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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

3 meses e 3 hábitos

O Macaco de Imitação é sobre aprender coisas novas e sobre aceitar (e concluir) novos desafios. Já partilhei aqui as minhas experiências sobre aprender piano em 20 horas, aprender malabarismo, estar uma semana (168 horas) sem internet e fazer exercício, meditar e escrever durante 30 dias.

Em fevereiro tive outra ideia – ganhar 6 novos hábitos nos próximos 6 meses. Inspirado pela falta de resultados das resoluções de novo ano, decidi tentar ganhar hábitos mais lentamente, um de cada vez, para garantir que teria sucesso e que seriam hábitos de longa duração. Já estou no 4º hábito deste desafio.

Há ainda hábitos mais importantes que outros - aqueles que facilitam o ganho de outros hábitos. Por exemplo, se eu faço exercício regularmente, é mais fácil começar a comer melhor. Esses hábitos-chave devem ser os primeiros a trabalhar. Fazer as coisas mais lentamente e focar em hábitos-chave foram as "teorias" que eu inclui neste grande desafio.


Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg. Sugiro a leitura de um artigo passado sobre como ganhar ou quebrar um hábito.

Hábito 1 - Concentração

No primeiro mês dediquei-me a aumentar a concentração. Estive um mês a "aprender" a depender menos das redes sociais, emails e notícias. Além disso eliminei quase por completo um hábito muito estúpido que é partilhado pelo povo - mexer continuamente no telemóvel enquanto estamos com amigos no café. 

No final do mês sentia-me mais concentrado no trabalho, no lazer, ou em qualquer coisa que estivesse a fazer. E por depender menos de gostos, comentários, visualizações e afins, consegui diminuir a ansiedade que sentia há algum tempo

Foi um hábito importante para conseguir fazer mais em menos tempo e com menos stress. Ajudou-me bastante no ganho dos hábitos seguintes.

Esta é a minha ideia da malta que não se desconcentra com redes sociais, notícias ou emails, e faz aquilo que tem a fazer. Foto de pixabay.com

Hábito 2 - Organização

Dediquei o 2º hábito a aprender a "fazer mais e pensar menos". Na prática, defini um método para não me esquecer das coisas importantes, para não pensar tanto e não deixar coisas na cabeça, definir objetivos mensais, semanais e diários, e garantir que as coisas importantes são feitas. Não consigo deixar de realçar a importância deste hábito e sugiro a leitura desse artigo onde explico com grande detalhe o que fiz durante este mês. 

É muito importante definir objetivos para garantir que estamos a trabalhar, ou a dedicar o nosso tempo livre, às coisas certas. Sem objetivos e sem tracking daquilo que temos de fazer, e quando o temos de fazer, andamos à deriva. E se durante o dia estamos continuamente a pensar em tudo o que temos para fazer, facilmente nos desconcentramos da tarefa em curso. É importante resolver isso para ter um dia-a-dia com menos ansiedade e focado naquilo que interessa.

O cérebro do não-procrastinador. Imagem tirada do meu blog favorito, WaitButWhy.

Hábito 3 - Meditação

O 3º hábito dos 6 meses e 6 hábitos, meditação, trabalhou nos campos da concentração e gestão de stress. Esta foi, talvez, a minha 7ª tentativa para começar este hábito, mas parece que desta vez está ganho. Parece fácil estar sentado e não fazer nada durante 5 ou 10 minutos. Mas sem a preparação e motivação certas, qualquer um desconcentra-se e vai deixando passar alguns dias sem meditar.

Meditar tem vindo a revelar-se, por diversos estudos, como um dos melhores hábitos para uma vida saudável e feliz. Aconselho a qualquer um experimentar 5 minutos de meditação por dia. No final deste mês e meio de meditação, sinto-me mais calmo e em controlo dos meus pensamentos. Não estou como as pessoas da primeira foto deste artigo, nem perto, mas até pequenas melhorias na corrente de pensamentos têm resultados muito positivos.

Foto tirada no topo da Serra de Monchique, no verão de 2013. Por razão desconhecida, o terreno tinha centenas destas "construções" de pedra ao qual associamos a meditação e budismo (sinceramente, não conheço a ligação, mas deve ser uma metáfora ao equilíbrio da alma ou assim). Já nesta altura pensava em começar a meditar.

