O Feedly é um leitor de feeds que permite organizar as atualizações de qualquer site. É possível sincronizar com sites de notícias, blogs e muito mais. Perfeito para quem pesquisa notícias de vários sites (Bola, Dinheiro Vivo, Surf Portugal, Entrepreneur...), para quem está à procura de emprego e não quer perder nenhuma oportunidade ou para quem segue uma série de blogs e quer estar a par de todas as publicações. Podemos ver as atualizações de todos os sites sem sair do Feedly, o que, além de facilitar muito a leitura dos artigos ou notícias, poupa imenso tempo. O Feedly já foi abordado n'O Macaco de Imitação, quando escrevi sobre 4 Ferramentas para aumentar a produtividade, mas agora resolvi entrar em maior detalhe sobre esta aplicação. Em baixo explico como configurar o Feedly e mostro as vantagens ao utilizar este leitor de feeds.
Para aceder ao Feedly através do PC ou Mac seguir para http://feedly.com. Fazer Login seguindo o botão no canto superior direito utilizando a conta do Google, Facebook, Twitter, Evernote ou Windows.
Adicionar os teus sites e blogs ao Feedly
Agora que fizeste login, perguntam-te para adicionares o teu primeiro conteúdo. Para fazeres isso podes adicionar o endereço do site/blog que queres seguir ou então podes pesquisar pelo nome do site/blog.
Ao clicar no site pretendido, irá aparecer o seu feed. Explora o resultado clicando nos artigos. Se te interessar e quiseres adiciona-lo ao teu Feedly, clica no botão verde (+Feedly) no topo.
Pesquisa no Feedly pelo site de notícias e oportunidades de emprego Dinheiro Vivo.
Artigos do Dinheiro Vivo relacionados com emprego.
Escolhe uma categoria para o teu feed (ou adiciona-o a uma categoria existente se não for a primeiro site que adicionas ao Feedly).
No final terás um ecrã semelhante ao seguinte. Para adicionares mais sites ou blogs clica em "Add Content" no topo da barra lateral esquerda.
Feedly depois do primeiro conteúdo adicionado.
Organizar o Feedly
Agora que já adicionaste alguns sites e blogs ao Feedly, podes sempre organizá-los melhor clicando em "Organize" na barra lateral esquerda. Podes criar e eliminar categorias e reorganizar os teus feeds. Para isso arrasta os sites/blogs de uma categoria para outra:
Navegação no Feedly
Explorar os artigos no Feedly é incrivelmente fácil. Na barra lateral esquerda tens todas as novas atualizações dos teus sites ou blogs favoritos. Na imagem a baixo mostro a disposição do meu Feedly:
Como carreguei no separador "Emprego", o Feedly abre-me um quadro resumo de todas as atualizações que fazem parte dessa categoria. Além disso, posso clicar diretamente num site/blog na barra de lado, como se vê na imagem a baixo.
Ao abrir diretamente o "Emprego Pelo Mundo" tenho acesso a todas as atualizações deste site desde a última vez que o li. Ao carregar na terceira publicação, tenho acesso à notícia que a Primark está a contratar. Posso ler a notícia no Feedly e, se quiser seguir para o site da candidatura, clico em baixo em "Visit Website".
Uma das vantagens que encontro do Feedly é organizar a procura de emprego. Ao receber as atualizações dos sites onde costumo procurar, tenho a certeza que não vou perder nenhuma notícia.
Ao selecionar um site ou categoria da barra lateral esquerda, temos acesso a todas as novas publicações e, mesmo só vendo os títulos, podemos ver se nos interessa ou não.
Ao carregar numa publicação, esta fica automaticamente marcada como lida. Se quiseres marcar todas as publicações de uma categoria ou site/blog como lidas, podes carregar na roda dentada que está no canto superior direito e selecionar a opção "Mark As Read - All".
Podes também organizar as publicações vizualmente de outras formas. Se selecionares a opção de visualização "Magazine" verás os posts com a disposição mostrada na imagem seguinte.
Gosto mesmo do Feedly porque nos permite ver todas as publicações de uma série de sites ou blogs num único local. Como podes ver na imagem seguinte, podemos ler integralmente o post deste blog no Feedly.
Configura o Feedly para estar de acordo com os teus gostos
O Feedly é totalmente personalizável. Podes configurar o seu aspecto, quantos posts aparecem no ecrã, o que acontece quando clicas em cada um deles, as aplicações que podes sincronizar e muito mais. Clica em "Preferences" e personaliza o Feedly ao teu gosto.
Sincronização do Feedly com outras aplicações
Uma coisa espectacular acerca do Feedly é que podes sincronizá-lo com uma série de outras aplicações. Numa das imagens acima, quando foi aberta uma publicação, provavelmente reparaste que existem uma série de ícones no topo da publicação. Estes servem para sincronizar o Feedly com outras aplicações e partilhar o post que lemos no momento.
Na imagem acima podes ver todas as aplicações que interagem com o Feedly. Uma funcionalidade muito engraçada acontece ao carregar no primeiro ícone, que marca o artigo para "ler mais tarde" e o guarda na opção "Saved For Later" que está presente na barra lateral esquerda.
Podes ainda guardar o artigo no Evernote, guardar para ler mais tarde no Pocket, partilhar com alguém via email (imagina que descobres uma oportunidade de trabalho que é perfeita para um amigo teu), partilhar no Facebook, Google+, Twitter ou LinkedIn e muito mais, tal como podes ver na imagem a cima.
Feedly no Smartphone ou Tablet
O Feedly também está disponível para iOS e Android. Podes então conectar o teu tablet ou smartphone com a mesma conta e vais ter todos os locais sincronizados com as atualizações dos sites que indicares.
Como podes ver, o Feedly é uma ferramenta poderosa para te ajudar a organizar toda a informação que precisares. Poupas muito tempo desta maneira. Espero que o aches tão útil quanto eu.
Há cerca de 10 dias comecei um novo desafio, aprender Francês. Uma das minhas motivações foi ler este artigo (uma tradução do original) e perceber que uma das coisas que as pessoas mais se arrependem de não ter feito é aprender uma nova língua.
Sabemos por experiência que aprender uma nova língua tem muitos benefícios. Basta imaginar a quantidade de informação que se produz em Inglês todos os dias e que está disponível na net. Agora imaginem não puder aceder a essa informação! Aprender uma nova língua também nos dá vantagens profissionais, permite-nos falar com pessoas de outras nacionalidades, conectamos melhor com outras pessoas quando estamos em viagem e por isso tiramos melhor partido dessa aventura e além disso tudo, aprender uma nova língua é divertido pelo simples facto de aprender.
Decidi aprender uma nova língua, adoptando um bom método para acelerar essa aprendizagem (que apresento de seguida). Optei pelo Francês porque é uma língua global, fácil de aprender para os Portugueses e além disso gosto da língua e acho que me vou divertir a ver filmes franceses e a ler Tintim e Astérix. Mas por onde começar?
A regra 80/20 para aprender uma nova língua
Para aprender uma nova língua é necessário ir para uma escola? Não! Podemos aprender sozinhos, mas temos de garantir que temos um bom método de estudo. Vai demorar anos até dominar a língua? Nada disso! Podemos aprender uma nova língua muito rapidamente e aqui mostro como o fazer. Os próximos tópicos são baseados nas notas de Tim Ferriss sobre como aprender línguas rapidamente. Daqui a 1 mês vou conseguir dar feedback sobre este método. No entanto, penso que tal como eu vão achar que estes conselhos fazem todo o sentido.
Provavelmente já ouviste falar da regra 80/20: 80% dos resultados vem de 20% do trabalho. No caso de aprender uma nova língua, temos de perceber quais são os 20% da língua que nos irão trazer 80% dos resultados, ou 80% de fluência na língua em questão.
Aprender um conjunto de frases comuns
Podemos começar por aprender uma série de frases comuns na língua alvo, coisas como "Bom dia", "Como estás?" ou "Prazer em conhecer-te". Desta maneira vamos começar com força, aprendendo umas quantas frases para uma pequena conversa de circunstância. Além disso, podemos aprender muito sobre a língua desta maneira, pois podemos desconstruir as frases que aprendemos para perceber o significado de cada palavra.
Por exemplo, em Português "Bom dia" é a junção das palavras "Bom" e "Dia", tal como em Francês "Bonjour" é a junção de duas palavras "Bon" (Bom) e "jour" (dia). Além de aprendermos estas frases ou palavras comuns, aprendemos uma série de palavras comuns na nova língua. Para o Francês arranjei este link que contém as frases mais comuns. Para aprender a pronunciar as palavras, o melhor é mesmo usar o Google Tradutor que reproduz aquilo que escrevemos.
