar os seus problemas de ansiedade e a apreciar as pequenas coisas do dia-a-dia. Mesmo sendo o Dan, no início, extremamente cético em relação a este tipo de coisas. Aconselho vivamente a leitura deste livro.

10% Happier, Dan Harris. Imagem retirada de goodreads.com

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A crise dos 25 anos

Um dia acordamos. Dão-nos um nome, uma casa e uma família.Levam-nos de um lado para o outro, dão-nos comida e mudam-nos a fralda. Somoscompletamente dependentes da nossa família. E esta faz planos em nosso nome. Ospais, os avós e os tios querem que sejamos médicos, engenheiros, artistas oujogadores de futebol. Nós não queremos nada, porque ainda não temos consciênciade quem somos e onde estamos.

Depois aprendemos a andar e a falar e, com isso, a cumprir ea pedir. Ensinam-nos oque devemos e não devemos fazer. Ensinam-nos quem respeitar, o que comer, o quevestir e o que pensar. E nos primeiros anos de escola aprendemos os básicospara a (longínqua) vida futura.

Ficamos mais velhos e queremos ser os putos fixes da escola.E é durante a adolescência que definimos grande parte da nossa personalidade. Agoraaprendemos o que gostamos e não gostamos de fazer. Começamos a surfar, a tocar guitarra e a descobrir o mundo à nossa volta. Mais do que tudo, imitamos.Ouvimos o que outros ouvem, vestimos o que os outros vestem, pensamos, por contágio,o que os outros pensam.

Por outro lado, a família, os professores e a sociedade em geral, dizem-noso que devemos fazer – tirar boas notas e entrar num bom curso, numa boafaculdade. Porque assim vamos ter um emprego estável e duradouro, vamos puderpassar férias onde queremos, comprar o carro que desejamos e ter uma casa desonho. Dizem-nos que a vida é séria, e não há como brincar com ela. Dizem-nosque temos de trabalhar muito, casar e ter filhos. Esse é o sonho. No finalda carreira, e depois de 40 anos a trabalhar, como prémio, temos a reforma. Aívamos puder fazer o que queremos, e cuidar dos netos e viajar o tempo todo. Esta filosofia de vida é-nos incutida. Enós acreditamos, porque não sabemos melhor. Eles são adultos, eles sabem do quefalam, e eles parecem estar bem na vida.

Depois temos de decidir o que queremos fazer da vida. E há quem saiba, desde sempre, o que quer fazer "quando for grande". Para estes a decisão é fácil, e já sabem o curso quequerem tirar, ou já sabem que não querem tirar um curso e têm outros planos. Osque sempre tiraram boas notas, mesmo estando indecisos, sabem que têm de ir para afaculdade. Para estes, escolher o curso é a decisão mais difícildas suas vidas. E os que não têm boas notas também são "empurrados" paraa faculdade. Aliás, é assim que "tem" de ser. Quem estuda muito tem à esperaum bom emprego e pode comprar uma série de coisas boas - foi isso que nos contaram.

Vamos para a faculdade. Saímos das casas dos pais e somos"independentes" pela primeira vez na vida. Fazemos aquilo que é supostofazer – estudar muito e tirar boas notas. Além disso, festejamos a boa vida de faculdade.Conhecemos muitas pessoas, todas diferentes, todas iguais. É uma altura boa,que, como nos avisaram, passa depressa. No final estamos ansiosos por conhecero mercado de trabalho. Finalmente, vamos ter o nosso dinheiro e vamos pudercomprar o que queremos. Vamos viver o sonho, neste caso, português.

No primeiro mês de trabalho tudo é uma novidade. Usamostermos como CEO e Business Plan. Temos fatos todos bonitos, sentimo-nosimportantes e somos o orgulho da nossa família. Mas esta sensação não duramuito tempo. Passada a novidade, percebemos que temos um emprego chato, quetrabalhamos muitas horas e que recebemos pouco. Os nossos chefes parecemcansados. E saímos da faculdade com a cabeça cheia de ideias inovadoras, prontos para as testar nestasempresas, e "elas" dizem-nos que somos muito novos, que estamos aqui é paracumprir, que temos muito para provar até pudermos fazer alguma coisa. Ouvimospela primeira vez a frase “não te queixes...no meu tempo…”, e sabemos que apartir daí está tudo estragado.

O trabalho é cada vez mais chato. Pensamos que é um problemalocal e que está na altura de mudar de emprego. Assim fazemos e encontramos a mesmasituação noutro local. Ficamos brutalmente desmotivados. Mais do que nunca, somos possuídos pelo síndrome do domingo à tarde, aquele que nos deixa mal-dispostos por saber que amanhã é dia de trabalho. 

