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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

19 livros de auto-ajuda (série "viver à boss", parte 1/4)

Imagina uma vida sem preocupações. Vives em harmonia com o teu trabalho, com quem és e com as pessoas que mais gostas. Relaxas quando é para relaxar e trabalhas quando tens de trabalhar. Fazes aquilo que queres fazer e não desperdiças tempo com coisas, e pessoas, que não merecem. Ahhh, que bela vida! Fica com este pensamento. Agora espera só um momento enquanto vejo o terceiro episódio seguido de Narcos. Dizem que é neste que o Pablo é apanhado!

Todos sabemos viver bem, não é? Por isso é que nos preocupamos com coisas de nada, fazemos listas de novo ano que não cumprimos e descarregamos nas pessoas que mais gostamos. Pelo menos aprendemos na Netflix que "Las mentiras son necesarias cuando la verdad es muy difícil de creer".

Tantos livros e tão pouco tempo para ler. Ou, melhor, precisava de uma imagem bonita para colocar como foto de apresentação deste post.
O engraçado é que todos sabemos as dicas para viver bem. Mas isso são coisas para ler no telemóvel à espera do autocarro. "Olha que engraçado, dizem que meditar faz bem à saúde. A partir de agora vou meditar todos os dias meia hora. Deixa-me só ver o que a malta anda a postar no Instagram". Um rápido disclaimer - eu não medito.

Ora que cheguei à conclusão que todos os livros de auto-ajuda dizem a mesma coisa (no shit!), ainda que o autores achem que encontraram a fórmula para a felicidade. As dicas são boas, não me interpretes mal. E acho que o que eles fazem é reforçar a posição uns dos outros, para ver se nós (e eles) aprendemos de uma vez como viver.

O truque é esse - ler e reler essas dicas uma série de vezes até aprender. Tal como aprendemos todos os anos, na escola, as mesmas coisas em inglês e nos perguntamos porque estamos a aprender outra vez aquela merda e depois percebemos anos mais tarde que falamos cada vez melhor esta língua e que agora conseguimos ler em inglês e que afinal aqueles professores que tanto desprezávamos e que provavelmente ficavam fodi*** da nossa impaciência afinal tinham razão.

Por isso decidi compilar todas as notas que tirei dos livros de auto-ajuda, expremê-las, e fazer 3 posts (4 com este) sobre os grandes temas desses livros - como pensar, como trabalhar, e como interagir com os outros. Neste post introdutório, apresento esses 19 livros de auto-ajuda.
Um livro fascinante. Um dos 19. Imagem de goodreads.com
O objetivo desta série, pelo menos para mim, é que depois posso voltar aqui e ler e reler e reler e reler vezes sem conta aquilo que escrevi, para ver se de vez em quando aplico uma dessas dicas, e para ver se, gradualmente, aproximo o meu viver à vida de um super-herói empreendedor, com uma mente à la monge budista e com uma capacidade de falar com os outros que faz inveja ao Daniel Oliveira.

Antes dos livros, queria falar sobre o termo "auto-ajuda". Detesto! Até fico com vergonha de ler livros com títulos como "Como fazer amigos e influenciar pessoas", ou "Como deixar de se preocupar e começar a viver". Mas à falta de um melhor termo...Como havia eu, e os outros, de lhes chamar? "Livros que ensinam coisas óbvias mas que o autor tem razão como o cara*** e não percebo como é que ainda gasto o meu tempo a ver televisão e não faço o que este gajo me diz?" Pois...Além disso, todos os livros ajudam-nos de alguma maneira, e muitos daqueles que apresento hoje, aqui, não estão nem de perto categorizados como sendo de "auto-ajuda".

Os livros:

Nota: Nem todos os livros têm tradução portuguesa. Aos que têm, apresento-lhes com esse título. Mas os que não têm, não merecem uma tradução fraca da minha parte. De qualquer maneira, os links seguintes redireccionam para o goodreads e aí os títulos estão todos em inglês.

1. 10% Mais Feliz - Dan Harris: Na opinião deste autor, cético por natureza e profissão, a meditação torna-nos 10% mais felizes. Uma história engraçada, fascinante e muito terra-a-terra.

2. Guia de um Astronauta Para Viver Bem na Terra - Chris Hadfield: Este astronauta, relativamente famoso, ensina-nos a olhar para os pequenos momentos da vida e a trabalhar para atingir os nossos objetivos.

3. How To Be Idle - Tom Hodgkinson: A vida não é uma corrida. Lê, pinta e toca música. Bebe um chá, senta-te e ouve o barulho do mar. 

4. Como Deixar de se Preocupar e Começar a Viver - Dale Carnegie: O clássico da auto-ajuda. Deixa-te de preocupações!

5. Learned Optimism - Martin E.P. Seligman: Quem é otimista tem mais sucesso em todas as áreas da vida. Este livro científico explica tudo sobre isso.

6. Making a Living Without a Job -  Barbara Winter: É importante fazer aquilo que se gosta, e aqui fala-se muito de como construir um bom trabalho.

7. O Homem em Busca de um Sentido - Viktor E. Frankl: Todos procuramos significado na nossa vida e, se queremos motivação, este é um livro essecial. O autor esteve preso nos campos de concentração nazis e mostra-nos que, mesmo em situações traumáticas, é possível manter o foco. Lê este livro por favor!

8. Filosofia para a vida - Jules Evans: Dicas de vida com milhares de anos e um livro excelente para iniciar o estudo de algumas filosofias interessantes como o estoicismo.

9. 4 Horas por Semana - Tim Ferriss: O livro que, para mim, iniciou o interesse por psicologia e por crescer e aprender sempre mais.

10. As Quatro Verdades - Miguel Ruiz: Aqui aprendemos algumas dicas valiosas sobre falar e interagir melhor com as outras pessoas.

11. A Conquista da Felicidade - Jonathan Haidt: Todos temos um nível basal de felicidade, mas podemos fazer muito para melhorar a qualidade da nossa vida. Um livro científico, para aqueles que, tal como eu, não gostam de conversa de energias e vibrações cósmicas

12. O Monge que Vendeu o seu Ferrari - Robin Sharma: Outro clássico do mundo da auto-ajuda, desta vez misturando dicas valiosas com uma pequena história de ficção. Vais ler este livro num abrir e fechar de olhos.

13. O Poder do Agora - Eckhart Tolle: Este é o livro das energias e vibrações cósmicas. Tenho, por isso, mix feelings quanto a este famoso livro. Por um lado, ensina-nos a importância de viver no presente e como controlar a corrente negativa de pensamentos. Por outro, energias e vibrações...

14. The Renaissance Soul - Margaret Lobesntine: Os generalistas têm uma curiosidade gigante e múltiplos interesses. Esses não podem, nem devem, viver apenas para um trabalho/projeto.

15. The Righteous Mind: Why Good People are Divided by Politics and Religion - Jonathan Haidt: O único autor que aparece duas vezes nesta lista. Neste livro fala-se sobre o que é estar certo e errado, e como ver os pontos de vista dos outros.

16. Um Ano de Vida Bíblica - A. J. Jacobs: Este está longe de ser um livro de auto-ajuda. No entanto, é hilariante e o autor aprende coisas valiosas durante o seu ano bíblico.

17. Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel - Rolf Potts: Viajar é essencial para conhecer a diferença, aceitá-la, e alagar a nossa zona de conforto. Este é um livro essencial sobre viagens.

18. Zen and the Art of Happiness - Chris Prentiss: Muitas dicas de como viver bem estão aqui presentes. Além disso, incluí, na minha opinião, a melhor frase, ou a melhor dica, de como viver bem e despreocupado. Não te vou estragar a surpresa.

19. Fooled by Randomness - Nassim Taleb: É, simplesmente, um livro que te ensina a pensar.

Estão apresentados. Nas próximas semanas publico os restantes posts desta série de como viver bem. Espero que esta nova sequência de artigos te seja útil. Até lá, diverte-te e dá uma chance a qualquer um destes livros.

E conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

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Mini-desafio - 7 dias e 7 TED Talks

Desde fevereiro que ando a tentar ganhar 6 novos hábitos em 6 meses. Tem sido um desafio interessante e as minhas novas skills têm-me ajudado a estar concentrado nas coisas importantes. Mas também tem sido um processo demorado (e assim é de propósito) e por isso senti que precisava de um novo desafio, mesmo que pequeno, para aprender qualquer coisa nova.

Foi por isso que na semana passada pedi ajuda aos leitores d'O Macaco de Imitação para escolher um mini-desafio - algo que pudesse fazer em poucas horas durante uma semana. No final escolhi ver uma TED Talk por dia durante 7 dias.
Logo do TED talks. Imagem retirada de ted.com
Estas foram as 7 TED talks que vi esta semana. Organizei os títulos pelos temas dos vídeos e sempre que possível acrescentei legendas em português. Todas as talks, à excepção da número 5, foram sugestões vossas. Obrigado!

1. Produzir comida no futuro

Aqui é apresentada uma solução para crescer comida de forma saudável e sustentável. Podemos vir a ter computadores que produzem comida, e podemos vir a partilhar receitas entre computadores em vez de enviarmos comida de um lado para o outro do mundo. Esta TED talk indica que podemos todos crescer a nossa comida e ter alimentos mais saudáveis. É certamente uma ideia com futuro.

2. Surf

Nesta Ted talk, Easkey Britton fala sobre umas das minhas grandes paixões, o Surf. Esse desporto que nos faz esquecer tudo o que está à nossa volta e que nos liberta de distrações. Ficamos em perfeito contacto com a natureza e durante aquele momento somos só nós e as ondas, em perfeita sintonia. 

Esta talk faz-nos pensar naquilo que gostamos de fazer e como podemos melhorar o mundo ao fazê-lo.

3. Aquecimento global e o país negativo em carbono - Butão

Na sua constituição, o Butão indica que 60% da terra, no mínimo, deve permanecer floresta para todo o sempre. As florestas do país estão também todas conectadas e é possível, aos animais, andarem livremente por todo o Butão, protegidos por reservas e parques naturais.

Esta talk comoveu-me e deu-me vontade de visitar o Butão. É impressionante o esforço que um país tão pequeno tem feito para salvar o ambiente e para melhorar a qualidade de vida e felicidade da sua população. Os maiores países, com mais recursos, têm muito a aprender com este pequeno grande exemplo. Foi a minha TED preferida da semana.

4. Máquinas voadoras

Estas pequenas máquinas voadoras podem ter um impacto gigante no futuro. Apesar de não ter sido uma grande TED talk, aconselho a sua visualização para que entendas a potencialidade destes pequenos robôs.

5. Dinossauros e procura de fósseis

Nesta talk aprendi que regras devem ser seguidas para encontrar fósseis. Não tinha noção de que seguindo estas "simples" indicações, é quase garantido encontrar qualquer coisa que tenha vivido há vários milhões de anos no nosso planeta.

Esta talk pertence a uma lista das melhores talks de 2016.


6. Detecção de som através de vídeo

O trabalho de Michael Rubinstein parece saído de um filme de espiões. Então não é que ele consegue detetar sons ou, melhor ainda, perceber o que está a ser dito numa discussão, apenas através de um vídeo da conversa? É possível detetar as mais pequenas oscilações nos objetos do dia-a-dia e daí reconstruir os sons do ambiente. Incrível!


7. Ser português

Finalizei este mini-desafio à tuga, vendo também a talk mais divertida da semana. Zé Pedro Cobra fala-nos nos hábitos portugueses e nas atitudes menos boas que nos caracterizam. O "vai-se andando", o culpar o outro, o "queixume" e tantos outros maneirismos.

Mas esta também é uma talk de esperança e sobre o que podemos fazer para melhorar. É sobre parar para pensar naquilo que queremos da vida. Porque "cada um faz o que quer, o problema é que nós não sabemos o que queremos e andamos atrás das coisas erradas".

"Não reclamem nada do mundo, ele não vos deve nada - chegou cá primeiro", Mark Twain

Bónus 1. Procrastinação

É difícil ver 7 TED talks sem procrastinar, vendo umas talks extra e voltando a ver as favoritas

Esta TED foi apresentada este ano pelo meu blogger favorito, Tim Urban, que escreve o blog WaitButWhy. Nesta ele apresenta o tema da procrastinação do mesmo jeito que escreve - com desenhos, com piadas, e com as melhores metáforas para que todos percebam a mensagem que ele quer transmitir. Esta é a minha TED favorita de sempre. 

Bónus 2. Desafios de 30 dias

Matt Cutts aprensenta uma das talks mais motivadoras de sempre em apenas 3 minutos. Esta, e outras coisas do género, motivaram-me para fazer os meus desafios de 1 mês, ou 21 dias ou 20 horas ou 1 semana

Tal como Matt diz, "Os próximos 30 dias vão passar quer queiram quer não, por isso, porque não experimentar qualquer coisa que sempre quiseram fazer?".


Nota final

Tenho amigos que me perguntam, "mas porque estás a fazer esse desafio"? A resposta é semelhante a outras perguntas sobre outros desafios - faço-o porque é divertido e porque sei que vou aprender coisas novas.

Este desafio ensinou-me que é possível aprender algo novo, informação essa que pode ser útil no futuro, em apenas 15 minutos por dia. Se assim é, porque não fazer mais coisas destas?

Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

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Aumentar a concentração para melhorar a produtividade

Sou obcecado por produtividade, admito-o. E procuro hámuitos anos a técnica perfeita para ser um exemplo de eficácia (fazer) eeficiência (fazer rápido). Mas por muito que leia sobre produtividade em blogs elivros, fico com a impressão que não há uma só técnica que funcione para todos. Antes,encontro áreas que têm de ser resolvidas para atingir o topo deprodutividade, tais como a organização do tempo e da informação, trabalhar eficientemente com a regra 80/20, e manter elevados níveis de concentração.Neste artigo exploro o último destes pontos.

Quando iniciamos uma tarefa, precisamos de algum tempo para atingir a concentração máxima. Portanto, se não temos controlosobre nós mesmos, ou se somos interrompidos a meio do nosso trabalho por outraspessoas, estamos constantemente a trabalhar abaixo do nosso potencial. Manter aconcentração naquilo que estamos a fazer, seja no trabalho ou num projetopessoal, é muito importante para cumprir os objetivos pessoais bem e rápido. 

De seguida mostro como resolvi (ou tento resolver) o problema de aumentar aconcentração em qualquer tarefa. Não estou à espera que estatécnica resulte para todos os leitores, tal como li e experimentei muitastécnicas que depois não continuei a praticar porque, para mim, não mostravam resultados.

Aumentar a concentração

Eu trabalho sozinho e, por isso, raramente sou interrompidopor alguém. Para mim, o desafio da concentração passa pelo controlo pessoal. Masnão é por isso que o desafio é mais fácil. Bem sei pela meditação que não fazer nada, ou não pensar em nada, é muito difícil.

Antes de fazer qualquer coisa para aumentar a concentração,sentia facilmente vontade de ver as atualizações do Facebook ou doYoutube, mesmo sabendo que isso não era mais importante que a tarefa atual. Aliás, só iria interromper o meu trabalho. Perdia muito tempo a vertodas as redes sociais, ou as notícias, e não conseguia manter por muito tempoa concentração que queria. Apesar do trabalho aparecer feito, demorava maistempo do que o necessário. Decidi então fazer algo muito simples para resolver este problema

O "método"

Se o problema são as redes sociais e todos os sites quevisito durante o dia, e que não devia utilizar, então a solução é simples – nãoutilizar esses sites durante o período de trabalho. E foi isso que eu fiz.E para manter a cabeça livre durante todo o dia, não utilizo esses sitesaté todo o trabalho do dia estar finalizado, nem mesmo em períodos de descanso (descansar não é navegar no Facebook ou ver as notícias). Só precisei de fazer duas coisas:

1. Defini todas as aplicações do telemóvel que não deviam ser usadas durante o dia. Estas incluem oFacebook, o Instagram, o YouTube, aplicações de feed de notícias e blogs,o Pocket,o email (pelo menos para mim, não há assuntos urgentes que cheguem por email), oLinkedIn e o Goodreads. Coloquei todas estas aplicações numa pasta a "Não utilizar" no iPhone.


