Hoje escolhi escrever sobre ficção científica por duas razões. Em primeiro lugar, ficção científica é brutal. Se nunca leste um livro deste género mal posso esperar que comeces. Em segundo lugar, estou a evitar escrever artigos que já tenho planeados – sobre a viagem que fiz nas últimas 2 semanas e sobre o desafio 6 meses e 6 hábitos. Se é para procrastinar, que a razão seja ler mais e melhor. De seguida apresento os 5 melhores livros de ficção científica que li nos últimos 2 anos.
1) Ender’s Game, de Orson Scott Card
Este é O clássico deste género. Tem tudo para ser um bom livro de ficção científica – espaço, guerras e crianças sobredotadas. Além disso, a escrita é absolutamente cativante. Aposto que vais ler este livro em menos de nada. Não quero spoilar este livro nem um pouco. Para isso basta-nos o filme(não o vejas até pelo menos teres lido o livro). Basta-me dizer que os humanos estão em guerra com uma civilização de formigas alien e o nosso destino está mãos de uma criança, o Ender.
Ender’s Game, de Orson Scott Card. Imagem retirada de goodreads.com
2) Ready Player One, de Ernest Cline
Ready Player One conta-nos uma história passada daqui a 30 anos. As pessoas passam grande parte do tempo numa jogo virtual para fugir da pobreza e poluição que existe no mundo real. Quando o criador deste jogo morre, deixa toda a sua fortuna a quem conseguir encontrar um objeto (um easter egg) escondido pelo mundo virtual. Ready Player One é um dos meus livros favoritos de sempre.
Ready Player One, de Ernest Cline. Imagem retirada de goodreads.com
3) The Maze Runner, de James Dashner
Provavelmente conheces o filme. Esquece. Como digo sempre, o livro é muito melhor.
The Maze Runner, de James Dashner. Imagem retirada de goodreads.com
4) Old Man's War, de John Scalzi
Imagina que chegas aos 75 anos e te dão a oportunidade de voltares a ter o teu corpo de 25. Aceitas? Só um aparte – vais combater contra aliens e ajudar a humanidade a estabelecer-se como uma das principais espécies da galáxia. Com Old Man’s War, John Scalzi traz-nos um livro que nos faz pensar no futuro da humanidade no espaço. E, tal como os livros acima, está muito bem escrito e é muito cómico. Situação Win-Win.
5) The First Fifteen Lives of Harry August, de Claire North
Este foi o ultimo livro que li, enquanto velejava pelo mediterrânico ao longo da costa da Sicília. E que ótima companhia. O livro conta-nos a história de Harry August, um "tipo" que volta a nascer, exatamente no mesmo local e nas mesmas condições, cada vez que morre. Claire North, no seu estilo quase poético, descreve as primeiras 15 vidas de Harry August. Aconselho vivamente esta leitura. A menos que tenhas muito que fazer.
The First Fifteen Lives of Harry August, de Claire North. Imagem retirada de goodreads.com
E com isto finalizo o meu top de ficção científica. Queres começar? Aconselho o Ready Player One em primeiro lugar.
Nos últimos anos desenvolvi um hábito de leitura que apenas consistia em ler não-ficção – aprender a ser um melhor estudante, a perceber melhor o mundo e a ser mais produtivo. Mas por muito interessantes que os livros de não-ficção sejam, comecei a ficar cansado. Faltava-me arte na leitura. Por isso decidi mudar a minha rotina. Durante o dia lia não-ficção e durante a noite apenas lia ficção. E posso dizer que encontrei benefícios bastante interessantes. Ler ficção pode ter alguns dos benefícios de ser ler não-ficção enquanto se explora histórias e mundos.
Existe até uma terapia baseada na leitura de certos livros e poemas que tem ajudado muitas pessoas há séculos. Com a ficção conseguimos perceber outras pessoas e trabalhamos a nossa criatividade. Partilho agora os benefícios de ler ficção que descobri tanto por experiência própria e através de pesquisas.
Os benefícios de ler ficção
1. Maior Empatia
Ler ficção é, na minha opinião, a melhor maneira de nos pormos nos sapatos de outra pessoa e desenvolver empatia. Além disso, um estudo mostrou que imaginar histórias ajuda a ativar as regiões no nosso cérebro responsáveis na compreensão de outras pessoas e adotar perspetivas diferentes. Nesse estudo, o psicólogo Raymond Mar analisou 86 testes de ressonâncias magnéticas. Concluiu que existe uma sobreposição substancial nas redes neuronais utilizadas para compreender histórias e também para a interacção com outros indivíduos.