Verbos importantes
Um dos maiores problemas ao aprender uma nova língua é a conjugação de centenas de verbos. Ainda que consigamos perceber algum padrão, é simplesmente chato estar a conjugá-los. Podemos no entanto aprender alguns verbos que podem ser conjugados e agrupados com outros verbos no infinitivo. Por exemplo:
Eu quero (verbo "querer" no presente) comer (infinitivo).
Eu vou (verbo "ir" no presente) correr (infinitivo)
Eu posso (verbo "poder" no presente) falar (infinitivo)
Assim reduzimos muito o número de verbos que precisamos de conjugar. A tabela seguinte resume bem este tópico:
Palavras mais usadas na nova língua
A regra dos 80/20 aplica-se muito bem ao número de palavras numa língua. Deves começar por aprender primeiro as palavras que são usadas com maior frequência na nova língua e assim vais evoluir muito mais rapidamente. Por exemplo, neste linktemos as 1000 palavras mais usadas em Francês.
Mnemónicas
Mnemónicas são truques de memorização. Por exemplo, podes aprender a palavra "Vaccum" (aspirador) pensando em Vaca. Se fizeres associações deste tipo vais lembrar-te da palavra mais facilmente.
Enquanto estava a aprender Francês no Duolingo apareceu-me a palavra "Viande" que quer dizer "Carne". O que usei para decorar foi pensar que "Viande" é parecido com "Veado", que é de facto, carne!
Material de estudo
Já sabemos que se queremos aprender uma nova língua temos de ter um método que nos faça aprender aquilo que é mais útil e importante primeiro. Vamos agora explorar algum material de estudo.
Já aqui falei sobre o poder desta plataforma. O Duolingo preocupa-se com a regra dos 80/20, garantido que aprendes primeiro as coisas mais importantes. As funcionalidades do Duolingo incluem:
É uma rede social e um jogo. Enquanto aprendes tens feedback instantâneo (importantíssimo) e recebes pontos conforme a tua performance.
Podes comparar a tua pontuação com a dos teus amigos.
Aprendes palavras pela frequência de uso na língua.
O Duolingo "obriga-te" a repetir as aulas de tempos a tempos para te lembrares do conteúdo.
Tens a funcionalidade de "flashcards" que te ajuda a decorar as palavras que vais aprendendo.
Tens uma comunidade gigante que te explica o que for preciso.
Tens notificações que te lembram que tens de estudar e que te ajudam a criar o hábito de aprender todos os dias.
Se quiseres começar a aprender uma nova língua, começa pelo Duolingo. É eficaz e muito divertido.
Livros, Séries e Filmes
É importante que te divirtas enquanto aprendes. Quando já estiveres mais à vontade começa a ler uns livros. Podes sempre ler qualquer coisa escrita na língua em questão, tal como ler Astérix ou Tintim se quiseres aprender Francês, mas também podes explorar traduções de alguns livros que gostes. O importante é selecionares livros com uma escrita mais simples, livros de não-ficção ou técnicos. Podes ler o livro com um dicionário ao teu lado mas não te preocupes em perceber todas as palavras, com o tempo vais percebendo melhor.
Quando estiveres mais avançado podes ver filmes ou séries. No entanto acho que precisas de um pouco mais de treino para perceber este conteúdo porque avança mais depressa e é mais chato estar sempre a voltar para trás para perceber uma certa parte. Também podes experimentar colocar legendas na língua em questão. Para treinar o ouvido podes ver uns vídeos no Youtube mais simples ou então mesmo desenhos animados para crianças.
Escrita e Fala
Para treinares a tua escrita podes escrever uns pequenos parágrafos sobre ti, sobre algum tema ou então fazeres um diário. Para confirmares os teus textos podes mostrar a alguém que já domine a língua ou a algum amigo que seja nativo. Para treinares a fala podes de igual maneira falar com algum amigo nativo na língua ou que já domine a língua em questão. Podes também tentar conhecer alguma pessoa online, numa das redes sociais em que aprendes a língua e depois combinar uma conversa pelo Skype.
Espero que este post te ajude a perceber que aprender uma nova língua não tem de ser um bicho de sete-cabeças, não tens de investir muito dinheiro numa escola, nem vais demorar anos até falares fluentemente.
Recentemente li o livro Learned Optimism do psicólogo Martin E.P. Seligman. Este livro fala sobre otimistas e pessimistas. Onde achas que encaixa a tua personalidade? Faço aqui um pequeno resumo dos pontos essenciais do livro mas aconselho a sua leitura porque é daqueles livros com um potencial gigante para mudar a vida de alguém.
Os primeiros trabalhos de Seligman estão à volta da depressão e das suas causas. No princípio da sua carreira, descobriu que o comportamento animal pode não só ser afectado por recompensas e punições, mas também por um efeito que ele chamou de Learned Helplessness (ou, na minha tradução, indefesa aprendida).
O sistema de recompensas e punições é bastante intuitivo. Ao dar comida (recompensa) a um rato cada vez que ele carrega numa alavanca ou dar um choque (punição) cada vez que ele faz alguma coisa que não queremos, estamos a moldar o comportamento do rato. Ele aprende o que deve ou não deve fazer de forma a otimizar a sua experiência no mundo.
Para estudar a indefesa aprendida, Seligman desenhou outro tipo de experiência. Organizou cães em 3 grupos e submeteu-os a diferentes condições: o 1º grupo de cães recebia um choque até que carregasse num botão. Com o passar do tempo, estes cães aprendiam que podiam controlar a sua dor; O 2º grupo não tinha qualquer controlo sobre os choques que recebia. O choque apenas era desligado quando o cão do 1º grupo carregasse no botão. O 3º grupo de cães, o grupo de controlo, não recebiam qualquer choque. No início Seligman estava muito relutante em fazer experiências com animais, mas prometeu a si mesmo que iria parar no momento que provasse o efeito da indefesa aprendida.
Depois da fase de "aprendizagem", os cães foram submetidos a uma experiência diferente. Todos os cães, independentemente do grupo, foram submetidos a uma condição em que recebiam um choque elétrico até que saltassem uma pequena vedação (tinham de descobrir isto sozinhos). O que aconteceu foi extraordinário. A maioria dos cães do 1º e 3º grupo não tiveram problema nenhum em descobrir como desligar o choque. No entanto, a maior parte dos cães do 2º grupo nada fez, ficou parado. Podes pensar que ele "aprendeu" que ficar parado desligava os choques, mas não foi isso. Seligman repetiu a experiência com outras condições para garantir as conclusões que tinha chegado. Os cães do 2º grupo tinham "aprendido" que nada que pudessem fazer tinha resultados. Mesmo numa condição em que podiam evitar receber os choques, os cães foram completamente passivos. Conclusão: aprenderam a ser indefesos.
A ligação entre Indefesa Aprendida, Depressão e Pessimismo
Depois destas experiências, muitos estudos se fizerem ligando a "indefesa aprendida" à depressão. Se estás interessado neste tema, queria que soubesses que o livro está muito bem escrito e a ciência está muito profissional. Seligman não deriva as suas conclusões "à jornalista". Em estudos científicos é necessário perceber se dois eventos estão correlacionados, ou seja, têm os dois uma terceira causa, ou se esses dois eventos pertencem a um conjunto causa-efeito. No segundo caso é ainda necessário perceber qual é a causa e qual é o efeito. Nem sempre a resposta certa é intuitiva.
Todos passamos por momentos de depressão, derivados da realidade não corresponder às nossas expectativas. Se muitas vezes estes epísodios duram apenas alguns dias ou semanas, há momentos que infelizmente são mais que momentos e podem durar vários meses ou anos. Seligman percebeu que a Indefesa Aprendida é um efeito típico da depressão. Em episódios depressivos, as pessoas sentem-se indefesas e não acreditam que alguma coisa que façam pode alterar o rumo das suas vidas. Mas, ao longo das suas experiências, agora feitas também em humanos, Seligman percebeu que há algumas pessoas que tendem a resistir à Indefesa Aprendida. Estas são as pessoas que persistem em resposta a uma adversidade, que tendem a não se deixar ir abaixo e que tendem a contrariar a depressão. Qual é a diferença entre essas pessoas e as que se vão abaixo mais facilmente? Seligman descobriu que a razão não é pelas primeiras serem mais bonitas, fortes ou inteligentes. O que distingue o comportamento das pessoas é a maneira como elas explicam a si mesmas aquilo que lhes acontece, tanto para maus eventos como para bons eventos. E é aqui que entra o seu estudo sobre otimistas e pessimistas.
És otimista ou pessimista? Faz o teste
Antes de ler o resto do post é importante que faças um teste. Não deverá demorar mais de 15 minutos e vais descobrir se és maioritariamente otimista ou pessimista. Segue ESTE link e NÃO LEIAS A EXPLICAÇÃO SEGUINTE ANTES DE ACABAR O TESTE. VAI AFETAR AS TUAS RESPOSTAS.