2. Repeti este processo no computador, e coloqueitodos os sites - que não deviam ser visitados durante até ao final do dia - numa pasta nos favoritos. E porque no final do dia quero visitar estes sites, coloquei a lista por ordem dessa leitura. Com esta organização garanto que no final do dia vou ver tudo o que preciso ou quero.

Pasta "Não Utilizar" definida nos favoritos do Chrome. Os sites aparecem pela ordem com que os irei ler no final do dia.

O hábito

Durante o dia faço tarefas, tanto profissionais como pessoais, sem mepreocupar com as atualizações das redes sociais, emails e notícias. E,surpreendentemente, não é um hábito difícil de manter. Uma vez feitas estas alterações ao meu dia, consegui mantera cabeça mais leve e estar mais tranquilo durante todo o dia. Comecei atrabalhar melhor e mais rápido. Foi também isso que senti quando estive uma semana sem usar a internet. Sem redes sociais e notícias a atrapalhar, conseguimos estar muito maisconcentrados durante todo o dia.

No final do dia de trabalho, passo então por todos osmarcadores dos favoritos e vejo as atualizações dos blogs que sigo,vejo os novos vídeos das minhas subscrições no youtube,e vou a todas as outras aplicações.

Nota final

Este é um método muito simples, mas que resulta para o tipode trabalho que eu tenho. Naturalmente, ao não utilizar estes sites,foco-me no trabalho e não preciso de outras técnicas para fazer as coisasque tenho para fazer. Mas, admito-o, tenho a particularidade de trabalharsozinho e raramente ser interrompido por outras pessoas. Por isso, se estiveresnuma situação diferente, poderás ter de arranjar um método para manter aspessoas longe de ti, de forma a conseguires chegar ao final do dia com tudo feito.

Além de ver as atualizações destes sites apenas ao final do dia,tento passar só uma vez por cada um deles. Esse é um método eficiente e organizado de ver tudo aquilo que eu quero. 

E não só aplico esta técnica para tarefas profissionais,como para projetos pessoais, tais como escrever este artigo. Até mesmo quando estou no café com amigos, deixo de pensar nas redes sociais e evito tirar otelemóvel do bolso, porque agora sei que a minha passagem por todos esses sitesestá concentrada numa altura específica do dia. Com esta organização, consigoaproveitar melhor os vários momentos do meu dia.

Neste artigo falei apenas sobre uma parte da produtividade – aconcentração. Este é, seguramente, um ponto fundamental a dominar para ser maisprodutivo. Mas não é o único. Num próximo artigo exploro as outras faces da produtividade.

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Meditação para totós

Este post foi originalmente publicado em Março de 2015. Na altura tentei ganhar o hábito da meditação, mas sem sucesso. Agora, depois do desafio de 30 dias "Corpo e Mente", que incluiu a prática de meditação, atualizo este artigo com novas informações.

Nunca deixamos de pensar. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Naquilo que acabámos de fazer e naquilo que vamos fazer de seguida. Pensamos sobre os problemas do passado e naquilo que queremos para o futuro. Todos somos assim. Mas, por vezes, esta corrente de pensamentos é estafante, e acabamos por nos concentrar em coisas que não interessam para a nossa vida. Foi por isso que decidi começar a meditar.

Rafiki a meditar na posição de Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Sem rodeios, começo por apresentar o método que, através das minhas pesquisas, considero ser o mais simples e eficaz para uma boa meditação. No entanto, o resto do post é importante para saberes mais sobre este tema e, por isso, convido-te a lê-lo até ao fim. Dito isto, aqui fica o método:

Método que eu uso para meditar:

  1. Beber um copo de água. Faz-me sentir mais acordado e preparado para a meditação.
  2. Esticar os músculos.
  3. Sentar em cima de uma almofada na posição de half-lotus (explicação mais abaixo). Colocar outra almofada debaixo do joelho da perna que fica por cima para garantir uma boa base de suporte. Trocar de perna todos os dias. Garantir costas direitas e peito ligeiramente para fora.
  4. Ligar o despertador (10 minutos).
  5. Absorver os sons do meio-ambiente.
  6. Fazer 3 ou 4 inspirações longas para começar a meditação. Respirar pelo nariz.
  7. Inspiração normal com foco no movimento ascendente e descendente das narinas (resultado da respiração).
  8. Ao pensar em alguma coisa, consciencializar que este pensamento está presente e trazer a atenção de volta para a respiração.
  9. Quando o despertador tocar, trazer a atenção novamente para os sons do meio-ambiente.
  10. Levantar e esticar os músculos.

O hábito de meditação

Para garantir que continuamos, todos os dias, a meditar, é importante ter uma rotina. A duração da sessão de meditação vai depender muito de cada pessoa. O ideal para iniciantes (como eu) é uma prática de 5 a 15 minutos por dia. E no início é difícil manter a concentração na respiração, mas há medida que nos habituamos, vamos conseguir mantê-la durante mais tempo e meditar 30 minutos ou mais por dia. 

O local de meditação deve ser confortável e agradável, e devemos garantir que não somos interrompidos enquanto meditamos. Para garantir um hábito duradouro, aconselho a prática de meditação todos os dias, no mesmo local, com a mesma rotina, à mesma hora do dia. Podemos adquirir uma rotina em apenas 21 dias. Se estiveres interessado neste tema, aconselho a leitura do livro "A Força do Hábito" de Charles Duhigg. Ou então lê este resumo que fiz sobre ele.

Benefícios da Meditação

Segundo a literatura, uma prática regular deste exercício tem vários benefícios. Aumenta a concentração, diminui o stress, diminui a tensão arterial, aumenta o nível geral de felicidade, e acalma e reduz a velocidade dos pensamentos. Qualquer ferramenta que nos ajude a relaxar e re-pensar os "problemas" do dia-a-dia, traz grandes vantagens para a nossa vida.

Tipos de meditação

Há vários tipos de meditação. Esse seria um post só por si. Escolhi não entrar muito nesse tema. Indico no entanto este, este e este link que são muito bons para perceber os vários tipos de meditação e os objetivos da prática de cada um deles. Uns focam-se no aumento da concentração, outros estimulam a reflexão sobre um determinado assunto e há tipos de meditação guiados.

Pela sua simplicidade, fiquei interessado em mindfulness meditation, em particular a prática de breath meditation, ou Anapanasati. Anapana significa inspiração e expiração, e Sati significa atenção deliberada. Este tipo de meditação envolve a concentração total na respiração e é especialmente indicado para a diminuição de stress. Mindfulness é simplesmente viver o presente, estando consciente do que fazemos num dado momento. O método que apresentei acima, que é muito simples, está incluído neste tipo de meditação.

A importância da respiração e da postura

A respiração deverá ser feita pelo nariz, a um ritmo natural. Devemos concentrar a nossa mente no movimento ascendente e descendente de uma parte do corpo enquanto respiramos, como a barriga ou o peito. Mais simples e eficaz é a concentração no movimento das narinas. É normal a mente vaguear, e pensarmos em outras coisas enquanto estamos a meditar, mas não devemos lutar contra esses pensamentos. Devemos apenas consciencializar que estes estão presentes e não "conversar" com eles, trazendo a atenção novamente para a respiração. Por exemplo, se estivermos a pensar no que vamos comer ao almoço, pensemos "estou a pensar no que vou comer ao almoço", e de seguida trazemos a atenção novamente para a respiração.

