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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

Meditação para totós

Este post foi originalmente publicado em Março de 2015. Na altura tentei ganhar o hábito da meditação, mas sem sucesso. Agora, depois do desafio de 30 dias "Corpo e Mente", que incluiu a prática de meditação, atualizo este artigo com novas informações.

Nunca deixamos de pensar. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Naquilo que acabámos de fazer e naquilo que vamos fazer de seguida. Pensamos sobre os problemas do passado e naquilo que queremos para o futuro. Todos somos assim. Mas, por vezes, esta corrente de pensamentos é estafante, e acabamos por nos concentrar em coisas que não interessam para a nossa vida. Foi por isso que decidi começar a meditar.

Rafiki a meditar na posição de Lotus. Imagem retirada de https://relaxdontpanic.files.wordpress.com
Sem rodeios, começo por apresentar o método que, através das minhas pesquisas, considero ser o mais simples e eficaz para uma boa meditação. No entanto, o resto do post é importante para saberes mais sobre este tema e, por isso, convido-te a lê-lo até ao fim. Dito isto, aqui fica o método:

Método que eu uso para meditar:

  1. Beber um copo de água. Faz-me sentir mais acordado e preparado para a meditação.
  2. Esticar os músculos.
  3. Sentar em cima de uma almofada na posição de half-lotus (explicação mais abaixo). Colocar outra almofada debaixo do joelho da perna que fica por cima para garantir uma boa base de suporte. Trocar de perna todos os dias. Garantir costas direitas e peito ligeiramente para fora.
  4. Ligar o despertador (10 minutos).
  5. Absorver os sons do meio-ambiente.
  6. Fazer 3 ou 4 inspirações longas para começar a meditação. Respirar pelo nariz.
  7. Inspiração normal com foco no movimento ascendente e descendente das narinas (resultado da respiração).
  8. Ao pensar em alguma coisa, consciencializar que este pensamento está presente e trazer a atenção de volta para a respiração.
  9. Quando o despertador tocar, trazer a atenção novamente para os sons do meio-ambiente.
  10. Levantar e esticar os músculos.

O hábito de meditação

Para garantir que continuamos, todos os dias, a meditar, é importante ter uma rotina. A duração da sessão de meditação vai depender muito de cada pessoa. O ideal para iniciantes (como eu) é uma prática de 5 a 15 minutos por dia. E no início é difícil manter a concentração na respiração, mas há medida que nos habituamos, vamos conseguir mantê-la durante mais tempo e meditar 30 minutos ou mais por dia. 

O local de meditação deve ser confortável e agradável, e devemos garantir que não somos interrompidos enquanto meditamos. Para garantir um hábito duradouro, aconselho a prática de meditação todos os dias, no mesmo local, com a mesma rotina, à mesma hora do dia. Podemos adquirir uma rotina em apenas 21 dias. Se estiveres interessado neste tema, aconselho a leitura do livro "A Força do Hábito" de Charles Duhigg. Ou então lê este resumo que fiz sobre ele.

Benefícios da Meditação

Segundo a literatura, uma prática regular deste exercício tem vários benefícios. Aumenta a concentração, diminui o stress, diminui a tensão arterial, aumenta o nível geral de felicidade, e acalma e reduz a velocidade dos pensamentos. Qualquer ferramenta que nos ajude a relaxar e re-pensar os "problemas" do dia-a-dia, traz grandes vantagens para a nossa vida.

Tipos de meditação

Há vários tipos de meditação. Esse seria um post só por si. Escolhi não entrar muito nesse tema. Indico no entanto este, este e este link que são muito bons para perceber os vários tipos de meditação e os objetivos da prática de cada um deles. Uns focam-se no aumento da concentração, outros estimulam a reflexão sobre um determinado assunto e há tipos de meditação guiados.

Pela sua simplicidade, fiquei interessado em mindfulness meditation, em particular a prática de breath meditation, ou Anapanasati. Anapana significa inspiração e expiração, e Sati significa atenção deliberada. Este tipo de meditação envolve a concentração total na respiração e é especialmente indicado para a diminuição de stress. Mindfulness é simplesmente viver o presente, estando consciente do que fazemos num dado momento. O método que apresentei acima, que é muito simples, está incluído neste tipo de meditação.

A importância da respiração e da postura

A respiração deverá ser feita pelo nariz, a um ritmo natural. Devemos concentrar a nossa mente no movimento ascendente e descendente de uma parte do corpo enquanto respiramos, como a barriga ou o peito. Mais simples e eficaz é a concentração no movimento das narinas. É normal a mente vaguear, e pensarmos em outras coisas enquanto estamos a meditar, mas não devemos lutar contra esses pensamentos. Devemos apenas consciencializar que estes estão presentes e não "conversar" com eles, trazendo a atenção novamente para a respiração. Por exemplo, se estivermos a pensar no que vamos comer ao almoço, pensemos "estou a pensar no que vou comer ao almoço", e de seguida trazemos a atenção novamente para a respiração.

A maneira como estamos sentados também é um dos pilares da meditação. Provavelmente já ouviste falar da posição de Lotus, em que colocas uma perna por cima da outra, tal como na imagem que vês abaixo. Não te preocupes, não tens de fazer esta posição para meditar corretamente. Há pessoas que a conseguem fazer naturalmente porque têm mais elasticidade, mas não é por isso que são melhores "meditadores". Eu tenho meditado na posição de half-lotus (metade de Lotus) porque fico confortável nessa posição. Com o tempo irei experimentar mais vezes a posição de Lotus. Mas é importante não forçar qualquer posição porque podemos estar a comprometer a estrutura da coluna e a lesionar os joelhos. Aconselho esta leitura sobre as posições que conferem melhor suporte e estabilidade da coluna para a meditação. Em qualquer uma delas, é importante manter a coluna direita, mas não em excesso, e estar relaxado. Para respirar bem, o peito deverá estar ligeiramente para fora para abrir os pulmões.
Posição Lotus. Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Podemos até estar sentados numa cadeira, tal como podes ver pela imagem abaixo. O importante é ter uma boa base de apoio e ter as costas direitas, para que cada vértebra encaixe verticalmente na que está abaixo, tornando o conjunto estável. Para isso é importante ter os joelhos como base de apoio. Por exemplo, agora que estou a começar com a posição half-lotus, o joelho da perna que coloco por cima não toca no chão. É importante contornar isso colocando uma almofada por baixo da perna para que fique com a base de apoio assegurada. Se não estivermos confortáveis, vamos pensar sobre isso e a meditação não será eficaz. Deitar na cama ou no chão não é uma boa solução porque há uma grande probabilidade de relaxarmos em demasia e adormecer.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/

É possível meditar com barulho

Devemos evitar confusões durante a meditação e procurar um lugar tranquilo, onde não sejamos incomodados. De qualquer maneira, caso não haja outra opção, é possível meditar em sítios mais barulhentos.

Encontrei muita informação sobre este tópico online, porque é um problema recorrente. Aconselho a leitura deste artigo. A técnica mais usada para combater o barulho de fundo é começar a sessão de meditação pela concentração, sem julgamento, do barulho de fundo. Tirar uns minutos para ouvir conscientemente, sem racionalizar, esses barulhos até ficar confortável nesse ambiente. De seguida, começar a prática da meditação. Pode também ser eficaz ouvir white noise para barrar todos esses sons desconfortáveis.

Livros sobre meditação

Como disse num post anterior, é importante ter material para ir lendo enquanto desenvolvemos uma nova prática. Sugiro então 5 livros (e um site) sobre meditação e assuntos relacionados:
Aconselho também a leitura deste artigo. Nesse, Bradley Morris explica a dificuldade que passou enquanto iniciante na arte da meditação. Para ele era complicado concentrar-se, nem que fosse por 5 minutos. Achava também a prática muito aborrecida. No entanto decidiu manter esse hábito porque conhecia os seus benefícios, e hoje em dia escreve e ensina meditação. O desenvolvimento deste hábito ajudou-o a viver uma vida mais feliz, a ser um melhor empreendedor, a melhorar a sua saúde e a ser mais criativo. 

Espero que este post te ajude a começar a meditar. Por último, partilho uma frase interessante do livro Wherever You Go, There You Are. Não a vou traduzir porque, na minha opinião, iria "matar" a magia desta frase.

Meditation is not about feeling a certain way, it's about feeling the way you feel. Meditation is about letting the mind be as it is and knowing something about how it is in this moment. It's not about getting somewhere else, but about allowing yourself to be where you already are.