Num ato de salvação mental, despedimo-nos,tento a certeza (fraquinha) que iremos encontrar qualquer coisa para fazer.Mas a crise dos 25 anos mal está a começar.

Sentimos que tudo aquilo que nos foi dito estava errado.Onde está o emprego que nos foi prometido? Nós, que estudámos tanto. Que outrasmentiras nos disseram? Será que queremos uma grande casa e um bom carro? E terfilhos? Quem é quem para nos dizer o que temos de fazer? Para quêmatar-me a trabalhar para, ao final de 40 anos, reformar-me, agora sempaciência para gastar o dinheiro que juntei? Qual é o sentido da (minha) vida? Qual é a chave para a felicidade? Qual é o meu destino?

As perguntas são muitas, e as respostas não se fazemacompanhar. Pensamos o dia todo sobre elas. E começamos a ler sobre tudo isto.Lemos sobre psicologia e produtividade e filosofia e estilos de vida. Conhecemos,através dos livros, pessoas que ousaram ser diferentes e que estão muitobem na vida. Aprendemos mais sobre nós, sobre o que gostamos e o que gostaríamos de fazer, e alteramosas nossas prioridades. A pouco e pouco, vamos aprendendo uma nova filosofia de vida.

Aprendemos que somos generalistas e aprendemos a respeitar a nossa personalidade. Começamos um blog, viajamos pela Europa, começamos a meditar testamo-nos de muitas formas. Com a cabeça mais leve e com a vontade mais clara, começamos a tomar decisões importantes e a definir o rumo da nossa vida. Ou, pelo menos, foi isso que eu fiz.

Todos (acho) passamos pela crise dos 25 anos. Isso acontece quando descobrimos que a filosofia de outros tempos, e que nos foi ensinada, está desatualizada. Que empregos bons podem haver, mas não os vamos descobrir à primeira ou segunda tentativa com nos fizeram crer. E, certamente, estudar não garante trabalho.

É importante passarmos pela crise dos 25 anos - termos a coragem de rejeitar um trabalho e uma vida que não nos satisfazem. Porque, de outra maneira, adiamos a crise para os 30, 35 ou 40 anos. E nessa altura a mudança é mais difícil e radical. É importante dar o passo que ainda acreditamos ser para trás.

Precisamos de ler muito para percebermos mais sobre tudo. Precisamos de definir as nossas prioridades e atualizar a nossa filosofia de vida. Com isso, é certo, que o passo atrás irá dar balanço para dois ou três passos para a frente. Por fim, e pela segunda vez na vida, "acordamos".

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Meditação para totós

Este post foi originalmente publicado em Março de 2015. Na altura tentei ganhar o hábito da meditação, mas sem sucesso. Agora, depois do desafio de 30 dias "Corpo e Mente", que incluiu a prática de meditação, atualizo este artigo com novas informações.

Nunca deixamos de pensar. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Naquilo que acabámos de fazer e naquilo que vamos fazer de seguida. Pensamos sobre os problemas do passado e naquilo que queremos para o futuro. Todos somos assim. Mas, por vezes, esta corrente de pensamentos é estafante, e acabamos por nos concentrar em coisas que não interessam para a nossa vida. Foi por isso que decidi começar a meditar.

Rafiki a meditar na posição de Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Sem rodeios, começo por apresentar o método que, através das minhas pesquisas, considero ser o mais simples e eficaz para uma boa meditação. No entanto, o resto do post é importante para saberes mais sobre este tema e, por isso, convido-te a lê-lo até ao fim. Dito isto, aqui fica o método:

Método que eu uso para meditar:

  1. Beber um copo de água. Faz-me sentir mais acordado e preparado para a meditação.
  2. Esticar os músculos.
  3. Sentar em cima de uma almofada na posição de half-lotus (explicação mais abaixo). Colocar outra almofada debaixo do joelho da perna que fica por cima para garantir uma boa base de suporte. Trocar de perna todos os dias. Garantir costas direitas e peito ligeiramente para fora.
  4. Ligar o despertador (10 minutos).
  5. Absorver os sons do meio-ambiente.
  6. Fazer 3 ou 4 inspirações longas para começar a meditação. Respirar pelo nariz.
  7. Inspiração normal com foco no movimento ascendente e descendente das narinas (resultado da respiração).
  8. Ao pensar em alguma coisa, consciencializar que este pensamento está presente e trazer a atenção de volta para a respiração.
  9. Quando o despertador tocar, trazer a atenção novamente para os sons do meio-ambiente.
  10. Levantar e esticar os músculos.

O hábito de meditação

Para garantir que continuamos, todos os dias, a meditar, é importante ter uma rotina. A duração da sessão de meditação vai depender muito de cada pessoa. O ideal para iniciantes (como eu) é uma prática de 5 a 15 minutos por dia. E no início é difícil manter a concentração na respiração, mas há medida que nos habituamos, vamos conseguir mantê-la durante mais tempo e meditar 30 minutos ou mais por dia. 