A maneira como estamos sentados também é um dos pilares da meditação. Provavelmente já ouviste falar da posição de Lotus, em que colocas uma perna por cima da outra, tal como na imagem que vês abaixo. Não te preocupes, não tens de fazer esta posição para meditar corretamente. Há pessoas que a conseguem fazer naturalmente porque têm mais elasticidade, mas não é por isso que são melhores "meditadores". Eu tenho meditado na posição de half-lotus (metade de Lotus) porque fico confortável nessa posição. Com o tempo irei experimentar mais vezes a posição de Lotus. Mas é importante não forçar qualquer posição porque podemos estar a comprometer a estrutura da coluna e a lesionar os joelhos. Aconselho esta leitura sobre as posições que conferem melhor suporte e estabilidade da coluna para a meditação. Em qualquer uma delas, é importante manter a coluna direita, mas não em excesso, e estar relaxado. Para respirar bem, o peito deverá estar ligeiramente para fora para abrir os pulmões.
Posição Lotus. Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Podemos até estar sentados numa cadeira, tal como podes ver pela imagem abaixo. O importante é ter uma boa base de apoio e ter as costas direitas, para que cada vértebra encaixe verticalmente na que está abaixo, tornando o conjunto estável. Para isso é importante ter os joelhos como base de apoio. Por exemplo, agora que estou a começar com a posição half-lotus, o joelho da perna que coloco por cima não toca no chão. É importante contornar isso colocando uma almofada por baixo da perna para que fique com a base de apoio assegurada. Se não estivermos confortáveis, vamos pensar sobre isso e a meditação não será eficaz. Deitar na cama ou no chão não é uma boa solução porque há uma grande probabilidade de relaxarmos em demasia e adormecer.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/

É possível meditar com barulho

Devemos evitar confusões durante a meditação e procurar um lugar tranquilo, onde não sejamos incomodados. De qualquer maneira, caso não haja outra opção, é possível meditar em sítios mais barulhentos.

Encontrei muita informação sobre este tópico online, porque é um problema recorrente. Aconselho a leitura deste artigo. A técnica mais usada para combater o barulho de fundo é começar a sessão de meditação pela concentração, sem julgamento, do barulho de fundo. Tirar uns minutos para ouvir conscientemente, sem racionalizar, esses barulhos até ficar confortável nesse ambiente. De seguida, começar a prática da meditação. Pode também ser eficaz ouvir white noise para barrar todos esses sons desconfortáveis.

Livros sobre meditação

Como disse num post anterior, é importante ter material para ir lendo enquanto desenvolvemos uma nova prática. Sugiro então 5 livros (e um site) sobre meditação e assuntos relacionados:
Aconselho também a leitura deste artigo. Nesse, Bradley Morris explica a dificuldade que passou enquanto iniciante na arte da meditação. Para ele era complicado concentrar-se, nem que fosse por 5 minutos. Achava também a prática muito aborrecida. No entanto decidiu manter esse hábito porque conhecia os seus benefícios, e hoje em dia escreve e ensina meditação. O desenvolvimento deste hábito ajudou-o a viver uma vida mais feliz, a ser um melhor empreendedor, a melhorar a sua saúde e a ser mais criativo. 

Espero que este post te ajude a começar a meditar. Por último, partilho uma frase interessante do livro Wherever You Go, There You Are. Não a vou traduzir porque, na minha opinião, iria "matar" a magia desta frase.

Meditation is not about feeling a certain way, it's about feeling the way you feel. Meditation is about letting the mind be as it is and knowing something about how it is in this moment. It's not about getting somewhere else, but about allowing yourself to be where you already are.

Os 8 elementos do Flow - a chave para a felicidade

Olho para o horizonte e reparo na onda que aí vem. Começa a perseguição. Remo o mais que posso e coloco-me no sítio certo. Ganho velocidade, agarro a prancha com as duas mãos e ponho-me de pé. Faço uma sucessão de manobras e mal posso acreditar na qualidade da onda. Ao final de 20 segundos já estou a remar para o outside para tentar apanhar outra destas.

O surf é uma das experiências que me provoca Flow. O Flow acontece quando estamos completamente concentrados numa atividade. Nesses momentos, perdemos a noção do tempo e não pensamos em quaisquer problemas que possamos ter. Estamos a fazer aquilo que mais gostamos e só isso é suficiente. Segundo Mihaly Csikszentmihalyi, esses são os momentos mais felizes da nossa vida, e também aqueles em que nós mais crescemos.


Mihaly Csikszentmihalyi, o "pai" do Flow. Imagem retirada de http://www.marianotomatis.it/
E se o Flow nos traz felicidade e crescimento, devemos maximizar o tempo que aí estamos, certo? Este artigo descreve os 8 elementos desta experiência, e como podemos transformar qualquer atividade em Flow.

Os elementos do Flow

1. Objetivos bem definidos

Para atingir o Flow, a atividade tem de ter, em primeiro lugar, objetivos muito claros. Ao surfar, e dependendo do nosso nível, o objetivo poderá ser conseguir ficar em cima da prancha ou fazer um tubo. Devemos começar uma atividade que possa ser acabada e fixar objetivos pequenos, que possam ser cumpridos rapidamente. Sentir que estamos a evoluir numa atividade é muito importante para a nossa motivação. 

Depois de uma experiência de Flow, a pessoa sente que melhorou as suas capacidades e que cumpriu os seus objetivos. Isso motiva-a para continuar, neste caso, a surfar. 

2. Concentração na atividade

Durante o Flow, toda a nossa atenção está concentrada na tarefa que realizamos. Parece que mais nada interessa senão o que estamos a fazer. E alguém pode vir falar connosco que não a conseguimos ouvir. Com certeza isso já te aconteceu. Quanto maior a concentração, mais intenso é o Flow, e melhor é a qualidade do trabalho produzido.

Mas, infelizmente, a nossa atenção é limitada. Daí que o investimento dela em coisas importantes seja crucial. Porque os resultados que temos da vida dependem de onde gastamos a nossa atenção.


Attention can be invested in innumerable ways, ways that can make life either rich or miserable. - Mihaly Csikszentmihalyi

Com toda a liberdade de escolha e tecnologia que temos atualmente, deveria ser mais fácil entrar no estado de Flow. Mas sabes que não é isso que acontece. Cada vez há mais distrações. A TV, o facebook e o telemóvel, todos competem pela nossa atenção. Além disso somos fãs do multitasking, que divide a atenção por muitas coisas diferentes (umas menos importantes que outras).

Não podemos, nem devemos, voltar atrás no tempo e limitar as escolhas que temos atualmente. Mas, se queremos estar mais vezes em Flow e ser felizes, temos de reduzir essas distrações.

Attention is our most important tool in the task of improving the quality of experience. - Mihaly Csikszentmihalyi

The future will belong not only to the educated man, but to the man who is educated to use his leisure wisely. - C. K. Brightbill

3. Perda de auto-consciência

Quando estamos sozinhos e com pouca coisa para fazer, a mente começa a divagar para os problemas do dia-a-dia. Mas quando estamos em Flow, nada nos atormenta. Já não interessa se a nota do teste foi má ou se vamos conseguir ser promovidos. Durante o Flow, nem pensamos se estamos felizes ou tristes, porque a concentração está focada na atividade.

4. Sensação de tempo distorcida

Esta é fácil e acontece-nos a toda a hora. O tempo ganha uma nova dimensão durante o Flow. Passa mais devagar porque estamos conscientes de cada movimento que fazemos. Mas depois do Flow, parece que passou tudo muito rapidamente.

Hours pass by in minutes, and minutes can stretch out to seem like hours Mihaly Csikszentmihalyi

5. Feedback imediato

Não só é importante ter objetivos claros e alcançáveis, como também ter feedback imediato sobre aquilo que estamos a fazer. Se estiver a surfar numa aula, o instrutor irá corrigir a minha postura na hora. Se alguma coisa estiver errada, posso melhorar rapidamente.

Imagina que estás a trabalhar, e não tens noção alguma se o teu trabalho está bem feito ou não. Começas a ter dúvidas e ficas irritado - quebras o Flow. Por isso é tão importante ter um feedback rápido para que te sintas bem.

6. Equilíbrio entre as capacidades e o desafio

Se fazes uma tarefa muito básica, ficas aborrecido. Se por outro lado essa tarefa é demasiado complexa para as tuas capacidades, ficas stressado. De qualquer maneira, esses sentimentos incomodam e deixas de estar em Flow.

O Flow acontece na fronteira entre o aborrecimento e o stress, quando as nossas capacidades estão de acordo com o desafio proposto. Por isso, quando estás a aprender alguma coisa nova, tens de aumentar o desafio à medida que vais evoluindo. Só desta forma vais conseguir estar em Flow durante essa atividade.

