Desde fevereiro que ando a tentar ganhar 6 novos hábitos em 6 meses. Tem sido um desafio interessante e as minhas novas skills têm-me ajudado a estar concentrado nas coisas importantes. Mas também tem sido um processo demorado (e assim é de propósito) e por isso senti que precisava de um novo desafio, mesmo que pequeno, para aprender qualquer coisa nova.
Foi por isso que na semana passada pedi ajuda aos leitores d'O Macaco de Imitação para escolher um mini-desafio - algo que pudesse fazer em poucas horas durante uma semana. No final escolhi ver uma TED Talk por dia durante 7 dias.
Estas foram as 7 TED talks que vi esta semana. Organizei os títulos pelos temas dos vídeos e sempre que possível acrescentei legendas em português. Todas as talks, à excepção da número 5, foram sugestões vossas. Obrigado!
1. Produzir comida no futuro
Aqui é apresentada uma solução para crescer comida de forma saudável e sustentável. Podemos vir a ter computadores que produzem comida, e podemos vir a partilhar receitas entre computadores em vez de enviarmos comida de um lado para o outro do mundo. Esta TED talk indica que podemos todos crescer a nossa comida e ter alimentos mais saudáveis. É certamente uma ideia com futuro.
2. Surf
Nesta Ted talk, Easkey Britton fala sobre umas das minhas grandes paixões, o Surf. Esse desporto que nos faz esquecer tudo o que está à nossa volta e que nos liberta de distrações. Ficamos em perfeito contacto com a natureza e durante aquele momento somos só nós e as ondas, em perfeita sintonia. Esta talk faz-nos pensar naquilo que gostamos de fazer e como podemos melhorar o mundo ao fazê-lo.
3. Aquecimento global e o país negativo em carbono - Butão
Na sua constituição, o Butão indica que 60% da terra, no mínimo, deve permanecer floresta para todo o sempre. As florestas do país estão também todas conectadas e é possível, aos animais, andarem livremente por todo o Butão, protegidos por reservas e parques naturais. Esta talk comoveu-me e deu-me vontade de visitar o Butão. É impressionante o esforço que um país tão pequeno tem feito para salvar o ambiente e para melhorar a qualidade de vida e felicidade da sua população. Os maiores países, com mais recursos, têm muito a aprender com este pequeno grande exemplo. Foi a minha TED preferida da semana.
4. Máquinas voadoras
Estas pequenas máquinas voadoras podem ter um impacto gigante no futuro. Apesar de não ter sido uma grande TED talk, aconselho a sua visualização para que entendas a potencialidade destes pequenos robôs.
5. Dinossauros e procura de fósseis
Nesta talk aprendi que regras devem ser seguidas para encontrar fósseis. Não tinha noção de que seguindo estas "simples" indicações, é quase garantido encontrar qualquer coisa que tenha vivido há vários milhões de anos no nosso planeta. Esta talk pertence a uma lista das melhores talks de 2016.
6. Detecção de som através de vídeo
O trabalho de Michael Rubinstein parece saído de um filme de espiões. Então não é que ele consegue detetar sons ou, melhor ainda, perceber o que está a ser dito numa discussão, apenas através de um vídeo da conversa? É possível detetar as mais pequenas oscilações nos objetos do dia-a-dia e daí reconstruir os sons do ambiente. Incrível!
7. Ser português
Finalizei este mini-desafio à tuga, vendo também a talk mais divertida da semana. Zé Pedro Cobra fala-nos nos hábitos portugueses e nas atitudes menos boas que nos caracterizam. O "vai-se andando", o culpar o outro, o "queixume" e tantos outros maneirismos. Mas esta também é uma talk de esperança e sobre o que podemos fazer para melhorar. É sobre parar para pensar naquilo que queremos da vida. Porque "cada um faz o que quer, o problema é que nós não sabemos o que queremos e andamos atrás das coisas erradas". "Não reclamem nada do mundo, ele não vos deve nada - chegou cá primeiro", Mark Twain
Bónus 1. Procrastinação
É difícil ver 7 TED talks sem procrastinar, vendo umas talks extra e voltando a ver as favoritas Esta TED foi apresentada este ano pelo meu blogger favorito, Tim Urban, que escreve o blog WaitButWhy. Nesta ele apresenta o tema da procrastinação do mesmo jeito que escreve - com desenhos, com piadas, e com as melhores metáforas para que todos percebam a mensagem que ele quer transmitir. Esta é a minha TED favorita de sempre.
Bónus 2. Desafios de 30 dias
Matt Cutts aprensenta uma das talks mais motivadoras de sempre em apenas 3 minutos. Esta, e outras coisas do género, motivaram-me para fazer os meus desafios de 1 mês, ou 21 dias ou 20 horas ou 1 semana. Tal como Matt diz, "Os próximos 30 dias vão passar quer queiram quer não, por isso, porque não experimentar qualquer coisa que sempre quiseram fazer?".
Nota final
Tenho amigos que me perguntam, "mas porque estás a fazer esse desafio"? A resposta é semelhante a outras perguntas sobre outros desafios - faço-o porque é divertido e porque sei que vou aprender coisas novas. Este desafio ensinou-me que é possível aprender algo novo, informação essa que pode ser útil no futuro, em apenas 15 minutos por dia. Se assim é, porque não fazer mais coisas destas? Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.
Acho que é desta. Sim, acho que é desta quevou começar a meditar todos os dias.
Se segues O Macaco de Imitação há algum tempo,sabes que ando em "guerra" com a meditação há mais de um ano. Já escrevi ereescrevi vários posts sobre o assunto, já tentei ganhar o hábito várias vezes,sei os benefícios todos da meditação e, até agora,nada. Mas desta vez, inserido no grande desafio de 6 meses e 6 hábitos,decidi que este hábito tinha de ficar "despachado".
Engano-te se escrever que estes foram 30 dias demeditação, e que cumpri este hábito de 5 minutos todos os dias. A verdade é que tiveuma viagem de duas semanas pela Sicília onde, de entre outras coisas, passeiuma semana a navegar num barco à vela. Por vergonha, falta depaciência, ou os dois, não meditei durante toda esta viagem. Quando voltei,decidi investir mais duas semanas de meditação para consolidar este hábito antesde passar para o hábito #4.
Foto tirada no topo da Serra de Monchique, no verão de 2013. Por razão desconhecida, o terreno tinha centenas destas "construções" de pedra ao qual associamos a meditação e budismo (sinceramente, não conheço a ligação, mas deve ser uma metáfora ao equilíbrio da alma ou assim). Já nesta altura pensava em começar a meditar.
