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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

Uma corrente de pensamentos

Não reparamos, mas passamos o dia todo a falarconnosco. É como se tivéssemos sempre na presença de uma voz que nos vainarrando o dia, que se arrepende do que fez ontem e se preocupa com o dia de amanhã. Esta fala connosco e nós respondemos-lhe usando a mesmalinguagem silenciosa.

Cada um de nós tem um destes "amigos" internos. Basta olhar para as pessoas que connosco partilham o metro, e logonos apercebemos que elas estão perdidas no mundo dos pensamentos, dasemoções, das preocupações, dos desejos. Cada um a olhar por si, sem reparar no mundoque se lhes é apresentado.
Imagem retirada de http://www.dummies.com/
Os pensamentos que vamos tendo ao longo do diatêm uma razão de ser. Eles dizem-nos o que queremos e o que devemos fazer.  Eles preparam-nos para o que está para vir.Mas também assumem uma importância desproporcionada, e alguns destespensamentos deixam-nos infelizes e agarrados a preocupações que, vistas deoutra perspetiva, não têm qualquer sentido. Além disso, é incrível a quantidade depensamentos e ideias que temos por dia, tal como percebei há pouco tempo.

Porque, ainda que custe acreditar, ospensamentos não são reais. Não é porque me preocupar que amanhã não vouconseguir pagar as contas, que tal vá acontecer. Não sendo reais, gastarenergia preocupando-nos com certos pensamentos, é umdesperdício. Mas é mais fácil escrever do que fazer.

Triste é perceber que uma vez passado tanto tempo no mundo interno dospensamentos, deixamos passar coisas incríveis que acontecem à nossa volta. Nãovemos a beleza que há no mundo, não vemos e ouvimos as pessoas, mais ou menosdesconhecidas, e não percebemos o que estamos a perder.

Devemos começar a tratar os pensamentos, e avoz que connosco fala, de outra forma – dando-lhes mais ou menos importância,conforme seja necessário. Qual é o truque para adquirir tal força mental? Ameditação.

Quando temos um pensamento, a primeira reaçãoé começar a "falar" com ele. Facilmente passamos de um pensamento levementenegativo para qualquer coisa como "vou ficar pobre". Isso acontece porque nosdeixamos levar pela corrente de pensamentos e porque reagimos instintivamente e inconscientemente aesses pensamentos. Porque queremos logo justificar e tratar do assunto e falarsobre esse "amigo" interno. Porque acreditamos que esses pensamentos são reais.

Mas, se de outra forma, analisamos o pensamento não como protagonistas, mas na perspectiva de uma terceira pessoa, conseguimos criar uma barreira entre o pensamento e a ação. Com isso, conseguimos avaliaraquilo que estamos a sentir e refletimos e agimos sem stress (ou com menos stress).

A meditação ensina-nos a lidar com todo o tipode pensamentos e emoções consequentes. Ensina-nos não a eliminar os pensamentosnegativos, mas "conversar" melhor com eles, para que estes não nos levem abaixo. Até uma prática de 5 ou 10 minutos de meditação por dia pode trazer-nos resultados incríveis, diminuindo drasticamente a ansiedade e ajudando-nos a estar mais presentes.

Como explico num post anterior,a meditação ajuda-nos a focar naquilo que de verdade importa e é um hábitomuito fácil de começar. Nesse post mostro como fazê-lo.

Decidi fazer da meditação o 3º hábito da minha série de 6 meses e 6 hábitos. No mês de Abril, o meu objetivo é meditartodos os dias, de manhã, durante 5 minutos.  Já tentei meditar noutras alturasmas sem sucesso. Mas agora, com a "bagagem" que ganhei com os últimos 2 hábitos, estou confiante que desta vez consiga ganhar o hábito.

Num próximo post irei explicar melhor comocomecei a meditar e porque acho que ele me irá ajudar neste processotodo dos 6 meses e 6 hábitos. Até lá, Carpe Diem.
PS: Nesta "onda" da meditação, estou a ler o livro 10% Happier. Este livro conta a história de Dan Harris, um jornalista americano, que teve um ataque de pânico em direto na TV. Dan conta-nos como lidou com a situação nos anos seguintes, e como a meditação e mindfulness o ajudou a superar os seus problemas de ansiedade e a apreciar as pequenas coisas do dia-a-dia. Mesmo sendo o Dan, no início, extremamente cético em relação a este tipo de coisas. Aconselho vivamente a leitura deste livro.

10% Happier, Dan Harris. Imagem retirada de goodreads.com

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A pequenez dos nossos problemas

Por vezes deixo-me levar seriamente porpreocupações. Penso e volto a pensar sobre coisas que não merecem a pena. Pensosobre o que devia ter feito no passado, o que estou agora a fazer e o que deviafazer amanhã.

De certa maneira, refletir sobre estesproblemas é importante, mas não até ao ponto de ficar maldisposto e de impedir a minha produtividade. Infelizmente, tenho-me sentido assimultimamente.

Só quando estou mais bem-disposto é queconsigo pensar sobre os problemas que afetam as pessoas no dia-a-dia. E quandoisso acontece percebo a pequenez dos nossos, e dos meus, problemas. Que quandocomparados com os problemas, desta vez reais, de tantos outros, parecemestupidamente insignificantes.

Que importância tem se estamos aborrecidos nonosso trabalho, ou se não sabemos aquilo que vai acontecer para a semana, ou sevamos ter dinheiro para umas férias, quando há pessoasque nem têm que comer?

Mas é tão fácil esquecer isso.

Qual é a dimensão dos nossos problemas à escalanacional, europeia ou mundial? Estamos assim tão concentrados em nós mesmos queacabamos por achar que os nossos problemas são da mais absoluta importância?

Bastava ter consciência da nossa pequenez paraque os “problemas” deixassem de o ser; se víssemos o mundo maravilhoso que senos é apresentado; se percebêssemos as oportunidades que temos.

Mas é tão difícil concentrarmo-nos no mais importante, e perceber que o mundo, quer tenhamos “problemas” ou não, vaicontinuar a girar e os pássaros vão continuar a cantar todos os dias. Que nãovale a pena pensarmos tanto, porque esses problemas são tão insignificantes e porque o nosso tempo aqui está contado. Que maisvale aproveitar todos os dias e deixar que os “problemas” se desvaneçam nanossa propositada desatenção.

E é quando percebo isso que consigo olhar omundo com olhos de ver. Que percebo a ligação entre tudo e todos. Que vejo abeleza que há na vida. E sinto um arrepio que me desce pela espinha e me diz –estás ligado.

Mas tal como o mundo, a vida vai girando. E os nossos “problemas” voltam tão depressa como fugiram, num movimento desenfreado que nos volta a encher a cabeça.

Mas nessas alturas lembro-me das conclusões aque cheguei nos momentos mais felizes. E lembro-me que posso treinar no sentidode ser mais positivo e de ver a vida por outra perspetiva. E que se tiver deforçar o meu comportamento até ser uma daquelas pessoas que parecem estar semprefelizes, então que seja.

É por isso que estou a trabalhar nos meus hábitos e a tentar adotar uma maneira de pensar mais positiva. E este mês comecei o 3º hábito da minha série de6 meses e 6 hábitos. Vou, de uma vez por todas, começar a meditar, esperando que daqui um mês seja mais fácil controlar os meus pensamentos.

Espero bem que assim o seja. Mas se o problema não ficar resolvido, continuarei a tentar.

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