O local de meditação deve ser confortável e agradável, e devemos garantir que não somos interrompidos enquanto meditamos. Para garantir um hábito duradouro, aconselho a prática de meditação todos os dias, no mesmo local, com a mesma rotina, à mesma hora do dia. Podemos adquirir uma rotina em apenas 21 dias. Se estiveres interessado neste tema, aconselho a leitura do livro "A Força do Hábito" de Charles Duhigg. Ou então lê este resumo que fiz sobre ele.

Benefícios da Meditação

Segundo a literatura, uma prática regular deste exercício tem vários benefícios. Aumenta a concentração, diminui o stress, diminui a tensão arterial, aumenta o nível geral de felicidade, e acalma e reduz a velocidade dos pensamentos. Qualquer ferramenta que nos ajude a relaxar e re-pensar os "problemas" do dia-a-dia, traz grandes vantagens para a nossa vida.

Tipos de meditação

Há vários tipos de meditação. Esse seria um post só por si. Escolhi não entrar muito nesse tema. Indico no entanto este, este e este link que são muito bons para perceber os vários tipos de meditação e os objetivos da prática de cada um deles. Uns focam-se no aumento da concentração, outros estimulam a reflexão sobre um determinado assunto e há tipos de meditação guiados.

Pela sua simplicidade, fiquei interessado em mindfulness meditation, em particular a prática de breath meditation, ou Anapanasati. Anapana significa inspiração e expiração, e Sati significa atenção deliberada. Este tipo de meditação envolve a concentração total na respiração e é especialmente indicado para a diminuição de stress. Mindfulness é simplesmente viver o presente, estando consciente do que fazemos num dado momento. O método que apresentei acima, que é muito simples, está incluído neste tipo de meditação.

A importância da respiração e da postura

A respiração deverá ser feita pelo nariz, a um ritmo natural. Devemos concentrar a nossa mente no movimento ascendente e descendente de uma parte do corpo enquanto respiramos, como a barriga ou o peito. Mais simples e eficaz é a concentração no movimento das narinas. É normal a mente vaguear, e pensarmos em outras coisas enquanto estamos a meditar, mas não devemos lutar contra esses pensamentos. Devemos apenas consciencializar que estes estão presentes e não "conversar" com eles, trazendo a atenção novamente para a respiração. Por exemplo, se estivermos a pensar no que vamos comer ao almoço, pensemos "estou a pensar no que vou comer ao almoço", e de seguida trazemos a atenção novamente para a respiração.

A maneira como estamos sentados também é um dos pilares da meditação. Provavelmente já ouviste falar da posição de Lotus, em que colocas uma perna por cima da outra, tal como na imagem que vês abaixo. Não te preocupes, não tens de fazer esta posição para meditar corretamente. Há pessoas que a conseguem fazer naturalmente porque têm mais elasticidade, mas não é por isso que são melhores "meditadores". Eu tenho meditado na posição de half-lotus (metade de Lotus) porque fico confortável nessa posição. Com o tempo irei experimentar mais vezes a posição de Lotus. Mas é importante não forçar qualquer posição porque podemos estar a comprometer a estrutura da coluna e a lesionar os joelhos. Aconselho esta leitura sobre as posições que conferem melhor suporte e estabilidade da coluna para a meditação. Em qualquer uma delas, é importante manter a coluna direita, mas não em excesso, e estar relaxado. Para respirar bem, o peito deverá estar ligeiramente para fora para abrir os pulmões.
Posição Lotus. Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Podemos até estar sentados numa cadeira, tal como podes ver pela imagem abaixo. O importante é ter uma boa base de apoio e ter as costas direitas, para que cada vértebra encaixe verticalmente na que está abaixo, tornando o conjunto estável. Para isso é importante ter os joelhos como base de apoio. Por exemplo, agora que estou a começar com a posição half-lotus, o joelho da perna que coloco por cima não toca no chão. É importante contornar isso colocando uma almofada por baixo da perna para que fique com a base de apoio assegurada. Se não estivermos confortáveis, vamos pensar sobre isso e a meditação não será eficaz. Deitar na cama ou no chão não é uma boa solução porque há uma grande probabilidade de relaxarmos em demasia e adormecer.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/

É possível meditar com barulho

Devemos evitar confusões durante a meditação e procurar um lugar tranquilo, onde não sejamos incomodados. De qualquer maneira, caso não haja outra opção, é possível meditar em sítios mais barulhentos.