Até aqui n’O Macaco, este não foi o primeirodesafio de 30 dias de meditação. No ano passado experimentei meditar, escrever e fazer exercício todos os dias durante um mês. Foi um mêsinteressante, mas longe de ser produtivo. Em termos de hábitos, já diz oditado, quem tudo quer tudo perde.
E não volto a repetir neste artigo osbenefícios da meditação ou como meditar. Isso já eu fiz num post anterior, num manual de "meditação para totós", escrevendo tal como umprofissional que não o sendo queria vir a ser. Esse foi um dos primeiros postsd’O Macaco de Imitação.
Resumidamente, a teoria já a tinha, e tambémjá a tinha partilhado. Esta foi, talvez, a minha 7ª tentativa de adquiri ohábito de meditação e espero que seja a última. Mas agora deixemo-nos dejustificações.
Para mim, a meditação não tem a ver com espiritualidades. Meditar é treinar a mente. É treinar para ser mais resiliente, menos sujeito às adversidades da vida e do dia-a-dia. Éuma forma de controlar a corrente de pensamentos e desenvolver aconcentração para trabalhar naquilo que de verdade importa.
Durante este desafio meditei apenas 5 minutospor dia, porque isso basta para quem está a começar. Defini um lembrete notelemóvel que todos os dias me recorda que está na altura da sessão de meditação.Sento-me de pernas cruzadas (não é obrigatório), mantenho as costas direitas econcentro-me na respiração. Por vezes tento evitar esse lembrete. Mas ele ficapor lá, e umas vezes mais contrariado que outras, sento-me e faço o que tenho que fazer.
Meditar não é fácil. Mesmo ao final de um mês,é muito difícil concentrar-me na respiração, sem pensar em mais nada, durante um minuto que seja. Mas sei que com o tempo a prática se tornará mais fácil. E a sorte éque não precisamos de ser grandes "meditadores" para sentir os benefícios deuma prática regular. Com um mês de meditação, sinto que estou mais calmo econsigo concentrar-me mais facilmente em qualquer coisa.
Mas nestas coisas da meditação, o objetivo é tentar, mesmo que os pensamentos corram a mil à hora. E ganhar esse hábito, de estar sentado durante 5 minutos todos os dias, é fácil. Toda a gentetem 5 minutos durante o dia para estar sentado e não fazer nada. E com o tempo,dizem os gigantes na matéria, os benefícios começam a sentir-se de formasubstancial.
Peço desculpa se o título do artigo te levou apensar que este era um post sobre como meditar, ou sobre os benefícios dameditação, ou como chegar ao nirvana, ou quais são os segredos para adquirireste hábito. Isso já eu fiz noutros artigos d’O Macaco de Imitação. Este artigoserviu apenas para justificar o meu percurso meditativo e que meditar não édifícil. Toda a gente pode fazê-lo se tiver a atitude e ferramentas certas – umlembrete no telemóvel.
E não. Este não é certamente o último artigo demeditação d’O Macaco de Imitação. Mas (espero) ser o último em que coloco afrase "este mês vou começar a meditar".
Todos deixamos coisas por fazer, mais ou menosimportantes. E guardamos na cabeça uma série de tarefas que queremos cumprirdurante o dia, esta semana, ou este mês. Mas, se funcionares como eu, guardar esses pensamentos na cabeça é a mesma coisa que adiar essas tarefaspara nunca.
E por isso é que temos aquela lâmpada nacozinha que nunca mais é substituída. Ou, pior ainda, faltamos a compromissoscom outras pessoas. Dizemos que "sim, vou fazer, não te preocupes", e as pessoas ficam à espera eternamente.
O cérebro de alguém do não-procrastinador. Imagem retirada do meu blog favorito, Wait But Why.
Há dois meses comecei um grande desafio - 6 meses de mudança de hábitos com o objetivo de reduzir a ansiedade e fazer mais daquilo que é importante. No primeiro mês experimentei um aumento de concentração, eliminando a minha dependência das redes sociais e outras distrações.
Em Março decidi começar a "fazer mais e pensar menos", ou seja, deixar de pensar tanto naquilo que tenho e quero fazer, e garantir que, se essas coisas são importantes, vão ser feitas.
Sem mais demoras, mostro de seguida como encarei este desafio.
Os meus 4 passos para "fazer mais e pensar menos"
1) Criei uma nota no iPhone intitulada "Stuff" (cenas).
2) Durante o dia preencho essa nota com pensamentos há medida que estes vão surgindo, sobre:
tarefas que tenho para fazer, grandes ou pequenas.
compromissos.
ideias ou pensamentos soltos.
pensamentos negativos (em baixo explico melhor o porquê deste último ponto).
3) Defini 4 lembretes (para as 12h, 16h, 19h, 23h) para me lembrar que devo apontar os pensamentos nessa nota. Estes lembretes servem apenas até o hábito estar formado (+- 21 dias), depois podem ser eliminados.
4) No final do dia, vou a essa nota e decido o que fazer com cada apontamento:
São tarefas com data específica?Então fazer um lembrete no telemóvel.
Posso resolver a tarefa, em pouco tempo, neste momento? Se sim, então fazer de seguida (em bom rigor, tarefas que possam ser resolvidas em 2 ou 3 minutos devem ser logo resolvidas e nunca passar para esta nota).
Não é uma tarefa importante? Colocar numa nota a que chamo "merdices para resolver". Num qualquer dia em que não tenha nada de importante para fazer, como um domingo à tarde, voltar a esta nota e tratar de algumas destas tarefas. Uma típica tarefa desta categoria é "lavar o carro" - sim, deve ser feito, mas não é "importante" nem tem de ser resolvida com urgência.
São ideias ou pensamentos soltos? Consigo transformá-las em tarefas? São mais ou menos importantes? Se for uma ideia de projeto, colocar numa qualquer nota de pensamentos soltos. Sugiro o uso do Evernote para apontar as "merdices para resolver" ou os "pensamentos ou ideas soltas".
São pensamentos negativos? A preocupação é real? Vê o assunto de outra perspectiva ou fala com alguém sobre esse assunto.
Apagar se não fizer algum sentido.
O objetivo deste processo simples é deixar de ter coisas na cabeça - desde tarefas que têm de ser resolvidas, a pensamentos negativos aos quais não devemos ligar logo que apareçam na cabeça.
No caso dos pensamentos negativos, o simples facto de adiar essa "conversa" para mais tarde, faz com que as preocupações percam importância. Porque ao analisá-las melhor, percebemos que, na maioria das vezes, essas preocupações não tinham razão de ser. Esta é uma das grandes vantagem de ir apontando os pensamentos e tarefas ao longo do dia, e só revê-los no final do dia.
Este hábito (ou um qualquer parecido que tenha o mesmo objetivo) é um hábito-chave, porque te ajuda a criar outras boas rotinas. Se libertas a cabeça de pensamentos e passas por eles apenas ao final do dia, garantes que passas o dia mais concentrado, menos ansioso e que cumpres aquilo que queres fazer.
