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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

Já aprendeste alguma coisa hoje?

Adoro desafiar-me. Aprender qualquer coisa nova ou quebrar maus hábitos. Aprender a tocar piano, a fazer malabarismo e a meditar. Desafiar-me a estar uma semana sem usar a internetNeste post mostro-te quais são as pessoas que me inspiram a experimentar coisas novas.

No último mês li dois livros de A. J. Jacobs. No seu primeiro livro, The Know It All, A.J. desafiou-se a ler a Encyclopædia Britannica (+- 30.000 páginas). Neste relata aquilo que vai aprendendo e como toda essa nova informação impacta a sua vida. Durante esse ano, também conhece pessoas muito inteligentes, participa no Quem Quer Ser Milionário, e inscreve-se nos savant - um grupo composto por pessoas com QI elevado. Depois de ler este livro, qualquer um fica com vontade de fazer algo em grande.

Depois temos o livro Um Ano de Vida Bíblica. Nesse ano, A. J. Jacobs vive segundo as regras da bíblia. Este desafio leva-o a muitos locais nos EUA e a Jerusalém, conhecendo pessoas altamente religiosas. Ao longo desse ano, consegue tornar-se uma pessoa melhor porque acaba por seguir regras como não mentir e agradecer por tudo na sua vida. Além de inspiradores, os livros de A. J. Jacobs são muito divertidos.
A. J. Jacobs. Foto tirada depois de um ano a viver segundo a bíblia. Referência: http://ajjacobs.com/
Também já escrevi, n'O Macaco de Imitação, sobre  Josh Kaufman e Tim Ferriss. O primeiro tem um livro excelente onde explica como aprendeu a tocar ukelele, a fazer windsurf e a jogar Go em tempo recorde. Nesse livro, Josh explica como acelerar a aprendizagem de algo novo. Há uns meses fiz um resumo dessas dicas.

Tim Ferriss, o meu primeiro ídolo neste campo, tem grandes livros sobre gestão de tempo, aprender a cozinhar e ter uma vida saudável. Além disso, tem uma série recente no qual se desafia, semanalmente, a aprender Poker, Surf, entre outros.

Ao experimentar coisas novas percebemos aquilo que é importante na nossa vida e vemos o mundo segundo outras perspectivas. Percebemos melhor as outras pessoas e tornamo-nos mais pacientes. Alargamos a nossa zona de conforto e preparamo-nos para o que der e vier. E o mais engraçado é que quanto mais aprendemos, mais depressa conseguimos evoluir numa coisa nova. Não começamos do zero porque há muitos temas comuns entre as coisas que aprendemos.

No futuro tenciono começar outros projetos. Pretendo fazer cerveja, aprender a falar francês e praticar yoga. Quero ver as 7 maravilhas do mundo e viajar por 100 países diferentes. Quero ler sobre tudo. Quero desafiar-me todos os dias e continuar a crescer. 

E tu? Que desafios gostarias de "agarrar"? Que coisas queres aprender? Convido-te a comentar e a partilhar abaixo esses projetos.

Pessoas extraordinárias, geeks e viajantes do tempo - os 4 livros de Março

Tal como fiz no mês passado, volto a apresentar os livros que tenho lido. Se em Janeiro e Fevereiro li 5 livros, agora li quase o mesmo número apenas em apenas 1 mês. Ler é um vício e desde que comprei o Kobo (ereader) tenho lido cada vez mais. Gosto de ler ficção científica, histórias de pessoas extraordinárias, ciência e psicologia. Neste post apresento os 4 livros que li em Março:

1) Livre (Wild), Cheryl Strayed

Livre encaixa na categoria de histórias extraordinárias. Cheryl Strayed decide largar tudo, juntar todo o pouco dinheiro que tem e caminhar a Pacific Crest Trail, um trilho que se estende desde a fronteira Estados Unidos com o México, até ao Canadá. Esta história real, relatada na primeira pessoa, transmite emoções que raramente se sente quando se lê um livro.


Livre (Wild). Imagem retirada de http://upload.wikimedia.org/
A força de vontade de Cheryl Strayned é incrível e contagiante. Se quiserem também podem ver a adaptação cinematográfica do livro, nomeada para os Óscares de 2014. Mas, se estão atraídos pela história, sugiro a leitura do livro porque é muito mais completo e emocionante que o filme.

2) As primeiras 20 horas (The First 20 Hours), Josh Kaufman

Já falei várias vezes deste livro no O Macaco de Imitação. Neste post, não só faço um resumo dos pontos essenciais do livro, bem como adiciono algumas outras coisas que acho importantes.

As primeiras 20 horas (The First 20 Hours). Imagem retirada de http://content.first20hours.com/ 
Com "As primeiras 20 horas", Josh Kaufman mostra-nos que é possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa com apenas 20 horas de treino. Além disso, apresenta-nos o método para o fazer corretamente, garantindo que tiramos o melhor proveito possível dessas 20 horas. Aconselho-te a ver o vídeo seguinte, onde Josh fala sobre as suas experiências e resume todo o seu método para aprender qualquer coisa rapidamente.


Este é com certeza um dos livros que mais impacto teve na minha vida. Mudou a minha perspectiva sobre a educação formal. Sei agora que não é necessário estar numa escola para aprender qualquer coisa. Se adoptarmos um bom método e encaramos positivamente novos desafios, podemos aprender melhor e mais rapidamente. Esses conhecimentos podem tornar a vida mais divertida, além de oferecer claras vantagens em termos profissionais.
H.G. Wells é um dos pioneiros da ficção científica. Provavelmente já ouviste falar de outro dos seus livros, "A Guerra dos Mundos". A Máquina do tempo fala-nos de um cientista que inventa uma máquina que o transporta 800.000 anos no futuro. O que este encontra deixa-o atordoado. Não vou avançar com detalhes sobre o livro porque senão estragava a tua leitura. O livro é muito pequeno e aconselho a todos a sua leitura. Gostei de ler este livro porque além de fazer o leitor pensar no futuro da civilização, H. G. Wells critica a sociedade atual e as escolhas, ou melhor, critica a sociedade de há 100 anos atrás, mas digamos que quase nada mudou em termos sociais.
Estamos no ano 2044 e existe um jogo, o OASIS, praticamente real, que permite as pessoas ficar ligadas a uma máquina enquanto vivem num mundo virtual. Antes de morrer, James Halliday, o criador deste mundo, deixa toda a sua fortuna a quem conseguir descobrir 3 chaves e abrir 3 portas que estão escondidas no OASIS. O problema é que as pistas que Halliday deixa, bem como a possibilidade das chaves e portas puderem estar espalhadas pelos milhares de planetas de OASIS, torna o desafio quase impossível. Até que Wade Watts, aos 18 anos, encontra a 1ª chave, 5 anos depois do jogo começar. Começa aí uma história sobre uma perigosa aventura, contada na perspectiva de Wade.