Encontrei muita informação sobre este tópico online, porque é um problema recorrente. Aconselho a leitura deste artigo. A técnica mais usada para combater o barulho de fundo é começar a sessão de meditação pela concentração, sem julgamento, do barulho de fundo. Tirar uns minutos para ouvir conscientemente, sem racionalizar, esses barulhos até ficar confortável nesse ambiente. De seguida, começar a prática da meditação. Pode também ser eficaz ouvir white noise para barrar todos esses sons desconfortáveis.

Livros sobre meditação

Como disse num post anterior, é importante ter material para ir lendo enquanto desenvolvemos uma nova prática. Sugiro então 5 livros (e um site) sobre meditação e assuntos relacionados:
Aconselho também a leitura deste artigo. Nesse, Bradley Morris explica a dificuldade que passou enquanto iniciante na arte da meditação. Para ele era complicado concentrar-se, nem que fosse por 5 minutos. Achava também a prática muito aborrecida. No entanto decidiu manter esse hábito porque conhecia os seus benefícios, e hoje em dia escreve e ensina meditação. O desenvolvimento deste hábito ajudou-o a viver uma vida mais feliz, a ser um melhor empreendedor, a melhorar a sua saúde e a ser mais criativo. 

Espero que este post te ajude a começar a meditar. Por último, partilho uma frase interessante do livro Wherever You Go, There You Are. Não a vou traduzir porque, na minha opinião, iria "matar" a magia desta frase.

Meditation is not about feeling a certain way, it's about feeling the way you feel. Meditation is about letting the mind be as it is and knowing something about how it is in this moment. It's not about getting somewhere else, but about allowing yourself to be where you already are.

"Corpo e Mente" - Desafio de 30 dias, parte 2/2

Há um mês atrás decidi começar um novo desafio para O Macaco de Imitação. Como disse na 1ª parte deste artigo,já tinha experimentado outros projetos e estava na altura de começarqualquer coisa relacionada com a saúde física e mental.

O plano era simples – durante 30 dias fazer exercíciofísico, meditação e escrita, todos os dias. Mas porquê?  Para quê tanto trabalho? Tal como quem soube ao Everest o faz porque a montanha está lá, também eu, num nível (muito) mais pequeno, queria fazer este desafio porque ele podia ser feito. E também porque o desafio estava definido, erasaudável, e nesses 30 dias ia aprender muitas coisas.

Tenho feito, n'O Macaco de Imitação, estes desafios para me testar e perceber o quegosto e não gosto de fazer. Aprendo maneiras de me organizar e de avançar nos meus objetivos. E aquilo que aprendo durante os desafios serve para outras áreas da vida.


Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. O melhor livro que li este mês e, possivelmente, este ano. Imagem retirada de goodreads.com.

Exercício Físico

Defini que devia fazer, pelo menos, 45 minutos de exercíciopor dia, e não tinha de ser sempre o mesmo desporto. Aliás, quanto maior a diversidade, melhor. Estreei o meu primeiro dia com uma surfada no meu "spot" favorito no Baleal. No total surfei 13 vezes e,no último dia deste desafio, surfei na mesma praia que no primeiro (e só percebi isso depois).Nunca surfei tantas vezes num mês. Às vezes não entro no mar porque não está "perfeito" e, durante este mês, fui mais paciente e dei maisoportunidades ao mar. Além de surfar mais vezes, surfei grandes ondas.

O Surf é o meu desporto de eleição, mas nãose pode surfar todos os dias porque nem sempre está bom (ou razoável sequer).Então, nos dias em que não surfei, virei-me para a corrida. Corri 9 vezesdurante estes 30 dias, num total de 65 km. No princípio não corria mais que 20minutos sem ter de parar, e fazia pouco mais de 5 km no total de corrida+caminhada. Para o fim, jácorria 10km sem parar uma única vez e o meu ritmo tinha aumentado bastantedesde o princípio. O truque foi tentar evoluir todos os dias - sejapor correr mais tempo, ou mais rápido, ou uma maior distância. Foi também monitorizar as corridas que fazia com a App RunKeeper, porque assim conseguiaanalisar bem a minha evolução e ficava motivado. Além disso, não me posso esquecerdas companhias de corrida que, muitas vezes, me motivaram a correr mais.

Surf e corridas à parte, experimentei uma aula deyoga (estava todo torto, mas foi uma aula interessante) e fiz dois treinos de musculação (um deles correu bem porque tinha companhia, no outro fiz sozinho e não sei bem o que andei afazer).

Meditação

A meditação seria, supostamente, a parte mais fácil destedesafio. Seria só estar sentado, 10 minutos, sem pensar em nada. Nuncapensei que isso viesse a ser tão difícil. Já tinha tentado ganhar o hábito dameditação várias vezes, e até já tinha escrito sobre isso n’O Macaco de Imitação, mas nunca o consegui fazer por muito tempo. Nestemês estava determinado em ganhar o hábito de uma vez por todas.