Imagem retirada de http://www.psy.gla.ac.uk/
O gráfico acima realça bem o jogo entre as tuas capacidades e o desafio a que te propões. Começas, por exemplo, a praticar surf e ficas feliz por apanhar umas espumas e, de vez em quando, conseguires estar em cima da prancha (A1). À medida que vais evoluindo, melhoras as tuas capacidades, e agora consegues fazer o take-off em todas as ondas. Se não agarras outro desafio, e continuas a surfar as mesmas ondas com a mesma prancha, ficas aborrecido (A2). É nesse momento que deves melhorar o teu equipamento e passar para ondas mais complexas. Assim ficas em Flow novamente porque as tuas novas capacidades têm agora um desafio à altura (A4). Por outro lado, não deves começar a praticar surf com uma prancha pequena, porque aí o desafio é muito maior que as tuas capacidades e ficas stressado (A3).

Se queres estar em Flow mais vezes e durante mais tempo, tens de dominar este esquema. Aprende a reconhecer oportunidades para melhorar as tuas capacidades e continuar a evoluir no teu trabalho ou hobby.

Enjoyment appears at the boundary between boredom and anxiety, when the challenges are just balanced with the person’s capacity to act. - Mihaly Csikszentmihalyi

7. Controle pessoal sobre a atividade.

Se não pudemos, ou não achamos que pudemos, controlar o que fazemos, sentimo-nos impotentes. E não é possível estar em Flow se não tivermos poder de decisão sobre as nossas ações, porque nesse momento começamos a pensar nos problemas e a atenção foge dessa atividade.

8. A atividade é em si recompensadora, não exigindo esforço.

O dinheiro ou o poder nada interessam quando estamos em Flow. Nesse momento , fazemos qualquer coisa porque fazê-lo dá-nos prazer. Estamos à aprender pelo aprender em si. E, mesmo que a tarefa precise de esforço físico e/ou mental, nós não o sentimos.

Resumidamente, o Flow é a experiência ótima. Durante o Flow não pensamos em nós mesmos e fazemos a atividade porque ela é recompensadora por si própria. Não sentimos esforço e o tempo tem agenda própria. Temos objetivos muito claros e alcançáveis, feedback imediato, controlo total sobre as nossas ações, e as nossas capacidades estão em sintonia com o desafio proposto. Depois do Flow, ficamos mais fortes e felizes.

O Flow como chave para a felicidade

Estás a dedicar a tua atenção às coisas certas? Gostas do que fazes profissionalmente? É isso que queres continuar a fazer? Costumas estar em Flow?

Temos a capacidade para apreciar todos os momentos da nossa vida. Podemos estar em Flow ao conversar com uma pessoa interessante, ao ouvir música, ao ver um filme, ao comer e ao ver uma paisagem bonita. Mas infelizmente fazemos tudo à pressa e deixamos de apreciar as pequenas coisas do dia-a-dia.

Precisamos de treinar a mente para atingir altos níveis de concentração. Só assim ficaremos em Flow mais vezes e durante mais tempo. Ao focar a nossa atenção naquilo que é importante, evitando pressões externas, podemos alterar a nossa vida completamente através do Flow. Aprende também a meditar e a ser otimistaConhece as tuas forças, e respeita a tua personalidade.

Por último, inspira-te ao ler sobre pessoas que já passaram por muito na vida. Vai ajudar-te a escolher o melhor caminho para a felicidade, onde deves investir a tua atenção e quais devem ser as tuas experiências de Flow.

Those who try to make life better for everyone without having learned to control their own lives first usually end up making things worse all around. - Mihaly Csikszentmihalyi

Creating meaning involves bringing order to the contents of the mind by integrating one’s actions into a unified flow experience. - Mihaly Csikszentmihalyi

Of all the virtues we can learn no trait is more useful, more essential for survival, and more likely to improve the quality of life than the ability to transform adversity into an enjoyable challenge. - Mihaly Csikszentmihalyi

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Já aprendeste alguma coisa hoje?

Adoro desafiar-me. Aprender qualquer coisa nova ou quebrar maus hábitos. Aprender a tocar piano, a fazer malabarismo e a meditar. Desafiar-me a estar uma semana sem usar a internetNeste post mostro-te quais são as pessoas que me inspiram a experimentar coisas novas.

No último mês li dois livros de A. J. Jacobs. No seu primeiro livro, The Know It All, A.J. desafiou-se a ler a Encyclopædia Britannica (+- 30.000 páginas). Neste relata aquilo que vai aprendendo e como toda essa nova informação impacta a sua vida. Durante esse ano, também conhece pessoas muito inteligentes, participa no Quem Quer Ser Milionário, e inscreve-se nos savant - um grupo composto por pessoas com QI elevado. Depois de ler este livro, qualquer um fica com vontade de fazer algo em grande.

Depois temos o livro Um Ano de Vida Bíblica. Nesse ano, A. J. Jacobs vive segundo as regras da bíblia. Este desafio leva-o a muitos locais nos EUA e a Jerusalém, conhecendo pessoas altamente religiosas. Ao longo desse ano, consegue tornar-se uma pessoa melhor porque acaba por seguir regras como não mentir e agradecer por tudo na sua vida. Além de inspiradores, os livros de A. J. Jacobs são muito divertidos.
A. J. Jacobs. Foto tirada depois de um ano a viver segundo a bíblia. Referência: http://ajjacobs.com/
Também já escrevi, n'O Macaco de Imitação, sobre  Josh Kaufman e Tim Ferriss. O primeiro tem um livro excelente onde explica como aprendeu a tocar ukelele, a fazer windsurf e a jogar Go em tempo recorde. Nesse livro, Josh explica como acelerar a aprendizagem de algo novo. Há uns meses fiz um resumo dessas dicas.

Tim Ferriss, o meu primeiro ídolo neste campo, tem grandes livros sobre gestão de tempo, aprender a cozinhar e ter uma vida saudável. Além disso, tem uma série recente no qual se desafia, semanalmente, a aprender Poker, Surf, entre outros.

Ao experimentar coisas novas percebemos aquilo que é importante na nossa vida e vemos o mundo segundo outras perspectivas. Percebemos melhor as outras pessoas e tornamo-nos mais pacientes. Alargamos a nossa zona de conforto e preparamo-nos para o que der e vier. E o mais engraçado é que quanto mais aprendemos, mais depressa conseguimos evoluir numa coisa nova. Não começamos do zero porque há muitos temas comuns entre as coisas que aprendemos.

No futuro tenciono começar outros projetos. Pretendo fazer cerveja, aprender a falar francês e praticar yoga. Quero ver as 7 maravilhas do mundo e viajar por 100 países diferentes. Quero ler sobre tudo. Quero desafiar-me todos os dias e continuar a crescer. 

E tu? Que desafios gostarias de "agarrar"? Que coisas queres aprender? Convido-te a comentar e a partilhar abaixo esses projetos.

As vantagens de ser generalista

Há grandes vantagens em ser um generalista. É quando fazemos as pazes com a nossa personalidade que entendemos os benefícios de gostar de explorar múltiplos interesses. Este artigo segue o caminho traçado pelo post "És um generalista?". Se não o leste, sugiro que o faças antes de ler este post. Aqui ficam as vantagens de ser um generalista.

Espírito inovador

Sabes o que são modelos mentais? Ganhamos-los ao aprender a cozinhar, a programar, a andar de bicicleta e em tudo o resto. Eles ajudam-nos a perceber como é que estas coisas funcionam.

Ao explorar muitos interesses, nós, generalistas, somos profissionais a adquirir modelos mentais. Ao perceber como as coisas funcionam, entendemos também o que duas ou mais coisas têm em comum. Conseguimos transportar conhecimento de um lado para o outro. Por outras palavras, estes modelos ajudam-nos a inovar e a criar algo novo no cruzamento entre as várias áreas.
A mente inovadora. Imagem retirada de http://www.mindmapinspiration.com/
Imagina que gostas de matemática, design, comunicação e marketing. Podes, com esse conhecimento, desenvolver um canal do YouTube que ensina matemática e que tem uma imagem jovem e atual. Acabas por fazer mais sucesso, porque criaste um negócio com base nos teus múltiplos interesses. Tu, generalista, és um inovador.