Próximos hábitos

Há que realçar uma coisa – eu continuo a praticar estes hábitos que escrevi acima. Estes hábitos não são desafios de 30 dias, que ao final do mês são esquecidos. O objetivo deste grande desafio é, ao final de 6 meses, ter um leque de 6 novos hábitos que, potencialmente, servem para ter uma vida mais feliz, saudável e focada naquilo que realmente interessa.

Já comecei a fazer o 4º hábito – exercício físico regular. Nos próximos 30 dias quero fazer desporto, pelo menos, 3 vezes por semana, seja esse surf, corrida, ténis, ou mesmo andar de skate. O que importa é fazer desporto regularmente.

Se estás interessado nesta série de hábitos, convido-te a seguir o resto dos "6 meses e 6 hábitos". Convido-te também a partilhar as tuas experiências nos comentários e a enviar um email para O Macaco (omacacodeimitacao@gmail.com) sobre estes e outros assuntos. Até um próximo hábito.

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Artigos relacionados:

30 dias de concentração (hábito #1) - 6 meses e 6 hábitos

Está visto que as resoluções de novo ano não resultam. Dizemos que desta vez é que é, e que vamos começar a comer bem e a fazer exercício todos os dias e, passados dois meses, nada.

Pensei um pouco sobre isso e decidi que, para fazer mudanças, tenho de apostar em hábitos - passar a fazer certas coisas importantes, regularmente, para conseguir fazer mais e/ou melhor e ser mais feliz. E decidi que esses hábitos devem ser adquiridos um de cada vez, para que, por um lado, sejam fácies de ganhar e, por outro, sejam duradouros. Decidi e comecei o novo, e mais importante, desafio d'O Macaco de Imitação - 6 meses e 6 hábitos. Este é o segundo post desta série.

Tal como estes aprendizes, vou tentar melhorar a minha concentração para um nível superior. Foto de pixabay.com

30 dias de concentração

Os hábitos não são todos iguais. Há hábitos mais importantes, como por exemplo, fazer exercício físico. Ao fazê-lo regularmente, conseguimos facilmente adquirir outros hábitos, porque temos mais energia e motivação, mas também porque esse hábito combina bem com outros, tal como aprender a comer melhor. 

Há também outro hábito muito importante - a concentração. Quem se concentra naquilo que faz - seja no trabalho, seja em projetos pessoais, ou até na conversa que tem com amigos enquanto bebe cerveja - tem mais sucesso, é mais tranquilo e é mais feliz. Por isso decidi fazer deste hábito o primeiro do desafio.

Há um mês defini um objetivo muito simples - eliminar as "visitas" às redes sociais e outros sites, principalmente, mas não exclusivamente, enquanto trabalho.

A deixa, a rotina e a recompensa

Como escrevi neste post, um hábito tem 3 partes: a deixa, a rotina e a recompensa. Para ganhar, ou, neste caso, eliminar um hábito, há que perceber todas essas partes.

Pesquisei sobre procrastinação (ou deixar para amanhã o que pode ser feito hoje), analisei o meu comportamento, e aquilo que queria eliminar. Percebi que visitar o Facebook, o YouTube, e os sites de notícias, enquanto devía estar concentrado noutra coisa, é uma fuga. É fugir de uma tarefa aborrecida, ou que está mal definida, e fazer algo que tem regras muito claras e que, por isso, é viciante.

Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg.
Percebi que a desconcentração, pelo menos no meu caso, é estimulada por 4 coisas:
  1. Notificações do telemóvel.
  2. Barra de marcadores do Chrome (ou de outro qualquer; não tenho nada contra a Google).
  3. Não saber o que fazer a seguir.
  4. Não saber como resolver o problema seguinte.
E depois percebi o quão fácil é resolver estes 4 pontos, e concentrar-me melhor em qualquer coisa. Foi isso que fiz de seguida.