Provavelmente agora estás a pensar o que querem dizer essas pontuações. Simplificando, a tua pontuação final está em "Good minus Bad Score". Se fores pessimista, não te preocupes. A boa notícia é que podes mudar a tua maneira de pensar. Eu digo-te como, no final deste post, tal como aprendi no livro Learned Optimism. Antes disso é importante que percebas a tua pontuação e todos os outros campos que fazem parte do resultado do teste.
Permanência
Esta métrica mede a maneira como interpretas aquilo que te acontece em termos temporais. Costumas dizer "Faço sempre tudo mal" ou "Hoje não estou nos meus dias"? Se és pessimista, provavelmente consideras os eventos maus como permanentes: "Nunca faço boa comida", "Estou sempre a falhar", "Nunca vou conseguir acabar este projeto". Já para os eventos positivos acontece o contrário. Se és pessimista vês aquilo que te acontece de bom como temporário. É o típico "tive sorte". Um pensamento otimista é o contrário do pessimista, vê os eventos negativos como temporários e os eventos positivos como permanentes.
Abrangência
Os pessimistas tendem a colocar "tudo no mesmo saco" quando alguma coisa lhes acontece. Estes não pensam ser maus a fazer comida ou a jogar futebol. Tendem a pensar: "faço sempre tudo mal". Colocam um carácter geral ao tipo de maus eventos, ou maus pensamentos. Por exemplo, um pessimista pensaria que "todos os livros são maus", ao passo que um otimista diria "este livro é mau". Para os bons eventos ocorre o contrário. Os pessimistas tendem a pensar "eu sou inteligente a matemática", ou seja, a restringir as suas competências e os otimistas tendem a pensar "eu sou inteligente". Se a permanência tem um carácter temporal, a abrangência tem um carácter espacial. Vejamos 2 exemplos muito pessimistas: "Faço sempre tudo mal" e "Hoje tive sorte no exame de condução". Um otimista diria de forma contrária relativamente aos mesmos eventos: "Hoje o teste correu-me mal" e "Tenho sempre sorte".
Personalização
Este critério é o mais fácil de entender. Os extremamentes otimistas (e ninguém deve sê-lo) acham que a culpa é sempre dos outros e os extremamente pessimistas pensam que a culpa é sempre deles. Para os eventos positivos a balança vira. Os otimistas atribuem o sucesso ao seu próprio mérito e os pessimistas acham que tiveram sorte ou muita ajuda. Certamente não há só 2 tipos de pessoas. É muito provável que te encontres na média otimista-pessimista. Ás vezes tens pensamentos menos otimistas e outras vezes mais pessimistas. No entanto, se és maioritariamente pessimista, deves mudar um pouco a tua maneira de pensar porque te vai trazer muitas vantagens. Resumindo, se és pessimista, é mais provável que aches os maus eventos como permanentes ("vai durar para sempre"), abrangentes ("vai arruinar a minha vida toda") e pessoais ("a culpa é minha"). Os otimistas pensam que as suas infelicidades são temporárias ("tive um dia mau"), específicas ("correu-me mal o teste") e externas ("a culpa é do sistema"). Para eventos positivos é tudo ao contrário. Os pessimistas acham que o que é bom é temporário, específico e externo, ao passo que os otimistas acreditam que é permanente, abrangente e pessoal.
As vantagens de ser otimista
A forma como nós pensamos tem um impacto enorme na forma como nos comportamos e portanto no nosso sucesso. Ser otimista tem várias vantagens, como mostra Martin Seligman em Learned Optimism:
Sucesso no trabalho. Os otimistas tendem a não desistir perante a adversidade e portanto obtêm melhores resultados.
Promoção de atividade, ao passo que o pessimismo torna a pessoa mais passiva.
Felicidade. Uma atitude negativa causa ansiedade e mau-estar.
Melhor saúde. Já está provada a ligação entre o cérebro (a forma como pensamos) e o sistema imunitário. Pessoas otimistas têm uma melhor defesa e por isso resistem melhor a doenças.
Imunidade contra depressão. Os pessimistas têm um maior risco de ter episódios de depressão porque são mais susceptíveis a sentirem-se indefesos.
Melhores relações sociais. As pessoas gostam de ver uma boa atitude e palavras positivas vindas de outra pessoa. Nesse aspeto, os otimistas fazem amigos e obtêm confiança com maior facilidade.
Sucesso no desporto. Mais uma vez, ao não desistir, os otimistas acabam por obter melhores resultados.
Quando não ser otimista
Mas o mundo não é só dos otimistas. Há uma razão evolucionária para haver pessimismo. Há 10.000 anos, um caçador que pensasse que era mais forte que um tigre não vivia muito tempo. Temos os genes de pessoas pessimistas, que se protegeram dos perigos. Mas o mundo mudou muito desde aí. O pessimismo ainda tem lugar no mundo, mas não ao nível que herdamos biologicamente. Hoje em dia não somos submetidos a tanto perigo como era o homem de há 10.000 atrás. Vários estudos também apontam que os ligeiros pessimistas vêm a realidade mais nitidamente. Mais cedo devemos confiar na versão do pessimista que a do otimista quando nos contam ambos um episódio comum. Também sabemos que ser super otimista é mau porque normalmente estas pessoas têm excesso de confiança e são pouco responsáveis pelos seus atos. Há que saber escolher quando ser otimista e quando ter pensamentos mais conservadores. Quando a nossa segurança está em risco, não podemos ser otimistas! Mas devemos escolher ter uma atitude positiva quando o risco é baixo e quando sabemos que devemos fazer algo porque nos irá fazer bem.
Método ABCDE para ser mais otimista
Felizmente Seligman apresenta um método para mudar a maneira como pensamos e interpretamos o que nos acontece. O método ABCDE envolve a consciencialização daquilo que estamos a pensar e, se for uma interpretação tipicamente pessimista, refutar esse pensamento e colocá-lo numa perspectiva positiva e construtiva. Apresento de seguida as várias fases deste método.
A, Adversidade, B, Crença ("Belief") e C, Consequência
O processo começa com uma adversidade, ou seja, qualquer coisa que nos acontece, boa ou má. Pode ser "O meu chefe ralhou comigo", "Tive uma má nota num teste", "Um amigo não atendeu o telemóvel", "Tive a melhor nota no teste" ou "Os meus amigos disseram que adoraram o jantar que preparei". O primeiro ponto é simplesmente um facto, aquilo que aconteceu de verdade.
De seguida vem a nossa interpretação, o nosso método de explicar aquilo que nos aconteceu. A isto chama-mos crença. É aqui que o otimismo e pessimismo se refletem. Como disse acima, um otimista vê os maus eventos como temporários, específicos e externos, enquanto que um pessimista os vê como permanentes, abrangentes e internos.
Se acreditarmos que o facto do chefe ralhar connosco é porque "Faço sempre tudo mal. Nunca consigo acertar nada. Vou ser despedido...", o que achas que é o resultado? Claro que nos vamos sentir mal, indefesos e vamos reagir passivamente. Até somos capazes de passar o resto do dia mal-dispostos e descarregar a nossa frustração em cima de um amigo ou familiar. E se ao invés pensarmos "O chefe está provavelmente num dia mau. Ele tinha razão em algumas coisas, mas exagerou."? A consequência vai ser mais feliz. Se o chefe teve alguma razão no que disse, até interpretamos as suas palavras como um incentivo para melhorar. Se não teve razão, apenas ignoramos e passamos o resto do dia mais tranquilos.
A interpretação e consequência também acontecem para os eventos bons. Se reagirmos a uma boa nota num teste com "Tive sorte. Estava mais inspirado nesse dia. Por acaso estudei aquilo que saiu e tive boa nota.", estamos a confiar muito na sorte e não atribuímos o sucesso a causas internas, ao facto de termos estudado para o teste e estarmos bem preparados.
D, Disputa e E, Energização
Para mudar a nossa crença pessimista e a consequência negativa que se segue, temos de discutir com a nossa crença, temos de a colocar em perspectiva, temos de ver a realidade como ela é, temos de "positivar" a nossa crença. Aqui fica um exemplo de como podemos disputar os nossos pensamentos negativos:
Adversidade: "Enviei o currículo para um estágio que estava mesmo interessado e ainda não me responderam."
Crença: "Sou pior que todos os outros candidatos. O meu currículo está mal feito. O que estava a pensar quando me candidatei? Já sabia que não ia ficar. Sou mesmo estúpido."
Consequência: "Sinto-me mal e não me apetece fazer nada. Acho que vou passar o resto da semana a ver filmes e pensar naquilo que me aconteceu."
Disputa: "Calma! Este estágio é muito concorrido. Provavelmente recebem dezenas de candidaturas todos os dias e ainda não tiveram tempo de contactar todas as pessoas. Eu sei que tenho um bom currículo e tenho uma forte possibilidade de entrar no estágio."