"Corpo e Mente" - Desafio de 30 dias, parte 2/2

Há um mês atrás decidi começar um novo desafio para O Macaco de Imitação. Como disse na 1ª parte deste artigo,já tinha experimentado outros projetos e estava na altura de começarqualquer coisa relacionada com a saúde física e mental.

O plano era simples – durante 30 dias fazer exercíciofísico, meditação e escrita, todos os dias. Mas porquê?  Para quê tanto trabalho? Tal como quem soube ao Everest o faz porque a montanha está lá, também eu, num nível (muito) mais pequeno, queria fazer este desafio porque ele podia ser feito. E também porque o desafio estava definido, erasaudável, e nesses 30 dias ia aprender muitas coisas.

Tenho feito, n'O Macaco de Imitação, estes desafios para me testar e perceber o quegosto e não gosto de fazer. Aprendo maneiras de me organizar e de avançar nos meus objetivos. E aquilo que aprendo durante os desafios serve para outras áreas da vida.


Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. O melhor livro que li este mês e, possivelmente, este ano. Imagem retirada de goodreads.com.

Exercício Físico

Defini que devia fazer, pelo menos, 45 minutos de exercíciopor dia, e não tinha de ser sempre o mesmo desporto. Aliás, quanto maior a diversidade, melhor. Estreei o meu primeiro dia com uma surfada no meu "spot" favorito no Baleal. No total surfei 13 vezes e,no último dia deste desafio, surfei na mesma praia que no primeiro (e só percebi isso depois).Nunca surfei tantas vezes num mês. Às vezes não entro no mar porque não está "perfeito" e, durante este mês, fui mais paciente e dei maisoportunidades ao mar. Além de surfar mais vezes, surfei grandes ondas.

O Surf é o meu desporto de eleição, mas nãose pode surfar todos os dias porque nem sempre está bom (ou razoável sequer).Então, nos dias em que não surfei, virei-me para a corrida. Corri 9 vezesdurante estes 30 dias, num total de 65 km. No princípio não corria mais que 20minutos sem ter de parar, e fazia pouco mais de 5 km no total de corrida+caminhada. Para o fim, jácorria 10km sem parar uma única vez e o meu ritmo tinha aumentado bastantedesde o princípio. O truque foi tentar evoluir todos os dias - sejapor correr mais tempo, ou mais rápido, ou uma maior distância. Foi também monitorizar as corridas que fazia com a App RunKeeper, porque assim conseguiaanalisar bem a minha evolução e ficava motivado. Além disso, não me posso esquecerdas companhias de corrida que, muitas vezes, me motivaram a correr mais.

Surf e corridas à parte, experimentei uma aula deyoga (estava todo torto, mas foi uma aula interessante) e fiz dois treinos de musculação (um deles correu bem porque tinha companhia, no outro fiz sozinho e não sei bem o que andei afazer).

Meditação

A meditação seria, supostamente, a parte mais fácil destedesafio. Seria só estar sentado, 10 minutos, sem pensar em nada. Nuncapensei que isso viesse a ser tão difícil. Já tinha tentado ganhar o hábito dameditação várias vezes, e até já tinha escrito sobre isso n’O Macaco de Imitação, mas nunca o consegui fazer por muito tempo. Nestemês estava determinado em ganhar o hábito de uma vez por todas.

Nos primeiros 15 dias experimentei uma sériede meditações que não funcionaram. Experimentei meditar em várias alturas dodia, sentado, deitado e a ouvir música. Aprendi que meditar à noite não resulta - essa é receita certa para adormecer. Agora sei que a melhor altura para meditar é sempre depois de acordar e fazê-lo sentado no chão, sem distrações. Ao ser a primeira coisa do dia,estamos mais atentos e a meditação trará mais efeitos positivos. E é isso quevou fazer daqui em diante.

O mais difícil da meditação é controlar a corrente de pensamentos.É muito difícil, no início (e ainda agora), não pensar em nada. É precisotreino para nos sentarmos como deve de ser, de costas direitas, e colocar todaa concentração na respiração. A mente vagueia para os "problemas" do dia-a-dia,ou para o passado, ou para o futuro, ou para aquilo que vamos fazer já deseguida. Nessas alturas - aprendi ao ler uma série de blogs e livros - omelhor que pudemos fazer é consciencializar que esses pensamentos estão presentes, não "conversar" com eles, e trazer de novo a concentração para a respiração.

A meditação está em todas as listas de coisas que se devemfazer para ser feliz. Isto porque a meditação ajuda-nos a relaxar e a focar aatenção naquilo que fazemos no dia-a-dia. Ainda não sou "bom" a fazer isto, e tenho um longo caminho a percorrer. Mas fico mais descansado ao saberque grandes "mestres" nesta arte demoraram também algum tempo para conseguirvazar a mente de pensamentos e sentir os efeitos positivos da meditação. Depois de30 dias já tenho o hábito bem definido e agora só preciso de continuar.

Escrita livre

A primeira vez que ouvi falar em escrita livre foi neste site.Esta ideia surgiu do livro The Artist's Way, onde o autor sugere a escrita de 3 páginasdiárias pela manhã. Este processo, tal como a meditação, ajuda a vazar a mentede pensamentos desgastantes, porque acabamos por escrevê-los nestaspáginas. É também importante que a escrita seja feita sem pensar demasiado, sem correções e sem julgamento. Nãohá coisas que devem ou não ser escritas. Já tinha experimentado a escrita livre nestesite e decidi inclui-lo neste desafio "corpo e mente". Tal como é feito nosite, decidi escrever 750 palavras diárias e, nestes 30 dias, escrevi um totalde 26840 palavras (+- 40 páginas!).

Gostei muito destaparte do desafio. Aprendi a gostar mais de escrever e, se no início era difícilescrever as 750 palavras, houve momentos em que escrevi 1000 palavras antes de pararpara pensar no que estava a ser escrito. Apesar disso, penso que a meditaçãotem mais efeitos positivos a médio-longo prazo e por isso não vou continuar afazer, todos os dias, a escrita livre. No entanto, vou começar a escrever mais,disso não hajam dúvidas.

As dificuldades

Mas nem tudo foi fácil. Falhei alguns momentos porque estavadoente ou porque estava em festa ou porque estava a morrer de sono. Como aquiescrevi, falhei no dia 12 (em todas as frente) porque estava nafesta das latas em Coimbra. No total, falhei 4 dias de exercício físico, e 2 demeditação e escrita livre. Em 30 dias, foram poucos "maus" momentos.Noutra altura podia ter desistido porque já não ia fazer um mês "perfeito". Masisso seria uma estupidez, isso seria uma derrota e portanto não desisti. Nesses diasaprendi porque tinha falhado e com isso evitei falhar mais vezes.Alterei as alturas do dia em que meditava e escrevia para garantir que não as falhava porque estava com sono. Para o final, escrever e meditar eram as primeiras coisas que fazia cada dia.

Houve outros momentos que cumprir o exercício físico foimuito difícil. Há sempre o dia em que está a chover, ou que estamos doridos, ounão temos companhia ou, simplesmente, não nos apetece. Esses são os diasque nos põem à prova. Em qualquer objetivo na vida, em qualquer desafio,existem esses dias. Nessas alturas temos de arranjar força para cumprir oprometido, porque de outra forma vamos falhar, mais uma vez, nesse projeto.Aprendi que se passarmos essa barreira, fica tudo mais fácil daí em diante,e por isso vale a pena o esforço adicional.

Os livros queacompanharam o desafio

Nenhum bom desafio estaria completo sem uns bons livros. Comecei então por ler TheMiracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh. Nele aprendi a importância de Mindfulness - viver no presente. É sobre estar concentradonaquilo que estamos a fazer no momento. Como exemplo, o autor escreve que quando estamos a lavar a loiça,devemos estar só a lavar a loiça, e não a pensar nas coisas que temos para fazerem seguida. Se temos por hábito estar perdidos em pensamentos sobre o passadoou o futuro, perdemos a vida verdadeira, que se encontra no presente, naquiloque estamos a fazer no momento.

De seguida li o livro The Four Hour Body de Tim Ferriss. Éum livro interessante, mas deve ser lido com um objetivo claro em mente, sejaperder peso, ganhar força ou outro. Mas com uma passagem rápidopelo livro consegui perceber o seu potencial.