Ready Player One. Imagem retirada de https://www.goodreads.com
O mundo em 2044 também não é o que é hoje. As alterações climáticas mudaram o planeta e a pobreza mundial está num nível extremo. Ganhar este jogo é a chave para sair de uma vida de miséria.

Este é um dos melhores livros de ficção que li na vida. Está muito bem escrito e a história é extremamente cativante. Para quem gosta do mundo dos jogos também irá aprender muito sobre o começo dos jogos de vídeo nos anos 80.

Só tens tempo para ler um livro? Não há problema, começa pelo livro de Josh Kauffman e melhora as tuas capacidades de aprendizagem. Espero que tenhas gostado desta seleção de livros.

20 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa rapidamente

Quem não gostaria de saber tocar guitarra ao nível de Jimi Hendrix em apenas 1 hora? Talvez daqui a 200 anos os humanos tenham inventado o download de capacidades mas até lá não há nenhuma maneira para aprender instantemente. E ainda bem, porque é assim que crescemos. Grandes mestres como Ronaldo ou Kelly Slater evoluem porque querem sempre aprender mais e ser os melhores.

Podemos no entanto ser mais inteligentes na hora de aprender qualquer coisa nova. Em vez de demorar anos a chegar a um determinado objetivo, podemos definir um método para acelerar esse processo e atingir esse nível em poucos meses, semanas ou horas. Não acreditas? Pois é isso que têm feito algumas pessoas como Tim Ferriss (autor de "The Four Hour Work Week" e "The Four Hour Chef") e Josh Kaufman (autor de "The First 20 Hours" e "The Personal MBA").

Inspirado pelo livro "As primeiras 20 Horas" de Josh Kaufman, exploro neste post aquilo que podemos fazer para desenvolver uma nova capacidade ou aprender algo novo em tempo recorde. Já utilizei algumas das técnicas para aprender a tocar piano em 20 horas. Não fiquei a tocar como o Chet Faker, como é óbvio, mas cheguei ao nível que pretendia, ou seja, saber as notas e acordes no Piano, de modo a conseguir acompanhar algumas músicas que gosto.
Imagem da capa do livro "As primeiras 20 horas" ("The First 20 Hours"), que ilustra o que é aprender rápido. Imagem retirada de http://cdn.iwillteachyoutoberich.com/
Josh Kaufman explica que ao definir muito objetivamente o nível de capacidade que queremos alcançar, adoptando algumas técnicas e investindo pelo menos 20 horas de treino, podemos evoluir muito rapidamente. Aqui ficam 19 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa em tempo recorde:

1. Escolhe um projeto interessante

Em primeiro lugar há que escolher uma capacidade a desenvolver ou qualquer coisa a aprender. É essencial que seja algo importante para ti. Não faças algo porque alguém acha que deves fazer ou para receber a aprovação de outra pessoa. Se decides seguir em frente com um projeto, fá-lo porque gostas e porque queres aprender mais sobre isso. Só dessa maneira conseguirás chegar ao final e atingir o objetivo que pretendes.

2. Pesquisa sobre o tema

Hoje em dia podemos encontrar tudo no google. Começa por fazer uma pesquisa geral sobre o tema. Pesquisa material de qualidade para te ajudar ao longo do projeto, sejam livros, tutoriais, vídeos ou outros. É importante identificar coisas a ler para complementar o treino. Se encontrares termos que não reconheces, não te preocupes, contínua a tua pesquisa. Não ligues a detalhes porque mais tarde tudo fará sentido. Neste momento estamos focados numa pesquisa geral, evita detalhes.

3. Identifica tópicos recorrentes

Se durante a tua pesquisa vês o mesmo ponto ser referido várias vezes por diferentes autores, provavelmente é um tema importante. Por exemplo, ao pesquisar sobre meditação, todos os autores falam de como a "respiração" é importante. Isso ajuda a definir uma questão, "qual é a técnica para respirar bem na meditação?". É este tipo de lógica que tens de utilizar quando identificares um tema recorrente.

4. Fala com praticantes

Falar com praticantes é fundamental para começar o treino com o pé direito. Se tiveres algum conhecido, amigo ou familiar que façam aquilo que estás a tentar aprender, não hesites em contactá-los e fazer várias perguntas. Tenho a certeza que será uma conversa muito interessante para os dois lados. Geralmente as pessoas gostam de falar sobre aquilo que sabem fazer e assim podes adquirir informação valiosa, tal como dicas sobre o que aprender, livros a explorar e material a comprar. Conversar com alguém também ajuda a gerir expectativas sobre a capacidade que queremos desenvolver.

5. Define o nível de capacidade que queres atingir

Com a informação pesquisada até ao momento, podemos definir o objetivo final, ou seja, o nível de capacidade que queremos atingir. Por exemplo, se queres aprender a tocar guitarra, um bom objectivo pode ser aprender 6 dos acordes mais comuns e ser capaz de tocar 3 músicas conhecidas. É importante que este objectivo esteja muito bem definido para que não haja dúvidas sobre aquilo que se pretende alcançar.

6. Decompõe o teu projeto

Decompõe o teu projeto em partes mais pequenas, alcançáveis num menor espaço de tempo e define aquilo que precisas para concluir cada uma das partes.

7. Imagina o oposto daquilo que pretendes atingir

Pode parecer contra-intuitivo, mas imaginar o oposto daquilo que pretendemos atingir pode ajudar a definir aspectos importantes a considerar. Podem ser pequenas coisas a aprender, material a comprar ou cuidados de segurança a adoptar. Podes usar a seguinte lógica se o teu objetivo for aprender a andar de patins: "E se eu cair e bater com a cabeça? Ou se for contra outra pessoa?”. Isto leva-te a planear comprar um capacete, pesquisar técnicas de equilíbrio e aprender a travar.

8. Prepara o material necessário

Antes de começar a treinar, compra ou organiza tudo aquilo que vais precisar para aprender. Se precisares de comprar uma guitarra, faz uma pesquisa sobre aquela que está adaptada às tuas necessidades. Se queres aprender a programar, garante que tens os programas instalados e tens uma boa cadeira para te sentares enquanto praticas. Trata de tudo isto antes de começar para evitar estar constantemente a rever o material que utilizas.

9. Elimina distrações

O objetivo com estes passos é aprender rapidamente. Portanto é necessário eliminar todas as distrações durante o estudo ou treino para obter a maior eficácia. Desliga a internet, fecha a porta do quarto, coloca o telemóvel no silêncio, tudo.

10. Dedica 1/1h30 por dia ao teu treino

Aloca 1h30 por dia ao teu treino, com 15 minutos de intervalo a meio. Evita fazer muitas horas seguidas porque não estás a dar tempo para o cérebro processar o que estás a aprender, aumentando o tempo total de treino que irás precisar. Dependendo da capacidade que estás a tentar desenvolver, ou da tua personalidade, podes também fazer 4 ou 5 séries de 20 minutos. Nos intervalos descansa a cabeça, não vás a correr para a internet. Aproveita para dar uma volta, beber um copo de água ou ir à casa de banho.