Esta rotina ajudou-me muito, principalmente porque a minha memória é fraca e também porque costumo preocupar-me desnecessariamente. Se achas que podias beneficiar deste simples hábito, então porque não experimentas? Fico à espera dos teus comentários abaixo. Até ao próximo hábito!
Está visto que as resoluções de novo ano não resultam. Dizemos que desta vez é que é, e que vamos começar a comer bem e a fazer exercício todos os dias e, passados dois meses, nada.
Pensei um pouco sobre isso e decidi que, para fazer mudanças, tenho de apostar em hábitos - passar a fazer certas coisas importantes, regularmente, para conseguir fazer mais e/ou melhor e ser mais feliz. E decidi que esses hábitos devem ser adquiridos um de cada vez, para que, por um lado, sejam fácies de ganhar e, por outro, sejam duradouros. Decidi e comecei o novo, e mais importante, desafio d'O Macaco de Imitação - 6 meses e 6 hábitos. Este é o segundo post desta série.
Tal como estes aprendizes, vou tentar melhorar a minha concentração para um nível superior. Foto de pixabay.com
30 dias de concentração
Os hábitos não são todos iguais. Há hábitos mais importantes, como por exemplo, fazer exercício físico. Ao fazê-lo regularmente, conseguimos facilmente adquirir outros hábitos, porque temos mais energia e motivação, mas também porque esse hábito combina bem com outros, tal como aprender a comer melhor.
Há também outro hábito muito importante - a concentração. Quem se concentra naquilo que faz - seja no trabalho, seja em projetos pessoais, ou até na conversa que tem com amigos enquanto bebe cerveja - tem mais sucesso, é mais tranquilo e é mais feliz. Por isso decidi fazer deste hábito o primeiro do desafio.
Há um mês defini um objetivo muito simples - eliminar as "visitas" às redes sociais e outros sites, principalmente, mas não exclusivamente, enquanto trabalho.
A deixa, a rotina e a recompensa
Como escrevi neste post, um hábito tem 3 partes: a deixa, a rotina e a recompensa. Para ganhar, ou, neste caso, eliminar um hábito, há que perceber todas essas partes.
Pesquisei sobre procrastinação (ou deixar para amanhã o que pode ser feito hoje), analisei o meu comportamento, e aquilo que queria eliminar. Percebi que visitar o Facebook, o YouTube, e os sites de notícias, enquanto devía estar concentrado noutra coisa, é uma fuga. É fugir de uma tarefa aborrecida, ou que está mal definida, e fazer algo que tem regras muito claras e que, por isso, é viciante.
Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg.
Percebi que a desconcentração, pelo menos no meu caso, é estimulada por 4 coisas:
Notificações do telemóvel.
Barra de marcadores do Chrome (ou de outro qualquer; não tenho nada contra a Google).
Não saber o que fazer a seguir.
Não saber como resolver o problema seguinte.
E depois percebi o quão fácil é resolver estes 4 pontos, e concentrar-me melhor em qualquer coisa. Foi isso que fiz de seguida.
As (pequenas) mudanças
De seguida apresento o que fiz para aumentar a minha concentração. A lista é tão simples (e tão óbvia) que não há razão para não ter feito isto há mais tempo.
Desliguei todas as notificações das aplicações do iPhone, exceto as do Messenger.
Ocultei a barra de marcadores do Chrome, para usá-la apenas quando precisava.
Defini, na maior parte das manhãs, o que devia ser feito ao longo do dia. Escrevi essas tarefas de maneira a não ter dúvidas do que tinha de fazer, e dividi-as várias vezes, com objetivos intermédios.
Não vi emails durante o dia, ou até acabar o que tinha para fazer. Como não recebo emails importantes, é uma perca de tempo estar a vê-los constantemente. Mas, estupidamente, era isso que fazia.
Quando quiz falar com alguém, usei a aplicação do Messengerpara PC. É melhor que o Facebook e não tem distrações.
Não deixei de ver o Facebook, Youtube, blogs e afins. Mas decidi ver esses sites apenas ao final do dia. Além disso, só fui a cada um desses uma única vez, para minimizar o surfing na net e ter tempo para fazer outras coisas.
Não tirar o telemóvel do bolso e ver as atualizações das apps quando estou com outras pessoas.
Resultados
Estas mudanças foram ridiculamente simples. A maior parte delas nem envolveu nenhum esforço. Foi, simplesmente, e apenas nas primeiras 2 semanas, fazer um esforço adicional para não ver certos sites até ao final do dia. E ter a consciência de que estar ao telemóvel, a ver o Facebook, enquanto estou com outras pessoas, é uma tristeza.
Não estava à espera que fosse tão fácil cumprir estes 30 dias e habituar-me a um novo ritmo. Mas foi. E agora, passado um mês, já não tenho tanta vontade de ir ao YouTube, ou tirar o telemóvel do bolso, ou ver notícias. Além de ter mais tempo, aproveito-o melhor.
Além disso, consegui diminuir o stress do dia à dia. Agora estou mais livre dos gostos, e do novo email que ainda não li, e das notícias que acontecem por todo o lado a toda a hora (e que, na maioria, não interessam), e da nova foto, do novo vídeo, do novo tweet. Agora que melhorei a minha concentração, ganhar os hábitos seguintes vai ser mais fácil. Em breve escrevo sobre o hábito #2 da série 6 meses e 6 hábitos. Vamos lá concluir este post. O hábito foi tão simples, e com resultados tão positivos, que nada mais tenho a acrescentar, com medo de estar a complicar o que não o é. Há que ver, ou experimentar, para crer.
No dia 16 de Novembro de 2015 tirei a máquina fotográfica da prateleira. Com a vontade de cumprir mais um desafio, e pelo gosto à astronomia, decidi fotografar todas as fases da Lua no próximo mês.
A Lua Cheia de 25 de Novembro de 2015.
Não foi uma tarefa fácil. A Lua nasce todos os dias mais tarde, e o céu, ao longo do mês, não esteve limpo todos os dias para tirar uma boa fotografia. Além disso, tirar foto à Lua nas fases próximas da Lua Nova é muito difícil, porque a Lua está muito perto do Sol. Ainda assim, e resumidamente, em 30 dias de desafio, consegui 19 fotos da Lua, e 17 delas foram em dias seguidos.
A lua demora cerca de 27,3 dias a dar a volta à Terra. Mas, durante esse período, a Terra também faz o seu movimento em volta do Sol. Por essa razão, a Lua tem de rodar um pouco mais que os 27 dias para apresentar a mesma fase à Terra - cerca de 29,5 dias. Esse ciclo pode ser visto na imagem acima, e o movimento "a mais" que a Lua tem de fazer em cada ciclo é apresentado a verde.
