Estamos no final de Fevereiro e está na altura de apresentar as minhas leituras dos últimos 2 meses. É sempre difícil escolher um livro para ler, há milhões e o tempo é limitado. Como por magia, cada livro que leio multiplica-se em 3 e a minha to-do list literária vai aumentado de dia para dia. É estafante...mas escolhas têm de ser feitas, seja esta pela recomendação de um amigo, a sua pontuação no Goodreads, a qualidade do autor ou, como ultimamente tenho gostado de fazer, explorando um tema que pouco ou nada sei. Janeiro e Fevereiro foi tempo de ler sobre uma ficção sobre a exploração de Marte, sobre generalistas, acerca da História da Humanidade, ler um livro simplesmente "Estranho" e a arte de viagens de longa-duração.
Esta é a história de Mark Watney, um dos astronautas presentes numa expedição a Marte e que, por obra do azar, é deixado para trás enquanto os seus colegas saem de emergência do planeta. Neste livro de ficção científica somos atraídos para uma história emocionante, enquanto um homem tenta sobreviver em Marte, a milhões de quilómetros de qualquer ser-humano.
The Martin, Andy Weir. Imagem retirada de triviana.com
Mark Watney usa os seus conhecimentos de Engenharia e Botânica para sobreviver no planeta e enquanto isso, graças ao diário que este vai escrevendo, aprendemos bastante sobre química, física, botânica e exploração espacial. É uma das escolhas de eleição de 2014 pelos leitores do Goodreads.
Barbara Sher muda vidas com este livro. Para muitos pode ser uma "golfada de ar fresco" saber que são generalistas, ou seja, uma pessoa que simplesmente gosta de fazer muitas coisas, ficando difícil escolher apenas uma. Encontrando o livro por acaso, este é aquele que procurava, pois precisava de ver por escrito que gostar de várias áreas não é mau e que o mundo precisa deste tipo de pessoas.
Refuse to Choose!, Barbara Sher. Imagem retirada de ihbv.nl
Não me vou alongar muito a falar sobre "Refuse to Choose" porque este merece um post só por si, mas quero avançar que este é um livro extremamente importante para algumas pessoas pois é a justificação para algumas decisões que têm tomado ao longo da vida, para a sua indecisão, para o facto de não se conseguirem fixar em alguma coisa por muito tempo e parecerem uns "malucos", sempre com novas ideias e projetos na cabeça. Irei fazer um post sobre isto mais tarde porque é um tema extremamente importante, se não até a base de "O Macaco de Imitação"!.
WOW!! Querem ler um livro sobre a nossa história?! Este é o livro! Incrivelmente bem escrito, "Sapiens" aborda a história da humanidade desde a altura que o homem era um em muitos outros "macacos", passando pela revolução cognitiva, agrícola e industrial. Sabiam que houve um tempo em que co-existiram 6 espécies de humanos no planeta? Ou que a revolução agrícola, embora seja o pilar do nosso crescimento enquanto sociedade, tornou-nos muito provavelmente pessoas mais infelizes?
Sapiens, Yuval Noah Harari. Imagem retirada de amazon.com.
Este é um livro que justifica o gosto pela leitura. Depois de ler Sapiens, qualquer um ganha uma nova perspectiva sobre a nossa espécie, sobre o seu efeito no planeta Terra e a nossa influência sobre outros animais e plantas.
Com este livro, Albert Camus entrega aquilo que promete, um livro "Estranho", mesmo muito estranho. Não costumo gostar deste tipo de literatura, mas, ainda assim, ao ler "The Stranger" senti emoções estranhas que só este tipo de livro consegue transmitir. Aconteceu um pouco como no livro"The Pear Shaped Man" do George R.R. Martin. Só por isso vale a pena experimentar.
The Stranger, Albert Camus. Imagem retira de goodreads.com.
Não adorei a forma como o livro está escrito, mas certamente que "Vagabonding" nos oferece muito bons conselhos sobre viagens e em específico sobre viagens de longa-duração. É um livro inspirador sobre a arte de conhecer o planeta e de nos ligarmos com a natureza e as pessoas que vivem na Terra. Ao conhecer essas pessoas conseguimos obter a sua perspectiva sobre o Mundo e certamente que a nossa vida pós-viagem vai melhorar, pois vamos conseguir perceber melhor as pessoas e as suas dificuldades.