Por último, li o Zen and the Art of Happiness, de Chris Prentiss. Este foi um dos melhores livros que li este ano. Chris Prentissensina-nos que não há eventos bons ou maus, mas que eles assim se tornam pelamaneira como nós os interpretamos. Ele diz-nos para pensar que, qualquer coisaque nos aconteça, é a melhor coisa que nos podia ter acontecido. Estepensamento, tão simples, tem o poder de tornar a vida muito mais feliz.Aconselho vivamente a leitura deste livro.

O próximo desafio

Ainda não sei o que vou escrever a seguir para O Macaco deImitação. Estou agora a ler um livro sobre o que podemos aprender com os grandes filósofos da antiguidade e quero, num próximo artigo, resumir uns 4 ou 5livros sobre boas filosofias de vida. Vou também escrever sobre um método que tenho usado para aumentar a minha produtividade nas últimassemanas. E também quero começar um novo desafio e aprender qualquer coisa nova, seja investir 20 horas em qualquer coisa, ouuma semana, ou 30 dias.

Estou orgulhoso daquilo que consegui fazer nestedesafio. Dos 90 momentos de exercício, meditação e escrita, apenas falhei 8.Aprendi a organizar-me melhor, a lutar contra a falta de vontade, e aprendi boas filosofias de vida com os livros que li. Fiquei em melhor forma, tentei relaxar com a meditação e gostei muito de escrever as 44 páginas. Foi um mês saudável, tanto para ocorpo, como para a mente. Sinto que agora estou mais preparado para começar novos desafios.

"Corpo e Mente" - Desafio de 30 dias, parte 1/2

Há 15 dias comecei um novo desafio. Depois de aprender piano em 20 horas e ter ficado uma semana sem internet, queria agora fazer um desafio mensal. Tinha muitas opções. Tenho na minha lista aprender a cozinhar melhor, aprender a fazer cerveja, aprender a desenhar, entre outros. Mas eu precisava de outras coisas mais importantes. Acabadas as férias e depois de um mês a viajar pela Europa, precisava de ficar em forma.

O desafio

Pensei primeiro em 30 dias de exercício físico, mas esse desafio logo escalou para um desafio "Corpo e Mente" – 30 dias de exercício físico (pelo menos 45 minutos/dia), meditação (10 min./dia), e escrita livre (750 palavras/dia).
Uma boa imagem para este desafio "Corpo e Mente". Imagem retirada de http://www.continuumfitness.net/ 
Nunca pensei que fosse um desafio fácil de cumprir e, por isso, fiz questão de o anunciar n’O Macaco de Imitação. Com isso ganhei a pressão que precisava e agora, se falhasse, iria sentir-me muito pior.

Além do desafio, queria também aprender mais sobre meditação e exercício físico. Para já, começaria por ler os livros The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh The Four Hour Body, de Tim Ferriss.

The Miracle of Mindfulness, de Thích Nhất Hạnh e The Four Hour Body, de Tim Ferriss.

Os meus dias

Nas últimas duas semanas tenho tido dias muito fora do habitual. Tentei, no princípio, meditar logo depois do pequeno almoço, escrever ao final da noite e fazer exercício quando fosse mais indicado (dependente do desporto e companhia). Muitas vezes, falhei a meditação da manhã e dei por mim a meditar ao final da noite. E descobri que isso não era uma boa opção. Durante a meditação, precisamos de estar tranquilos, sem sono, o que não acontece quando nos estamos a preparar para dormir. É também difícil escrever à noite pelas mesmas razões. Depois de 15 dias já sei qual é a rotina certa: meditar, sempre, de manhã, pouco depois de acordar; escrever logo a seguir e fazer desporto ao final da tarde (a menos que hajam boas ondas durante o dia :D).

Meditação

A meditação e a escrita livre têm objetivos muito semelhantes - servem para acalmar a mente. Faço-as porque preciso de ganhar concentração nas tarefas do dia-a-dia. E, pensando que iria ser fácil meditar - aliás, é só estar sentando e não pensar em nada – acabou por ser a parte mais difícil do meu desafio. Parece que quando não queremos pensaar em nada, mil pensamentos surgem em simultâneo. É difícil estar 1 minuto sem pensar em todos esses "problemas". E, por ser difícil, sei agora que é a parte mais importante deste desafio.

Já tinha feito um artigo sobre meditação n'O Macaco de Imitação. Ainda não estou a meditar como este sujeito, e muito falta.

Escrita livre

Ao contrário da meditação, este é um processo ativo (podiamos dizer que a meditação também o é, mas não compliquemos). O objetivo é escrever 750 palavras baseadas nos pensamentos que nos passam pela cabeça. Apenas escrever, sem correções, sem pensar duas vezes sobre essas palavras, sem julgamento. Várias pessoas têm feito isto para tirar os "problemas" das suas cabeças. Também eu tenho vindo a gostar muito desta parte do desafio. Acabo por descarreguar tudo aquilo que pensava para um papel e lá fica preso. 

Com isto também aumentei o meu gosto por escrever e, se no início 750 palavras era um tormento, agora escrevo-as num instante e chego a passar muitas vezes a barreira das 750. Até agora escrevi 11839 palavras (mais ou menos 18 páginas).

Exercício físico

O exercício físico é a parte que ocupa mais tempo deste desafio. Se "despacho" a meditação e a escrita livre em 20 minutos, o exercício pode levar 50m ou 1h30m. Como escrevi no Facebook d’O Macaco de Imitação , tenho tentado fazer desportos diferentes. Até agora, surfei 6 vezes (sempre em praias diferentes, seguindo as melhores condições em cada spot), corri outras 6 (39 km), fiz 1 treino de musculação e experimentei 1 aula de Yoga. Feitas as contas, fiz 14 treinos. Mas devia ter feito 15. Já escrevo sobre isso.

Um dos spots das minhas sessões de Surf, no Baleal.
A minha perspectiva perante o exercício tem vindo a mudar. É sempre fácil fazer desporto quando tenho companhia, e tive muitas vezes. Mas há sempre aquele dia que ninguém nos acompanha e temos de aprender que, para cumprir os nossos objetivos, a força tem de vir de dentro. Por isso acabei por surfar mais vezes do que o habitual, e corri sozinho quando foi preciso. Houve dias que tive de correr à chuva ou durante a noite só para cumprir este desafio. E se no princípio era difícil levantar o rabo do sofá para ir treinar, agora faço-o com gosto. Correr revelou-se um desporto muito fixe. O truque é fazer, a cada treino um pouco melhor – tentar correr mais tempo, chegar mais longe, ou aumentar o ritmo da passada. Ao usar a App RunKeeper, consigo ver quantos km e minutos faço por treino, e isso motiva-me a continuar porque posso medir a progressão dos meus treinos.

Vista da ciclovia onde faço as minhas corridas.

O dia 12 do desafio

No dia 12 deste desafio não meditei, não escrevi, nem fiz exercício. Senti-me mal por isso, mas não consegui cumprir o desafio. Nesse fim-de-semana fui a Coimbra à festa das Latas. No sábado, com a "correria" da festa, não fiz aquilo que queria fazer. Sabia que isto podia vir a acontecer. Também sabia que, se acontecesse, não era razão para desistir do desafio. Tentaria fazer 30 dias seguidos, mas, se por alguma razão falhasse 1 dia, não iria desistir. E foi isso que aconteceu. 

É uma metáfora para a vida e para outros objetivos. Nem tudo corre perfeito, e muitas vezes desistimos de uma dieta ou de uma objetivo porque falhamos uma parte mínima. Devemos aprender isso não nos leva a lado nenhum. Se for preciso "falhar" 1 vez, não faz mal, é preciso é continuar. Só assim podemos ir melhorando. 

Apesar disso, o fim-de-semana em Coimbra foi brutal e vi Richie Campbell. Foi uma boa desculpa para falhar, por 1 dia, este desafio. No domingo, quando voltei, e ainda um bocado "atordoado", decidi que não ia falhar o desafio outra vez. Cheguei a casa às 21 e fui correr - foi a melhor corrida até agora.

O dia 12 do desafio, em Coimbra, patrocinado por Richie Campbell.

Nota final

E 15 dias passaram desde que comecei este desafio (na verdade, passaram 17, este post vem atrasado). Continuarei a cumprir com o exercício, a meditação e a escrita livre e, espero, aprender mais umas quantas coisas até ao final dos 30 dias. Até daqui a 2 semanas.

Já aprendeste alguma coisa hoje?