As (pequenas) mudanças

De seguida apresento o que fiz para aumentar a minha concentração. A lista é tão simples (e tão óbvia) que não há razão para não ter feito isto há mais tempo.
  1. Desliguei todas as notificações das aplicações do iPhone, exceto as do Messenger.
  2. Ocultei a barra de marcadores do Chrome, para usá-la apenas quando precisava.
  3. Defini, na maior parte das manhãs, o que devia ser feito ao longo do dia. Escrevi essas tarefas de maneira a não ter dúvidas do que tinha de fazer, e dividi-as várias vezes, com objetivos intermédios.
  4. Não vi emails durante o dia, ou até acabar o que tinha para fazer. Como não recebo emails importantes, é uma perca de tempo estar a vê-los constantemente. Mas, estupidamente, era isso que fazia.
  5. Quando quiz falar com alguém, usei a aplicação do Messenger para PC. É melhor que o Facebook e não tem distrações.
  6. Usei a extensão do Chrome, Facebook News Feed Eradicator.
  7. Não deixei de ver o Facebook, Youtube, blogs e afins. Mas decidi ver esses sites apenas ao final do dia. Além disso, só fui a cada um desses uma única vez, para minimizar o surfing na net e ter tempo para fazer outras coisas.
  8. Não tirar o telemóvel do bolso e ver as atualizações das apps quando estou com outras pessoas.

Resultados

Estas mudanças foram ridiculamente simples. A maior parte delas nem envolveu nenhum esforço. Foi, simplesmente, e apenas nas primeiras 2 semanas, fazer um esforço adicional para não ver certos sites até ao final do dia. E ter a consciência de que estar ao telemóvel, a ver o Facebook, enquanto estou com outras pessoas, é uma tristeza.

Não estava à espera que fosse tão fácil cumprir estes 30 dias e habituar-me a um novo ritmo. Mas foi. E agora, passado um mês, já não tenho tanta vontade de ir ao YouTube, ou tirar o telemóvel do bolso, ou ver notícias. Além de ter mais tempo, aproveito-o melhor. 

Além disso, consegui diminuir o stress do dia à dia. Agora estou mais livre dos gostos, e do novo email que ainda não li, e das notícias que acontecem por todo o lado a toda a hora (e que, na maioria, não interessam), e da nova foto, do novo vídeo, do novo tweet.

Agora que melhorei a minha concentração, ganhar os hábitos seguintes vai ser mais fácil. Em breve escrevo sobre o hábito #2 da série 6 meses e 6 hábitos.

Vamos lá concluir este post. O hábito foi tão simples, e com resultados tão positivos, que nada mais tenho a acrescentar, com medo de estar a complicar o que não o é. Há que ver, ou experimentar, para crer.

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Desafio 6 meses e 6 hábitos - o início

Já estamos a meio de fevereiro. Ainda te lembras das resoluções de ano novo? Aquilo que prometeste fazer em 2016, enquanto comias as 12 passas e brindavas a mais um ano? Pois, eu também não.

A verdade é que a maioria de nós prometeu começar novas dietas, fazer exercício todos os dias, começar a meditar, comer melhor, deixar de fumar, aprender a tocar guitarra e, até agora, nada. Porquê? A razão está na lei do tudo ou nada  – ou fazemos tudo ao mesmo tempo, sem falhas, ou nem vale a pena. O momento em que falhamos - que por tantas resoluções e tão altos objetivos acaba inevitavelmente por acontecer - é o momento que nos esquecemos das passas.

Queixamo-nos dos políticos, mas nós também prometemos que fazemos e não cumprimos. Mês após mês, ano após ano, vamos deixando coisas importantes para fazer. Dizemos que não temos tempo, não temos dinheiro e estamos cansado. 

Conseguimos quebrar este ciclo vicioso? Talvez. Mas antes de mais, temos de aprender a fazer uma coisa de cada vez.

Hábitos

Há uns meses atrás, desafiei-me a estar 30 dias a meditar, fazer exercício e escrever, todos os dias. Consegui cumprir este desafio na maior parte dos dias. Aprendi a ignorar a lei do tudo ou nada – se falhei um dia, por alguma razão, não deixei que isso me levasse a baixo e continuei o desafio como se nada fosse. 

Gostei desta experiência, e agora acredito que se queremos aproveitar melhor o nosso tempo e produzir mais profissionalmente, temos, em primeiro lugar, de ganhar certos hábitos chave que nos ajudem nesses objetivos.


Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg. Nos próximos posts, vou mostrar como utilizei este ciclo para "desenhar" os novos hábitos.
Porém, no final dos 30 dias, não consegui continuar a escrever, meditar e a fazer exercício. A razão, acredito eu, foi ter dividido a minha energia por tantas coisas. Energia essa necessária para que pudesse apreciar o que estava a fazer, e ter energia de sobra para fazer outras coisas. Com isso percebi que se for para ganhar novos hábitos, tenho de o fazer lentamente e um de cada vez.