Muitas pessoas têm vontade de viajar, vontade de fazer uma viagem de exploração que contraste com as típicas férias de 1/2 semanas num hotel do outro lado do mundo, que acaba por esconder a cultura daquele país. Apesar disso, muitas são as desculpas para não o fazer, porque a vida, dizem eles, deve ser levada a sério e viajar é uma brincadeira...Mas no fundo é o contrário, conhecer o mundo e aprender mais sobre as pessoas que vivem a alguns milhares de quilómetros é que é importante. A nossa sociedade abafa esta importância sobre a forma de um novo carro, uma grande casa e ter sempre o último modelo de telemóvel mas, provavelmente já reparaste que a felicidade trazida por comprar qualquer coisa nova se desvanece ao final de alguns dias, semanas ou poucos meses e se já viajaste, sabes que essa é a melhor maneira de "gastar" dinheiro. Digo gastar entre aspas porque viajar é das únicas maneiras em que alguém pode gastar dinheiro e ficar mais rico. Este livro reflecte sobre viajar para conhecer o mundo e da importância de simplificar a vida para alguém que tem o sonho de fazer uma viagem de longa duração.
Vagabonding fala-nos também das notícias deturpadas a que temos acesso na TV e internet e que o mundo lá fora não é mais perigoso que a rua onde moramos. Há simplesmente pessoas boas e más em todo o lado. Depois o livro apresenta bons conselhos sobre como fazer uma boa e pequena mala de viagem e conseguir bons descontos em bilhetes de avião. No final do livro, Rolf Potts torna-se mais filosófico sobre o significado de viajar e da importância de ver as coisas como elas são, sem julgar sobre a nossa visão ocidental de como as coisas devem ser. É incrível aquilo que pode acontecer uma vez que abracemos a verdadeira cultura das nações que visitamos e deixemos que as pessoas nos mostrem como é viver na sua comunidade.
Alguns livros são perigosos! Têm o poder de mudar a forma como pensamos para o resto da vida. "O Cisne Negro" de Nassim Taleb é um deles. Este foi o livro que me fez gostar de psicologia e "devorar" uma série de outros livrossobre economia, comportamento humano, hábitos, felicidade, etc.
Durante muitos tempo pensava-se que existiam apenas cisnes brancos no planeta, porque nunca se tinha visto um cisne negro...até ao momento em que estes foram descobertos na Austrália! Nassim Taleb baptiza assim a sua teoria, baseando-se no facto de que este era um evento totalmente inesperado que mudou radicalmente a maneira como as pessoas pensavam na altura, pelo menos no que diz respeito a cisnes!
Este livro faz-nos pensar na razão pela qual as pessoas são fracas a prever aquilo que irá acontecer no futuro. Introduz-nos ao conceito de que, na maioria das vezes, o mundo muda consoante eventos não previsíveis tal como o surgimento da Internet ou o 11 de Setembro, ao invés de mudanças graduais, tal como somos levados a pensar.
O Cisne Negro explica como acontecem estes grandes eventos e como a natureza humana e a forma como pensamos nos impede de imaginar que possam surgir e mudar o mundo como conhecemos. A teoria do Cisne Negro tenta explicar:
O papel desproporcional destes grandes eventos, raros e difíceis de prever, que estão para lá de qualquer expectativa histórica, científica, económica ou tecnológica.
Porque razão é quase impossível calcular a probabilidade de ocorrerem usando métodos científicos, pelo simples facto de serem mesmo muito improváveis.
Os erros cognitivos que fazem com que indivíduos ou grupos de pessoas sejam "cegas" a pequenas probabilidades, inconscientes do papel decisivo que estes eventos têm em termos históricos.
Nassim Taleb nasceu no Líbano, é um ensaísta, académico e mestre da estatística. Este livro está incrivelmente bem escrito, tem piada, muitos exemplos retirados da vida quotidiana e expõe aspectos fascinantes sobre a natureza humana e como processamos o complexo mundo à nossa volta. O Sunday Times nomeou este livro como 1 dos 12 mais influentes desde a 2ª Guerra Mundial. Recomendo vivamente a leitura deste livro. Aqui ficam outros 3 livros de grandes nomes neste campo:
Freakonomics: Economia e alguma polémica à mistura.