Adoro desafiar-me. Aprender qualquer coisa nova ou quebrar maus hábitos. Aprender a tocar piano, a fazer malabarismo e a meditar. Desafiar-me a estar uma semana sem usar a internetNeste post mostro-te quais são as pessoas que me inspiram a experimentar coisas novas.

No último mês li dois livros de A. J. Jacobs. No seu primeiro livro, The Know It All, A.J. desafiou-se a ler a Encyclopædia Britannica (+- 30.000 páginas). Neste relata aquilo que vai aprendendo e como toda essa nova informação impacta a sua vida. Durante esse ano, também conhece pessoas muito inteligentes, participa no Quem Quer Ser Milionário, e inscreve-se nos savant - um grupo composto por pessoas com QI elevado. Depois de ler este livro, qualquer um fica com vontade de fazer algo em grande.

Depois temos o livro Um Ano de Vida Bíblica. Nesse ano, A. J. Jacobs vive segundo as regras da bíblia. Este desafio leva-o a muitos locais nos EUA e a Jerusalém, conhecendo pessoas altamente religiosas. Ao longo desse ano, consegue tornar-se uma pessoa melhor porque acaba por seguir regras como não mentir e agradecer por tudo na sua vida. Além de inspiradores, os livros de A. J. Jacobs são muito divertidos.
A. J. Jacobs. Foto tirada depois de um ano a viver segundo a bíblia. Referência: http://ajjacobs.com/
Também já escrevi, n'O Macaco de Imitação, sobre  Josh Kaufman e Tim Ferriss. O primeiro tem um livro excelente onde explica como aprendeu a tocar ukelele, a fazer windsurf e a jogar Go em tempo recorde. Nesse livro, Josh explica como acelerar a aprendizagem de algo novo. Há uns meses fiz um resumo dessas dicas.

Tim Ferriss, o meu primeiro ídolo neste campo, tem grandes livros sobre gestão de tempo, aprender a cozinhar e ter uma vida saudável. Além disso, tem uma série recente no qual se desafia, semanalmente, a aprender Poker, Surf, entre outros.

Ao experimentar coisas novas percebemos aquilo que é importante na nossa vida e vemos o mundo segundo outras perspectivas. Percebemos melhor as outras pessoas e tornamo-nos mais pacientes. Alargamos a nossa zona de conforto e preparamo-nos para o que der e vier. E o mais engraçado é que quanto mais aprendemos, mais depressa conseguimos evoluir numa coisa nova. Não começamos do zero porque há muitos temas comuns entre as coisas que aprendemos.

No futuro tenciono começar outros projetos. Pretendo fazer cerveja, aprender a falar francês e praticar yoga. Quero ver as 7 maravilhas do mundo e viajar por 100 países diferentes. Quero ler sobre tudo. Quero desafiar-me todos os dias e continuar a crescer. 

E tu? Que desafios gostarias de "agarrar"? Que coisas queres aprender? Convido-te a comentar e a partilhar abaixo esses projetos.

Uma semana (168 horas) sem internet

Domingo, dia 5 de Julho, às 00:00, desliguei a net. Durante uma semana não usaria Facebook, Youtube e Instagram. Não iria ver notícias ou jogar. Desinstalei todas as apps do iphone. Não iria utilizar a internet nem para ver a metereologia. Estaria completamente offline durante uma semana.

Às 00:00 esperei para ver o que acontecia. Nem 10 minutos haviam passado e já me pediam para não o fazer. Haviam coisas "importantes" a fazer online. Não desisti. Nunca seria uma boa altura para começar um novo desafio, portanto, não valia a pena adiar. Esta semana iria testar-me. Não se esperava grande sol nem boas condições para surfar. O que iria fazer com tanto tempo livre? Era esse o desafio.


Imagem retirada de http://www.funnyjunk.com/
Eu adoro a internet. É incrível a quantidade de coisas que se podem aprender sozinho. Passo grande parte do tempo online a ver conteúdo interessante. Subscrevo vários canais do Youtube sobre ciência, leio diversos blogs sobre psicologia e passo muito tempo no Google. Mas há um lado negro da internet - o que nos vicia em likes e comentários. Já não conseguimos tirar uma foto sem a colocar no Instagram. Não conseguimos estar à espera do autocarro sem sacar do telemóvel e navegar no 9gag. Não conseguimos estar à mesa, com amigos, sem ver os emails, o Facebook e aquele vídeo engraçado. São estes últimos momentos que eu quero minimizar.

Passados 7 dias, é difícil colocar por palavras aquilo que aconteceu esta semana. Vivi sobretudo no presente (exceptuando para onde os livros me levavam). Fiz grandes maratonas a ler, surfei, passei horas em esplanadas, vi filmes, meditei e aprendi a fazer novos acordes na guitarra. Entre almoços e jantares, estive com família e amigos. E, sem ter muito em que pensar, as tarefas de casa tornaram-se menos chatas.

É certo que de vez em quando ficava aborrecido. E aí pensava, "seria diferente se usasse a internet?". Provavelmente não. Começaria a navegar pelo Facebook ou pelo 9gag e, em menos de nada, ficaria frustrado pelo tempo gasto. Ao estar offline, aprendi a fazer "nada", a estar no momento e a relaxar.

Não usei a internet e o IMDb para escolher os filmes que via. Aliás, só tinha os filmes disponíveis na TV. Percebi que, frequentemente, muita escolha é mau. Com internet, podemos escolher o melhor filme que existe, mas a procura é cansativa - o filme nunca é bom o suficiente. 

Também procurei fazer atividades diferentes. Aproveitei para ver fotos antigas e recordações guardadas durante as minhas viagens. Experimentei fazer um puzzle e desisti 1 hora depois. 

Durante 168 horas foi um descanso não pensar em likes, visualizações e comentários.  Pensei sobre a vida e sobre o stress que evitei esta semana. Se me é possível usar essa palavra, estes 7 dias foram meditativos, pois abrandaram o meu turbilhão constante de pensamentos.

Aprendi que a internet não nos livra do aborrecimento. Se nada temos para fazer, é melhor ver um filme, ler um livro, relaxar, sair de casa ou então começar um novo projeto. É estúpido "navegar" na net. Em menos de nada desperdiçamos uma tarde. 


Confesso que nas últimas horas do desafio já estava em pulgas para voltar à internet. Queria ver as atualizações da página d'O Macaco de Imitação. Mas, apesar disso, sabia que a minha vida online iria mudar. Uma semana sem internet abriu-me os olhos para as vantagens de uma vida offline. 

Estou de volta ao mundo virtual. Reinstalei as apps no iphone mas desliguei as notificações. Não quero ser escravo da internet - vendo, em tempo real, o novo mail, a nova notícia e o novo vídeo. A internet tem muitos aspetos interessantes. Depois de 168 horas, já sei quais são e vou focar-me nesses.

Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

20 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa rapidamente

Quem não gostaria de saber tocar guitarra ao nível de Jimi Hendrix em apenas 1 hora? Talvez daqui a 200 anos os humanos tenham inventado o download de capacidades mas até lá não há nenhuma maneira para aprender instantemente. E ainda bem, porque é assim que crescemos. Grandes mestres como Ronaldo ou Kelly Slater evoluem porque querem sempre aprender mais e ser os melhores.

Podemos no entanto ser mais inteligentes na hora de aprender qualquer coisa nova. Em vez de demorar anos a chegar a um determinado objetivo, podemos definir um método para acelerar esse processo e atingir esse nível em poucos meses, semanas ou horas. Não acreditas? Pois é isso que têm feito algumas pessoas como Tim Ferriss (autor de "The Four Hour Work Week" e "The Four Hour Chef") e Josh Kaufman (autor de "The First 20 Hours" e "The Personal MBA").

Inspirado pelo livro "As primeiras 20 Horas" de Josh Kaufman, exploro neste post aquilo que podemos fazer para desenvolver uma nova capacidade ou aprender algo novo em tempo recorde. Já utilizei algumas das técnicas para aprender a tocar piano em 20 horas. Não fiquei a tocar como o Chet Faker, como é óbvio, mas cheguei ao nível que pretendia, ou seja, saber as notas e acordes no Piano, de modo a conseguir acompanhar algumas músicas que gosto.
Imagem da capa do livro "As primeiras 20 horas" ("The First 20 Hours"), que ilustra o que é aprender rápido. Imagem retirada de http://cdn.iwillteachyoutoberich.com/
Josh Kaufman explica que ao definir muito objetivamente o nível de capacidade que queremos alcançar, adoptando algumas técnicas e investindo pelo menos 20 horas de treino, podemos evoluir muito rapidamente. Aqui ficam 19 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa em tempo recorde:

1. Escolhe um projeto interessante

Em primeiro lugar há que escolher uma capacidade a desenvolver ou qualquer coisa a aprender. É essencial que seja algo importante para ti. Não faças algo porque alguém acha que deves fazer ou para receber a aprovação de outra pessoa. Se decides seguir em frente com um projeto, fá-lo porque gostas e porque queres aprender mais sobre isso. Só dessa maneira conseguirás chegar ao final e atingir o objetivo que pretendes.