Energização: "Agora sinto-me bastante melhor. Este estágio parece muito interessante mas vou dedicar o resto da semana a procurar outras oportunidades. Quantos mais currículos enviar, maior as possibilidades de conseguir um bom trabalho."
Estás a perceber como funciona? Se mudares a tua crença vais sentir-te melhor e vais levantar-te e tomar uma ação que contrarie aquilo que te aconteceu. Por outro lado, abraça aquilo que bom te acontece. Atribui o sucesso à tua dedicação (sem exageros).
Outra maneira muito interessante e eficaz de refutar as tuas crenças é pedires a um amigo que te atire "bocas" sobre uma situação, que seja cruel contigo. Normalmente nós não gostamos quando nos fazem acusações, mas fazemos isso mesmo a nós próprios. Se for outra pessoa a fazer as acusações vamos puder disputar esses argumentos muito mais facilmente, chegando rapidamente a uma interpretação lógica e positiva.
Adiamento
Agora imagina que não podes "discutir" com os teus pensamentos. Tens trabalho para fazer que não pode esperar. Podes rejeitar então a crença e marcar uma "discussão" interna para mais tarde. Atribui uma hora específica do dia, mais tarde, para contrariares aquilo que te aconteceu. Vais ver que ao fazeres isto o evento mau vai perder importância, vais sentir-te melhor e provavelmente nem haverá discussão mais tarde. O que o teu cérebro queria era apenas chatear-te e fazer-te pensar sobre problemas que não existem. Ao adiares a discussão, tudo perde importância. Se for uma coisa mesmo importante, ao pensar mais tarde vais estar com a cabeça mais fria e vais puder ver as coisas mais claramente, chegando a uma conclusão positiva e construtiva.
Nota final
Claro que é mais fácil falar que fazer. Mas tem calma, a nossa maneira de pensar não se altera do dia para a noite. Pensar positivo é um hábito. Se treinares regularmente o método ABCDE vais tornar-te uma pessoa mais tranquila, ativa e feliz. Lembra-te também que o objetivo não é ser estupidamente otimista porque sabemos que isso traz desvantagens. Temos de saber escolher quando ser mais otimista, porque a situação nos permite, ou ter um pensamento mais conservador, quando a nossa segurança está em jogo. Espero que tenhas aprendido alguma coisa com este post. Por vezes, apenas saber como trabalha o nosso cérebro ajuda-nos a interpretar aquilo que sentimos e o comportamento que temos. Ao ler sobre psicologia, em vez de te tornares um maníaco, vendo problemas em todo o lado, tornas-te uma pessoa mais tranquila e paciente. Se ficaste interessado neste tema, vê este TEDTalk de Martin E.P. Seligman. Até um próximo post! Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.
Felizmente, hoje em dia podemos aprender tudo sem sair de casa. Pessoalmente, gosto muito da ideia de tirar cursos online. Estes oferecem informação de qualidade, muitas vezes ensinados através das melhores faculdades do mundo como o MIT, Harvard e Oxford. Além disso, a maior parte destes são gratuitos e portanto, porque não experimentar? Com este post apresento alguns sites que oferecem cursos online grátis.
Este portal começou com apenas duas ou três faculdades há 3 anos. Desde então tem crescido imenso e atualmente tem dezenas de cursos a começar todas as semanas. Gosto particularmente deste site porque oferece certificados de finalização dos cursos online, completamente grátis.
Podes tirar cursos ensinados no MIT, Berkeley, Toronto, entre muitas outras faculdades de topo. Normalmente duram cerca de 2 meses, em que todas as semanas temos de ver uma série de vídeos e completar exercícios. Dependendo do curso, pode também estar incluído um exame ou projeto final. Recebes o certificado se, no final do curso, tiveres uma classificação superior à indicada como mínima. Os cursos online variam muito em relação ao tempo que precisas de dedicar cada semana. Já tirei um curso que apenas me ocupava 2 horas por semana e outro que me ocupava 6 horas.
É bom aprender só pelo facto de aprender e conhecer algo mais sobre uma determinada área. Mas todos gostamos de ter um certificado, algo que possamos pendurar na parede. Da minha experiência, sei que estes cursos online são valorizados profissionalmente. Nesse aspeto é importante teres um diploma. Mostram que a pessoa teve interesse em aumentar o seu nível de conhecimento. Seja para melhorar a performance no trabalho ou na faculdade, para conseguir novas oportunidades profissionais ou simplesmente para aprender porque é divertido, aconselho vivamente os cursos do edX.
Este site é em tudo semelhante ao anterior. Da minha percepção, o edX tem faculdades mais topo que o coursera, mas não é por isso que o segundo tem menos qualidade. Aliás, já tirei mais cursos no coursera do que no edX. Ambos os sites permitem a importação dos certificados para o LinkedIn.
Recentemente o coursera começou com um programa de especializações. Se quiseres ser reconhecido como "Data Scientist", podes tirar todos os cursos online que fazem parte dessa especialização, ter um certificado que comprova que fizeste todos esses cursos e um diploma final de especialização. Tal como os cursos online do edX, no coursera podes aprender tudo e receber um certificado sem pagar nada. No entanto, o diploma de especialização é pago e eles comprovam que foste mesmo tu que fizeste os cursos online. Portanto, se quiseres este tipo de certificado, terás de pagar cerca de 30 euros por cada curso, que também não é nada de especial para ter um curso aprovado por uma boa faculdade. Por exemplo, se decidires seguir com a especialização, com certificado aprovado de "data scientist", irás pagar cerca de 400 euros no total. No entanto estes valores dependem do tema. A especialização em marketing digital custa cerca de 280 euros. Mas não te esqueças, podes aprender todos esses cursos online e receber um certificado (não verificado) completamente grátis. Na minha opinião, isso é suficiente.
O Duolingo representa o poder da internet e de uma sociedade global ao seu mais alto nível. O criador deste site conseguiu unir duas necessidades numa única plataforma: traduzir páginas da web e ensinar línguas. Quando estamos a fazer exercícios de aprendizagem neste site, estamos ao mesmo tempo a ajudar a traduzir várias páginas da web para outras línguas. É mais ou menos o mesmo conceito usado no reCAPTCHA, em que ao mesmo tempo que as páginas garantem que é um utilizador que está a preencher os dados, ajudamos a digitalizar livros reais.
Neste momento o Duolingo oferece cursos online que vão desde o Inglês ao Japonês, passando pelo Francês, Italiano, entre muitos outros. Esta lista está constantemente a ser actualizada com novos cursos. Claro que a oferta depende da tua primeira língua. Se esta for Português, ainda só estão disponíveis as línguas Inglês, Espanhol, Francês e Alemão (fase embrionária). Se a primeira língua for Inglês, a oferta é muito mais alargada. Como o Português disponível está mais perto do Português do Brasil, às vezes acabamos por errar traduções, o que se torna chato. Portanto, se falas bem Inglês, aconselho-te a usar esta como primeira língua. Assim aumentas a oferta de cursos online e evitas a frustração de não conseguir traduzir algo para Português (Brasil).
Outra coisa que gosto no Duolingo é a sua componente de gamification e o aspeto social. Ao avançar na língua e completar exercícios, vamos ganhando pontos e podemos comparar a nossa pontuação com amigos. O Duolingo também permite a definição de um alarme para nos lembrarmos que temos de ir treinar. Acho que estas funcionalidades ajudam a tornar o ato de aprender num vício e acredito mesmo que podemos aprender mais depressa desta maneira.
Se alguma vez pensaste em aprender a programar, é aqui que deves começar. Podes aprender Python, HTML, Ruby, PHP, javascript, entre outros. Programar é das coisas que mais gosto de fazer. Podes aprender a fazer sites, aplicações para telemóvel, ou fazer aplicações para web e PC que resolvam um problema qualquer. Podes colocar o computador a trabalhar para ti e resolver algo que é chato ou impossível se feito à mão.
Tal como o Duolingo, o Codecademytem uma forte componente social e recebes pontos cada vez que resolves um exercício. Neste site podes também aprender a resolver problemas muito específicos como aprender a fazer um website ou utilizar as API do Facebook e YouTube. Se gostares de programar e resolver problemas lógicos e matemáticos, aconselho-te também o HackerRank.
O Open Culture é a Meca da aprendizagem. Nesta página tens 1100 cursos online grátis. Podes aprender tudo, das mais diversas áreas: cultura grega, produção de comida, globalização, escrita criativa, filosofia, vários cursos de engenharia, programação, sociologia, psicologia, etc. A lista nunca acaba. Qualquer coisa que queiras aprender podes encontrar neste site.
Há ainda outras grandes plataformas com cursos online grátis, tal como o Khan Academy,Alison, Open2Study,AcademicEarthe Udacity. Tens ainda um agregador dos cursos online das várias plataformas, o Class Central. Como podes ver, hoje em dia podes aprender qualquer coisa online. Investe algum tempo a fazer algo que nunca tinhas pensado fazer, melhora o teu currículo e discute com pessoas de todo o mundo. Aproveita o poder da internet e sê autodidata. Garanto que te vais divertir.