Aprendizagem acelerada

Adoro esta vantagem - aprender rapidamente. Dando um exemplo muito prático; se já aprendeste a falar, fluentemente, inglês, espanhol e francês, vais aprender mais facilmente a falar alemão, italiano, ou qualquer outra língua. Isso acontece porque há sempre palavras parecidas com as que já conheces ou a construção frásica é similar. Se já aprendeste várias línguas, vais aproveitar o método que usas para "descascar" um novo idioma, com o conhecimento das dificuldades que tiveste anteriormente.

Como generalistas, um dos nossos maiores medos é ter de começar tudo do zero. Estamos nessa situação sempre que decidimos aprender algo novo ou seguir com outra carreira. A verdade, meu amigo, é que isso não é verdade. Como já aprendemos muitas coisas diferentes, e temos uma vasta coleção de modelos mentais, nunca começamos verdadeiramente do zero. Podemos trazer conhecimento prévio para aquilo que estamos a aprender e, garanto-te, aprendemos mais depressa.

Quando me desafiei a aprender a tocar piano - e dediquei 20 horas de treino para esse efeito - nunca pensei evoluir tanto como o fiz. Mas ao começar a treinar, reparei que o meu conhecimento de guitarra me estava a ajudar a aprender rapidamente. Já sabia o nome dos acordes (A, B, C, D, E, F e G) e como ler tablaturas, bastando aprender os acordes no piano para começar a tocar as música que já conhecia. E tu, generalista, o que já aprendeste mais rápido porque não começaste do zero?

Não tenhas medo de "perder" tempo em aprender algo novo, mesmo que não utilizes diretamente esse conhecimento. O que aprendeste vai ser útil mais tarde. Aprender depressa é uma ótima qualidade num mundo que está constantemente em mudança.

Adaptabilidade

Se sabes fazer várias coisas e se gostas de aprender novos temas, adaptas-te bem à situação em que te encontras. O generalista é fortíssimo num trabalho de grupo - seja na escola, na universidade ou no trabalho. Para além de ser inovador e aprender rapidamente, pode escolher trabalhar naquilo que mais gosta, ou trabalhar no que for necessário para o grupo.

Se, em alguma situação, houver um problema que tenha de ser resolvido, o generalista trata da situação. Ou resolve porque tem essa habilidade na sua coleção, ou não tem medo de aprender mais sobre o tema e resolvê-lo. Em adaptabilidade, o generalista é um Inspector Gadget.

Nota final

É muito fácil reconhecer as vantagens do generalista quando escritas. Se és generalista, como eu, passaste a maior parte da tua vida a querer ser um especialista. Vivemos tão alienados - tentando encontrar o nosso único propósito - que nos esquecemos das vantagens de gostar de aprender e explorar tudo o que há no mundo. Também me esqueço muitas vezes destas vantagens, e é por isso que, em verdade, este artigo é adaptado das palavras de outro generalista.

Com o seu blog, Puttylike, Emilie Wapnick ajuda vários generalistas a maximizar o seu potencial. Há cerca de 1 mês, foi ao TED falar sobre nós, generalistas, e mostrar ao mundo quem somos e as vantagens que podemos trazer para a sociedade. No vídeo que vos mostro abaixo, Emilie fala-nos também da educação que damos às crianças, e na pressão que estas recebem para escolher apenas um caminho.


Vimos, neste post, as vantagens de ser generalista. Não são, de todo, fáceis de aceitar - a nossa mente ainda quer fugir para a especialização. Mas com o tempo vamos aprendendo a abraçar a nossa personalidade, e, como Emilie Wapnick diz, a libertar os nossos super-poderes.

És um generalista?

A ideia do Macaco de Imitação era simples; criar um blog e escrever sobre generalistas, multi-potenciais ou almas renascentistas - pessoas que têm múltiplos interesses. No entanto a ideia foi crescendo, e O Macaco de Imitação tornou-se também um blog sobre psicologia, livros e sobre aceitar novos desafios. Todos os posts têm um tema em comum; a vontade de crescer, aprender e saber fazer.

Com tudo isto, o post no qual introduzia o termo "generalista", tão importante para mim, ficou para segundo plano. Propositadamente, decidi criar um arquivo de posts antes de apresentar aquele que seria, na minha opinião, o artigo mais interessante. Apresento-o depois de 26 posts.

Quem é generalista?

Um generalista, multi-potencial ou alma renascentista - vários nomes são usados na literatura - é uma pessoa que tem muitos interesses, sendo o oposto de especialista, alguém que gosta bastante de uma única área. Este conceito parece simples, mas está longe de ser intuitivo para um generalista.

Se és generalista, costumas pensar desta forma:

  • "Apetece-me fazer tudo";
  • "Fico aborrecido depois de dominar algo que estava a aprender";
  • "Eu sei que devia concentrar-me numa coisa, mas qual?";
  • "Perco o entusiasmo por coisas que pensava que iria gostar para sempre";
  • "Tenho medo de escolher uma carreira, porque pode não ser a certa";
  • "Acredito que todas as pessoas têm um propósito. Todas excepto eu";
  • "Deixo de fazer o que estou a fazer, porque posso estar a perder algo mais interessante";
Um generalista gosta de aprender, explorar e testar; No entanto é criticado por não se concentrar naquilo que faz, e tem medo de compromissos, porque ao escolher uma coisa abdica de tudo o resto. Somam-se as críticas dos especialistas, que não conseguem perceber tamanha dispersão e indecisão. Mas quem são esses especialistas?

Quem é especialista?

O especialista é alguém que consegue ser feliz ao focar-se num único assunto. Pode até relaxar com um hobby, mas raramente é apaixonado por algo excepto a sua área. Os especialistas não entendem os múltiplos interesses do generalista. Para eles, o generalista é um bicho estranho e indeciso.

O especialista é aquele indivíduo que sabe, desde sempre, que quer ser médico, engenheiro, músico ou pintor. Em contraste, vê a minha experiência. Só escolhi o meu curso no 12º ano, e nessa altura a escolha era entre Ciências Farmacêuticas, Arquitetura, Gestão e Engenharia Biomédica. Estava indeciso entre tudo. Decidi-me por Engenharia Biomédica, que, muito provavelmente, é um dos cursos mais generalistas.

O especialista raramente pensa naquilo que está a perder. Está focado na sua área e isso é suficiente. Pelo contrário, o generalista está sempre à procura do próximo desafio. Se és um generalista, sempre pensaste que eras um especialista desencontrado, em eterna procura pela sua "paixão". Esquece-o. Acredita no que te digo; Não vais ficar satisfeito a fazer uma só coisa.

À descoberta do "eu" generalista

Todos os generalistas, eu inclusive, têm muitos interesses e querem estar sempre a aprender coisas novas. Para as pessoas que estão de fora - sejam amigos, familiares ou professores - somos hiperativos e temos falta de atenção. Dizem-nos para escolher uma só coisa. E nós, parvos, vamos acreditando nesta conversa; ficamos desorientados e desmotivados. Não conseguimos escolher nada, porque ao fazê-lo abdicamos de tudo o resto, e isso é que não pode ser, certo? Até que descobrimos o nosso "eu" generalista.

Há 6 meses, não conhecia nada sobre generalistas. Não queria acreditar quando li aquele primeiro artigo. Não estava sozinho; haviam outras pessoas que tinham muitos interesses ao mesmo tempo. A seu tempo, todas se perguntavam qual era o seu propósito. Percebi que para estas pessoas, saber que um "generalista" é algo real, pode ser um momento de revelação. Fiquei chocado quando não encontrei informação sobre generalistas em português.

Aprendi que devemos deixar de pensar como um especialista. Desiste. Esquece tudo o que a sociedade te ensinou sobre escolher uma área. Não vais encontrar a tua paixão, porque tu tens muitos interesses e não queres escolher só um, queres fazer tudo. O teu desafio, a partir de agora, é perceber como podes agrupar esses interesses todos no teu horário. Vais aprender a criar uma vida equilibrada e feliz. Mas ainda duvidas que isso resulte, certo? Aliás, os generalistas nunca chegam a lado nenhum.