De seguida apresento as fotos que tirei no último mês. São de dias diferentes excepto para o dia 20 de Novembro.
Dia 19 de Novembro de 2015 - Quarto Crescente.
As próximas duas fotos são do dia 20 de Novembro de 2015. Aí vemos o movimento da Lua ao longo da noite e que eu, distraidamente, nunca tinha reparado:
Continuando com as fotos a partir de dia 21 de Novembro de 2015:
Dia 25 de Novembro de 2015 - Lua Cheia
Dia 3 de Dezembro de 2015 - Quarto Minguante
As fotos anteriores foram tiradas, sem interrupções, entre os dias 16 de Novembro e 3 de Dezembro de 2015. Porque o tempo começou a ficar nublado e, além disso, a Lua começou a ficar perto do Sol, só conseguir tirar mais 2 fotos depois das últimas 17. As próximas foram tiradas nos dias 5 e 15 de Dezembro de 2015:
Este não foi o meu primeiro, e talvez não seja o último, artigo sobre a Lua. Se quiseres saber, e para ti não for óbvio, por que é que a Lua Cheia só existe durante a noite, segue este link. Consulta aqui também o calendário Lunar para 2015 e 2016. PS: Este foi o artigo 50 d'O Macaco de Imitação! Artigos relacionados:
Há um mês atrás decidi começar um novo desafio para O Macaco de Imitação. Como disse na 1ª parte deste artigo,já tinha experimentado outros projetos e estava na altura de começarqualquer coisa relacionada com a saúde física e mental.
O plano era simples – durante 30 dias fazer exercíciofísico, meditação e escrita, todos os dias. Mas porquê? Para quê tanto trabalho? Tal como quem soube ao Everest o faz porque a montanha está lá, também eu, num nível (muito) mais pequeno, queria fazer este desafio porque ele podia ser feito. E também porque o desafio estava definido, erasaudável, e nesses 30 dias ia aprender muitas coisas.
Tenho feito, n'O Macaco de Imitação, estes desafios para me testar e perceber o quegosto e não gosto de fazer. Aprendo maneiras de me organizar e de avançar nos meus objetivos. E aquilo que aprendo durante os desafios serve para outras áreas da vida.
Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. O melhor livro que li este mês e, possivelmente, este ano. Imagem retirada de goodreads.com.
Exercício Físico
Defini que devia fazer, pelo menos, 45 minutos de exercíciopor dia, e não tinha de ser sempre o mesmo desporto. Aliás, quanto maior a diversidade, melhor. Estreei o meu primeiro dia com uma surfada no meu "spot" favorito no Baleal. No total surfei 13 vezes e,no último dia deste desafio, surfei na mesma praia que no primeiro (e só percebi isso depois).Nunca surfei tantas vezes num mês. Às vezes não entro no mar porque não está "perfeito" e, durante este mês, fui mais paciente e dei maisoportunidades ao mar. Além de surfar mais vezes, surfei grandes ondas.
O Surf é o meu desporto de eleição, mas nãose pode surfar todos os dias porque nem sempre está bom (ou razoável sequer).Então, nos dias em que não surfei, virei-me para a corrida. Corri 9 vezesdurante estes 30 dias, num total de 65 km. No princípio não corria mais que 20minutos sem ter de parar, e fazia pouco mais de 5 km no total de corrida+caminhada. Para o fim, jácorria 10km sem parar uma única vez e o meu ritmo tinha aumentado bastantedesde o princípio. O truque foi tentar evoluir todos os dias - sejapor correr mais tempo, ou mais rápido, ou uma maior distância. Foi também monitorizar as corridas que fazia com a App RunKeeper, porque assim conseguiaanalisar bem a minha evolução e ficava motivado. Além disso, não me posso esquecerdas companhias de corrida que, muitas vezes, me motivaram a correr mais.
Surf e corridas à parte, experimentei uma aula deyoga (estava todo torto, mas foi uma aula interessante) e fiz dois treinos de musculação (um deles correu bem porque tinha companhia, no outro fiz sozinho e não sei bem o que andei afazer).
Meditação
A meditação seria, supostamente, a parte mais fácil destedesafio. Seria só estar sentado, 10 minutos, sem pensar em nada. Nuncapensei que isso viesse a ser tão difícil. Já tinha tentado ganhar o hábito dameditação várias vezes, e até já tinha escrito sobre isso n’O Macaco de Imitação, mas nunca o consegui fazer por muito tempo. Nestemês estava determinado em ganhar o hábito de uma vez por todas.
Nos primeiros 15 dias experimentei uma sériede meditações que não funcionaram. Experimentei meditar em várias alturas dodia, sentado, deitado e a ouvir música. Aprendi que meditar à noite não resulta - essa é receita certa para adormecer. Agora sei que a melhor altura para meditar é sempre depois de acordar e fazê-lo sentado no chão, sem distrações. Ao ser a primeira coisa do dia,estamos mais atentos e a meditação trará mais efeitos positivos. E é isso quevou fazer daqui em diante.
O mais difícil da meditação é controlar a corrente de pensamentos.É muito difícil, no início (e ainda agora), não pensar em nada. É precisotreino para nos sentarmos como deve de ser, de costas direitas, e colocar todaa concentração na respiração. A mente vagueia para os "problemas" do dia-a-dia,ou para o passado, ou para o futuro, ou para aquilo que vamos fazer já deseguida. Nessas alturas - aprendi ao ler uma série de blogs e livros - omelhor que pudemos fazer é consciencializar que esses pensamentos estão presentes, não "conversar" com eles, e trazer de novo a concentração para a respiração.
A meditação está em todas as listas de coisas que se devemfazer para ser feliz. Isto porque a meditação ajuda-nos a relaxar e a focar aatenção naquilo que fazemos no dia-a-dia. Ainda não sou "bom" a fazer isto, e tenho um longo caminho a percorrer. Mas fico mais descansado ao saberque grandes "mestres" nesta arte demoraram também algum tempo para conseguirvazar a mente de pensamentos e sentir os efeitos positivos da meditação. Depois de30 dias já tenho o hábito bem definido e agora só preciso de continuar.
Escrita livre
A primeira vez que ouvi falar em escrita livre foi neste site.Esta ideia surgiu do livro The Artist's Way, onde o autor sugere a escrita de 3 páginasdiárias pela manhã. Este processo, tal como a meditação, ajuda a vazar a mentede pensamentos desgastantes, porque acabamos por escrevê-los nestaspáginas. É também importante que a escrita seja feita sem pensar demasiado, sem correções e sem julgamento. Nãohá coisas que devem ou não ser escritas. Já tinha experimentado a escrita livre nestesite e decidi inclui-lo neste desafio "corpo e mente". Tal como é feito nosite, decidi escrever 750 palavras diárias e, nestes 30 dias, escrevi um totalde 26840 palavras (+- 40 páginas!).