2. Alívio de Stress
O nosso cérebro não consegue trabalhar na sua capacidade máxima durante todo o dia. Quando tal é necessário, precisamos de períodos de descanso para voltar a trabalhar ao mais alto nível. Notei que ao ler não-ficção não consigo descansar, porque estou ativamente a refletir sobre o que leio. Em vez de descansar e deixar assentar as ideias, acontece-me o contrário. Surgem-me várias pensamentos; "posso aplicar isto!", “é uma excelente ideia para escrever no blog!”, e por aí em diante. Até o carro de corrida mais rápido não ganha com, pelo menos, uma ou duas paragens. O mesmo acontece connosco. Caso não implementemos essas paragens nos nossos dias, é impossível conseguirmos agir com alto desempenho. Ler ficção é um excelente hábito para um bom descanso mental. Ler, segundo um artigo do The New Yorker, mostrou-se semelhante à meditação, trazendo os mesmos benefícios de saúde que relaxamento profundo e calma interior. Este artigo indica também que leitores regulares dormem melhor. Estes têm menores níveis de stress, maior auto-estima e têm menores hipóteses de desenvolver depressões comparativamente a quem não lê. O que nos leva ao ponto seguinte.
3. Dormir Melhor
Incorporei a leitura de ficção na minha rotina para dormir. Foi das melhores coisas que podia ter feito. Depois de ler durante 30 minutos, pouso o livro na mesa de cabeceira, apago as luzes e adormeço instantaneamente.
Ter uma rotina para dormir ajuda-nos, na minha opinião, a dormir melhor e a preparar para o dia seguinte. O mais importante é fazer, por último, a atividade que nos desliga totalmente de tudo – ler ficção.
O viciado em produtividade, Tim Ferriss, acredita também no poder de ler ficção antes de dormir. Neste excelente artigo, Tim defende que não se deve ler não-ficção antes de dormir, porque isso leva-nos a especular sobre o futuro e traz-nos preocupações. Ao invés, recomenda ler ficção, para que nos desperte a imaginação e nos obrigue a estar com atenção à história, que nos traz uma abstracção de tudo o resto.
4. Melhor Memória
Nós conseguimos memorizar histórias muito bem. E neste estudomostrou-se que os leitores têm uma menor perda de memória ao longo da sua vida, comparativamente a quem não lê regularmente. Os idosos que tinham o hábito de ler revelaram, comparativamente a quem não lia, ter um ritmo de perda de memória 32% menor. Noutros estudos, mostrou-se também que quem lia regularmente apresentava menos características de Alzheimer.
5. Maior Vocabulário
Todos nós temos interesse em desenvolver um vocabulário em que nos possamos expressar e interagir melhor com os outros. Pessoalmente, acho que não tenho um vocabulário muito desenvolvido, e reparei nisso quando comecei a ler ficção de novo.
Um estudo da Universidade de Emory comparou os cérebros de pessoas que leram um livro de ficção ao longo de nove noites, com pessoas que não leram. Esse estudo demonstrou que os cérebros de quem leu apresentavam uma maior atividade no córtex temporal esquerdo, a área responsável pelo entendimento da linguagem.
Um outro estudo analisou os resultados de testes de milhares de pessoas, e chegou à conclusão, esperada, de que quem lê mais ficção tem um maior vocabulário. Mas tiveram uma outra conclusão inesperada – a diferença de vocabulário entre leitores e não leitores de ficção é enorme, como se pode verificar no gráfico abaixo.
Será que ao lermos sobre minorias ficamos mais inclusivos e tolerantes? Um estudo, publicado no Journal of Applied Social Psychology, indica que sim.
Estudou-se se a leitura de livros sobre discriminação teria efeitos na atitude perante minorias. Foram feitas três experiências, nas quais os estudantes leram passagens dos livros de Harry Potter sobre discriminação. Esses estudantes revelaram mudanças de opiniões sobre tudo, desde imigrantes até estudantes homossexuais. Tal aconteceu porque os leitores conseguiram adotar o ponto de vista de grupos marginalizados. Pergunta: Consegue notar alguma diferença em si mesmo quando lê ficção? Quais são os seus livros e géneros literários favoritos? Partilhe a sua resposta nos comentários!
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ORodrigo Veríssimo escreve em RodrigoVerissimo.com, onde fala sobre produtividade e crescimento pessoal. É também Estudante de Engenharia e Mentor de alunos de 1º ano e de Erasmus.
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