11. Treina ou estuda à noite

Estudos apontam que treinar até 4 horas antes de ir dormir melhora a capacidade do cérebro “cimentar” os conhecimentos. Se conseguires, treina ou estuda pouco tempo antes de ir dormir. Este efeito é aumentado em capacidades que envolvam memória muscular, como aprender malabarismo.

12. Faz uma agenda de treino

É importante ser certo quanto ao treino. Precisas de treinar todos os dias, ou quase todos os dias se queres ver resultados. É mais fácil adquirir um hábito se definires uma hora específica do dia para treinar. Podes facilitar ainda mais associando o treino a um outro hábito ou momento, por exemplo, treinar depois do jantar ou 1 hora antes de ir dormir.

13. Cria sistemas de feedback rápidos

Quanto menor a diferença de tempo entre a tua ação e a percepção do resultado, mais rapidamente aprendes. É extremamente importante saber se estamos a fazer uma coisa bem ou mal, de modo a pular de alegria ou corrigir qualquer coisa. É fácil obter esse feedback em alguns projetos, como por exemplo, aprender a programar. Ao fazer uma alteração no programa, vês logo o resultado. Por outro lado, no malabarismo, é mais difícil obter esse feedback, porque tens uma visão em primeira pessoa do que estás a fazer. Podes no entanto filmar e ver frequentemente esses vídeos. Desenvolve um sistema de feedback rápido adaptado ao teu projeto e vais evoluir mais rapidamente.

14. Cria checklists ou rituais

Se o que queres aprender envolve uma preparação recorrente, cria uma checklist de forma a não esquecer algo importante. Jogadores de basquetebol usam um conceito parecido, desenvolvendo um ritual para fazer um lançamento parado. Assim sabem a postura que devem preparar para aumentar a probabilidade de encestar.

15. Reforça conhecimentos e repete para memorização

Na faculdade tive de estudar um livro enorme de metabolismo e endocrinologia. A técnica que utilizei para memorização foi ler o livro 4 vezes. Da primeira vez não fiquei com quase nada na cabeça, então fui repetindo o processo. O mais engraçado é que nunca estive preocupado em decorar, apenas li com atenção e tentei compreender aquilo que estava escrito. Ao final de 4 leituras tinha memorizado os processos naturalmente. E mais, foi muito mais divertido desta maneira.

16. Faz previsões de como as coisas devem funcionar e testa-as

Quanto mais aprendes, mais criativo ficas. Aproveita-o e faz previsões sobre a maneira como as coisas funcionam. Por exemplo, imagina que estás a jogar um jogo de xadrez e tens ideia para uma jogada que achas que vai ter um bom resultado. Testa-a e descobre por ti próprio. É a juntar ideias que vais inovar e aprender mais depressa.

17. Não gastes tempo em detalhes

Como estás a tentar aprender o mais rapidamente possível, aponta para quantidade e não entres em detalhes. Se não o fizeres, vais perder tempo e ficar frustrado. É muito importante veres resultados no início para te sentires bem e continuares a treinar. Mais tarde podes voltar atrás e é garantido que irás perceber qualquer qualquer coisa muito mais rapidamente.

18. Foca a tua energia em apenas 1 projeto de cada vez

Evita ter mais que um projeto deste tipo ao mesmo tempo. Queres estar focado num desafio e não a pensar noutro que vais fazer a seguir. Estudos apontam também que o que aprendes numa área pode interferir com outra coisa que estás a aprender, principalmente se forem capacidades parecidas.

19. Pratica pelo menos 20 horas

No livro "As primeiras 20 horas", é aconselhada a pratica de pelo menos 20 horas em cada projeto. Precisas de quebrar a barreira da frustração, ou seja, aquelas primeiras horas que pouco ou nada sabes fazer. Neste livro, Josh Kaufman, apresenta o projeto em que aprende a escrever num layout não-QWERTY para computador. Este está mais optimizado para a escrita no computador e evita lesões. No entanto, no início da sua prática, o Josh passou de uma velocidade de escrita de 60 palavras por minuto para apenas 5. Nessa altura era muito fácil ter desistido e voltar para a sua zona de conforto. No entanto, definiu à partida que queria dedicar pelo menos 20 horas ao treino e atingiu o objetivo pretendido.

20. Começa já!

Não esperes pelo momento certo para começar a fazer aquilo que gostas. Se tens uma boa ideia para um projeto começa agora. Se esperas, nunca irás desenvolver as capacidades que consideras importantes. Escolhe já um projeto interessante e começa a pesquisar sobre o tema.

Com este post organizei as ideias que tinha sobre técnicas para acelerar a aprendizagem. Sei que o post é extenso, mas pensa nisto como uma lista de coisas que deves fazer ao começar um novo projeto. Espero que te ajude a cumprir os teus objetivos. 

Neste momento estou a utilizar esta lista para estudar meditação e a desenvolver um método para adquirir um hábito duradouro. Irei partilhar esse conhecimento num próximo post.

Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

Como aprender malabarismo em 1 hora!

Tendo finalizado 20 horas de treino a aprender piano há duas semanas, chegou a altura de "agarrar" um novo desafio. Não é necessário aprender sempre algo difícil porque também é divertido saber fazer qualquer coisa nova que requer poucas horas de treino. Foi por essa razão que decidi aprender a fazer malabarismo.

O meu objectivo é muito simples: aprender a fazer malabarismo com 3 bolas. O que levanta outra questão, quais são as bolas que devo utilizar? Sei que existem bolas especializadas em malabarismo mas não queria gastar dinheiro. Pensei utilizar laranjas, mas comecei a imaginar sumo na carpete! Outra ideia seria encher balões com areia, mas sou demasiado preguiçoso para os ir comprar e ir à praia (a 100m de minha casa) encher os balões. No final a solução estava na minha secretária, "bolas de ténis". São perfeitas porque têm um bom tamanho para malabarismo e, melhor que tudo, caem no chão e saltam (e eu sei que elas vão estar sempre a cair).

Material necessário para aprender malabarismo.
Isto é uma skill fácil de aprender, contudo é importante pesquisar qual é a melhor técnica antes de começar a treinar de forma a alcançar os melhores resultados no menor espaço de tempo. As duas ideias mais fortes a reter do malabarismo são:
  1. Na maior parte do tempo existe apenas 1 bola no ar. Só existem 2 no momento em que lançamos uma bola para receber a outra que está no ar. Ou seja, só temos de largar a bola da mão quando outra está a chegar à mesma mão.
  2. Para evitar colisões das bolas devemos lançar uma bola por dentro e receber a que está no ar por fora. É mais fácil perceber este conceito no vídeo abaixo.