Gostei muito destaparte do desafio. Aprendi a gostar mais de escrever e, se no início era difícilescrever as 750 palavras, houve momentos em que escrevi 1000 palavras antes de pararpara pensar no que estava a ser escrito. Apesar disso, penso que a meditaçãotem mais efeitos positivos a médio-longo prazo e por isso não vou continuar afazer, todos os dias, a escrita livre. No entanto, vou começar a escrever mais,disso não hajam dúvidas.
As dificuldades
Mas nem tudo foi fácil. Falhei alguns momentos porque estavadoente ou porque estava em festa ou porque estava a morrer de sono. Como aquiescrevi, falhei no dia 12 (em todas as frente) porque estava nafesta das latas em Coimbra. No total, falhei 4 dias de exercício físico, e 2 demeditação e escrita livre. Em 30 dias, foram poucos "maus" momentos.Noutra altura podia ter desistido porque já não ia fazer um mês "perfeito". Masisso seria uma estupidez, isso seria uma derrota e portanto não desisti. Nesses diasaprendi porque tinha falhado e com isso evitei falhar mais vezes.Alterei as alturas do dia em que meditava e escrevia para garantir que não as falhava porque estava com sono. Para o final, escrever e meditar eram as primeiras coisas que fazia cada dia.
Houve outros momentos que cumprir o exercício físico foimuito difícil. Há sempre o dia em que está a chover, ou que estamos doridos, ounão temos companhia ou, simplesmente, não nos apetece. Esses são os diasque nos põem à prova. Em qualquer objetivo na vida, em qualquer desafio,existem esses dias. Nessas alturas temos de arranjar força para cumprir oprometido, porque de outra forma vamos falhar, mais uma vez, nesse projeto.Aprendi que se passarmos essa barreira, fica tudo mais fácil daí em diante,e por isso vale a pena o esforço adicional.
Os livros queacompanharam o desafio
Nenhum bom desafio estaria completo sem uns bons livros. Comecei então por ler TheMiracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh. Nele aprendi a importância de Mindfulness - viver no presente. É sobre estar concentradonaquilo que estamos a fazer no momento. Como exemplo, o autor escreve que quando estamos a lavar a loiça,devemos estar só a lavar a loiça, e não a pensar nas coisas que temos para fazerem seguida. Se temos por hábito estar perdidos em pensamentos sobre o passadoou o futuro, perdemos a vida verdadeira, que se encontra no presente, naquiloque estamos a fazer no momento.
De seguida li o livro The Four Hour Body de Tim Ferriss. Éum livro interessante, mas deve ser lido com um objetivo claro em mente, sejaperder peso, ganhar força ou outro. Mas com uma passagem rápidopelo livro consegui perceber o seu potencial.
Por último, li o Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. Este foi um dos melhores livros que li este ano. Chris Prentissensina-nos que não há eventos bons ou maus, mas que eles assim se tornam pelamaneira como nós os interpretamos. Ele diz-nos para pensar que, qualquer coisaque nos aconteça, é a melhor coisa que nos podia ter acontecido. Estepensamento, tão simples, tem o poder de tornar a vida muito mais feliz.Aconselho vivamente a leitura deste livro.
O próximo desafio
Ainda não sei o que vou escrever a seguir para O Macaco deImitação. Estou agora a ler um livro sobre o que podemos aprender com os grandes filósofos da antiguidade e quero, num próximo artigo, resumir uns 4 ou 5livros sobre boas filosofias de vida. Vou também escrever sobre um método que tenho usado para aumentar a minha produtividade nas últimassemanas. E também quero começar um novo desafio e aprender qualquer coisa nova, seja investir 20 horas em qualquer coisa, ouuma semana, ou 30 dias.
Estou orgulhoso daquilo que consegui fazer nestedesafio. Dos 90 momentos de exercício, meditação e escrita, apenas falhei 8.Aprendi a organizar-me melhor, a lutar contra a falta de vontade, e aprendi boas filosofias de vida com os livros que li. Fiquei em melhor forma, tentei relaxar com a meditação e gostei muito de escrever as 44 páginas. Foi um mês saudável, tanto para ocorpo, como para a mente. Sinto que agora estou mais preparado para começar novos desafios.
Há 15 dias comecei um novo desafio. Depois de aprender piano em 20 horas e ter ficado uma semana sem internet, queria agora fazer um desafio mensal. Tinha muitas opções. Tenho na minha lista aprender a cozinhar melhor, aprender a fazer cerveja, aprender a desenhar, entre outros. Mas eu precisava de outras coisas mais importantes. Acabadas as fériase depois de um mês a viajar pela Europa, precisava de ficar em forma.
O desafio
Pensei primeiro em 30 dias de exercício físico, mas esse desafio logo escalou para um desafio "Corpo e Mente" – 30 dias de exercício físico (pelo menos 45 minutos/dia), meditação (10 min./dia), e escrita livre (750 palavras/dia).
Nunca pensei que fosse um desafio fácil de cumprir e, por isso, fiz questão de o anunciar n’O Macaco de Imitação. Com isso ganhei a pressão que precisava e agora, se falhasse, iria sentir-me muito pior.
Além do desafio, queria também aprender mais sobre meditação e exercício físico. Para já, começaria por ler os livros The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh e The Four Hour Body, de Tim Ferriss.
The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh e The Four Hour Body, de Tim Ferriss.
Os meus dias
Nas últimas duas semanas tenho tido dias muito fora do habitual. Tentei, no princípio, meditar logo depois do pequeno almoço, escrever ao final da noite e fazer exercício quando fosse mais indicado (dependente do desporto e companhia). Muitas vezes, falhei a meditação da manhã e dei por mim a meditar ao final da noite. E descobri que isso não era uma boa opção. Durante a meditação, precisamos de estar tranquilos, sem sono, o que não acontece quando nos estamos a preparar para dormir. É também difícil escrever à noite pelas mesmas razões. Depois de 15 dias já sei qual é a rotina certa: meditar, sempre, de manhã, pouco depois de acordar; escrever logo a seguir e fazer desporto ao final da tarde (a menos que hajam boas ondas durante o dia :D).
Meditação
A meditação e a escrita livre têm objetivos muito semelhantes - servem para acalmar a mente. Faço-as porque preciso de ganhar concentração nas tarefas do dia-a-dia. E, pensando que iria ser fácil meditar - aliás, é só estar sentando e não pensar em nada – acabou por ser a parte mais difícil do meu desafio. Parece que quando não queremos pensaar em nada, mil pensamentos surgem em simultâneo. É difícil estar 1 minuto sem pensar em todos esses "problemas". E, por ser difícil, sei agora que é a parte mais importante deste desafio.