2. Pesquisa sobre o tema

Hoje em dia podemos encontrar tudo no google. Começa por fazer uma pesquisa geral sobre o tema. Pesquisa material de qualidade para te ajudar ao longo do projeto, sejam livros, tutoriais, vídeos ou outros. É importante identificar coisas a ler para complementar o treino. Se encontrares termos que não reconheces, não te preocupes, contínua a tua pesquisa. Não ligues a detalhes porque mais tarde tudo fará sentido. Neste momento estamos focados numa pesquisa geral, evita detalhes.

3. Identifica tópicos recorrentes

Se durante a tua pesquisa vês o mesmo ponto ser referido várias vezes por diferentes autores, provavelmente é um tema importante. Por exemplo, ao pesquisar sobre meditação, todos os autores falam de como a "respiração" é importante. Isso ajuda a definir uma questão, "qual é a técnica para respirar bem na meditação?". É este tipo de lógica que tens de utilizar quando identificares um tema recorrente.

4. Fala com praticantes

Falar com praticantes é fundamental para começar o treino com o pé direito. Se tiveres algum conhecido, amigo ou familiar que façam aquilo que estás a tentar aprender, não hesites em contactá-los e fazer várias perguntas. Tenho a certeza que será uma conversa muito interessante para os dois lados. Geralmente as pessoas gostam de falar sobre aquilo que sabem fazer e assim podes adquirir informação valiosa, tal como dicas sobre o que aprender, livros a explorar e material a comprar. Conversar com alguém também ajuda a gerir expectativas sobre a capacidade que queremos desenvolver.

5. Define o nível de capacidade que queres atingir

Com a informação pesquisada até ao momento, podemos definir o objetivo final, ou seja, o nível de capacidade que queremos atingir. Por exemplo, se queres aprender a tocar guitarra, um bom objectivo pode ser aprender 6 dos acordes mais comuns e ser capaz de tocar 3 músicas conhecidas. É importante que este objectivo esteja muito bem definido para que não haja dúvidas sobre aquilo que se pretende alcançar.

6. Decompõe o teu projeto

Decompõe o teu projeto em partes mais pequenas, alcançáveis num menor espaço de tempo e define aquilo que precisas para concluir cada uma das partes.

7. Imagina o oposto daquilo que pretendes atingir

Pode parecer contra-intuitivo, mas imaginar o oposto daquilo que pretendemos atingir pode ajudar a definir aspectos importantes a considerar. Podem ser pequenas coisas a aprender, material a comprar ou cuidados de segurança a adoptar. Podes usar a seguinte lógica se o teu objetivo for aprender a andar de patins: "E se eu cair e bater com a cabeça? Ou se for contra outra pessoa?”. Isto leva-te a planear comprar um capacete, pesquisar técnicas de equilíbrio e aprender a travar.

8. Prepara o material necessário

Antes de começar a treinar, compra ou organiza tudo aquilo que vais precisar para aprender. Se precisares de comprar uma guitarra, faz uma pesquisa sobre aquela que está adaptada às tuas necessidades. Se queres aprender a programar, garante que tens os programas instalados e tens uma boa cadeira para te sentares enquanto praticas. Trata de tudo isto antes de começar para evitar estar constantemente a rever o material que utilizas.

9. Elimina distrações

O objetivo com estes passos é aprender rapidamente. Portanto é necessário eliminar todas as distrações durante o estudo ou treino para obter a maior eficácia. Desliga a internet, fecha a porta do quarto, coloca o telemóvel no silêncio, tudo.

10. Dedica 1/1h30 por dia ao teu treino

Aloca 1h30 por dia ao teu treino, com 15 minutos de intervalo a meio. Evita fazer muitas horas seguidas porque não estás a dar tempo para o cérebro processar o que estás a aprender, aumentando o tempo total de treino que irás precisar. Dependendo da capacidade que estás a tentar desenvolver, ou da tua personalidade, podes também fazer 4 ou 5 séries de 20 minutos. Nos intervalos descansa a cabeça, não vás a correr para a internet. Aproveita para dar uma volta, beber um copo de água ou ir à casa de banho.

11. Treina ou estuda à noite

Estudos apontam que treinar até 4 horas antes de ir dormir melhora a capacidade do cérebro “cimentar” os conhecimentos. Se conseguires, treina ou estuda pouco tempo antes de ir dormir. Este efeito é aumentado em capacidades que envolvam memória muscular, como aprender malabarismo.

12. Faz uma agenda de treino

É importante ser certo quanto ao treino. Precisas de treinar todos os dias, ou quase todos os dias se queres ver resultados. É mais fácil adquirir um hábito se definires uma hora específica do dia para treinar. Podes facilitar ainda mais associando o treino a um outro hábito ou momento, por exemplo, treinar depois do jantar ou 1 hora antes de ir dormir.

13. Cria sistemas de feedback rápidos

Quanto menor a diferença de tempo entre a tua ação e a percepção do resultado, mais rapidamente aprendes. É extremamente importante saber se estamos a fazer uma coisa bem ou mal, de modo a pular de alegria ou corrigir qualquer coisa. É fácil obter esse feedback em alguns projetos, como por exemplo, aprender a programar. Ao fazer uma alteração no programa, vês logo o resultado. Por outro lado, no malabarismo, é mais difícil obter esse feedback, porque tens uma visão em primeira pessoa do que estás a fazer. Podes no entanto filmar e ver frequentemente esses vídeos. Desenvolve um sistema de feedback rápido adaptado ao teu projeto e vais evoluir mais rapidamente.

14. Cria checklists ou rituais

Se o que queres aprender envolve uma preparação recorrente, cria uma checklist de forma a não esquecer algo importante. Jogadores de basquetebol usam um conceito parecido, desenvolvendo um ritual para fazer um lançamento parado. Assim sabem a postura que devem preparar para aumentar a probabilidade de encestar.

15. Reforça conhecimentos e repete para memorização

Na faculdade tive de estudar um livro enorme de metabolismo e endocrinologia. A técnica que utilizei para memorização foi ler o livro 4 vezes. Da primeira vez não fiquei com quase nada na cabeça, então fui repetindo o processo. O mais engraçado é que nunca estive preocupado em decorar, apenas li com atenção e tentei compreender aquilo que estava escrito. Ao final de 4 leituras tinha memorizado os processos naturalmente. E mais, foi muito mais divertido desta maneira.

16. Faz previsões de como as coisas devem funcionar e testa-as

Quanto mais aprendes, mais criativo ficas. Aproveita-o e faz previsões sobre a maneira como as coisas funcionam. Por exemplo, imagina que estás a jogar um jogo de xadrez e tens ideia para uma jogada que achas que vai ter um bom resultado. Testa-a e descobre por ti próprio. É a juntar ideias que vais inovar e aprender mais depressa.

17. Não gastes tempo em detalhes

Como estás a tentar aprender o mais rapidamente possível, aponta para quantidade e não entres em detalhes. Se não o fizeres, vais perder tempo e ficar frustrado. É muito importante veres resultados no início para te sentires bem e continuares a treinar. Mais tarde podes voltar atrás e é garantido que irás perceber qualquer qualquer coisa muito mais rapidamente.

18. Foca a tua energia em apenas 1 projeto de cada vez

Evita ter mais que um projeto deste tipo ao mesmo tempo. Queres estar focado num desafio e não a pensar noutro que vais fazer a seguir. Estudos apontam também que o que aprendes numa área pode interferir com outra coisa que estás a aprender, principalmente se forem capacidades parecidas.