Quem não gostaria de saber tocar guitarra ao nível de Jimi Hendrix em apenas 1 hora? Talvez daqui a 200 anos os humanos tenham inventado o download de capacidades mas até lá não há nenhuma maneira para aprender instantemente. E ainda bem, porque é assim que crescemos. Grandes mestres como Ronaldo ou Kelly Slater evoluem porque querem sempre aprender mais e ser os melhores.
Podemos no entanto ser mais inteligentes na hora de aprender qualquer coisa nova. Em vez de demorar anos a chegar a um determinado objetivo, podemos definir um método para acelerar esse processo e atingir esse nível em poucos meses, semanas ou horas. Não acreditas? Pois é isso que têm feito algumas pessoas como Tim Ferriss (autor de "The Four Hour Work Week" e "The Four Hour Chef") e Josh Kaufman (autor de "The First 20 Hours" e "The Personal MBA").
Inspirado pelo livro "As primeiras 20 Horas" de Josh Kaufman, exploro neste post aquilo que podemos fazer para desenvolver uma nova capacidade ou aprender algo novo em tempo recorde. Já utilizei algumas das técnicas para aprender a tocar piano em 20 horas. Não fiquei a tocar como o Chet Faker, como é óbvio, mas cheguei ao nível que pretendia, ou seja, saber as notas e acordes no Piano, de modo a conseguir acompanhar algumas músicas que gosto.
Imagem da capa do livro "As primeiras 20 horas" ("The First 20 Hours"), que ilustra o que é aprender rápido. Imagem retirada de http://cdn.iwillteachyoutoberich.com/
Josh Kaufman explica que ao definir muito objetivamente o nível de capacidade que queremos alcançar, adoptando algumas técnicas e investindo pelo menos 20 horas de treino, podemos evoluir muito rapidamente. Aqui ficam 19 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa em tempo recorde:
1. Escolhe um projeto interessante
Em primeiro lugar há que escolher uma capacidade a desenvolver ou qualquer coisa a aprender. É essencial que seja algo importante para ti. Não faças algo porque alguém acha que deves fazer ou para receber a aprovação de outra pessoa. Se decides seguir em frente com um projeto, fá-lo porque gostas e porque queres aprender mais sobre isso. Só dessa maneira conseguirás chegar ao final e atingir o objetivo que pretendes.
2. Pesquisa sobre o tema
Hoje em dia podemos encontrar tudo no google. Começa por fazer uma pesquisa geral sobre o tema. Pesquisa material de qualidade para te ajudar ao longo do projeto, sejam livros, tutoriais, vídeos ou outros. É importante identificar coisas a ler para complementar o treino. Se encontrares termos que não reconheces, não te preocupes, contínua a tua pesquisa. Não ligues a detalhes porque mais tarde tudo fará sentido. Neste momento estamos focados numa pesquisa geral, evita detalhes.
3. Identifica tópicos recorrentes
Se durante a tua pesquisa vês o mesmo ponto ser referido várias vezes por diferentes autores, provavelmente é um tema importante. Por exemplo, ao pesquisar sobre meditação, todos os autores falam de como a "respiração" é importante. Isso ajuda a definir uma questão, "qual é a técnica para respirar bem na meditação?". É este tipo de lógica que tens de utilizar quando identificares um tema recorrente.
4. Fala com praticantes
Falar com praticantes é fundamental para começar o treino com o pé direito. Se tiveres algum conhecido, amigo ou familiar que façam aquilo que estás a tentar aprender, não hesites em contactá-los e fazer várias perguntas. Tenho a certeza que será uma conversa muito interessante para os dois lados. Geralmente as pessoas gostam de falar sobre aquilo que sabem fazer e assim podes adquirir informação valiosa, tal como dicas sobre o que aprender, livros a explorar e material a comprar. Conversar com alguém também ajuda a gerir expectativas sobre a capacidade que queremos desenvolver.
5. Define o nível de capacidade que queres atingir
Com a informação pesquisada até ao momento, podemos definir o objetivo final, ou seja, o nível de capacidade que queremos atingir. Por exemplo, se queres aprender a tocar guitarra, um bom objectivo pode ser aprender 6 dos acordes mais comuns e ser capaz de tocar 3 músicas conhecidas. É importante que este objectivo esteja muito bem definido para que não haja dúvidas sobre aquilo que se pretende alcançar.
6. Decompõe o teu projeto
Decompõe o teu projeto em partes mais pequenas, alcançáveis num menor espaço de tempo e define aquilo que precisas para concluir cada uma das partes.
7. Imagina o oposto daquilo que pretendes atingir
Pode parecer contra-intuitivo, mas imaginar o oposto daquilo que pretendemos atingir pode ajudar a definir aspectos importantes a considerar. Podem ser pequenas coisas a aprender, material a comprar ou cuidados de segurança a adoptar. Podes usar a seguinte lógica se o teu objetivo for aprender a andar de patins: "E se eu cair e bater com a cabeça? Ou se for contra outra pessoa?”. Isto leva-te a planear comprar um capacete, pesquisar técnicas de equilíbrio e aprender a travar.
8. Prepara o material necessário
Antes de começar a treinar, compra ou organiza tudo aquilo que vais precisar para aprender. Se precisares de comprar uma guitarra, faz uma pesquisa sobre aquela que está adaptada às tuas necessidades. Se queres aprender a programar, garante que tens os programas instalados e tens uma boa cadeira para te sentares enquanto praticas. Trata de tudo isto antes de começar para evitar estar constantemente a rever o material que utilizas.
9. Elimina distrações
O objetivo com estes passos é aprender rapidamente. Portanto é necessário eliminar todas as distrações durante o estudo ou treino para obter a maior eficácia. Desliga a internet, fecha a porta do quarto, coloca o telemóvel no silêncio, tudo.
10. Dedica 1/1h30 por dia ao teu treino
Aloca 1h30 por dia ao teu treino, com 15 minutos de intervalo a meio. Evita fazer muitas horas seguidas porque não estás a dar tempo para o cérebro processar o que estás a aprender, aumentando o tempo total de treino que irás precisar. Dependendo da capacidade que estás a tentar desenvolver, ou da tua personalidade, podes também fazer 4 ou 5 séries de 20 minutos. Nos intervalos descansa a cabeça, não vás a correr para a internet. Aproveita para dar uma volta, beber um copo de água ou ir à casa de banho.
11. Treina ou estuda à noite
Estudos apontam que treinar até 4 horas antes de ir dormir melhora a capacidade do cérebro “cimentar” os conhecimentos. Se conseguires, treina ou estuda pouco tempo antes de ir dormir. Este efeito é aumentado em capacidades que envolvam memória muscular, como aprender malabarismo.
12. Faz uma agenda de treino
É importante ser certo quanto ao treino. Precisas de treinar todos os dias, ou quase todos os dias se queres ver resultados. É mais fácil adquirir um hábito se definires uma hora específica do dia para treinar. Podes facilitar ainda mais associando o treino a um outro hábito ou momento, por exemplo, treinar depois do jantar ou 1 hora antes de ir dormir.
13. Cria sistemas de feedback rápidos
Quanto menor a diferença de tempo entre a tua ação e a percepção do resultado, mais rapidamente aprendes. É extremamente importante saber se estamos a fazer uma coisa bem ou mal, de modo a pular de alegria ou corrigir qualquer coisa. É fácil obter esse feedback em alguns projetos, como por exemplo, aprender a programar. Ao fazer uma alteração no programa, vês logo o resultado. Por outro lado, no malabarismo, é mais difícil obter esse feedback, porque tens uma visão em primeira pessoa do que estás a fazer. Podes no entanto filmar e ver frequentemente esses vídeos. Desenvolve um sistema de feedback rápido adaptado ao teu projeto e vais evoluir mais rapidamente.
14. Cria checklists ou rituais
Se o que queres aprender envolve uma preparação recorrente, cria uma checklist de forma a não esquecer algo importante. Jogadores de basquetebol usam um conceito parecido, desenvolvendo um ritual para fazer um lançamento parado. Assim sabem a postura que devem preparar para aumentar a probabilidade de encestar.
15. Reforça conhecimentos e repete para memorização
Na faculdade tive de estudar um livro enorme de metabolismo e endocrinologia. A técnica que utilizei para memorização foi ler o livro 4 vezes. Da primeira vez não fiquei com quase nada na cabeça, então fui repetindo o processo. O mais engraçado é que nunca estive preocupado em decorar, apenas li com atenção e tentei compreender aquilo que estava escrito. Ao final de 4 leituras tinha memorizado os processos naturalmente. E mais, foi muito mais divertido desta maneira.