O mais difícil no malabarismo é ter a sensibilidade de lançar uma bola para o ar quando outra está quase a chegar à mão. Na minha opinião, este é a melhor sequência de treino para dominar esta skill.
  1. Lançar uma bola de uma mão para a outra.
  2. Colocar uma bola em cada mão, lançar a bola com a mão direita e quando esta estiver quase a chegar à mão esquerda, lançar a bola com a mão esquerda e apanhar a bola que vem do ar. No fim, apanhar a segunda bola com a mão direita. Repetir novamente mas começando com a mão esquerda.
  3. Aprender malabarismo com apenas 2 bolas e uma só mão. Lançar uma bola para o ar e quando esta estiver quase a chegar à mão, lançar a outra e assim sucessivamente. Também se pode saltar este ponto. Pela minha experiência isto é tão difícil quanto fazer malabarismo com as 3 bolas. Exemplifico no meu vídeo mais em baixo.
  4. Treinar sequência com 3 bolas no chão contra uma parede, tal como é explicado no vídeo acima.
  5. Experimentar a mesma coisa no ar.
É durante o sono que o corpo ganha memória muscular. Estudos apontam que se formos dormir até 4 horas depois de treinar vamos consolidar melhor o que aprendemos, sobretudo em skills que envolvem memória muscular Portanto sugiro um treino de apenas 20 minutos por dia, pouco tempo antes de ir dormir.

Tenho de confessar que falhei quanto ao treino porque não defini logo de início quando e quanto tempo queria treinar por dia e portanto treinei quando me lembrei! Da minha experiência (que demorou mais de uma semana, por falta de organização), é apenas necessária 1 hora de treino para aprender malabarismo com 3 bolas, perfeição à parte. Juntado os 20 minutos de cada dia, deverão ser necessários 3/4 dias para aprender malabarismo. Aqui fica um vídeo meu com 1 hora de treino de malabarismo:



Como se pode ver, estou longe da perfeição. O mais difícil é fazer um bom arco com as bolas de ténis para que elas não colidem. Como tenho dificuldade nisso, vou acumulando erros e no final já estou a fazer malabarismo fora do ângulo da câmara.

É bom aprender qualquer coisa difícil, investir 20 horas de treino e no final estar feliz pelo resultado atingido. No entanto, como já disse, há coisas que se aprende em pouco mais de 1 hora e das duas uma, ou são divertidas ou dão muito jeito.

Já finalizei a leitura do livro "As primeiras 20 horas", onde Josh Kaufman explica como aprender qualquer coisa rapidamente. Irei fazer um post sobre isso no "O Macaco de Imitação" e juntar algumas ideias que tenho sobre essa matéria. Até lá!

Série "Piano", Horas 16 a 20 - Finalização à Engenheiro!

E assim chega ao fim o primeiro desafio de 20 horas do "O Macaco de Imitação"! Mas antes de fazer o resumo destas 4 últimas semanas de treino de Piano, tenho para partilhar as últimas 5 horas. Na verdade tenho de confessar que fiz batota esta semana porque pratiquei pouco. No entanto, deixei o Engenheiro que há em mim tomar conta deste treino e desenvolvi uma ferramenta para me ajudar nos próximos tempos enquanto pianista (sim, porque não vou parar de praticar).


Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:


Esta semana começou com normalidade, apenas um tipo a aprender piano e a tocar umas músicas bacanas. Depois deparei-me com um problema! Como já aqui disse, também toco guitarra e tenho usado muito dos conhecimentos que já tinha para acelerar o processo de aprender piano. Para isso tenho andado no banco de tabs do UltimateGuitar, pesquiso músicas que gosto e que tenham apenas acordes e depois toco-as no piano. Só com isso tenho-me divertido muito! Mas a sede de aprender mais não desaparece e apeteceu-me tocar outras coisas, por exemplo, um solo de guitarra no piano. O meu problema estava em como converter tabs com o aspeto daquela que apresento em baixo, em notas que eu consiga tocar no piano (C, G, F...).

Tab do início da música "Starlight" dos Muse:
e--11----11-12----12-11--11---11-12----12-11----| B----12-------14-------14--12------12--------14-|G------11-------13-----------13------13---------|D-----------------------------------------------|A-----------------------------------------------|E-----------------------------------------------|

E porquê querer converter? Porque é muito fácil encontrar tabs de guitarra que de piano. Ora...mas como fazer esta conversão? Como podem ver acima e tal como já expliquei aqui, cada linha é uma corda da guitarra, com a primeira representando a corda de baixo da guitarra e a última representando a primeira corda. Depois cada número nesse esquema indica que tenho de tocar aquela corda, com o dedo naquela posição do braço. Cada uma das cordas tem uma afinação, que também está indicada no esquema acima.


Matt Bellamy, vocalista dos Muse. Um boss no piano, na guitarra, na voz...
O que percebi foi que, por exemplo, a primeira corda da guitarra tocada livremente dá uma nota E. Se eu tocar a mesma corda com um dedo na 1ª posição do braço da guitarra, estou a tocar um F. De seguida, se colocar o dedo na 2ª posição e tocar essa mesma corda, vou tocar um F# e por aí fora. É só seguir a ordenação das teclas do Piano! Incrível! Outro exemplo: se tocar a 3ª corda da guitarra (afinação em D), com o dedo na 2ª posição do braço, vou estar a tocar a nota E. Done! Conversão feita. A tab acima pode ser convertida para as notas: D#, B, F#, D#, E, C#, G#,  E, D#, C#, D#, B, G#, F, E, B, G#, E, D#, C#.

Quando descobri que a conversão era fácil e que agora podia tocar os "solos" de guitarra, fiquei em pulgas para converter uma série de músicas. Agora já podia tocar Arctic Monkeys, parte de acordes e solo ao mesmo tempo! Depois percebi que converter cada uma das tabs dava um trabalhão incrível! Tenho de estudar a afinação de cada corda, ver qual é a posição que deve ser tocada na guitarra, determinar qual a nota correspondente e depois escrever num papel....não tenho paciência para isto. Então foi aí que o Engenheiro acordou! Decidi fazer um pequeno programa para fazer esta conversão mais rapidamente, para depois poupar tempo para o verdadeiro treino:
Conversor Guitarra-Piano, desenvolvido por mim.
Com este programa posso editar manualmente uma tab de guitarra na matriz que está representada. Ao lado posso até mudar a afinação da corda, o que é necessário algumas vezes. Cada linha representa uma corda e cada coluna uma instância no tempo. Portanto cada par (linha, coluna) é uma nota na guitarra. Posso até colocar várias notas ao mesmo tempo preenchendo vários números na mesma coluna, o que significa que naquele momento estou a tocar um acorde. Depois posso clicar em "Convert" e ele coloca-me as notas que devo tocar no Piano. Na imagem acima podemos ver a sequência de notas que corresponde à música "Starlight" acima. Aqui, em vez de preencher a tab manualmente na matriz, carreguei um ficheiro .txt e a conversão foi automática. Ainda tem algumas coisas a melhorar, mas assim é muito mais engraçado tocar Piano, ahah! Já agora, se estiveres interessado neste programa envia-me uma mensagem!