19. Pratica pelo menos 20 horas

No livro "As primeiras 20 horas", é aconselhada a pratica de pelo menos 20 horas em cada projeto. Precisas de quebrar a barreira da frustração, ou seja, aquelas primeiras horas que pouco ou nada sabes fazer. Neste livro, Josh Kaufman, apresenta o projeto em que aprende a escrever num layout não-QWERTY para computador. Este está mais optimizado para a escrita no computador e evita lesões. No entanto, no início da sua prática, o Josh passou de uma velocidade de escrita de 60 palavras por minuto para apenas 5. Nessa altura era muito fácil ter desistido e voltar para a sua zona de conforto. No entanto, definiu à partida que queria dedicar pelo menos 20 horas ao treino e atingiu o objetivo pretendido.

20. Começa já!

Não esperes pelo momento certo para começar a fazer aquilo que gostas. Se tens uma boa ideia para um projeto começa agora. Se esperas, nunca irás desenvolver as capacidades que consideras importantes. Escolhe já um projeto interessante e começa a pesquisar sobre o tema.

Com este post organizei as ideias que tinha sobre técnicas para acelerar a aprendizagem. Sei que o post é extenso, mas pensa nisto como uma lista de coisas que deves fazer ao começar um novo projeto. Espero que te ajude a cumprir os teus objetivos. 

Neste momento estou a utilizar esta lista para estudar meditação e a desenvolver um método para adquirir um hábito duradouro. Irei partilhar esse conhecimento num próximo post.

Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.

Como aprender malabarismo em 1 hora!

Tendo finalizado 20 horas de treino a aprender piano há duas semanas, chegou a altura de "agarrar" um novo desafio. Não é necessário aprender sempre algo difícil porque também é divertido saber fazer qualquer coisa nova que requer poucas horas de treino. Foi por essa razão que decidi aprender a fazer malabarismo.

O meu objectivo é muito simples: aprender a fazer malabarismo com 3 bolas. O que levanta outra questão, quais são as bolas que devo utilizar? Sei que existem bolas especializadas em malabarismo mas não queria gastar dinheiro. Pensei utilizar laranjas, mas comecei a imaginar sumo na carpete! Outra ideia seria encher balões com areia, mas sou demasiado preguiçoso para os ir comprar e ir à praia (a 100m de minha casa) encher os balões. No final a solução estava na minha secretária, "bolas de ténis". São perfeitas porque têm um bom tamanho para malabarismo e, melhor que tudo, caem no chão e saltam (e eu sei que elas vão estar sempre a cair).

Material necessário para aprender malabarismo.
Isto é uma skill fácil de aprender, contudo é importante pesquisar qual é a melhor técnica antes de começar a treinar de forma a alcançar os melhores resultados no menor espaço de tempo. As duas ideias mais fortes a reter do malabarismo são:
  1. Na maior parte do tempo existe apenas 1 bola no ar. Só existem 2 no momento em que lançamos uma bola para receber a outra que está no ar. Ou seja, só temos de largar a bola da mão quando outra está a chegar à mesma mão.
  2. Para evitar colisões das bolas devemos lançar uma bola por dentro e receber a que está no ar por fora. É mais fácil perceber este conceito no vídeo abaixo.

O mais difícil no malabarismo é ter a sensibilidade de lançar uma bola para o ar quando outra está quase a chegar à mão. Na minha opinião, este é a melhor sequência de treino para dominar esta skill.
  1. Lançar uma bola de uma mão para a outra.
  2. Colocar uma bola em cada mão, lançar a bola com a mão direita e quando esta estiver quase a chegar à mão esquerda, lançar a bola com a mão esquerda e apanhar a bola que vem do ar. No fim, apanhar a segunda bola com a mão direita. Repetir novamente mas começando com a mão esquerda.
  3. Aprender malabarismo com apenas 2 bolas e uma só mão. Lançar uma bola para o ar e quando esta estiver quase a chegar à mão, lançar a outra e assim sucessivamente. Também se pode saltar este ponto. Pela minha experiência isto é tão difícil quanto fazer malabarismo com as 3 bolas. Exemplifico no meu vídeo mais em baixo.
  4. Treinar sequência com 3 bolas no chão contra uma parede, tal como é explicado no vídeo acima.
  5. Experimentar a mesma coisa no ar.
É durante o sono que o corpo ganha memória muscular. Estudos apontam que se formos dormir até 4 horas depois de treinar vamos consolidar melhor o que aprendemos, sobretudo em skills que envolvem memória muscular Portanto sugiro um treino de apenas 20 minutos por dia, pouco tempo antes de ir dormir.

Tenho de confessar que falhei quanto ao treino porque não defini logo de início quando e quanto tempo queria treinar por dia e portanto treinei quando me lembrei! Da minha experiência (que demorou mais de uma semana, por falta de organização), é apenas necessária 1 hora de treino para aprender malabarismo com 3 bolas, perfeição à parte. Juntado os 20 minutos de cada dia, deverão ser necessários 3/4 dias para aprender malabarismo. Aqui fica um vídeo meu com 1 hora de treino de malabarismo:



Como se pode ver, estou longe da perfeição. O mais difícil é fazer um bom arco com as bolas de ténis para que elas não colidem. Como tenho dificuldade nisso, vou acumulando erros e no final já estou a fazer malabarismo fora do ângulo da câmara.

É bom aprender qualquer coisa difícil, investir 20 horas de treino e no final estar feliz pelo resultado atingido. No entanto, como já disse, há coisas que se aprende em pouco mais de 1 hora e das duas uma, ou são divertidas ou dão muito jeito.

Já finalizei a leitura do livro "As primeiras 20 horas", onde Josh Kaufman explica como aprender qualquer coisa rapidamente. Irei fazer um post sobre isso no "O Macaco de Imitação" e juntar algumas ideias que tenho sobre essa matéria. Até lá!

Série "Piano", Horas 16 a 20 - Finalização à Engenheiro!

E assim chega ao fim o primeiro desafio de 20 horas do "O Macaco de Imitação"! Mas antes de fazer o resumo destas 4 últimas semanas de treino de Piano, tenho para partilhar as últimas 5 horas. Na verdade tenho de confessar que fiz batota esta semana porque pratiquei pouco. No entanto, deixei o Engenheiro que há em mim tomar conta deste treino e desenvolvi uma ferramenta para me ajudar nos próximos tempos enquanto pianista (sim, porque não vou parar de praticar).


Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:


Esta semana começou com normalidade, apenas um tipo a aprender piano e a tocar umas músicas bacanas. Depois deparei-me com um problema! Como já aqui disse, também toco guitarra e tenho usado muito dos conhecimentos que já tinha para acelerar o processo de aprender piano. Para isso tenho andado no banco de tabs do UltimateGuitar, pesquiso músicas que gosto e que tenham apenas acordes e depois toco-as no piano. Só com isso tenho-me divertido muito! Mas a sede de aprender mais não desaparece e apeteceu-me tocar outras coisas, por exemplo, um solo de guitarra no piano. O meu problema estava em como converter tabs com o aspeto daquela que apresento em baixo, em notas que eu consiga tocar no piano (C, G, F...).

Tab do início da música "Starlight" dos Muse:
e--11----11-12----12-11--11---11-12----12-11----| B----12-------14-------14--12------12--------14-|G------11-------13-----------13------13---------|D-----------------------------------------------|A-----------------------------------------------|E-----------------------------------------------|

E porquê querer converter? Porque é muito fácil encontrar tabs de guitarra que de piano. Ora...mas como fazer esta conversão? Como podem ver acima e tal como já expliquei aqui, cada linha é uma corda da guitarra, com a primeira representando a corda de baixo da guitarra e a última representando a primeira corda. Depois cada número nesse esquema indica que tenho de tocar aquela corda, com o dedo naquela posição do braço. Cada uma das cordas tem uma afinação, que também está indicada no esquema acima.


Matt Bellamy, vocalista dos Muse. Um boss no piano, na guitarra, na voz...
O que percebi foi que, por exemplo, a primeira corda da guitarra tocada livremente dá uma nota E. Se eu tocar a mesma corda com um dedo na 1ª posição do braço da guitarra, estou a tocar um F. De seguida, se colocar o dedo na 2ª posição e tocar essa mesma corda, vou tocar um F# e por aí fora. É só seguir a ordenação das teclas do Piano! Incrível! Outro exemplo: se tocar a 3ª corda da guitarra (afinação em D), com o dedo na 2ª posição do braço, vou estar a tocar a nota E. Done! Conversão feita. A tab acima pode ser convertida para as notas: D#, B, F#, D#, E, C#, G#,  E, D#, C#, D#, B, G#, F, E, B, G#, E, D#, C#.