Desafio 6 meses e 6 hábitos

Dito isto, e sabendo que as resoluções de novo ano não funcionam, defini o seguinte desafio: nos próximos 6 meses, vou (tentar) ganhar 6 novos hábitos, um de cada vez.

E vou começar pelo hábito mais importante – melhorar a concentração. Aliás, já comecei esses 30 dias de desafio, e em breve publicarei algo sobre isso n’O Macaco de Imitação. Os hábitos seguintes ainda não estão todos decididos, mas sei que quero ganhar o hábito da meditação (de uma vez por todas) e fazer exercício regularmente (os mesmos hábitos que não consegui ganhar no meu último desafio).

Vou fazer este desafio de forma gradual, sem pressas. Os hábitos de todos os meses vão ser pequenos e fáceis de ganhar isoladamente, mas com um potencial cumulativo enorme. Faço-o lentamente porque, sei agora, se apressar estas coisas, para o ano vou escrever a mesma lista de resoluções.

E no final dos 6 meses, depois de ter inserido na minha rotina uma série de novos hábitos, vou estar mais preparado para fazer outras coisas, espero.

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Meditação para totós

Este post foi originalmente publicado em Março de 2015. Na altura tentei ganhar o hábito da meditação, mas sem sucesso. Agora, depois do desafio de 30 dias "Corpo e Mente", que incluiu a prática de meditação, atualizo este artigo com novas informações.

Nunca deixamos de pensar. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Naquilo que acabámos de fazer e naquilo que vamos fazer de seguida. Pensamos sobre os problemas do passado e naquilo que queremos para o futuro. Todos somos assim. Mas, por vezes, esta corrente de pensamentos é estafante, e acabamos por nos concentrar em coisas que não interessam para a nossa vida. Foi por isso que decidi começar a meditar.

Rafiki a meditar na posição de Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Sem rodeios, começo por apresentar o método que, através das minhas pesquisas, considero ser o mais simples e eficaz para uma boa meditação. No entanto, o resto do post é importante para saberes mais sobre este tema e, por isso, convido-te a lê-lo até ao fim. Dito isto, aqui fica o método:

Método que eu uso para meditar:

  1. Beber um copo de água. Faz-me sentir mais acordado e preparado para a meditação.
  2. Esticar os músculos.
  3. Sentar em cima de uma almofada na posição de half-lotus (explicação mais abaixo). Colocar outra almofada debaixo do joelho da perna que fica por cima para garantir uma boa base de suporte. Trocar de perna todos os dias. Garantir costas direitas e peito ligeiramente para fora.
  4. Ligar o despertador (10 minutos).
  5. Absorver os sons do meio-ambiente.
  6. Fazer 3 ou 4 inspirações longas para começar a meditação. Respirar pelo nariz.
  7. Inspiração normal com foco no movimento ascendente e descendente das narinas (resultado da respiração).
  8. Ao pensar em alguma coisa, consciencializar que este pensamento está presente e trazer a atenção de volta para a respiração.
  9. Quando o despertador tocar, trazer a atenção novamente para os sons do meio-ambiente.
  10. Levantar e esticar os músculos.

O hábito de meditação

Para garantir que continuamos, todos os dias, a meditar, é importante ter uma rotina. A duração da sessão de meditação vai depender muito de cada pessoa. O ideal para iniciantes (como eu) é uma prática de 5 a 15 minutos por dia. E no início é difícil manter a concentração na respiração, mas há medida que nos habituamos, vamos conseguir mantê-la durante mais tempo e meditar 30 minutos ou mais por dia. 

O local de meditação deve ser confortável e agradável, e devemos garantir que não somos interrompidos enquanto meditamos. Para garantir um hábito duradouro, aconselho a prática de meditação todos os dias, no mesmo local, com a mesma rotina, à mesma hora do dia. Podemos adquirir uma rotina em apenas 21 dias. Se estiveres interessado neste tema, aconselho a leitura do livro "A Força do Hábito" de Charles Duhigg. Ou então lê este resumo que fiz sobre ele.