Conheces o Leonardo da Vinci? Cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, arquiteto, botânico, poeta, músico e, não nos esquecemos, pintor. Leonardo da Vinci foi um generalista. Alguma vez pensaste neste senhor como uma pessoa mal-sucedida? Este é o Deus de todos os generalistas, a típica alma renascentista. E há muitos mais. Olha à tua volta. Vais ter muito sucesso se abraçares o generalista que há em ti.


Auto-retrato de Leonardo da Vinci. Imagem retirada de pt.wikipedia.org

O próximo passo

Para um generalista, a simples leitura deste post pode mudar a forma como se vê a si e como encara a vida. E com isto, não quero dizer que há algo de especial no "meu" post, mas apenas que é difícil encontrar este conceito na internet, particularmente em português.

Vou continuar a escrever sobre generalistas. Ficou muito por dizer. Nos próximos posts exploro todos os tipos de generalistas, como estes devem escolher o seu próximo desafio e como devem organizar o seu tempo. Até esse momento, aconselho-te 2 livros sobre generalistas. Não encontrei mais que 2, e acredita, não foi por falta de pesquisa. São eles o Refuse to Choose! de Barbara Sher e o The Renaissance Soul, de Margaret Lobenstine. Espreita também o blog Puttylike.

Se és generalista, espero que este artigo te tenha ajudado. Fico à espera do teu comentário a baixo. Conta-me a tua história. Se és um especialista, a minha intenção é mostrar-te o outro lado. Se conheces alguém com esse tipo de personalidade, conta-lhe acerca dos generalistas. No entanto, escrevo principalmente para quem tem múltiplos interesses. Se, com este post, descobriste que és generalista, o meu trabalho ficou feito.

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4 passos para quebrar ou adquirir um hábito

Seja para deixar de fumar, comer de forma saudável, ou ler mais, não recebemos nenhum prémio por adquirir ou quebrar uma rotina da maneira mais difícil. Há pessoas que estudam a ciência dos hábitos, e desenvolvem métodos que nos facilitam a moldar o nosso comportamento. Há cerca de um ano atrás, li o livro A Força do Hábito de Charles Duhigg, e tirei umas notas que partilho agora n'O Macaco de Imitação.

A Força do Hábito, de Charles Duhigg. Imagem retira de goodreads.com
Todo o hábito tem 3 componentes: a deixa, a rotina e a recompensa. Extinguir ou absorver uma rotina passa por controlar estes 3 elementos. Segue em baixo um sistema de 4 passos para adquirir ou romper com um hábito.

Passo 1 - Identificar a rotina

O primeiro passo é simples. Identificar a rotina é trivial, porque é aquilo que já fazemos, ou aquilo que queremos vir a fazer. De qualquer maneira, esta é a altura para entender a importância de romper com um mau hábito, ou o potencial que podemos atingir ao absorver um novo. Talvez queiras deixar de beber refrigerantes, porque já percebeste que estes têm demasiado açúcar, e isso estraga a tua saúde. Talvez queiras começar a meditar, porque entendes que isso te vai ajudar a relaxar e a organizar as tuas ideias.

Passo 2 - Experimentar várias recompensas

As recompensas são poderosas porque satisfazem anseios. Experimentar várias recompensas, assumindo diferentes rotinas quando é apresentada a mesma deixa, ajuda-nos a perceber exactamente aquilo que nos move, ou seja, a verdadeira recompensa que procuramos.

Qual é a recompensa que uma pessoa procura todos os dias quando, no trabalho, à mesma hora, vai comer um bolo ao café? Tem a ver com o seu sabor doce? Com a energia que o bolo proporciona? Ou por haver ali um momento de paragem para falar com os colegas de trabalho? Talvez o bolo não seja importante, talvez esta pessoa possa substituir essa rotina por uma mais saudável, e que proporcione a mesma recompensa. Esse é o ponto fulcral da mudança de qualquer hábito: admitindo a mesma deixa e recompensa, substituir a rotina actual.

Descobrir a recompensa não é fácil, porque estamos à procura daquilo que guia o nosso comportamento, o que, para a pessoa que o faz, não é de todo claro. Retomando o exemplo a cima, o que pode esta pessoa fazer para descobrir o que a leva a comer o bolo? Pode experimentar outras rotinas, que se traduzam em diferentes recompensas. Em primeiro lugar, pode comer uma sandes ao invés do bolo. Se esta ação provocar a mesma recompensa, não podemos estar a falar de uma necessidade de açúcar, ou do prazer de comer qualquer coisa doce. Esta pessoa pode também dar uma volta a pé, aquando da vontade de comer o bolo. Se isso não provocar a mesma recompensa, talvez o que a pessoa precise seja a interacção com os colegas de trabalho. Será que pode, em vez do bolo, beber um copo de água, mantendo a conversa com os colegas? Este é o processo de descoberta da recompensa.

Talvez estejas à procura de adquirir um novo hábito. Nesse caso, deves entender a recompensa que procuras. Testa várias hipóteses, diferentes rotinas, que te ofereçam recompensas distintas. Podes até chegar à conclusão que deves alterar o hábito que queres absorver.

Passo 3 - Isolar a deixa

Toda a rotina tem um início, ou seja, qualquer coisa que a despoleta. Tal como identificar a recompensa que guia o nosso comportamento, identificar a deixa está longe de ser trivial. No momento em que nos "apetece" realizar a dita rotina, podem estar a acontecer mil e uma coisas. Felizmente, várias experiências mostram que quase todas as deixas pertencem a uma de cinco categorias: um certo local, tempo, estado emocional, outras pessoas envolvidas, ou uma acção imediatamente precedente. A deixa pode ainda ser mais complexa, apresentando-se como uma combinação destas 5 categorias. 

No momento em que sentes vontade de, por exemplo, comer um bolo, anota a resposta a estas cinco questões básicas: onde estás? que horas são? qual o teu estado emocional? quem mais está por perto? que acção precedeu imediatamente o anseio?

Identificar a deixa, que se traduz na rotina, e promove uma recompensa, é de extrema importância. Voltando ao exemplo original, imagina que esta pessoa percebe que tem vontade ir comer o bolo quando começa a ter dores de costas, o que normalmente lhe acontece no princípio da tarde, quando já passou imensas horas sentada. Ao identificar a deixa, esta pessoa pode perceber que está na altura de arranjar uma cadeira mais confortável . Ou então, como é normal a pessoa sentir-se cansada depois de tantas horas de trabalho, com certeza merece uma pausa. No entanto, sabe agora que a sua rotina não surge da necessidade de saciar a fome, e portanto, se substituir o bolo por um copo de água, irá atingir a mesma recompensa.

Se estás a tentar desenvolver uma nova rotina, coloca algum trabalho na construção de uma boa deixa. Queres beber mais água? Porque não beber um copo de água logo após acordar? Podes também colocar uma garrafa de água na secretária, para quando houver uma quebra, natural, no teu trabalho, vejas a garrafa, e te lembres do teu objetivo.

Passo 4 - Estabelecer um plano

Depois de identificação da deixa, rotina e recompensa, é necessário elaborar um plano para a mudança do hábito, ou para a criação de um novo. Há que seguir o plano rigorosamente, escolhendo uma nova rotina, e talvez uma nova deixa, que resulte na mesma recompensa. No início, tudo isto é um processo consciente, e teremos que colocar algum trabalho para seguir com o plano, mas com o tempo, tudo se tornará automático, ou seja, uma rotina é implementada.

Se quiseres criar um hábito de meditação, terás, no início, de te lembrar do o fazer. Provavelmente terás de colocar um alarme para uma certa hora, aquela que decidiste ser a ideal para a prática. No entanto, não te preocupes, passado cerca de 1 mês de prática diária, nem sequer irás pensar sobre isso para continuar com esta rotina saudável. Quantas vezes pensas qual dos sapatos calçar em primeiro lugar? Nunca, certo? Apesar disso, aposto que começas, quase sempre, pelo mesmo pé.