Já tinha feito um artigo sobre meditação n'O Macaco de Imitação. Ainda não estou a meditar como este sujeito, e muito falta.
Escrita livre
Ao contrário da meditação, este é um processo ativo (podiamos dizer que a meditação também o é, mas não compliquemos). O objetivo é escrever 750 palavras baseadas nos pensamentos que nos passam pela cabeça. Apenas escrever, sem correções, sem pensar duas vezes sobre essas palavras, sem julgamento. Várias pessoas têm feito isto para tirar os "problemas" das suas cabeças. Também eu tenho vindo a gostar muito desta parte do desafio. Acabo por descarreguar tudo aquilo que pensava para um papel e lá fica preso.
Com isto também aumentei o meu gosto por escrever e, se no início 750 palavras era um tormento, agora escrevo-as num instante e chego a passar muitas vezes a barreira das 750. Até agora escrevi 11839 palavras (mais ou menos 18 páginas).
Exercício físico
O exercício físico é a parte que ocupa mais tempo deste desafio. Se "despacho" a meditação e a escrita livre em 20 minutos, o exercício pode levar 50m ou 1h30m. Como escrevi no Facebook d’O Macaco de Imitação , tenho tentado fazer desportos diferentes. Até agora, surfei 6 vezes (sempre em praias diferentes, seguindo as melhores condições em cada spot), corri outras 6 (39 km), fiz 1 treino de musculação e experimentei 1 aula de Yoga. Feitas as contas, fiz 14 treinos. Mas devia ter feito 15. Já escrevo sobre isso.
Um dos spots das minhas sessões de Surf, no Baleal.
A minha perspectiva perante o exercício tem vindo a mudar. É sempre fácil fazer desporto quando tenho companhia, e tive muitas vezes. Mas há sempre aquele dia que ninguém nos acompanha e temos de aprender que, para cumprir os nossos objetivos, a força tem de vir de dentro. Por isso acabei por surfar mais vezes do que o habitual, e corri sozinho quando foi preciso. Houve dias que tive de correr à chuva ou durante a noite só para cumprir este desafio. E se no princípio era difícil levantar o rabo do sofá para ir treinar, agora faço-o com gosto. Correr revelou-se um desporto muito fixe. O truque é fazer, a cada treino um pouco melhor – tentar correr mais tempo, chegar mais longe, ou aumentar o ritmo da passada. Ao usar a App RunKeeper, consigo ver quantos km e minutos faço por treino, e isso motiva-me a continuar porque posso medir a progressão dos meus treinos.
Vista da ciclovia onde faço as minhas corridas.
O dia 12 do desafio
No dia 12 deste desafio não meditei, não escrevi, nem fiz exercício. Senti-me mal por isso, mas não consegui cumprir o desafio. Nesse fim-de-semana fui a Coimbra à festa das Latas. No sábado, com a "correria" da festa, não fiz aquilo que queria fazer. Sabia que isto podia vir a acontecer. Também sabia que, se acontecesse, não era razão para desistir do desafio. Tentaria fazer 30 dias seguidos, mas, se por alguma razão falhasse 1 dia, não iria desistir. E foi isso que aconteceu.
É uma metáfora para a vida e para outros objetivos. Nem tudo corre perfeito, e muitas vezes desistimos de uma dieta ou de uma objetivo porque falhamos uma parte mínima. Devemos aprender isso não nos leva a lado nenhum. Se for preciso "falhar" 1 vez, não faz mal, é preciso é continuar. Só assim podemos ir melhorando.
Apesar disso, o fim-de-semana em Coimbra foi brutal e vi Richie Campbell. Foi uma boa desculpa para falhar, por 1 dia, este desafio. No domingo, quando voltei, e ainda um bocado "atordoado", decidi que não ia falhar o desafio outra vez. Cheguei a casa às 21 e fui correr - foi a melhor corrida até agora.
O dia 12 do desafio, em Coimbra, patrocinado por Richie Campbell.
Nota final
E 15 dias passaram desde que comecei este desafio (na verdade, passaram 17, este post vem atrasado). Continuarei a cumprir com o exercício, a meditação e a escrita livre e, espero, aprender mais umas quantas coisas até ao final dos 30 dias. Até daqui a 2 semanas.
Domingo, dia 5 de Julho, às 00:00, desliguei a net. Durante uma semana não usaria Facebook, Youtube e Instagram. Não iria ver notícias ou jogar. Desinstalei todas as apps do iphone. Não iria utilizar a internet nem para ver a metereologia. Estaria completamente offline durante uma semana.
Às 00:00 esperei para ver o que acontecia. Nem 10 minutos haviam passado e já me pediam para não o fazer. Haviam coisas "importantes" a fazer online. Não desisti. Nunca seria uma boa altura para começar um novo desafio, portanto, não valia a pena adiar. Esta semana iria testar-me. Não se esperava grande sol nem boas condições para surfar. O que iria fazer com tanto tempo livre? Era esse o desafio.
Eu adoro a internet. É incrível a quantidade de coisas que se podem aprender sozinho. Passo grande parte do tempo online a ver conteúdo interessante. Subscrevo vários canais do Youtube sobre ciência, leio diversos blogs sobre psicologia e passo muito tempo no Google. Mas há um lado negro da internet - o que nos vicia em likes e comentários. Já não conseguimos tirar uma foto sem a colocar no Instagram. Não conseguimos estar à espera do autocarro sem sacar do telemóvel e navegar no 9gag. Não conseguimos estar à mesa, com amigos, sem ver os emails, o Facebook e aquele vídeo engraçado. São estes últimos momentos que eu quero minimizar. Passados 7 dias, é difícil colocar por palavras aquilo que aconteceu esta semana. Vivi sobretudo no presente (exceptuando para onde os livros me levavam). Fiz grandes maratonas a ler, surfei, passei horas em esplanadas, vi filmes, meditei e aprendi a fazer novos acordes na guitarra. Entre almoços e jantares, estive com família e amigos. E, sem ter muito em que pensar, as tarefas de casa tornaram-se menos chatas. É certo que de vez em quando ficava aborrecido. E aí pensava, "seria diferente se usasse a internet?". Provavelmente não. Começaria a navegar pelo Facebook ou pelo 9gag e, em menos de nada, ficaria frustrado pelo tempo gasto. Ao estar offline, aprendi a fazer "nada", a estar no momento e a relaxar.