Nos primeiros 15 dias experimentei uma sériede meditações que não funcionaram. Experimentei meditar em várias alturas dodia, sentado, deitado e a ouvir música. Aprendi que meditar à noite não resulta - essa é receita certa para adormecer. Agora sei que a melhor altura para meditar é sempre depois de acordar e fazê-lo sentado no chão, sem distrações. Ao ser a primeira coisa do dia,estamos mais atentos e a meditação trará mais efeitos positivos. E é isso quevou fazer daqui em diante.

O mais difícil da meditação é controlar a corrente de pensamentos.É muito difícil, no início (e ainda agora), não pensar em nada. É precisotreino para nos sentarmos como deve de ser, de costas direitas, e colocar todaa concentração na respiração. A mente vagueia para os "problemas" do dia-a-dia,ou para o passado, ou para o futuro, ou para aquilo que vamos fazer já deseguida. Nessas alturas - aprendi ao ler uma série de blogs e livros - omelhor que pudemos fazer é consciencializar que esses pensamentos estão presentes, não "conversar" com eles, e trazer de novo a concentração para a respiração.

A meditação está em todas as listas de coisas que se devemfazer para ser feliz. Isto porque a meditação ajuda-nos a relaxar e a focar aatenção naquilo que fazemos no dia-a-dia. Ainda não sou "bom" a fazer isto, e tenho um longo caminho a percorrer. Mas fico mais descansado ao saberque grandes "mestres" nesta arte demoraram também algum tempo para conseguirvazar a mente de pensamentos e sentir os efeitos positivos da meditação. Depois de30 dias já tenho o hábito bem definido e agora só preciso de continuar.

Escrita livre

A primeira vez que ouvi falar em escrita livre foi neste site.Esta ideia surgiu do livro The Artist's Way, onde o autor sugere a escrita de 3 páginasdiárias pela manhã. Este processo, tal como a meditação, ajuda a vazar a mentede pensamentos desgastantes, porque acabamos por escrevê-los nestaspáginas. É também importante que a escrita seja feita sem pensar demasiado, sem correções e sem julgamento. Nãohá coisas que devem ou não ser escritas. Já tinha experimentado a escrita livre nestesite e decidi inclui-lo neste desafio "corpo e mente". Tal como é feito nosite, decidi escrever 750 palavras diárias e, nestes 30 dias, escrevi um totalde 26840 palavras (+- 40 páginas!).

Gostei muito destaparte do desafio. Aprendi a gostar mais de escrever e, se no início era difícilescrever as 750 palavras, houve momentos em que escrevi 1000 palavras antes de pararpara pensar no que estava a ser escrito. Apesar disso, penso que a meditaçãotem mais efeitos positivos a médio-longo prazo e por isso não vou continuar afazer, todos os dias, a escrita livre. No entanto, vou começar a escrever mais,disso não hajam dúvidas.

As dificuldades

Mas nem tudo foi fácil. Falhei alguns momentos porque estavadoente ou porque estava em festa ou porque estava a morrer de sono. Como aquiescrevi, falhei no dia 12 (em todas as frente) porque estava nafesta das latas em Coimbra. No total, falhei 4 dias de exercício físico, e 2 demeditação e escrita livre. Em 30 dias, foram poucos "maus" momentos.Noutra altura podia ter desistido porque já não ia fazer um mês "perfeito". Masisso seria uma estupidez, isso seria uma derrota e portanto não desisti. Nesses diasaprendi porque tinha falhado e com isso evitei falhar mais vezes.Alterei as alturas do dia em que meditava e escrevia para garantir que não as falhava porque estava com sono. Para o final, escrever e meditar eram as primeiras coisas que fazia cada dia.

Houve outros momentos que cumprir o exercício físico foimuito difícil. Há sempre o dia em que está a chover, ou que estamos doridos, ounão temos companhia ou, simplesmente, não nos apetece. Esses são os diasque nos põem à prova. Em qualquer objetivo na vida, em qualquer desafio,existem esses dias. Nessas alturas temos de arranjar força para cumprir oprometido, porque de outra forma vamos falhar, mais uma vez, nesse projeto.Aprendi que se passarmos essa barreira, fica tudo mais fácil daí em diante,e por isso vale a pena o esforço adicional.

Os livros queacompanharam o desafio

Nenhum bom desafio estaria completo sem uns bons livros. Comecei então por ler TheMiracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh. Nele aprendi a importância de Mindfulness - viver no presente. É sobre estar concentradonaquilo que estamos a fazer no momento. Como exemplo, o autor escreve que quando estamos a lavar a loiça,devemos estar só a lavar a loiça, e não a pensar nas coisas que temos para fazerem seguida. Se temos por hábito estar perdidos em pensamentos sobre o passadoou o futuro, perdemos a vida verdadeira, que se encontra no presente, naquiloque estamos a fazer no momento.