Depois disto tive de ir experimentar umas músicas, como é óbvio! Deixo aqui algumas músicas muito fixes e fáceis de tocar. Coloco aqui também umas gravações feitas à pressão, ahah:


Muse - New Born (Acordes)
Muse - New Born (Solo)
Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Acordes)
Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Solo)
Coldplay - Green Eyes (Acordes)
Radiohead - Creep (Acordes)
Chet Faker (Acordes)
SOJA - Gone Today (Acordes + Solo)

Arctic Monkeys - Mardy Bum (Acordes)
Arctic Monkeys - Mardy Bum (Solo)


Arctic Monkeys - Only One Who Know (Acordes)


Coldplay - The Scientist


E a que se resume estas 20 horas de treino? Desta experiência confirmo a teoria do Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours". É possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em tão pouco tempo como 20 horas, 1 horinha por dia durante 1 mês com direito a descanso ao fim-de-semana, ahah. Durante as últimas 4 semanas aprendi as notas no piano, todos os acordes principais (já agora, aqui fica uma biblioteca de acordes), escalas, teoria importante para improvisar no piano, como ler tabs de piano, como adaptar as tabs de guitarra (fáceis de encontrar) para tabs de piano (difíceis de encontrar), treinei muito e consigo tocar grande parte das músicas (versão simplificada, claro!). E vou continuar a treinar, porque acho que o Piano é um grande instrumento! Desafio-te a tentar o mesmo! Se tiveres aí um piano perdido em casa, experimenta 20 horas de treino! Vais ver que no fim estás um grande boss!

O bom deste tipo de desafios é que pode ser aplicado para aprender muitas coisas diferentes. Há método para aprender tudo e rápido! Deixo-te aqui algumas sugestões, se sempre quiseste aprender alguma coisa (piano, yoga, xadrez, cozinha, tennis...) e não sabes como treinar de forma a ter bons resultados com poucas horas de treino:
  1. Define à partida o teu objectivo porque é este que vai guiar o teu treino. O que queres saber fazer no final das 20 horas? Sê realista!
  2. Pesquisa material de qualidade para te ajudar a cumprir esse objetivo. Faz uma pesquisa no google, procura bons livros, encontra tutoriais na net, etc. Hoje em dia tudo se pode aprender no google.
  3. Conheces alguém que domine aquilo que queres aprender? Fala com essa pessoa, pede-lhe conselhos, pergunta-lhe por onde deves começar.
  4. Tens algum amigo que queira aprender contigo? Desafia-o a treinar contigo. Torna tudo mais fácil porque se podem motivar os dois para alcançar o objetivo final.
  5. Começa a treinar logo que tenhas tudo definido e os materiais por onde vais estudar preparados. Não prepares em demasia! 
  6. Evita treinos de várias horas por dia. O teu corpo precisa de ganhar memória muscular e a tua mente necessita de assimilar aquilo que estás a aprender. Aconselho apenas 1h por dia! Se puderes treina ou estuda à noite, porque durante o sono o teu cérebro tem o poder de assimilar tudo muito melhor.
  7. Evita distrações durante a tua hora de treino. Fecha a porta do quarto, desliga a internet e coloca o telemóvel em silêncio!
  8. Evita estudar teoria muito profunda. Tens de obter resultados para estar motivado. Não te esqueças, são só 20 horas e estás a trabalhar para aprender o máximo possível durante esse intervalo de tempo. Depois do desafio, se gostaste, tens tempo para aprender mais sobre o assunto.
  9. Partilha com os teus amigos aquilo que andas a aprender! Faz um concerto em casa, prepara um jantar para os teus amigos, partilha as tuas pinturas com eles...
  10. Diverte-te! Sempre!
E com isto finalizo esta série. Espero que tenhas gostado! Eu gostei muito de aprender piano e de partilhar este desafio. Vou agarrar brevemente um outro e continuar a aprender coisas novas. Até o próximo post!


Série "Piano", Horas 2 a 7 - Construir a base!

Que grande semana para aprender! Desde o primeiro post desta série passei 6 horas a treinar piano e sinto que avancei bastante e já sei a teoria básica para conseguir aprender a maior parte das músicas. Já sou um Beethoven? Não. Mas já consigo tocar de forma rudimentar algumas músicas que também toco na guitarra

Antes de tudo, se estiveres a pensar fazer o mesmo tipo de desafio de 20 horas, é importante que as distribuas ao longo do tempo, por exemplo, 1 hora por dia durante 20 dias ou, se tirares os fins-de-semana, 1 mês. Isto é crucial para que tenhas tempo para solidificar os conhecimentos. Se conseguires treinar essa hora antes de dormir (o que é difícil neste caso porque não queres acordar o prédio!) é ainda melhor, porque durante o sono solidificas ainda mais aquilo que aprendeste.

Se quiseres também aprender piano sugiro mesmo que sigas as aulas do ZebraKeys, estão espectaculares! Fiz questão de escrever sobre truques que descobri para facilitar a aprendizagem e que eles não sugerem à partida.

Se não leste o 1º post, do que estás à espera? Caso contrário deixa-me explicar-te o processo desta semana.

2ª hora de treino

Durante esta hora segui as primeiras 7 aulas do Zebrakeys. Antes de mais, aprendi onde estão as notas no piano, os famosos Dó (C), Ré (D), Mi (E), Fá (F), Sol (G), Lá (A) e Si (B). Aconselho vivamente que aprendas as suas designações em inglês, porque é assim que as notas e acordes vão aparecer em todo o lado.

Disposição das notas no teclado.
Como podes ver pela foto, as notas seguem a ordem C,D,E,F,G,A,B. Estas notas estão sempre na posição acima e vão-se repetindo ao longo do teclado. Sugestão: escreve as notas no teclado com um lápis ou uma caneta de acetato, vai facilitar a tua vida!

Nestas lições aprendi também a definição de nota # (sustenido ou "sharp") e b (bemol ou "flat"). Estas são as teclas pretas ao lado das notas principais. # significa que é a tecla preta que está à frente e b atrás. Por exemplo, não existe no teclado E# e Fb.
Pauta dividida em measures ou bars e bar lines. Imagem retirada de http://www.guitarforanyone.com/.
Localização das notas numa pauta. A primeira tem a clave de Sol no princípio e indica o local da pauta onde o Sol está representado. A pauta de baixo tem no princípio a clave de Fá e indica o local dessa nota. Imagem retirada de http://musicaeadoracao.com.br/
E há vários tipos de notas que podem aparecer numa pauta, porque estas podem variar quanto ao tempo que devem ser tocadas.