Não usei a internet e o IMDb para escolher os filmes que via. Aliás, só tinha os filmes disponíveis na TV. Percebi que, frequentemente, muita escolha é mau. Com internet, podemos escolher o melhor filme que existe, mas a procura é cansativa - o filme nunca é bom o suficiente. Também procurei fazer atividades diferentes. Aproveitei para ver fotos antigas e recordações guardadas durante as minhas viagens. Experimentei fazer um puzzle e desisti 1 hora depois.
Durante 168 horas foi um descanso não pensar em likes, visualizações e comentários. Pensei sobre a vida e sobre o stress que evitei esta semana. Se me é possível usar essa palavra, estes 7 dias foram meditativos, pois abrandaram o meu turbilhão constante de pensamentos.
Aprendi que a internet não nos livra do aborrecimento. Se nada temos para fazer, é melhor ver um filme, ler um livro, relaxar, sair de casa ou então começar um novo projeto. É estúpido "navegar" na net. Em menos de nada desperdiçamos uma tarde.
Confesso que nas últimas horas do desafio já estava em pulgas para voltar à internet. Queria ver as atualizações da página d'O Macaco de Imitação. Mas, apesar disso, sabia que a minha vida online iria mudar. Uma semana sem internet abriu-me os olhos para as vantagens de uma vida offline. Estou de volta ao mundo virtual. Reinstalei as apps no iphone mas desliguei as notificações. Não quero ser escravo da internet - vendo, em tempo real, o novo mail, a nova notícia e o novo vídeo. A internet tem muitos aspetos interessantes. Depois de 168 horas, já sei quais são e vou focar-me nesses. Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.
Tendo finalizado 20 horas de treino a aprender piano há duas semanas, chegou a altura de "agarrar" um novo desafio. Não é necessário aprender sempre algo difícil porque também é divertido saber fazer qualquer coisa nova que requer poucas horas de treino. Foi por essa razão que decidi aprender a fazer malabarismo.
O meu objectivo é muito simples: aprender a fazer malabarismo com 3 bolas. O que levanta outra questão, quais são as bolas que devo utilizar? Sei que existem bolas especializadas em malabarismo mas não queria gastar dinheiro. Pensei utilizar laranjas, mas comecei a imaginar sumo na carpete! Outra ideia seria encher balões com areia, mas sou demasiado preguiçoso para os ir comprar e ir à praia (a 100m de minha casa) encher os balões. No final a solução estava na minha secretária, "bolas de ténis". São perfeitas porque têm um bom tamanho para malabarismo e, melhor que tudo, caem no chão e saltam (e eu sei que elas vão estar sempre a cair).
Material necessário para aprender malabarismo.
Isto é uma skill fácil de aprender, contudo é importante pesquisar qual é a melhor técnica antes de começar a treinar de forma a alcançar os melhores resultados no menor espaço de tempo. As duas ideias mais fortes a reter do malabarismo são:
Na maior parte do tempo existe apenas 1 bola no ar. Só existem 2 no momento em que lançamos uma bola para receber a outra que está no ar. Ou seja, só temos de largar a bola da mão quando outra está a chegar à mesma mão.
Para evitar colisões das bolas devemos lançar uma bola por dentro e receber a que está no ar por fora. É mais fácil perceber este conceito no vídeo abaixo.
O mais difícil no malabarismo é ter a sensibilidade de lançar uma bola para o ar quando outra está quase a chegar à mão. Na minha opinião, este é a melhor sequência de treino para dominar esta skill.
Lançar uma bola de uma mão para a outra.
Colocar uma bola em cada mão, lançar a bola com a mão direita e quando esta estiver quase a chegar à mão esquerda, lançar a bola com a mão esquerda e apanhar a bola que vem do ar. No fim, apanhar a segunda bola com a mão direita. Repetir novamente mas começando com a mão esquerda.
Aprender malabarismo com apenas 2 bolas e uma só mão. Lançar uma bola para o ar e quando esta estiver quase a chegar à mão, lançar a outra e assim sucessivamente. Também se pode saltar este ponto. Pela minha experiência isto é tão difícil quanto fazer malabarismo com as 3 bolas. Exemplifico no meu vídeo mais em baixo.
Treinar sequência com 3 bolas no chão contra uma parede, tal como é explicado no vídeo acima.
Experimentar a mesma coisa no ar.
É durante o sono que o corpo ganha memória muscular. Estudos apontam que se formos dormir até 4 horas depois de treinar vamos consolidar melhor o que aprendemos, sobretudo em skills que envolvem memória muscular Portanto sugiro um treino de apenas 20 minutos por dia, pouco tempo antes de ir dormir.
Tenho de confessar que falhei quanto ao treino porque não defini logo de início quando e quanto tempo queria treinar por dia e portanto treinei quando me lembrei! Da minha experiência (que demorou mais de uma semana, por falta de organização), é apenas necessária 1 hora de treino para aprender malabarismo com 3 bolas, perfeição à parte. Juntado os 20 minutos de cada dia, deverão ser necessários 3/4 dias para aprender malabarismo. Aqui fica um vídeo meu com 1 hora de treino de malabarismo:
Como se pode ver, estou longe da perfeição. O mais difícil é fazer um bom arco com as bolas de ténis para que elas não colidem. Como tenho dificuldade nisso, vou acumulando erros e no final já estou a fazer malabarismo fora do ângulo da câmara. É bom aprender qualquer coisa difícil, investir 20 horas de treino e no final estar feliz pelo resultado atingido. No entanto, como já disse, há coisas que se aprende em pouco mais de 1 hora e das duas uma, ou são divertidas ou dão muito jeito.
Já finalizei a leitura do livro "As primeiras 20 horas", onde Josh Kaufman explica como aprender qualquer coisa rapidamente. Irei fazer um post sobre isso no "O Macaco de Imitação" e juntar algumas ideias que tenho sobre essa matéria. Até lá!
E assim chega ao fim o primeiro desafio de 20 horas do "O Macaco de Imitação"! Mas antes de fazer o resumo destas 4 últimas semanas de treino de Piano, tenho para partilhar as últimas 5 horas. Na verdade tenho de confessar que fiz batota esta semana porque pratiquei pouco. No entanto, deixei o Engenheiro que há em mim tomar conta deste treino e desenvolvi uma ferramenta para me ajudar nos próximos tempos enquanto pianista (sim, porque não vou parar de praticar).
Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:
Esta semana começou com normalidade, apenas um tipo a aprender piano e a tocar umas músicas bacanas. Depois deparei-me com um problema! Como já aqui disse, também toco guitarra e tenho usado muito dos conhecimentos que já tinha para acelerar o processo de aprender piano. Para isso tenho andado no banco de tabs do UltimateGuitar, pesquiso músicas que gosto e que tenham apenas acordes e depois toco-as no piano. Só com isso tenho-me divertido muito! Mas a sede de aprender mais não desaparece e apeteceu-me tocar outras coisas, por exemplo, um solo de guitarra no piano. O meu problema estava em como converter tabs com o aspeto daquela que apresento em baixo, em notas que eu consiga tocar no piano (C, G, F...).