16. Faz previsões de como as coisas devem funcionar e testa-as
Quanto mais aprendes, mais criativo ficas. Aproveita-o e faz previsões sobre a maneira como as coisas funcionam. Por exemplo, imagina que estás a jogar um jogo de xadrez e tens ideia para uma jogada que achas que vai ter um bom resultado. Testa-a e descobre por ti próprio. É a juntar ideias que vais inovar e aprender mais depressa.
17. Não gastes tempo em detalhes
Como estás a tentar aprender o mais rapidamente possível, aponta para quantidade e não entres em detalhes. Se não o fizeres, vais perder tempo e ficar frustrado. É muito importante veres resultados no início para te sentires bem e continuares a treinar. Mais tarde podes voltar atrás e é garantido que irás perceber qualquer qualquer coisa muito mais rapidamente.
18. Foca a tua energia em apenas 1 projeto de cada vez
Evita ter mais que um projeto deste tipo ao mesmo tempo. Queres estar focado num desafio e não a pensar noutro que vais fazer a seguir. Estudos apontam também que o que aprendes numa área pode interferir com outra coisa que estás a aprender, principalmente se forem capacidades parecidas.
19. Pratica pelo menos 20 horas
No livro "As primeiras 20 horas", é aconselhada a pratica de pelo menos 20 horas em cada projeto. Precisas de quebrar a barreira da frustração, ou seja, aquelas primeiras horas que pouco ou nada sabes fazer. Neste livro, Josh Kaufman, apresenta o projeto em que aprende a escrever num layout não-QWERTY para computador. Este está mais optimizado para a escrita no computador e evita lesões. No entanto, no início da sua prática, o Josh passou de uma velocidade de escrita de 60 palavras por minuto para apenas 5. Nessa altura era muito fácil ter desistido e voltar para a sua zona de conforto. No entanto, definiu à partida que queria dedicar pelo menos 20 horas ao treino e atingiu o objetivo pretendido.
20. Começa já!
Não esperes pelo momento certo para começar a fazer aquilo que gostas. Se tens uma boa ideia para um projeto começa agora. Se esperas, nunca irás desenvolver as capacidades que consideras importantes. Escolhe já um projeto interessante e começa a pesquisar sobre o tema.
Com este post organizei as ideias que tinha sobre técnicas para acelerar a aprendizagem. Sei que o post é extenso, mas pensa nisto como uma lista de coisas que deves fazer ao começar um novo projeto. Espero que te ajude a cumprir os teus objetivos.
Neste momento estou a utilizar esta lista para estudar meditação e a desenvolver um método para adquirir um hábito duradouro. Irei partilhar esse conhecimento num próximo post. Conhece a página do Facebook d'O Macaco de Imitação.
Tendo finalizado 20 horas de treino a aprender piano há duas semanas, chegou a altura de "agarrar" um novo desafio. Não é necessário aprender sempre algo difícil porque também é divertido saber fazer qualquer coisa nova que requer poucas horas de treino. Foi por essa razão que decidi aprender a fazer malabarismo.
O meu objectivo é muito simples: aprender a fazer malabarismo com 3 bolas. O que levanta outra questão, quais são as bolas que devo utilizar? Sei que existem bolas especializadas em malabarismo mas não queria gastar dinheiro. Pensei utilizar laranjas, mas comecei a imaginar sumo na carpete! Outra ideia seria encher balões com areia, mas sou demasiado preguiçoso para os ir comprar e ir à praia (a 100m de minha casa) encher os balões. No final a solução estava na minha secretária, "bolas de ténis". São perfeitas porque têm um bom tamanho para malabarismo e, melhor que tudo, caem no chão e saltam (e eu sei que elas vão estar sempre a cair).
Material necessário para aprender malabarismo.
Isto é uma skill fácil de aprender, contudo é importante pesquisar qual é a melhor técnica antes de começar a treinar de forma a alcançar os melhores resultados no menor espaço de tempo. As duas ideias mais fortes a reter do malabarismo são:
Na maior parte do tempo existe apenas 1 bola no ar. Só existem 2 no momento em que lançamos uma bola para receber a outra que está no ar. Ou seja, só temos de largar a bola da mão quando outra está a chegar à mesma mão.
Para evitar colisões das bolas devemos lançar uma bola por dentro e receber a que está no ar por fora. É mais fácil perceber este conceito no vídeo abaixo.
O mais difícil no malabarismo é ter a sensibilidade de lançar uma bola para o ar quando outra está quase a chegar à mão. Na minha opinião, este é a melhor sequência de treino para dominar esta skill.
Lançar uma bola de uma mão para a outra.
Colocar uma bola em cada mão, lançar a bola com a mão direita e quando esta estiver quase a chegar à mão esquerda, lançar a bola com a mão esquerda e apanhar a bola que vem do ar. No fim, apanhar a segunda bola com a mão direita. Repetir novamente mas começando com a mão esquerda.
Aprender malabarismo com apenas 2 bolas e uma só mão. Lançar uma bola para o ar e quando esta estiver quase a chegar à mão, lançar a outra e assim sucessivamente. Também se pode saltar este ponto. Pela minha experiência isto é tão difícil quanto fazer malabarismo com as 3 bolas. Exemplifico no meu vídeo mais em baixo.
Treinar sequência com 3 bolas no chão contra uma parede, tal como é explicado no vídeo acima.
Experimentar a mesma coisa no ar.
É durante o sono que o corpo ganha memória muscular. Estudos apontam que se formos dormir até 4 horas depois de treinar vamos consolidar melhor o que aprendemos, sobretudo em skills que envolvem memória muscular Portanto sugiro um treino de apenas 20 minutos por dia, pouco tempo antes de ir dormir.
Tenho de confessar que falhei quanto ao treino porque não defini logo de início quando e quanto tempo queria treinar por dia e portanto treinei quando me lembrei! Da minha experiência (que demorou mais de uma semana, por falta de organização), é apenas necessária 1 hora de treino para aprender malabarismo com 3 bolas, perfeição à parte. Juntado os 20 minutos de cada dia, deverão ser necessários 3/4 dias para aprender malabarismo. Aqui fica um vídeo meu com 1 hora de treino de malabarismo:
Como se pode ver, estou longe da perfeição. O mais difícil é fazer um bom arco com as bolas de ténis para que elas não colidem. Como tenho dificuldade nisso, vou acumulando erros e no final já estou a fazer malabarismo fora do ângulo da câmara. É bom aprender qualquer coisa difícil, investir 20 horas de treino e no final estar feliz pelo resultado atingido. No entanto, como já disse, há coisas que se aprende em pouco mais de 1 hora e das duas uma, ou são divertidas ou dão muito jeito.
Já finalizei a leitura do livro "As primeiras 20 horas", onde Josh Kaufman explica como aprender qualquer coisa rapidamente. Irei fazer um post sobre isso no "O Macaco de Imitação" e juntar algumas ideias que tenho sobre essa matéria. Até lá!
Estamos no final de Fevereiro e está na altura de apresentar as minhas leituras dos últimos 2 meses. É sempre difícil escolher um livro para ler, há milhões e o tempo é limitado. Como por magia, cada livro que leio multiplica-se em 3 e a minha to-do list literária vai aumentado de dia para dia. É estafante...mas escolhas têm de ser feitas, seja esta pela recomendação de um amigo, a sua pontuação no Goodreads, a qualidade do autor ou, como ultimamente tenho gostado de fazer, explorando um tema que pouco ou nada sei. Janeiro e Fevereiro foi tempo de ler sobre uma ficção sobre a exploração de Marte, sobre generalistas, acerca da História da Humanidade, ler um livro simplesmente "Estranho" e a arte de viagens de longa-duração.
Esta é a história de Mark Watney, um dos astronautas presentes numa expedição a Marte e que, por obra do azar, é deixado para trás enquanto os seus colegas saem de emergência do planeta. Neste livro de ficção científica somos atraídos para uma história emocionante, enquanto um homem tenta sobreviver em Marte, a milhões de quilómetros de qualquer ser-humano.
The Martin, Andy Weir. Imagem retirada de triviana.com
Mark Watney usa os seus conhecimentos de Engenharia e Botânica para sobreviver no planeta e enquanto isso, graças ao diário que este vai escrevendo, aprendemos bastante sobre química, física, botânica e exploração espacial. É uma das escolhas de eleição de 2014 pelos leitores do Goodreads.
Barbara Sher muda vidas com este livro. Para muitos pode ser uma "golfada de ar fresco" saber que são generalistas, ou seja, uma pessoa que simplesmente gosta de fazer muitas coisas, ficando difícil escolher apenas uma. Encontrando o livro por acaso, este é aquele que procurava, pois precisava de ver por escrito que gostar de várias áreas não é mau e que o mundo precisa deste tipo de pessoas.