Ciclo do hábito: deixa, rotina e recompensa. Imagem retirada do livro A Força do Hábito, de Charles Duhigg.
Há, evidentemente, hábitos difíceis de quebrar ou adquirir. Mas esta estrutura de passos vai ajudar-te. Por vezes, adquirir ou alterar certa rotina exige repetidas experiências e falhanços. Mas desde que percebas aquilo que está a acontecer, entendas qual é a deixa, a rotina e a recompensa que estão associadas ao teu hábito, tens todas as ferramentas ao teu dispor para alcançar o sucesso.

Podemos dizer que somos uma coleção de hábitos, resultados das recompensas que cada um procura. Há uns bons e outros menos bons. Somos capazes, sempre, de alterar o nosso comportamento e as nossas rotinas, mas não devemos levar isso ao extremo. Precisamos de alterar, essencialmente, aquilo que realmente é importante para nós.

Tens algum hábito pelo qual te orgulhes especialmente? Há alguma coisa que gostasses de alterar? Comenta em baixo.

Os 16 tipos de personalidade de Myers-Briggs, descobre o teu

Testa o teu tipo de personalidade

Alguma vez fizeste um teste para saber o teu tipo de personalidade? Estou de momento a ler o livro "Quiet", sobre introversão, onde é abordado o tema das personalidades, mais especificamente o teste de Myers Briggs (MBTI). Tal como é importante saberes se és otimista ou pessimista, "descobrires" o tepo tipo de personalidade pode trazer-te muitos benefícios.

Considero que ao saber um pouco sobre psicologia e sobre a maneira como pensamos, podemos compreender melhor porque fazemos certas coisas. Se pretendermos mudar alguma coisa em nós, ficamos também a saber onde "atacar".


Os 16 tipos de personalidade. Imagem retirada de http://www.3quarksdaily.com/
Antes de mais, segue este link para fazeres o teste em português (Brasil). Se quiseres fazer o teste em Inglês segue este link. Saber o tipo de personalidade que tens é muito importante para entenderes o que deves fazer - tanto a nível profissional como a nível pessoal - para seres mais feliz. E descobres como usar os teus pontos fortes a teu favor.

Os 4 parâmetros do MBTI

Seria incorreto da minha parte entrar em detalhe sobre os parâmetros e tipos de personalidade de Myers e Briggs. Existe muito material de qualidade na web (que indico no final do post), feito por pessoas que estudam isto exaustivamente. Aconselho-te a ler esse material se estiveres realmente interessado. Faço aqui apenas um apanhado geral deste teste de personalidade, com informação retirada do próprio link que indiquei acima.


Distribuição salarial em função do tipo de personalidade. Imagem retirada de https://timenewsfeed.files.wordpress.com
Este teste é composto por 4 parâmetros, cada um com 2 valores opostos, o que dá o total de 16 tipos de personalidade. De notar que os 4 parâmetros estão numa escala contínua e por vezes podemos estar exatamente no meio dos dois extremos. O teste indica-nos o lugar em que nos encontramos na escala de cada parâmetro.

Introvertido (I) vs Extrovertido (E)

Este parâmetro mostra como interagimos com outras pessoas:
  • Indivíduos introvertidos (I) preferem atividades solitárias, pensam antes de falar e ficam exaustos com interação social.
  • Indivíduos extrovertidos (E) preferem atividades em grupos, pensam enquanto falam e ganham energia com interação social.

Intuitivo (N) vs Observador (S)

O segundo parâmetro determina como vemos o mundo e processamos informações:
  • Indivíduos intuitivos (N) são criativos, confiam na sua intuição, tem muitas ideias e focam-se no que poderá acontecer.
  • Indivíduos observadores (S) têm os pés assentes na terra, confiam nos seus sentidos e em assuntos práticos e focam-se no que já aconteceu.

Pensante (T) vs Sentimental (F)

Este parâmetro determina como tomamos decisões e lidamos com as emoções:
  • Indivíduos pensantes (T) são fortes, seguem a sua mente, focam-se na objetividade e racionalidade.
  • Indivíduos sentimentais (F) são sensíveis, seguem os seus corações e focam-se na harmonia e cooperação.

Julgador (J) vs Explorador (P)

O último parâmetro reflete a nossa abordagem ao trabalho, planeamento e tomada de decisões:
  • Indivíduos julgadores (J) são decisivos, preferem regras claras e orientações, vêem prazos como sagrados e buscam fechamento.
  • Indivíduos exploradores (P) são bons na improvisação, preferem manter as suas opções abertas, são relaxados com seu trabalho e buscam liberdade.

Os 16 tipos de personalidades

Consoante a tua posição em todas as escalas, podes ter 1 de 16 tipos de personalidade. Aconselho-te a repetir o teste noutros sites para reforçares o resultado final. 

De seguida apresento uma descrição, demasiado simplificada, de todos os tipos de personalidade. No entanto, deves seguir o seguinte link e investigar mais sobre o teu tipo de personalidade porque além de interessante vai ajudar-te muito. Os seguintes tipos estão acompanhados dos links para a explicação mais detalhada (que deves ler). No entanto, se leres a versão inglesa do mesmo site, vais ter ainda um maior detalhe sobre cada uma das personalidades, tal como os pontos fortes e fracos de cada uma.


Distribuição percentual dos 16 tipos de personalidade. Imagem retirada de http://personalityplaybook.com/

Os analistas

  • INTJ, "Arquiteto": Pensadores criativos e estratégicos, com um plano para tudo.
  • INTP, "Lógico": Criadores inovadores com uma sede insaciável por conhecimento.
  • ENTJ, "Comandante": Líderes ousados, criativos e energéticos, que resolvem qualquer problema.
  • ENTP, "Inovador": Pensadores espertos e curiosos que não resistem um desafio intelectual.

Diplomatas

  • INFJ, "Advogado": Idealistas quietos e místicos, porém muito inspiradores e incansáveis.
  • INFP, "Mediador": Pessoas poéticas, bondosas e altruístas, sempre prontas para ajudar uma boa causa.
  • ENFJ, "Protagonista": Líderes inspiradores e carismáticos, que conseguem hipnotizar sua audiência.
  • ENFP, "Ativista": Espíritos livres, criativos, sociáveis e entusiasmáticos, que encontram sempre uma razão para sorrir.

Sentinelas

  • ISTJ, "Logístico": Indivíduos práticos e extremamente confiáveis.
  • ISFJ, "Defensor": Protetores dedicados e acolhedores, estão sempre prontos para defender seus amados.
  • ESTJ, "Executivo": Administradores excelentes, inigualáveis em gerir coisas - ou pessoas.
  • ESFJ, "Consûl": Pessoas extraordinariamente atenciosas, sociais e populares, sempre prontas para ajudar.

Exploradores

  • ISTP, "Virtuoso": Experimentadores práticos e ousados, mestres em todos tipos de ferramentas.
  • ISFP, "Aventureiro": Artistas flexíveis e charmosos, sempre prontos para explorar e experimentar algo novo.
  • ESTP, "Empreendedor": Pessoas inteligentes, enérgicas e perceptivas, que realmente gostam de arriscar.
  • ESFP, "Animador": Animadores entusiasmados, enérgicos e espontâneos - a vida nunca fica aborrecida perto deles.

Leitura mais profunda

Como já escrevi, saber o tipo de personalidade é importante e portanto aconselho a leitura dos materiais seguintes. Apenas tem em mente que, apesar da tua personalidade se "encaixar" numa das 16 personalidades acima descritas, deves ter em atenção o lugar a que pertences nas 4 escalas.

Pessoas famosas e as suas personalidades. Imagem retirada de http://i.kinja-img.com/
Todas as personalidades têm aspetos mais dominantes que outros dentro dos 4 parâmetros. Deves também percebe-los, de forma a criares uma vida que esteja de acordo com os teus valores e te sintas bem.

Seguem então alguns links interessantes sobre tipos de personalidade. A estes links juntam-se os links acima relacionados com cada uma das personalidades:

O meu tipo de personalidade é INFJ. Qual é o teu? Comenta em baixo!

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