A leitura destes livros é um simples e divertido remédio para melhor pensar e reflectir sobre a forma como processamos informação e tomamos decisões ao longo da nossa vida.
E assim chega ao fim o primeiro desafio de 20 horas do "O Macaco de Imitação"! Mas antes de fazer o resumo destas 4 últimas semanas de treino de Piano, tenho para partilhar as últimas 5 horas. Na verdade tenho de confessar que fiz batota esta semana porque pratiquei pouco. No entanto, deixei o Engenheiro que há em mim tomar conta deste treino e desenvolvi uma ferramenta para me ajudar nos próximos tempos enquanto pianista (sim, porque não vou parar de praticar).
Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:
Esta semana começou com normalidade, apenas um tipo a aprender piano e a tocar umas músicas bacanas. Depois deparei-me com um problema! Como já aqui disse, também toco guitarra e tenho usado muito dos conhecimentos que já tinha para acelerar o processo de aprender piano. Para isso tenho andado no banco de tabs do UltimateGuitar, pesquiso músicas que gosto e que tenham apenas acordes e depois toco-as no piano. Só com isso tenho-me divertido muito! Mas a sede de aprender mais não desaparece e apeteceu-me tocar outras coisas, por exemplo, um solo de guitarra no piano. O meu problema estava em como converter tabs com o aspeto daquela que apresento em baixo, em notas que eu consiga tocar no piano (C, G, F...).
E porquê querer converter? Porque é muito fácil encontrar tabs de guitarra que de piano. Ora...mas como fazer esta conversão? Como podem ver acima e tal como já expliquei aqui, cada linha é uma corda da guitarra, com a primeira representando a corda de baixo da guitarra e a última representando a primeira corda. Depois cada número nesse esquema indica que tenho de tocar aquela corda, com o dedo naquela posição do braço. Cada uma das cordas tem uma afinação, que também está indicada no esquema acima.
Matt Bellamy, vocalista dos Muse. Um boss no piano, na guitarra, na voz...
O que percebi foi que, por exemplo, a primeira corda da guitarra tocada livremente dá uma nota E. Se eu tocar a mesma corda com um dedo na 1ª posição do braço da guitarra, estou a tocar um F. De seguida, se colocar o dedo na 2ª posição e tocar essa mesma corda, vou tocar um F# e por aí fora. É só seguir a ordenação das teclas do Piano! Incrível! Outro exemplo: se tocar a 3ª corda da guitarra (afinação em D), com o dedo na 2ª posição do braço, vou estar a tocar a nota E. Done! Conversão feita. A tab acima pode ser convertida para as notas: D#, B, F#, D#, E, C#, G#, E, D#, C#, D#, B, G#, F, E, B, G#, E, D#, C#.
Quando descobri que a conversão era fácil e que agora podia tocar os "solos" de guitarra, fiquei em pulgas para converter uma série de músicas. Agora já podia tocar Arctic Monkeys, parte de acordes e solo ao mesmo tempo! Depois percebi que converter cada uma das tabs dava um trabalhão incrível! Tenho de estudar a afinação de cada corda, ver qual é a posição que deve ser tocada na guitarra, determinar qual a nota correspondente e depois escrever num papel....não tenho paciência para isto. Então foi aí que o Engenheiro acordou! Decidi fazer um pequeno programa para fazer esta conversão mais rapidamente, para depois poupar tempo para o verdadeiro treino:
Conversor Guitarra-Piano, desenvolvido por mim.