A medição do tempo em cada measure. O 4 do topo na esquerda significa que a measure tem 4 beats e o 4 de baixo indica que um quarto de nota representa um beat, portanto essa measure aceita 4 quarter notes, ou 2 half-notes, ou 1 whole-note...Imagem retirada aqui.
Em baixo tenho a lista de todos os tipos de nota:

Tipo e duração das notas.
No final desta aula aprendi ainda duas músicas básicas, daquelas que são uma seca gigante, ahah! Com o final desta aula fiquei a saber todas as notas no teclado e como ler pautas. Tudo isto com apenas 1 hora. Porreiro!

3ª hora de treino

Nesta hora de treino, segui as aulas 8, 9 e 10 do ZebraKeys e aprendi os acordes maiores.

Existem 12 acordes maiores (major chords), 1 para cada tecla. Estes acordes são compostos por 3 notas, ou 3 teclas. A primeira é sempre a nota correspondente ao acorde que queremos. Por exemplo, se queremos tocar o acorde maior C, ou Dó, colocamos o dedo mindinho na nota C, o dedo do meio na nota E e o dedo grande na nota G.

Existe algum padrão para tocar estes acordes? Claro que sim! Descobri uma regra para tocar qualquer acorde maior! A primeira nota é sempre aquela correspondente ao acorde que queremos. A segunda tecla obtêm-se com 3 teclas de separação da primeira, e a terceira tecla com 2 teclas de separação da segunda. Fácil! É sempre a mesma regra, assim não tens de decorar os acordes, podes sempre descobrir. Podes comprovar a regra com a imagem em baixo:
Acordes maiores. Repara bem na regra: 1ª nota, 3 teclas de separação, 2ª nota, 2 teclas de separação, 3ª nota. Sempre! Imagem retirada de http://gospelshoutingmusic.com/.
E para fazer uma escala? Há regra? Sim! Tocamos a 1ª nota da escala (que pode começar em qualquer nota), depois deixamos 1 tecla de intervalo e tocamos a 2ª nota, outra tecla de intervalo e tocamos a 3ª nota, a 4ª nota é logo a tecla seguinte, novamente 1 tecla de intervalo para a 5ª nota, o mesmo para a 6ª nota, idem para a 7ª nota e depois a tecla seguinte é a 8ª nota da escala (mesma nota que a 1ª, uma oitava acima). A escala mais simples é a do C, que é só composta por teclas brancas e bate tudo certo. Fica as notas: C,D,E,F,G,A,B,C.
Escala começada em D. Reparem na regra! Imagem retirada de http://www.flstudiouser.com/.
Na aula 10 aprendi que existem os acordes primários I, IV e V para cada nota. O acorde primário I é o acorde maior dessa nota. O IV é o acorde que começa na 4ª nota da escala dessa nota, e o V é o acorde que começa na 5ª nota da escala. O exemplo mais simples corresponde à escala de C, dos quais temos os acordes C, F (que começa na 4º nota da escala de C) e G (que começa na 5ª nota da escala de C).


No Zebrakeys é indicado que com estes 3 acordes (C, F e G) se podem tocar muitas músicas populares. Vamos esperar para ver, ahah. O resto da hora foi passada a testar umas músicas e a brincar com os acordes.

4ª e 5ª horas de treino

Como passei 1 dia sem treinar, hoje pratiquei 2 horas fortíssimas, estudando das aulas 11 à 16 do ZebraKeys, que foram um pouco mais teóricas mas que valeram a pena porque aprendi mais sobre acordes e escalas.

Na aula 11 aprendi o 12 bars blues chords progression. Esta é uma progressão de acordes para blues e a base de muitas musicas rock e pop. Envolve os primary major chords (I, IV e V) da nota escolhida e são tocados assim:
    4 Primeiras measures/bars: I, I, I, I
    Segundas: IV, IV, I, I
    Terceiras: V, IV, I, I

    Depois filosofou-se que as músicas podem ser tocadas em uma de 12 notas. Eles dizem que se pode identificar pela última nota ou acorde tocado na música. Talvez...Este tipo de coisas pode ser interessante mas apenas para uma fase mais avançada.

    Aprendi a designação das notas na escala maior:

    I_________Root_________Tonic

    II________Second_______Supertonic

    III_______Third________Mediant

    IV________Fourth_______Subdominant

    V_________Fifth________Dominant

    VI________Sixth________Submediant

    VII_______Seventh______Subtonic or Leading Tone

    A aula 14 foi sobre os intervalos entre as notas. Fala de half steps, intervalo entre 2 notas que não têm notas no meio e whole steps que têm uma nota de intervalo. Normalmente os half steps são entre uma tecla preta e uma branca excepto a passagem B-C e E-F. Uma passagem do tipo C-C é uma oitava. O resto da aula foi confusa. Como estou aqui para aprender os básicos decidi não dar atenção ao resto e voltar se necessário.

    A aula 15 foi a senhora doutora aula! Aqui aprendi os acordes menores! Por exemplo, se seguirmos a escala de C temos os seguintes acordes:
    Acordes na escala de C. Imagem retirada de http://www.harmonisphere.com/.
    Por exemplo, a escala maior de acordes que começa em C, segue a escala de C maior, portanto todos os acordes começam nas teclas brancas e também têm sempre o mesmo aspecto. Tocam-se sempre nas teclas brancas (sempre com uma de intervalo). Assim temos os acordes I (C), ii (Dm), iii (Em), IV (F), V(G), vi (Am) e viiº (Bº). 

    Ó macaco, existe uma regra para tocar acordes menores?! Eu acredito que sim! Se quiseres tocar um acorde maior fazes daquela maneira que já expliquei. Primeiro dedo na nota correspondente ao acorde, segundo dedo com 3 teclas de intervalo e o último dedo com outras 2 teclas de intervalo. Para tocar um acorde menor, trocar as voltas. Primeiro dedo na nota principal, 2ª nota com 2 teclas de intervalo e 3ª nota com 3 teclas de intervalo. Para tocar um acorde diminished, fazer 2 notas de intervalo entre cada dedo. Parece-me uma regra fácil. Com estas regras consegues tocar qualquer acorde maior, menor ou diminished sem precisares de decorar algum deles!

    Decidi testar os acordes em músicas fáceis de guitarra e consegui! Este é um grande passo! Já me consigo divertir tocando umas músicas desta maneira mais simples. Já é um começo, ahah.

    Mas como fiz isto? Fui ao banco de tabs de guitarra no UltimateGuitar e pesquisei músicas simples como a One Day do Matisyahu que tem apenas os acordes C, G, Am e F que já aprendemos e comecei a experimentar no piano!

    Na aula 16 aprendi o Circle of Fifths que é interessante pois mostra os primary chords para qualquer nota:

    Os acordes à direita e esquerda de qualquer acordes são os seus acordes primários (primary chords).

      6ª hora de treino

      Nesta hora acabei as aulas de principiantes do ZebraKeys. Aprendi maneiras de tornar os acordes mais engraçados.