Quando descobri que a conversão era fácil e que agora podia tocar os "solos" de guitarra, fiquei em pulgas para converter uma série de músicas. Agora já podia tocar Arctic Monkeys, parte de acordes e solo ao mesmo tempo! Depois percebi que converter cada uma das tabs dava um trabalhão incrível! Tenho de estudar a afinação de cada corda, ver qual é a posição que deve ser tocada na guitarra, determinar qual a nota correspondente e depois escrever num papel....não tenho paciência para isto. Então foi aí que o Engenheiro acordou! Decidi fazer um pequeno programa para fazer esta conversão mais rapidamente, para depois poupar tempo para o verdadeiro treino:
Conversor Guitarra-Piano, desenvolvido por mim.
Com este programa posso editar manualmente uma tab de guitarra na matriz que está representada. Ao lado posso até mudar a afinação da corda, o que é necessário algumas vezes. Cada linha representa uma corda e cada coluna uma instância no tempo. Portanto cada par (linha, coluna) é uma nota na guitarra. Posso até colocar várias notas ao mesmo tempo preenchendo vários números na mesma coluna, o que significa que naquele momento estou a tocar um acorde. Depois posso clicar em "Convert" e ele coloca-me as notas que devo tocar no Piano. Na imagem acima podemos ver a sequência de notas que corresponde à música "Starlight" acima. Aqui, em vez de preencher a tab manualmente na matriz, carreguei um ficheiro .txt e a conversão foi automática. Ainda tem algumas coisas a melhorar, mas assim é muito mais engraçado tocar Piano, ahah! Já agora, se estiveres interessado neste programa envia-me uma mensagem!

Depois disto tive de ir experimentar umas músicas, como é óbvio! Deixo aqui algumas músicas muito fixes e fáceis de tocar. Coloco aqui também umas gravações feitas à pressão, ahah:


Muse - New Born (Acordes)
Muse - New Born (Solo)
Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Acordes)
Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Solo)
Coldplay - Green Eyes (Acordes)
Radiohead - Creep (Acordes)
Chet Faker (Acordes)
SOJA - Gone Today (Acordes + Solo)

Arctic Monkeys - Mardy Bum (Acordes)
Arctic Monkeys - Mardy Bum (Solo)


Arctic Monkeys - Only One Who Know (Acordes)


Coldplay - The Scientist


E a que se resume estas 20 horas de treino? Desta experiência confirmo a teoria do Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours". É possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em tão pouco tempo como 20 horas, 1 horinha por dia durante 1 mês com direito a descanso ao fim-de-semana, ahah. Durante as últimas 4 semanas aprendi as notas no piano, todos os acordes principais (já agora, aqui fica uma biblioteca de acordes), escalas, teoria importante para improvisar no piano, como ler tabs de piano, como adaptar as tabs de guitarra (fáceis de encontrar) para tabs de piano (difíceis de encontrar), treinei muito e consigo tocar grande parte das músicas (versão simplificada, claro!). E vou continuar a treinar, porque acho que o Piano é um grande instrumento! Desafio-te a tentar o mesmo! Se tiveres aí um piano perdido em casa, experimenta 20 horas de treino! Vais ver que no fim estás um grande boss!

O bom deste tipo de desafios é que pode ser aplicado para aprender muitas coisas diferentes. Há método para aprender tudo e rápido! Deixo-te aqui algumas sugestões, se sempre quiseste aprender alguma coisa (piano, yoga, xadrez, cozinha, tennis...) e não sabes como treinar de forma a ter bons resultados com poucas horas de treino:
  1. Define à partida o teu objectivo porque é este que vai guiar o teu treino. O que queres saber fazer no final das 20 horas? Sê realista!
  2. Pesquisa material de qualidade para te ajudar a cumprir esse objetivo. Faz uma pesquisa no google, procura bons livros, encontra tutoriais na net, etc. Hoje em dia tudo se pode aprender no google.
  3. Conheces alguém que domine aquilo que queres aprender? Fala com essa pessoa, pede-lhe conselhos, pergunta-lhe por onde deves começar.
  4. Tens algum amigo que queira aprender contigo? Desafia-o a treinar contigo. Torna tudo mais fácil porque se podem motivar os dois para alcançar o objetivo final.
  5. Começa a treinar logo que tenhas tudo definido e os materiais por onde vais estudar preparados. Não prepares em demasia! 
  6. Evita treinos de várias horas por dia. O teu corpo precisa de ganhar memória muscular e a tua mente necessita de assimilar aquilo que estás a aprender. Aconselho apenas 1h por dia! Se puderes treina ou estuda à noite, porque durante o sono o teu cérebro tem o poder de assimilar tudo muito melhor.
  7. Evita distrações durante a tua hora de treino. Fecha a porta do quarto, desliga a internet e coloca o telemóvel em silêncio!
  8. Evita estudar teoria muito profunda. Tens de obter resultados para estar motivado. Não te esqueças, são só 20 horas e estás a trabalhar para aprender o máximo possível durante esse intervalo de tempo. Depois do desafio, se gostaste, tens tempo para aprender mais sobre o assunto.
  9. Partilha com os teus amigos aquilo que andas a aprender! Faz um concerto em casa, prepara um jantar para os teus amigos, partilha as tuas pinturas com eles...
  10. Diverte-te! Sempre!
E com isto finalizo esta série. Espero que tenhas gostado! Eu gostei muito de aprender piano e de partilhar este desafio. Vou agarrar brevemente um outro e continuar a aprender coisas novas. Até o próximo post!


Série "Piano", Horas 11 a 15 - Teoria e muito treino!

15 Horas de piano até agora! Parece que foi ontem de comecei a aprender as notas e hoje já estou um Beethoven...quase! Ahah. Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:

Horas 1 - Preparação
Horas 2 a 7 - Construir a base!
Horas 8 a 10 - Aprender umas músicas!

Como tinha escrito no último post, comecei esta semana com teoria para aprender uns novos acordes que estavam em falta e tentar aprender a fazer improviso. Infelizmente o ZebraKeys não tinha a parte de improviso que eu estava à espera, então optei por continuar a treinar os acordes e a passagem entre estes. Posso dizer que ao final de 15 horas já consigo acompanhar muitas músicas só em acordes e divirto-me muito com isso. Durante esta semana consegui tocar razoavelmente bem Chet Faker! Portanto já tenho o desafio ganho! Ahah.


O Boss ao Piano! Chet Faker no seu melhor! Imagem retirada de bcgavel.com

11ª hora de treino

Na aula 28 do ZebraKeys aprendi os acordes secundários para cada escala. Para isso basta tocar os acordes menores que começam na 2ª,3ª e 6ª posição da escala de qualquer nota. Se estivermos na escala de C (a mais fácil) esses acordes são o Dm, Em e Am, todos compostos por teclas brancas. Segundo este site, tocando uma música em determinada escala, dá para colocar uma mistura dos seus acordes maiores e menores e assim criar um contraste entre acordes "felizes" e "tristes".

Queres ver uma música que calha perfeitamente nesta definição? A música Hallelujah do Jeff Buckley. Nunca tinha reparado bem na letra da música, mas ele descreve um pouco da escala da música (em C) e os seus acordes: "Well it goes like this the fourth (F), the fifth (G), The minor fall (Am) and the major lift (F)." Incrível! Ahah!

Na aula 29 aprendi que para tocar o acorde dominante de 7ª basta apenas tocar o acorde maior (que já sabemos) e adicionar uma 4ª tecla com 2 teclas de intervalo. Na aula 30 aprendi a tocar o acorde maior de 7ª. Basta tocar o acorde maior e adicionar uma 4ª tecla com 3 teclas de intervalo. Em baixo podes ver o esquema dos acordes C7 (acorde dominante de 7ª) e Cmaj7 (acorde maior de 7ª).
Acordes dominantes de 7ª, C7 e maior de 7ª, Cmaj7.
Na aula 31 aprendi a tocar o acorde menor de 7ª. Basta tocar o acorde menor em qualquer nota e adicionar uma 4ª tecla com 2 teclas de intervalo.

Uma música que podes tentar tocar e que contem este tipo de acordes é a Sitting Waiting Whishing do Jack Jonhson. É muito divertido! Com todos estes acordes que aprendi até é possível tocar a maior parte das músicas.