De seguida li o livro The Four Hour Body de Tim Ferriss. Éum livro interessante, mas deve ser lido com um objetivo claro em mente, sejaperder peso, ganhar força ou outro. Mas com uma passagem rápidopelo livro consegui perceber o seu potencial.

Por último, li o Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. Este foi um dos melhores livros que li este ano. Chris Prentissensina-nos que não há eventos bons ou maus, mas que eles assim se tornam pelamaneira como nós os interpretamos. Ele diz-nos para pensar que, qualquer coisaque nos aconteça, é a melhor coisa que nos podia ter acontecido. Estepensamento, tão simples, tem o poder de tornar a vida muito mais feliz.Aconselho vivamente a leitura deste livro.

O próximo desafio

Ainda não sei o que vou escrever a seguir para O Macaco deImitação. Estou agora a ler um livro sobre o que podemos aprender com os grandes filósofos da antiguidade e quero, num próximo artigo, resumir uns 4 ou 5livros sobre boas filosofias de vida. Vou também escrever sobre um método que tenho usado para aumentar a minha produtividade nas últimassemanas. E também quero começar um novo desafio e aprender qualquer coisa nova, seja investir 20 horas em qualquer coisa, ouuma semana, ou 30 dias.

Estou orgulhoso daquilo que consegui fazer nestedesafio. Dos 90 momentos de exercício, meditação e escrita, apenas falhei 8.Aprendi a organizar-me melhor, a lutar contra a falta de vontade, e aprendi boas filosofias de vida com os livros que li. Fiquei em melhor forma, tentei relaxar com a meditação e gostei muito de escrever as 44 páginas. Foi um mês saudável, tanto para ocorpo, como para a mente. Sinto que agora estou mais preparado para começar novos desafios.

"Corpo e Mente" - Desafio de 30 dias, parte 1/2

Há 15 dias comecei um novo desafio. Depois de aprender piano em 20 horas e ter ficado uma semana sem internet, queria agora fazer um desafio mensal. Tinha muitas opções. Tenho na minha lista aprender a cozinhar melhor, aprender a fazer cerveja, aprender a desenhar, entre outros. Mas eu precisava de outras coisas mais importantes. Acabadas as férias e depois de um mês a viajar pela Europa, precisava de ficar em forma.

O desafio

Pensei primeiro em 30 dias de exercício físico, mas esse desafio logo escalou para um desafio "Corpo e Mente" – 30 dias de exercício físico (pelo menos 45 minutos/dia), meditação (10 min./dia), e escrita livre (750 palavras/dia).
Uma boa imagem para este desafio "Corpo e Mente". Imagem retirada de http://www.continuumfitness.net/ 
Nunca pensei que fosse um desafio fácil de cumprir e, por isso, fiz questão de o anunciar n’O Macaco de Imitação. Com isso ganhei a pressão que precisava e agora, se falhasse, iria sentir-me muito pior.

Além do desafio, queria também aprender mais sobre meditação e exercício físico. Para já, começaria por ler os livros The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh The Four Hour Body, de Tim Ferriss.

The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh e The Four Hour Body, de Tim Ferriss.

Os meus dias

Nas últimas duas semanas tenho tido dias muito fora do habitual. Tentei, no princípio, meditar logo depois do pequeno almoço, escrever ao final da noite e fazer exercício quando fosse mais indicado (dependente do desporto e companhia). Muitas vezes, falhei a meditação da manhã e dei por mim a meditar ao final da noite. E descobri que isso não era uma boa opção. Durante a meditação, precisamos de estar tranquilos, sem sono, o que não acontece quando nos estamos a preparar para dormir. É também difícil escrever à noite pelas mesmas razões. Depois de 15 dias já sei qual é a rotina certa: meditar, sempre, de manhã, pouco depois de acordar; escrever logo a seguir e fazer desporto ao final da tarde (a menos que hajam boas ondas durante o dia :D).

Meditação

A meditação e a escrita livre têm objetivos muito semelhantes - servem para acalmar a mente. Faço-as porque preciso de ganhar concentração nas tarefas do dia-a-dia. E, pensando que iria ser fácil meditar - aliás, é só estar sentando e não pensar em nada – acabou por ser a parte mais difícil do meu desafio. Parece que quando não queremos pensaar em nada, mil pensamentos surgem em simultâneo. É difícil estar 1 minuto sem pensar em todos esses "problemas". E, por ser difícil, sei agora que é a parte mais importante deste desafio.

Já tinha feito um artigo sobre meditação n'O Macaco de Imitação. Ainda não estou a meditar como este sujeito, e muito falta.