Benefícios da Meditação

Segundo a literatura, uma prática regular deste exercício tem vários benefícios. Aumenta a concentração, diminui o stress, diminui a tensão arterial, aumenta o nível geral de felicidade, e acalma e reduz a velocidade dos pensamentos. Qualquer ferramenta que nos ajude a relaxar e re-pensar os "problemas" do dia-a-dia, traz grandes vantagens para a nossa vida.

Tipos de meditação

Há vários tipos de meditação. Esse seria um post só por si. Escolhi não entrar muito nesse tema. Indico no entanto este, este e este link que são muito bons para perceber os vários tipos de meditação e os objetivos da prática de cada um deles. Uns focam-se no aumento da concentração, outros estimulam a reflexão sobre um determinado assunto e há tipos de meditação guiados.

Pela sua simplicidade, fiquei interessado em mindfulness meditation, em particular a prática de breath meditation, ou Anapanasati. Anapana significa inspiração e expiração, e Sati significa atenção deliberada. Este tipo de meditação envolve a concentração total na respiração e é especialmente indicado para a diminuição de stress. Mindfulness é simplesmente viver o presente, estando consciente do que fazemos num dado momento. O método que apresentei acima, que é muito simples, está incluído neste tipo de meditação.

A importância da respiração e da postura

A respiração deverá ser feita pelo nariz, a um ritmo natural. Devemos concentrar a nossa mente no movimento ascendente e descendente de uma parte do corpo enquanto respiramos, como a barriga ou o peito. Mais simples e eficaz é a concentração no movimento das narinas. É normal a mente vaguear, e pensarmos em outras coisas enquanto estamos a meditar, mas não devemos lutar contra esses pensamentos. Devemos apenas consciencializar que estes estão presentes e não "conversar" com eles, trazendo a atenção novamente para a respiração. Por exemplo, se estivermos a pensar no que vamos comer ao almoço, pensemos "estou a pensar no que vou comer ao almoço", e de seguida trazemos a atenção novamente para a respiração.

A maneira como estamos sentados também é um dos pilares da meditação. Provavelmente já ouviste falar da posição de Lotus, em que colocas uma perna por cima da outra, tal como na imagem que vês abaixo. Não te preocupes, não tens de fazer esta posição para meditar corretamente. Há pessoas que a conseguem fazer naturalmente porque têm mais elasticidade, mas não é por isso que são melhores "meditadores". Eu tenho meditado na posição de half-lotus (metade de Lotus) porque fico confortável nessa posição. Com o tempo irei experimentar mais vezes a posição de Lotus. Mas é importante não forçar qualquer posição porque podemos estar a comprometer a estrutura da coluna e a lesionar os joelhos. Aconselho esta leitura sobre as posições que conferem melhor suporte e estabilidade da coluna para a meditação. Em qualquer uma delas, é importante manter a coluna direita, mas não em excesso, e estar relaxado. Para respirar bem, o peito deverá estar ligeiramente para fora para abrir os pulmões.
Posição Lotus. Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Podemos até estar sentados numa cadeira, tal como podes ver pela imagem abaixo. O importante é ter uma boa base de apoio e ter as costas direitas, para que cada vértebra encaixe verticalmente na que está abaixo, tornando o conjunto estável. Para isso é importante ter os joelhos como base de apoio. Por exemplo, agora que estou a começar com a posição half-lotus, o joelho da perna que coloco por cima não toca no chão. É importante contornar isso colocando uma almofada por baixo da perna para que fique com a base de apoio assegurada. Se não estivermos confortáveis, vamos pensar sobre isso e a meditação não será eficaz. Deitar na cama ou no chão não é uma boa solução porque há uma grande probabilidade de relaxarmos em demasia e adormecer.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/

É possível meditar com barulho

Devemos evitar confusões durante a meditação e procurar um lugar tranquilo, onde não sejamos incomodados. De qualquer maneira, caso não haja outra opção, é possível meditar em sítios mais barulhentos.

Encontrei muita informação sobre este tópico online, porque é um problema recorrente. Aconselho a leitura deste artigo. A técnica mais usada para combater o barulho de fundo é começar a sessão de meditação pela concentração, sem julgamento, do barulho de fundo. Tirar uns minutos para ouvir conscientemente, sem racionalizar, esses barulhos até ficar confortável nesse ambiente. De seguida, começar a prática da meditação. Pode também ser eficaz ouvir white noise para barrar todos esses sons desconfortáveis.