      Das coisas mais interessantes foi aprender os chords inversion. Ou seja, podemos tocar acordes de 3 notas de 3 maneiras distintas. Primeiro temos a que já conhecemos, com o primeiro dedo na nota correspondente ao acorde que queremos tocar. Depois temos o 1st inversion em que movemos o primeiro dedo 1 oitava para cima e a 2nd inversion onde movemos os dois primeiros dedos uma oitava para cima.
      Acorde maior de C e as suas inversões. Podemos tocar os acordes de diferentes maneiras para facilitar e suavizar a transição entre acordes. Imagem retirada de http://www.piano-play-it.com/.
      Para tornar a melodia mais engraçada também pode ser usado o Broken Chord Pattern: toca-se primeiro a 1ª nota do acorde e por fim as duas últimas. Temos também o Arppegio chord pattern: toca-se o acorde uma nota de cada vez, nesta sucessao: 1ª nota, 2ª nota, 3ª nota e 2ª nota. Usei este tipo de construção mais à frente para aprender uma música.

      Na aula 21 aprendi a escala pentatonica (que usa apenas as teclas pretas) e é impressionante. As músicas ficam sempre bem com qualquer combinação de notas nesta escala. Tem aqui o som para conferires:


      Na aula 22 aprendi a whole tone scale, uma escala de 6 notas apenas, em que a separação entre elas é exactamente 1 tom, ou seja, separadas entre um tecla cada uma, o que faz com que as notas sejam a C,D,E e as 3 teclas pretas à frente.

      Depois desta faze de principiante está na altura de aprender umas músicas! Voltei ao site que tinha identificado no 1º post onde encontrei algumas músicas supostamente fáceis de tocar!

      Escolhi começar a aprender a música "Someone Like You" da Adele! Pareceu-me a mais interessante dentro deste leque. No vídeo abaixo tem a explicação de como tocar as 4 partes distintas da música:



      Sobrou pouco tempo nesta hora para aprender a música e fiquei apenas pelo intro e verso em que se usa a mesma sequência. Esta música envolve grande ginástica dos dedos com a mão esquerda porque toca a mesma nota em 2 oitavas diferentes, o que estica a minha pequena mão ao máximo. A mão direita toca Arpeggio, aquele pattern que já descrevi em cima.

      7ª hora de treino

      Durante esta hora voltei a treinar o "Someone Like You" da Adele. Sinceramente está um bocado complicado mas acho que estou a aprender muito. Já consegui absorver mais um pedaço da musica. Estou a metade!´

      Esta semana passou a correr mas sinto que com apenas 7 horas de treino já avancei bastante. Conheço agora os fundamentos teóricos básicos, sei as notas no teclados, acordes maiores e menores, já treinei algumas músicas básicas, consigo acompanhar as tabs de guitarra com os acordes que aprendi no piano (de forma rudimentar mas divertida) e estou já a treinar uma música mais top.

      Talvez tenha dado um salto muito grande quando decidi aprender esta música da Adele pois é complicada e vai-me consumir muitas horas de treino. Encontrei umas músicas mais simples mas igualmente porreiras no YouTube que acho que compensa explorar para a próxima semana. Mas isso logo se vê.

      Continuarei nesta aventura de 20 horas durante a próxima semana. Até lá! 

      Segue para o 3º post desta série aqui.

      Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

      Série "Piano", Hora 1 - Preparação

      No 1º post do "O Macaco de Imitação" falei na ideia de começar projetos de 20 horas (inspirado pelo livro do Josh Kaufman que ainda não li! Ahah). Segundo esse senhor, é possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em apenas 20 horas. É um dos objetivos deste blog testar essa teoria.

      Primeiro que tudo, para aprender qualquer coisa nova é preciso ter um objetivo. Decidi para primeiro desafio aprender a tocar piano porque adoro música, tenho um piano a ganhar pó no quarto, já toco guitarra há uns anos e por isso acho que vou ter mais facilidade para aprender um novo instrumento e, mais que tudo, quero tocar sons do Chet Faker!! Ahah

      Por onde começar esta aventura? Investir a primeira hora a fazer um plano de estudos e a pesquisar material de qualidade online que me ajude a cumprir os objetivos. No final deste desafio gostava de saber tocar uma música mesmo bacana, nada daquelas músicas chatas que alguém aprende quando começa a tocar piano.

      A minha máquina de fazer música!

      Objetivos:

      Segundo a minha pesquisa e os meus objetivos, as peças fundamentais a dominar nestas 20 horas são:
      1. Conhecer o teclado. Saber quais as notas de cada tecla e aprender os acordes.
      2. Aprender a ler tablaturas. Se o souber, posso pesquisar tabs online e depois treinar as músicas sozinho, tal como faço na guitarra.
      3. Treinar algumas músicas fáceis apenas o suficiente para aprender a coordenar as mãos direita e esquerda.
      4. Aprender uma ou mais músicas muito top, mas relativamente fáceis de tocar.

      Material online:

      Encontrei muito material online e felizmente encontrei algumas coisas grátis:
      • ZebraKeys - Este website parece estar muito bom. Neste link tem 50 lições completamente grátis para aprender a tocar piano. É por aqui que vou começar.
      • Canal Lypur - Neste canal do youtube há também várias lições de piano. Mas parece-me que o senhor apalhaça muito nos vídeos e faz-nos perder tempo precioso.
      • http://lacefieldmusic.com/learn-popular-songs/ - Várias músicas fixes e relativamente fáceis de tocar.
      E o plano não é mais do que isto. Hoje já fiz a primeira hora de treino, seguindo as lições do ZebraKeys e tenho-vos a dizer que foi muito produtiva. Mas sobre isso no próximo post! Até lá!

      PS: Chet Faker!


      Segue para a 2ª parte desta série aqui.

      Como aprender a tocar guitarra. É mais fácil do que parece!

      Sempre quiseste aprender a tocar guitarra mas pensas que é muito difícil e não tens tempo e dinheiro para investir em aulas? Tens uma guitarra em casa a ganhar pó e queres libertar o Jimi Hendrix que há em ti? Aprender este instrumento pode ser muito mais fácil do que pensas! Eu acredito que as pessoas sobrestimam a dificuldade em aprender algo novo. Às vezes basta um bom livro para te ensinar muitas coisas novas e criar as bases para aprenderes ainda mais.

      A ciência está aqui: qual é o teu objectivo ao aprender guitarra? Queres ser o mestre nesta arte e saber tudo sobre a teoria da música ou queres apenas saber tocar músicas para te divertires?

      Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours" afirma que podes aprender e ser razoavelmente bom em qualquer coisa em apenas 20 horas. Para isso basta definires o teu objectivo e aprenderes os 20% da arte que te trazem 80% dos resultados.