Escrita livre

Ao contrário da meditação, este é um processo ativo (podiamos dizer que a meditação também o é, mas não compliquemos). O objetivo é escrever 750 palavras baseadas nos pensamentos que nos passam pela cabeça. Apenas escrever, sem correções, sem pensar duas vezes sobre essas palavras, sem julgamento. Várias pessoas têm feito isto para tirar os "problemas" das suas cabeças. Também eu tenho vindo a gostar muito desta parte do desafio. Acabo por descarreguar tudo aquilo que pensava para um papel e lá fica preso. 

Com isto também aumentei o meu gosto por escrever e, se no início 750 palavras era um tormento, agora escrevo-as num instante e chego a passar muitas vezes a barreira das 750. Até agora escrevi 11839 palavras (mais ou menos 18 páginas).

Exercício físico

O exercício físico é a parte que ocupa mais tempo deste desafio. Se "despacho" a meditação e a escrita livre em 20 minutos, o exercício pode levar 50m ou 1h30m. Como escrevi no Facebook d’O Macaco de Imitação , tenho tentado fazer desportos diferentes. Até agora, surfei 6 vezes (sempre em praias diferentes, seguindo as melhores condições em cada spot), corri outras 6 (39 km), fiz 1 treino de musculação e experimentei 1 aula de Yoga. Feitas as contas, fiz 14 treinos. Mas devia ter feito 15. Já escrevo sobre isso.

Um dos spots das minhas sessões de Surf, no Baleal.
A minha perspectiva perante o exercício tem vindo a mudar. É sempre fácil fazer desporto quando tenho companhia, e tive muitas vezes. Mas há sempre aquele dia que ninguém nos acompanha e temos de aprender que, para cumprir os nossos objetivos, a força tem de vir de dentro. Por isso acabei por surfar mais vezes do que o habitual, e corri sozinho quando foi preciso. Houve dias que tive de correr à chuva ou durante a noite só para cumprir este desafio. E se no princípio era difícil levantar o rabo do sofá para ir treinar, agora faço-o com gosto. Correr revelou-se um desporto muito fixe. O truque é fazer, a cada treino um pouco melhor – tentar correr mais tempo, chegar mais longe, ou aumentar o ritmo da passada. Ao usar a App RunKeeper, consigo ver quantos km e minutos faço por treino, e isso motiva-me a continuar porque posso medir a progressão dos meus treinos.

Vista da ciclovia onde faço as minhas corridas.

O dia 12 do desafio

No dia 12 deste desafio não meditei, não escrevi, nem fiz exercício. Senti-me mal por isso, mas não consegui cumprir o desafio. Nesse fim-de-semana fui a Coimbra à festa das Latas. No sábado, com a "correria" da festa, não fiz aquilo que queria fazer. Sabia que isto podia vir a acontecer. Também sabia que, se acontecesse, não era razão para desistir do desafio. Tentaria fazer 30 dias seguidos, mas, se por alguma razão falhasse 1 dia, não iria desistir. E foi isso que aconteceu. 

É uma metáfora para a vida e para outros objetivos. Nem tudo corre perfeito, e muitas vezes desistimos de uma dieta ou de uma objetivo porque falhamos uma parte mínima. Devemos aprender isso não nos leva a lado nenhum. Se for preciso "falhar" 1 vez, não faz mal, é preciso é continuar. Só assim podemos ir melhorando. 

Apesar disso, o fim-de-semana em Coimbra foi brutal e vi Richie Campbell. Foi uma boa desculpa para falhar, por 1 dia, este desafio. No domingo, quando voltei, e ainda um bocado "atordoado", decidi que não ia falhar o desafio outra vez. Cheguei a casa às 21 e fui correr - foi a melhor corrida até agora.

O dia 12 do desafio, em Coimbra, patrocinado por Richie Campbell.

Nota final

E 15 dias passaram desde que comecei este desafio (na verdade, passaram 17, este post vem atrasado). Continuarei a cumprir com o exercício, a meditação e a escrita livre e, espero, aprender mais umas quantas coisas até ao final dos 30 dias. Até daqui a 2 semanas.

Descobre as tuas virtudes e forças de carácter - maximiza o estado de flow

Já escrevi n'O Macaco de Imitação sobre tipos de personalidade. Considero que o primeiro passo em direção a uma vida mais feliz é conhecermo-nos a nós mesmos. A partir desse momento, consegues fazer escolhas que honrem aquilo que mais gostas de fazer. Nesses posts, podes ficar a saber qual é o teu tipo de personalidade, segundo Myers-Briggs, se és um generalista - alguém que têm múltiplos interesses - e se és otimista ou pessimista. Neste post vou acrescentar mais um aspecto da psicologia positiva, desenvolvido por Martin Seligman, que diz respeito às virtudes e forças de carácter.