Na aula 32 explorei a escala menor natural começada em qualquer nota. Tal como existia uma regra para construir a escala maior começada em qualquer nota, também existe uma para a escala menor. Por exemplo, para a escala maior de C temos as notas: C, D, E, F, G, A, B e C. Para a escala menor natural de C temos as notas: C, D, Eb, F, G, Ab, Bb e C. Para construir esta escala, que parece ter um tom mais "triste" que a maior, fazemos assim: 1 tecla (ou 1 passo) entre a 1ª e 2ª nota, nenhuma tecla (ou meio-passo) entre a 2ª e 3ª tecla, depois 1 tecla, 1 tecla, nenhuma tecla, 1 tecla e 1 tecla. Por exemplo, a escala menor de A é a mais agradável pois são só teclas brancas: A, B, C, D, E, F, G e A.

Na aula 33 aprendi a construir acordes na escala menor natural. Lembras-te da notação para os acordes? Letra maiúscula é acorde maior, minúscula acorde menor, minúscula com (o) é diminished (ou diminuído?), e maiúscula com (+) é augmented. Falo sobre isto no 2º post desta série. Nesta escala a progressão de os acordes é i,iiº,III,iv,v,VI,VII.

12ª hora de treino

As aulas 34, 35 e 36 lidam com improviso. Na aula 34 apenas aprendi que podemos tocar aquelas notas singulares que a mão direita costuma fazer, mas em vez de tocar numa nota apenas, tocar em 2 oitavas. Isso faz com que a música pareça mais preenchida. Na aula 35 aprendi o "Root Chord Pattern". Este tipo de approach serve para tornar os acordes feitos com a mão esquerda mais interessantes, ao tocar primeiro a nota correspondente ao acorde que queremos tocar e de seguida o acorde inteiro. É de notar que a nota e o acorde são tocados em 2 oitavas distintas. Assim dá um efeito mais engraçado. Na aula 36 aprendi que podemos tocar com a mão direita uma das notas do acorde da mão esquerda. Esta sessão de improviso não foi o que eu estava à espera pois o que gostaria de aprender era a a improvisar mais com a mão direita enquanto a esquerda faz os acordes e assim escolher qualquer sequência de acordes e começar a tocar à louca!

Acabei as aulas intermédias do ZebraKeys e já vi que para a frente eles ensinam um pouco mais de acordes e teoria, mas há coisas que ainda não têm disponível. De resto, nesta hora, estive a divertir-me com algumas músicas.

13ª hora de treino

Durante esta hora estive a treinar acordes. Neste momento está a ficar mais natural trocar de acordes e ler tabs de guitarra, conseguindo acompanhar bem qualquer música. Estive a tocar umas músicas dos Arctic Monkeys, Coldplay e depois comecei a tocar Chet Faker. A música "Talk is Cheap" é top! Aqui fica a tab e um vídeo a explicar como se tocam as diferentes partes da música:


14ª hora de treino

Durante esta hora continuei a aprender a música "Talk is Cheap". Os acordes desta música são:
  • Cm, em 2ª inversão, portanto tocar as notas com a ordem G, C e Eb.
  • Eb, também em 2ª inversão, notas com a ordem G, Bb e Eb. Só é preciso trocar um dedo entre os dois acordes. Torna tudo mais fácil!
  • Bb, em 2ª inversão, notas F, Bb e D. Podemos deixar o dedo do meio entre os dois acordes.
  • F, sem inversão, notas F, A e C.
Depois de treinar bem os acordes estive a treinar a parte do solo inicial.

15ª hora de treino

Esta hora foi mais do mesmo em termos de treino, mas foi bom! Seleccionei umas músicas que gosto, fui pesquisar a tab com os acordes no UltimateGuitar e depois experimentei no piano. Algumas músicas têm também uma coisa que é o "Capo". Isto na guitarra significa que temos de colocar o transpositor num certo sítio da guitarra. Descobri que o meu piano tem uma opção para fazer o tal Capo e assim posso tocar ainda mais músicas ou tocar músicas num tom mais baixo ou alto, para conseguir acompanhar a música a cantar.

Aqui fica um clip meu a tocar a "Talk is Cheap" do Chet Faker:


Faltam apenas 5 horas para acabar o meu desafio! Sinceramente, cumpri o que estava à espera até agora. Esta semana, a última, vou tentar aprender umas técnicas de improviso e continuar a experimentar os acordes em músicas conhecidas para treinar e para a diversão!

Aqui fica o link para o último post desta série!

Série "Piano", Horas 8 a 10 - Aprender umas músicas!

Mais uma (pequena) semana de piano passou! Desta vez decidi focar-me em aprender umas músicas engraçadas e deixar uma nova ronda de teoria para a próxima semana.

Para te contextualizar, porque pode ser a primeira vez que chegas ao "O Macaco de Imitação", eu decidi desafiar-me e praticar 20 horas de piano, um instrumento que já queria aprender há muito tempo. No final quero ver aquilo que sou capaz de fazer.

Aqui seguem os links para os 2 primeiros posts desta série:

Hora 1 - Preparação
Hora 2 a 7 - Construir a base!

Dito isto, siga para esta semana de treino.

8ª hora de treino

Comecei por experimentar umas tabs de guitarra , tocando os acordes no piano. Agora que consigo tocar os acordes maiores e menores, é fácil tocar centenas de músicas (de forma grotesca claro!). Selecionei as seguintes músicas:

Jack Johnson - Sitting Waiting Wishing
The Kooks - Seaside
Ed Sheeran - I See Fire
Radiohead - Creep
Bastille - Pompeii
Matisyahu - One Day
Chet Faker - I'm Into You

Para tocar estas músicas basta ires seguindo a letra, tocar o acorde certo com a mão esquerda, e com a mão direita (para preencher a música) podes tocar na nota correspondente em 2 oitavas diferentes com o mindinho e o polegar. E está feito! Já consegues tocar todo um set de músicas!

Topa aqui os acordes para a música "One Day" do Matisyahu:


O que me parece mais difícil ao aprender a tocar piano é a coordenação entre as duas mãos. Com isso em mente comecei a praticar a música "Give me Love" do Ed Sheeran que me parece milhões de vezes mais fácil e interessante que a da Adele e ajuda muito mais a aprender a coordenação.

Encontrei um tutorial no YouTube muito bom! O visual é muito parecido com o Guitar Hero! Eu sabia que tanto vício me ia dar jeito um dia! Ahah

9ª hora de treino

Esta hora começou com colagens! Isso mesmo! Decidi colar o nomes das notas pretas no teclado, os sharp/sustenido # e flat/bemol b. Facilita encontrar as notas e fazer os acordes.




Continuei a treinar a música do "Give me Love" do Ed Sheeran. Os acordes são:


Verso: Bb × 2, F# × 2, Db × 4
Bridge: Ebm × 4, F# × 4, Db × 4, Ab (em 1ª inversão) × 4, Ebm × 2, F#
Refrão: (Db, Ebm, F#) × 3, Bb + Db, Ab, F# × 2

Depois de aprender os acordes (tocados com a mão esquerda), tentei colar com a parte de solo (com a mão direita) e aqui começou a guerra da coordenação motora!

10ª hora de treino

Continuei a praticar a mesma música. Já vou no refrão e estou a melhorar a minha coordenação entre mão esquerda e direita. Isto é um processo lento e é aqui que muita gente começa a desmotivar. Mas o importante é pensar que depois as coisas vão ficar muito mais intuitivas à medida que o treino avança.

Como podes ouvir pela gravação seguinte, o som ainda está torto, ahah!


No final desta hora fiquei a metade do objetivo de 20 horas de piano! Com o treino até agora já sei o bastante de teoria para tocar a maior parte das músicas, sei tocar acordes e consigo pegar numa tab e divertir-me. Apesar de não ter treinado mais, consigo também ler pautas. As próximas 10 horas serão também importantes para trabalhar a coordenação motora. E na próxima semana quero estudar a teoria da improvisação que acredito não ser muito difícil. A prática, por outro lado, não deve ser nada fácil!

Durante esta semana encontrei muitos bons vídeos sobre piano. Há um tipo que fez um sucesso gigante no ChatRoulette enquanto tocava piano. É este tipo de vídeos que me faz querer dominar o piano! A capacidade de improviso e o humor deste senhor são incríveis. Desafio-te a ver este vídeo sem te partires a rir:



E lembras-te de eu falar na escala pentatónica? Em que tudo o que tocas fica bem? O tipo seguinte mostra em 2 minutos como parecer um Pro em piano sem nunca ter tocado:


Para a semana cá estarei mais uma vez, com grandes avanços e com técnicas para improviso, espero! Até lá!

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