Refuse to Choose!, Barbara Sher. Imagem retirada de ihbv.nl
Não me vou alongar muito a falar sobre "Refuse to Choose" porque este merece um post só por si, mas quero avançar que este é um livro extremamente importante para algumas pessoas pois é a justificação para algumas decisões que têm tomado ao longo da vida, para a sua indecisão, para o facto de não se conseguirem fixar em alguma coisa por muito tempo e parecerem uns "malucos", sempre com novas ideias e projetos na cabeça. Irei fazer um post sobre isto mais tarde porque é um tema extremamente importante, se não até a base de "O Macaco de Imitação"!.
WOW!! Querem ler um livro sobre a nossa história?! Este é o livro! Incrivelmente bem escrito, "Sapiens" aborda a história da humanidade desde a altura que o homem era um em muitos outros "macacos", passando pela revolução cognitiva, agrícola e industrial. Sabiam que houve um tempo em que co-existiram 6 espécies de humanos no planeta? Ou que a revolução agrícola, embora seja o pilar do nosso crescimento enquanto sociedade, tornou-nos muito provavelmente pessoas mais infelizes?
Sapiens, Yuval Noah Harari. Imagem retirada de amazon.com.
Este é um livro que justifica o gosto pela leitura. Depois de ler Sapiens, qualquer um ganha uma nova perspectiva sobre a nossa espécie, sobre o seu efeito no planeta Terra e a nossa influência sobre outros animais e plantas.
Com este livro, Albert Camus entrega aquilo que promete, um livro "Estranho", mesmo muito estranho. Não costumo gostar deste tipo de literatura, mas, ainda assim, ao ler "The Stranger" senti emoções estranhas que só este tipo de livro consegue transmitir. Aconteceu um pouco como no livro"The Pear Shaped Man" do George R.R. Martin. Só por isso vale a pena experimentar.
The Stranger, Albert Camus. Imagem retira de goodreads.com.
Não adorei a forma como o livro está escrito, mas certamente que "Vagabonding" nos oferece muito bons conselhos sobre viagens e em específico sobre viagens de longa-duração. É um livro inspirador sobre a arte de conhecer o planeta e de nos ligarmos com a natureza e as pessoas que vivem na Terra. Ao conhecer essas pessoas conseguimos obter a sua perspectiva sobre o Mundo e certamente que a nossa vida pós-viagem vai melhorar, pois vamos conseguir perceber melhor as pessoas e as suas dificuldades.
Muitas pessoas têm vontade de viajar, vontade de fazer uma viagem de exploração que contraste com as típicas férias de 1/2 semanas num hotel do outro lado do mundo, que acaba por esconder a cultura daquele país. Apesar disso, muitas são as desculpas para não o fazer, porque a vida, dizem eles, deve ser levada a sério e viajar é uma brincadeira...Mas no fundo é o contrário, conhecer o mundo e aprender mais sobre as pessoas que vivem a alguns milhares de quilómetros é que é importante. A nossa sociedade abafa esta importância sobre a forma de um novo carro, uma grande casa e ter sempre o último modelo de telemóvel mas, provavelmente já reparaste que a felicidade trazida por comprar qualquer coisa nova se desvanece ao final de alguns dias, semanas ou poucos meses e se já viajaste, sabes que essa é a melhor maneira de "gastar" dinheiro. Digo gastar entre aspas porque viajar é das únicas maneiras em que alguém pode gastar dinheiro e ficar mais rico. Este livro reflecte sobre viajar para conhecer o mundo e da importância de simplificar a vida para alguém que tem o sonho de fazer uma viagem de longa duração.
Vagabonding fala-nos também das notícias deturpadas a que temos acesso na TV e internet e que o mundo lá fora não é mais perigoso que a rua onde moramos. Há simplesmente pessoas boas e más em todo o lado. Depois o livro apresenta bons conselhos sobre como fazer uma boa e pequena mala de viagem e conseguir bons descontos em bilhetes de avião. No final do livro, Rolf Potts torna-se mais filosófico sobre o significado de viajar e da importância de ver as coisas como elas são, sem julgar sobre a nossa visão ocidental de como as coisas devem ser. É incrível aquilo que pode acontecer uma vez que abracemos a verdadeira cultura das nações que visitamos e deixemos que as pessoas nos mostrem como é viver na sua comunidade.
E assim chega ao fim o primeiro desafio de 20 horas do "O Macaco de Imitação"! Mas antes de fazer o resumo destas 4 últimas semanas de treino de Piano, tenho para partilhar as últimas 5 horas. Na verdade tenho de confessar que fiz batota esta semana porque pratiquei pouco. No entanto, deixei o Engenheiro que há em mim tomar conta deste treino e desenvolvi uma ferramenta para me ajudar nos próximos tempos enquanto pianista (sim, porque não vou parar de praticar).
Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:
Esta semana começou com normalidade, apenas um tipo a aprender piano e a tocar umas músicas bacanas. Depois deparei-me com um problema! Como já aqui disse, também toco guitarra e tenho usado muito dos conhecimentos que já tinha para acelerar o processo de aprender piano. Para isso tenho andado no banco de tabs do UltimateGuitar, pesquiso músicas que gosto e que tenham apenas acordes e depois toco-as no piano. Só com isso tenho-me divertido muito! Mas a sede de aprender mais não desaparece e apeteceu-me tocar outras coisas, por exemplo, um solo de guitarra no piano. O meu problema estava em como converter tabs com o aspeto daquela que apresento em baixo, em notas que eu consiga tocar no piano (C, G, F...).
E porquê querer converter? Porque é muito fácil encontrar tabs de guitarra que de piano. Ora...mas como fazer esta conversão? Como podem ver acima e tal como já expliquei aqui, cada linha é uma corda da guitarra, com a primeira representando a corda de baixo da guitarra e a última representando a primeira corda. Depois cada número nesse esquema indica que tenho de tocar aquela corda, com o dedo naquela posição do braço. Cada uma das cordas tem uma afinação, que também está indicada no esquema acima.
Matt Bellamy, vocalista dos Muse. Um boss no piano, na guitarra, na voz...
O que percebi foi que, por exemplo, a primeira corda da guitarra tocada livremente dá uma nota E. Se eu tocar a mesma corda com um dedo na 1ª posição do braço da guitarra, estou a tocar um F. De seguida, se colocar o dedo na 2ª posição e tocar essa mesma corda, vou tocar um F# e por aí fora. É só seguir a ordenação das teclas do Piano! Incrível! Outro exemplo: se tocar a 3ª corda da guitarra (afinação em D), com o dedo na 2ª posição do braço, vou estar a tocar a nota E. Done! Conversão feita. A tab acima pode ser convertida para as notas: D#, B, F#, D#, E, C#, G#, E, D#, C#, D#, B, G#, F, E, B, G#, E, D#, C#.
Quando descobri que a conversão era fácil e que agora podia tocar os "solos" de guitarra, fiquei em pulgas para converter uma série de músicas. Agora já podia tocar Arctic Monkeys, parte de acordes e solo ao mesmo tempo! Depois percebi que converter cada uma das tabs dava um trabalhão incrível! Tenho de estudar a afinação de cada corda, ver qual é a posição que deve ser tocada na guitarra, determinar qual a nota correspondente e depois escrever num papel....não tenho paciência para isto. Então foi aí que o Engenheiro acordou! Decidi fazer um pequeno programa para fazer esta conversão mais rapidamente, para depois poupar tempo para o verdadeiro treino:
Conversor Guitarra-Piano, desenvolvido por mim.
Com este programa posso editar manualmente uma tab de guitarra na matriz que está representada. Ao lado posso até mudar a afinação da corda, o que é necessário algumas vezes. Cada linha representa uma corda e cada coluna uma instância no tempo. Portanto cada par (linha, coluna) é uma nota na guitarra. Posso até colocar várias notas ao mesmo tempo preenchendo vários números na mesma coluna, o que significa que naquele momento estou a tocar um acorde. Depois posso clicar em "Convert" e ele coloca-me as notas que devo tocar no Piano. Na imagem acima podemos ver a sequência de notas que corresponde à música "Starlight" acima. Aqui, em vez de preencher a tab manualmente na matriz, carreguei um ficheiro .txt e a conversão foi automática. Ainda tem algumas coisas a melhorar, mas assim é muito mais engraçado tocar Piano, ahah! Já agora, se estiveres interessado neste programa envia-me uma mensagem! Depois disto tive de ir experimentar umas músicas, como é óbvio! Deixo aqui algumas músicas muito fixes e fáceis de tocar. Coloco aqui também umas gravações feitas à pressão, ahah: Muse - New Born (Acordes) Muse - New Born (Solo) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Acordes) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Solo) Coldplay - Green Eyes (Acordes) Radiohead - Creep (Acordes) Chet Faker (Acordes) SOJA - Gone Today (Acordes + Solo) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Acordes) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Solo) Arctic Monkeys - Only One Who Know (Acordes)
E a que se resume estas 20 horas de treino? Desta experiência confirmo a teoria do Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours". É possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em tão pouco tempo como 20 horas, 1 horinha por dia durante 1 mês com direito a descanso ao fim-de-semana, ahah. Durante as últimas 4 semanas aprendi as notas no piano, todos os acordes principais (já agora, aqui fica uma biblioteca de acordes), escalas, teoria importante para improvisar no piano, como ler tabs de piano, como adaptar as tabs de guitarra (fáceis de encontrar) para tabs de piano (difíceis de encontrar), treinei muito e consigo tocar grande parte das músicas (versão simplificada, claro!). E vou continuar a treinar, porque acho que o Piano é um grande instrumento! Desafio-te a tentar o mesmo! Se tiveres aí um piano perdido em casa, experimenta 20 horas de treino! Vais ver que no fim estás um grande boss! O bom deste tipo de desafios é que pode ser aplicado para aprender muitas coisas diferentes. Há método para aprender tudo e rápido! Deixo-te aqui algumas sugestões, se sempre quiseste aprender alguma coisa (piano, yoga, xadrez, cozinha, tennis...) e não sabes como treinar de forma a ter bons resultados com poucas horas de treino:
Define à partida o teu objectivo porque é este que vai guiar o teu treino. O que queres saber fazer no final das 20 horas? Sê realista!