Livros sobre meditação

Como disse num post anterior, é importante ter material para ir lendo enquanto desenvolvemos uma nova prática. Sugiro então 5 livros (e um site) sobre meditação e assuntos relacionados:
Aconselho também a leitura deste artigo. Nesse, Bradley Morris explica a dificuldade que passou enquanto iniciante na arte da meditação. Para ele era complicado concentrar-se, nem que fosse por 5 minutos. Achava também a prática muito aborrecida. No entanto decidiu manter esse hábito porque conhecia os seus benefícios, e hoje em dia escreve e ensina meditação. O desenvolvimento deste hábito ajudou-o a viver uma vida mais feliz, a ser um melhor empreendedor, a melhorar a sua saúde e a ser mais criativo. 

Espero que este post te ajude a começar a meditar. Por último, partilho uma frase interessante do livro Wherever You Go, There You Are. Não a vou traduzir porque, na minha opinião, iria "matar" a magia desta frase.

Meditation is not about feeling a certain way, it's about feeling the way you feel. Meditation is about letting the mind be as it is and knowing something about how it is in this moment. It's not about getting somewhere else, but about allowing yourself to be where you already are.

Já aprendeste alguma coisa hoje?

Adoro desafiar-me. Aprender qualquer coisa nova ou quebrar maus hábitos. Aprender a tocar piano, a fazer malabarismo e a meditar. Desafiar-me a estar uma semana sem usar a internetNeste post mostro-te quais são as pessoas que me inspiram a experimentar coisas novas.

No último mês li dois livros de A. J. Jacobs. No seu primeiro livro, The Know It All, A.J. desafiou-se a ler a Encyclopædia Britannica (+- 30.000 páginas). Neste relata aquilo que vai aprendendo e como toda essa nova informação impacta a sua vida. Durante esse ano, também conhece pessoas muito inteligentes, participa no Quem Quer Ser Milionário, e inscreve-se nos savant - um grupo composto por pessoas com QI elevado. Depois de ler este livro, qualquer um fica com vontade de fazer algo em grande.

Depois temos o livro Um Ano de Vida Bíblica. Nesse ano, A. J. Jacobs vive segundo as regras da bíblia. Este desafio leva-o a muitos locais nos EUA e a Jerusalém, conhecendo pessoas altamente religiosas. Ao longo desse ano, consegue tornar-se uma pessoa melhor porque acaba por seguir regras como não mentir e agradecer por tudo na sua vida. Além de inspiradores, os livros de A. J. Jacobs são muito divertidos.
A. J. Jacobs. Foto tirada depois de um ano a viver segundo a bíblia. Referência: http://ajjacobs.com/
Também já escrevi, n'O Macaco de Imitação, sobre  Josh Kaufman e Tim Ferriss. O primeiro tem um livro excelente onde explica como aprendeu a tocar ukelele, a fazer windsurf e a jogar Go em tempo recorde. Nesse livro, Josh explica como acelerar a aprendizagem de algo novo. Há uns meses fiz um resumo dessas dicas.

Tim Ferriss, o meu primeiro ídolo neste campo, tem grandes livros sobre gestão de tempo, aprender a cozinhar e ter uma vida saudável. Além disso, tem uma série recente no qual se desafia, semanalmente, a aprender Poker, Surf, entre outros.

Ao experimentar coisas novas percebemos aquilo que é importante na nossa vida e vemos o mundo segundo outras perspectivas. Percebemos melhor as outras pessoas e tornamo-nos mais pacientes. Alargamos a nossa zona de conforto e preparamo-nos para o que der e vier. E o mais engraçado é que quanto mais aprendemos, mais depressa conseguimos evoluir numa coisa nova. Não começamos do zero porque há muitos temas comuns entre as coisas que aprendemos.

No futuro tenciono começar outros projetos. Pretendo fazer cerveja, aprender a falar francês e praticar yoga. Quero ver as 7 maravilhas do mundo e viajar por 100 países diferentes. Quero ler sobre tudo. Quero desafiar-me todos os dias e continuar a crescer. 

E tu? Que desafios gostarias de "agarrar"? Que coisas queres aprender? Convido-te a comentar e a partilhar abaixo esses projetos.

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