E porquê querer converter? Porque é muito fácil encontrar tabs de guitarra que de piano. Ora...mas como fazer esta conversão? Como podem ver acima e tal como já expliquei aqui, cada linha é uma corda da guitarra, com a primeira representando a corda de baixo da guitarra e a última representando a primeira corda. Depois cada número nesse esquema indica que tenho de tocar aquela corda, com o dedo naquela posição do braço. Cada uma das cordas tem uma afinação, que também está indicada no esquema acima.
Matt Bellamy, vocalista dos Muse. Um boss no piano, na guitarra, na voz...
O que percebi foi que, por exemplo, a primeira corda da guitarra tocada livremente dá uma nota E. Se eu tocar a mesma corda com um dedo na 1ª posição do braço da guitarra, estou a tocar um F. De seguida, se colocar o dedo na 2ª posição e tocar essa mesma corda, vou tocar um F# e por aí fora. É só seguir a ordenação das teclas do Piano! Incrível! Outro exemplo: se tocar a 3ª corda da guitarra (afinação em D), com o dedo na 2ª posição do braço, vou estar a tocar a nota E. Done! Conversão feita. A tab acima pode ser convertida para as notas: D#, B, F#, D#, E, C#, G#, E, D#, C#, D#, B, G#, F, E, B, G#, E, D#, C#.
Quando descobri que a conversão era fácil e que agora podia tocar os "solos" de guitarra, fiquei em pulgas para converter uma série de músicas. Agora já podia tocar Arctic Monkeys, parte de acordes e solo ao mesmo tempo! Depois percebi que converter cada uma das tabs dava um trabalhão incrível! Tenho de estudar a afinação de cada corda, ver qual é a posição que deve ser tocada na guitarra, determinar qual a nota correspondente e depois escrever num papel....não tenho paciência para isto. Então foi aí que o Engenheiro acordou! Decidi fazer um pequeno programa para fazer esta conversão mais rapidamente, para depois poupar tempo para o verdadeiro treino:
Conversor Guitarra-Piano, desenvolvido por mim.
Com este programa posso editar manualmente uma tab de guitarra na matriz que está representada. Ao lado posso até mudar a afinação da corda, o que é necessário algumas vezes. Cada linha representa uma corda e cada coluna uma instância no tempo. Portanto cada par (linha, coluna) é uma nota na guitarra. Posso até colocar várias notas ao mesmo tempo preenchendo vários números na mesma coluna, o que significa que naquele momento estou a tocar um acorde. Depois posso clicar em "Convert" e ele coloca-me as notas que devo tocar no Piano. Na imagem acima podemos ver a sequência de notas que corresponde à música "Starlight" acima. Aqui, em vez de preencher a tab manualmente na matriz, carreguei um ficheiro .txt e a conversão foi automática. Ainda tem algumas coisas a melhorar, mas assim é muito mais engraçado tocar Piano, ahah! Já agora, se estiveres interessado neste programa envia-me uma mensagem! Depois disto tive de ir experimentar umas músicas, como é óbvio! Deixo aqui algumas músicas muito fixes e fáceis de tocar. Coloco aqui também umas gravações feitas à pressão, ahah: Muse - New Born (Acordes) Muse - New Born (Solo) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Acordes) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Solo) Coldplay - Green Eyes (Acordes) Radiohead - Creep (Acordes) Chet Faker (Acordes) SOJA - Gone Today (Acordes + Solo) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Acordes) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Solo) Arctic Monkeys - Only One Who Know (Acordes)
E a que se resume estas 20 horas de treino? Desta experiência confirmo a teoria do Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours". É possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em tão pouco tempo como 20 horas, 1 horinha por dia durante 1 mês com direito a descanso ao fim-de-semana, ahah. Durante as últimas 4 semanas aprendi as notas no piano, todos os acordes principais (já agora, aqui fica uma biblioteca de acordes), escalas, teoria importante para improvisar no piano, como ler tabs de piano, como adaptar as tabs de guitarra (fáceis de encontrar) para tabs de piano (difíceis de encontrar), treinei muito e consigo tocar grande parte das músicas (versão simplificada, claro!). E vou continuar a treinar, porque acho que o Piano é um grande instrumento! Desafio-te a tentar o mesmo! Se tiveres aí um piano perdido em casa, experimenta 20 horas de treino! Vais ver que no fim estás um grande boss! O bom deste tipo de desafios é que pode ser aplicado para aprender muitas coisas diferentes. Há método para aprender tudo e rápido! Deixo-te aqui algumas sugestões, se sempre quiseste aprender alguma coisa (piano, yoga, xadrez, cozinha, tennis...) e não sabes como treinar de forma a ter bons resultados com poucas horas de treino:
Define à partida o teu objectivo porque é este que vai guiar o teu treino. O que queres saber fazer no final das 20 horas? Sê realista!
Pesquisa material de qualidade para te ajudar a cumprir esse objetivo. Faz uma pesquisa no google, procura bons livros, encontra tutoriais na net, etc. Hoje em dia tudo se pode aprender no google.
Conheces alguém que domine aquilo que queres aprender? Fala com essa pessoa, pede-lhe conselhos, pergunta-lhe por onde deves começar.
Tens algum amigo que queira aprender contigo? Desafia-o a treinar contigo. Torna tudo mais fácil porque se podem motivar os dois para alcançar o objetivo final.
Começa a treinar logo que tenhas tudo definido e os materiais por onde vais estudar preparados. Não prepares em demasia!
Evita treinos de várias horas por dia. O teu corpo precisa de ganhar memória muscular e a tua mente necessita de assimilar aquilo que estás a aprender. Aconselho apenas 1h por dia! Se puderes treina ou estuda à noite, porque durante o sono o teu cérebro tem o poder de assimilar tudo muito melhor.
Evita distrações durante a tua hora de treino. Fecha a porta do quarto, desliga a internet e coloca o telemóvel em silêncio!
Evita estudar teoria muito profunda. Tens de obter resultados para estar motivado. Não te esqueças, são só 20 horas e estás a trabalhar para aprender o máximo possível durante esse intervalo de tempo. Depois do desafio, se gostaste, tens tempo para aprender mais sobre o assunto.
Partilha com os teus amigos aquilo que andas a aprender! Faz um concerto em casa, prepara um jantar para os teus amigos, partilha as tuas pinturas com eles...
Diverte-te! Sempre!
E com isto finalizo esta série. Espero que tenhas gostado! Eu gostei muito de aprender piano e de partilhar este desafio. Vou agarrar brevemente um outro e continuar a aprender coisas novas. Até o próximo post!
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