Pesquisa material de qualidade para te ajudar a cumprir esse objetivo. Faz uma pesquisa no google, procura bons livros, encontra tutoriais na net, etc. Hoje em dia tudo se pode aprender no google.
Conheces alguém que domine aquilo que queres aprender? Fala com essa pessoa, pede-lhe conselhos, pergunta-lhe por onde deves começar.
Tens algum amigo que queira aprender contigo? Desafia-o a treinar contigo. Torna tudo mais fácil porque se podem motivar os dois para alcançar o objetivo final.
Começa a treinar logo que tenhas tudo definido e os materiais por onde vais estudar preparados. Não prepares em demasia!
Evita treinos de várias horas por dia. O teu corpo precisa de ganhar memória muscular e a tua mente necessita de assimilar aquilo que estás a aprender. Aconselho apenas 1h por dia! Se puderes treina ou estuda à noite, porque durante o sono o teu cérebro tem o poder de assimilar tudo muito melhor.
Evita distrações durante a tua hora de treino. Fecha a porta do quarto, desliga a internet e coloca o telemóvel em silêncio!
Evita estudar teoria muito profunda. Tens de obter resultados para estar motivado. Não te esqueças, são só 20 horas e estás a trabalhar para aprender o máximo possível durante esse intervalo de tempo. Depois do desafio, se gostaste, tens tempo para aprender mais sobre o assunto.
Partilha com os teus amigos aquilo que andas a aprender! Faz um concerto em casa, prepara um jantar para os teus amigos, partilha as tuas pinturas com eles...
Diverte-te! Sempre!
E com isto finalizo esta série. Espero que tenhas gostado! Eu gostei muito de aprender piano e de partilhar este desafio. Vou agarrar brevemente um outro e continuar a aprender coisas novas. Até o próximo post!
Mais uma (pequena) semana de piano passou! Desta vez decidi focar-me em aprender umas músicas engraçadas e deixar uma nova ronda de teoria para a próxima semana.
Para te contextualizar, porque pode ser a primeira vez que chegas ao "O Macaco de Imitação", eu decidi desafiar-me e praticar 20 horas de piano, um instrumento que já queria aprender há muito tempo. No final quero ver aquilo que sou capaz de fazer.
Aqui seguem os links para os 2 primeiros posts desta série:
Comecei por experimentar umas tabs de guitarra , tocando os acordes no piano. Agora que consigo tocar os acordes maiores e menores, é fácil tocar centenas de músicas (de forma grotesca claro!). Selecionei as seguintes músicas:
Para tocar estas músicas basta ires seguindo a letra, tocar o acorde certo com a mão esquerda, e com a mão direita (para preencher a música) podes tocar na nota correspondente em 2 oitavas diferentes com o mindinho e o polegar. E está feito! Já consegues tocar todo um set de músicas! Topa aqui os acordes para a música "One Day" do Matisyahu:
O que me parece mais difícil ao aprender a tocar piano é a coordenação entre as duas mãos. Com isso em mente comecei a praticar a música "Give me Love" do Ed Sheeran que me parece milhões de vezes mais fácil e interessante que a da Adele e ajuda muito mais a aprender a coordenação.
Encontrei um tutorial no YouTube muito bom! O visual é muito parecido com o Guitar Hero! Eu sabia que tanto vício me ia dar jeito um dia! Ahah
9ª hora de treino
Esta hora começou com colagens! Isso mesmo! Decidi colar o nomes das notas pretas no teclado, os sharp/sustenido # e flat/bemol b. Facilita encontrar as notas e fazer os acordes.
Continuei a treinar a música do "Give me Love" do Ed Sheeran. Os acordes são: Verso: Bb × 2, F# × 2, Db × 4 Bridge: Ebm × 4, F# × 4, Db × 4, Ab (em 1ª inversão) × 4, Ebm × 2, F# Refrão: (Db, Ebm, F#) × 3, Bb + Db, Ab, F# × 2
Depois de aprender os acordes (tocados com a mão esquerda), tentei colar com a parte de solo (com a mão direita) e aqui começou a guerra da coordenação motora!
10ª hora de treino
Continuei a praticar a mesma música. Já vou no refrão e estou a melhorar a minha coordenação entre mão esquerda e direita. Isto é um processo lento e é aqui que muita gente começa a desmotivar. Mas o importante é pensar que depois as coisas vão ficar muito mais intuitivas à medida que o treino avança. Como podes ouvir pela gravação seguinte, o som ainda está torto, ahah!
No final desta hora fiquei a metade do objetivo de 20 horas de piano! Com o treino até agora já sei o bastante de teoria para tocar a maior parte das músicas, sei tocar acordes e consigo pegar numa tab e divertir-me. Apesar de não ter treinado mais, consigo também ler pautas. As próximas 10 horas serão também importantes para trabalhar a coordenação motora. E na próxima semana quero estudar a teoria da improvisação que acredito não ser muito difícil. A prática, por outro lado, não deve ser nada fácil!
Durante esta semana encontrei muitos bons vídeos sobre piano. Há um tipo que fez um sucesso gigante no ChatRoulette enquanto tocava piano. É este tipo de vídeos que me faz querer dominar o piano! A capacidade de improviso e o humor deste senhor são incríveis. Desafio-te a ver este vídeo sem te partires a rir:
E lembras-te de eu falar na escala pentatónica? Em que tudo o que tocas fica bem? O tipo seguinte mostra em 2 minutos como parecer um Pro em piano sem nunca ter tocado:
Para a semana cá estarei mais uma vez, com grandes avanços e com técnicas para improviso, espero! Até lá! Clica aqui para seguir para o próximo post desta série!
Quantos dias passados a ver vídeos de pessoas a cair de skate, ou noivas que desmaiam no casamento, ou a típica queda na prancha da piscina...Já todos vimos estes vídeos certo?
Mas o YouTube também tem canais interessantes, onde podemos aprender qualquer coisa nova, divertindo-nos ao mesmo tempo. Hoje falo sobre 5 desses canais.
Alguma vez te perguntaste o que aconteceria se todas as pessoas do mundo saltassem ao mesmo tempo?! E se a terra parasse de rodar? Ou porque ficamos aborrecidos? Este senhor é um Rei! Dos canais do YouTube, este é muito provavelmente dos canais mais divertidos que saciam a tua curiosidade.
Aqui fica um dos meus vídeos favoritos, "Será o teu vermelho o mesmo que o meu vermelho?":
Já ouviste a teoria que a falta de som te pode levar à loucura? Este canal faz esse teste. O Veritasium é um canal mais científico, explorando muito o mundo da física, ideal para o leitor Engenheiro. Apesar disso tem vídeos muito interessantes para o resto dos mortais, incluindo um sobre a Fraude do Facebook!! É esse que te quero mostrar:
Um dos autores deste canal é o escritor John Green, muito conhecido pelo livro "A culpa é das estrelas". O ano passado li um livro dele muito bom, "Looking For Alaska". Ele e o irmão começaram no YouTube com uma espécie de diário em que enviavam vídeos um para o outro e falavam de temas variados.
Canal "Crash Course", por John e Hank Green. Imagem retirada de en.wikipedia.org
No canal CrashCourse, John e Hank Green apresentam-nos pequenos cursos sobre temas como História, Biologia, Psicologia e Astronomia. Gosto deste vídeo sobre a Segunda Guerra Mundial:
Por último, apresento um canal que também é uma série. John Oliver, um comediante, aborda temas da atualidade, como por exemplo, o pedido de independência da Escócia, de forma hilariante! A não perder!
Aqui fica um vídeo sobre aquilo que se passa com a Lotaria no Estados Unidos:
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