As 24 forças de carácter. Imagem retirada de http://www.pro120.org.br/
O artigo surge da leitura de A Conquista da Felicidade, de Jonathan Haidt. Este é um livro fascinante, que nos ajuda a perceber a felicidade e todas as suas componentes. Inclui alguns tópicos interessantes - tais como a psicologia evolutiva, o budismo e a fórmula para a felicidade -  que com certeza irei explorar no futuro.
Capa da versão original de A Conquista da Felicidade, por Jonathan Haidt. Imagem retirada do site oficial do livro, http://www.happinesshypothesis.com.
Começa por fazer o teste das virtudes e forças de carácter acedendo a ESTE link (podes fazer o teste em português). Aprensento abaixo as suas componentes, mas, primeiro que tudo, vamos falar sobre o Flow.

O Flow

Podes não ter ouvido falar do Flow, mas com certeza já o sentiste. É aquela sensação de estares completamente focado numa tarefa. Nesse momento esqueces tudo o que está à tua volta. Acontece-me quando estou a programar, a ler ou a surfar. Nessas alturas não penso, não sei se estou feliz ou triste, porque simplesmente estou em piloto automático e a fazer aquilo que mais gosto de fazer.

O conceito de Flow foi proposto por Mihaly Csikszentmihalyi. Pedindo ajuda à minha amiga wikipedia, estes são os componentes de uma experiência de Flow:
  1. Objetivos claros (expectativas e regras são discerníveis).
  2. Concentração e foco (um alto grau de concentração num limitado campo de atenção).
  3. Perda do sentimento de auto-consciência.
  4. Sensação de tempo distorcida.
  5. Feedback direto e imediato (acertos e falhas no decurso da atividade são aparentes, podendo ser corrigidos se preciso).
  6. Equilíbrio entre o nível de habilidade e de desafio (a atividade nunca é demasiadamente simples ou complicada).
  7. A sensação de controle pessoal sobre a situação ou a atividade.
  8. A atividade é em si recompensadora, não exigindo esforço.
  9. Quando se encontram em estado de Flow, as pessoas tornam-se parte da atividade.
A psicologia positiva relaciona o Flow com a felicidade. Respeitando as tuas virtudes e forças de carácter, aprendes sobre o que é importante para ti e sabes o que precisas de fazer para entrar no estado de Flow frequentemente.

As virtudes e forças de carácter

Existem 6 virtudes que incluem as 24 forças de carácter desenvolvidas por Martin Seligman:
  1. Sabedoria e Conhecimento: criatividade, curiosidade, pensamento crítico, gosto pela aprendizagem e perspectiva.
  2. Coragem: perseverança, entusiasmo, ousadia, honestidade
  3. Humanidade: amor, bondade, inteligência Social
  4. Justiça: trabalho em equipa, equidade e liderança
  5. Moderação: perdão, humildade, prudência e autocontrolo
  6. Transcêndencia: apreciar a beleza e a excelência, gratidão, otimismo, humor e espiritualidade
Não entro aqui em detalhe sobre todas as forças de carácter, pois o artigo iria ficar muito extenso. Aconselho-te no entanto - depois de fazeres o teste - a leitura deste e deste artigos para perceberes mais sobre as tuas forças. 

Para o meu lado, conto com as forças "Gosto pela aprendizagem", "Apreciar a beleza e a excelência", "Criatividade", "Curiosidade" e "Equidade". Depois de saberes as tuas forças, começa resolver os problemas do teu dia-a-dia usando essas capacidades. Vais maximizar o tempo que estás em Flow e, dessa maneira, viver mais feliz.

Leitura seguinte

Nos dias de hoje, apesar do nível de riqueza ter aumentado na maior parte dos países, as pessoas não estão mais felizes. É por isso que a psicologia positiva - com a promessa de maximizar a potencialidade de cada um e aumentar a sua felicidade - é um campo muito interessante. 

Se quiseres saber mais sobre as virtudes, forças de carácter e o Flow - e a maneira como estes interagem na produção de uma vida feliz - aconselho-te alguns livros. Primeiro, começa por A Conquista da Felicidade. Tal como Martin Seligman disse "Para o leitor que procura entender a felicidade, o meu conselho é: Começa por Haidt". Sobre as forças de carácter, tens o livro Authentic Happiness, do próprio Seligman. Por último, sobre o estado de Flow, tens o livro Fluir, de Mihaly Csikszentmihalyi.

Se a auto-descoberta é o primeiro passo para uma vida mais feliz, mudar a maneira como pensamos será o segundo passo. Para aprenderes a gerir as tuas emoções, pratica meditação. Está comprovado como um dos exercícios mais eficazes para o aumento da felicidade. E só precisas de "investir" 10 minutos por dia. Do que estás à espera?