      Passos para aprender guitarra:

      1. Aprender a ler as tablaturas, ou seja, saber onde colocar os dedos para tocar certo acorde e música. O banco de tabs é o UltimateGuitar.com.
      2. Aprender os acordes base (C,G,D,A...) no contexto de uma música muito simples de tocar, como a famosa "Dunas" do GNR. Deixa de parte acordes mais complicados, com travessões por exemplo (em que usas um dedo para tocar todas as cordas) e foca-te nos acordes básicos. Não tens noção quantas músicas consegues aprender com apenas 4 acordes.
      3. Quando já souberes ler bem tabs e dominares os acordes básicos, começa a aprender aqueles mais complicados, como o Fá (F) por exemplo, que envolvem mais ginástica. Escolhe sempre músicas para treinares estes acordes. Para este exercício aconselho a música "Flake" ou "Rodeo Clowns" do Jack Johnson.
      4. Treina músicas com diferentes ritmos, treina a mão direita na guitarra, para tocares guitarra de forma menos mecânica.
      5. Toca algumas músicas com dedelhado. Aconselho a "Good Riddance" dos Green Day.
      6. Quando chegares aqui, sabendo ler tabs, já podes tocar tudo. O céu é o limite. Ahah
      Agora já sabes que aprender a tocar guitarra não tem de ser difícil, não tens de gastar dinheiro e podes aprender por ti mesmo. E é divertido! Se pensares bem, a música faz parte da tua vida. Consegues relacionar episódios passados com certas músicas. Há aquelas que servem para quando estamos felizes e outras que nos ajudam a levantar o espírito em tempos menos bons. Conseguires fazer música ou reproduzires aquelas que mais gostas é simplesmente espectacular. Estás ainda a desenvolver uma nova skill, a criar novas redes neuronais, a estimular a tua criatividade, a conhecer coisas novas...só vantagens!

      Aprender uma música simples na guitarra:

      Mas chega de conversa, tu queres é aprender tocar guitarra e rápido! No resto deste post vou ensinar-te a tocar uma música fixe (sem tirar mérito às Dunas, que, vamos ser sinceros, é uma grande seca). A música que escolhi é a "Last Kiss" dos Pearl Jam, que tem apenas 4 acordes.

      E o que é isso de um acorde? É simplesmente uma coleção de notas tocadas ao mesmo tempo. E uma nota é aquilo que acontece quando tocas uma corda enquanto tens o dedo numa das divisões da guitarra (usando todos os termos técnicos, Ahah). A sequência de acordes para esta música, bem como a letra, estão disponíveis aqui!

      Ao abrir essa página verás a letra da música e algumas letras em cima das palavras. Estas são os acordes Sol (G), Mi menor (Em), Dó (C) e Ré (D). Tens de tocar o acorde apresentado quando chegas àquela parte da música. Nesta começas com o acorde G e quando a música chegar a "baby" mudas para o acorde Em. Tenta apanhar o ritmo a partir desta cover que encontrei no youtube:


      Mas agora não sabes tocar essa coisa do acorde não é? Calma, é facil. Reparaste que o acorde em cima da letra está numa cor diferente? Se passares lá o rato vai aparecer o esquema do acorde, ou seja, o conjunto de notas que o representa. 

      Por alguma razão que desconheço (eu sou daqueles que ignora a teoria musical à grande!), a primeira linha deste esquema corresponde à última corda da guitarra. Os pontos pretos significam as notas que tens de tocar e os números que lá aparecem correspondem ao dedo que deve estar nesses espaços, contando a partir do indicador (1) até ao mindinho (4). Para tocar o primeiro acorde (G, Sól) coloca o teu dedo indicador na segunda corda, segunda posição, o dedo seguinte na corda do topo, terceira posição e teu anelar na última corda, terceira posição. Com os dedos nestas posições, toca todas as cordas com a mão direita.

      Já fizeste? Parabéns! Este foi o teu primeiro acorde! De seguida segue a mesma lógica, aprende os restantes acordes, treina o ritmo da música e depois mostra a quem estiver em casa o Eddie Vedder que há em ti.

      Espero que agora estejas mais motivado a aprender a tocar guitarra. Queres aprender umas quantas músicas fáceis? Segue para esta página que tem bastantes músicas com acordes simples como os da "Last Kiss".

      Não existe um momento certo para começar a aprender qualquer coisa nova. Não esperes pelo próximo mês, pelo novo ano, por aquela altura em que vais finalmente acabar qualquer coisa que estejas a fazer neste momento e te tem ocupado algum tempo. Começa agora! Consegues aprender a tocar guitarra unicamente pela web e com algum treino. Tens um amigo que também sempre pensou em começar a tocar guitarra? Junta-te com ele e aprende em conjunto, é bem mais fácil. Mesmo que não tenhas muito tempo, toca apenas 15 minutos por dia e vais ver que daqui a um mês vais impressionar muita gente.

      Gostaste deste post? Partilha e Comenta! Já és um profissional nesta arte? Aconselha umas músicas para principiantes. Queres saber mais sobre como aprender guitarra? Expõe as tuas dúvidas!

      E, mais do que tudo, diverte-te!

      Olá Mundo

      Tipicamente, quando se começa a aprender a programar, o primeiro script serve para imprimir a famosa mensagem "Hello World". Numas linguagens é mais fácil escrever que outras. Temos o simpático Python e o Java que é o seu primo mais chato.

      Isto aqui não é programar, não te preocupes. É escrever. Aqui é facil, é só escrever "Olá Mundo". E hoje podemos escrever mais, sobre o que é "O Macaco de Imitação". Ainda não é nada, é uma ideia, é um projeto que nasce de querer aprender mais, de querer partilhar, com quem estiver a ler, o gosto por tudo, por viajar, pelo conhecimento e ocasionalmente sobre coisas tão variadas como o Surf e livros engraçados.

      O meu background é em Engenharia mas sempre gostei de tudo um pouco, por isso tirei Engenharia Biomédica, o curso que mais tudo é e que no entanto não chega a ser suficiente de alguma coisa. Nele aprendi coisas variadas como biologia e electrónica, ciências médicas e mecânica, química e informática. Mas 
      é disso que eu gosto, de variedade, pois considero que se souber de tudo um pouco, vou conseguir perceber melhor o mundo e criar coisas diferentes, criando pontes entre vários ramos do conhecimento. 

      "O Macaco de Imitação" é um espaço onde eu vou explorar a aprendizagem. Pretendo começar vários projetos mensais onde me comprometo a aprender qualquer coisa. Num mês isso poderá ser cozinhar (a nível top claro! ahah), aprender a fazer cerveja, yoga, aprender a ler as estrelas...e com isso irei partilhar aquilo que aprendi e desmistificar as famosas 10.000 horas para aprender qualquer coisa, que na verdade são 10.000 horas para se ser um expert em determinado campo. Mas muitas vezes não é isto que queremos, queremos apenas ser bons a fazer alguma coisa e isso podemos alcançar em tão pouco como 20 horas (tal como Josh Kaufman afirma).

      Não acreditas?! Continua a seguir "O Macaco de Imitação".