Com este programa posso editar manualmente uma tab de guitarra na matriz que está representada. Ao lado posso até mudar a afinação da corda, o que é necessário algumas vezes. Cada linha representa uma corda e cada coluna uma instância no tempo. Portanto cada par (linha, coluna) é uma nota na guitarra. Posso até colocar várias notas ao mesmo tempo preenchendo vários números na mesma coluna, o que significa que naquele momento estou a tocar um acorde. Depois posso clicar em "Convert" e ele coloca-me as notas que devo tocar no Piano. Na imagem acima podemos ver a sequência de notas que corresponde à música "Starlight" acima. Aqui, em vez de preencher a tab manualmente na matriz, carreguei um ficheiro .txt e a conversão foi automática. Ainda tem algumas coisas a melhorar, mas assim é muito mais engraçado tocar Piano, ahah! Já agora, se estiveres interessado neste programa envia-me uma mensagem! Depois disto tive de ir experimentar umas músicas, como é óbvio! Deixo aqui algumas músicas muito fixes e fáceis de tocar. Coloco aqui também umas gravações feitas à pressão, ahah: Muse - New Born (Acordes) Muse - New Born (Solo) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Acordes) Arctic Monkeys - Do I Wanna Know (Solo) Coldplay - Green Eyes (Acordes) Radiohead - Creep (Acordes) Chet Faker (Acordes) SOJA - Gone Today (Acordes + Solo) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Acordes) Arctic Monkeys - Mardy Bum (Solo) Arctic Monkeys - Only One Who Know (Acordes)
E a que se resume estas 20 horas de treino? Desta experiência confirmo a teoria do Josh Kaufman, autor de "The First 20 Hours". É possível ser razoavelmente bom em qualquer coisa em tão pouco tempo como 20 horas, 1 horinha por dia durante 1 mês com direito a descanso ao fim-de-semana, ahah. Durante as últimas 4 semanas aprendi as notas no piano, todos os acordes principais (já agora, aqui fica uma biblioteca de acordes), escalas, teoria importante para improvisar no piano, como ler tabs de piano, como adaptar as tabs de guitarra (fáceis de encontrar) para tabs de piano (difíceis de encontrar), treinei muito e consigo tocar grande parte das músicas (versão simplificada, claro!). E vou continuar a treinar, porque acho que o Piano é um grande instrumento! Desafio-te a tentar o mesmo! Se tiveres aí um piano perdido em casa, experimenta 20 horas de treino! Vais ver que no fim estás um grande boss! O bom deste tipo de desafios é que pode ser aplicado para aprender muitas coisas diferentes. Há método para aprender tudo e rápido! Deixo-te aqui algumas sugestões, se sempre quiseste aprender alguma coisa (piano, yoga, xadrez, cozinha, tennis...) e não sabes como treinar de forma a ter bons resultados com poucas horas de treino:
Define à partida o teu objectivo porque é este que vai guiar o teu treino. O que queres saber fazer no final das 20 horas? Sê realista!
Pesquisa material de qualidade para te ajudar a cumprir esse objetivo. Faz uma pesquisa no google, procura bons livros, encontra tutoriais na net, etc. Hoje em dia tudo se pode aprender no google.
Conheces alguém que domine aquilo que queres aprender? Fala com essa pessoa, pede-lhe conselhos, pergunta-lhe por onde deves começar.
Tens algum amigo que queira aprender contigo? Desafia-o a treinar contigo. Torna tudo mais fácil porque se podem motivar os dois para alcançar o objetivo final.
Começa a treinar logo que tenhas tudo definido e os materiais por onde vais estudar preparados. Não prepares em demasia!
Evita treinos de várias horas por dia. O teu corpo precisa de ganhar memória muscular e a tua mente necessita de assimilar aquilo que estás a aprender. Aconselho apenas 1h por dia! Se puderes treina ou estuda à noite, porque durante o sono o teu cérebro tem o poder de assimilar tudo muito melhor.
Evita distrações durante a tua hora de treino. Fecha a porta do quarto, desliga a internet e coloca o telemóvel em silêncio!
Evita estudar teoria muito profunda. Tens de obter resultados para estar motivado. Não te esqueças, são só 20 horas e estás a trabalhar para aprender o máximo possível durante esse intervalo de tempo. Depois do desafio, se gostaste, tens tempo para aprender mais sobre o assunto.
Partilha com os teus amigos aquilo que andas a aprender! Faz um concerto em casa, prepara um jantar para os teus amigos, partilha as tuas pinturas com eles...
Diverte-te! Sempre!
E com isto finalizo esta série. Espero que tenhas gostado! Eu gostei muito de aprender piano e de partilhar este desafio. Vou agarrar brevemente um outro e continuar a aprender coisas novas. Até o próximo post!
15 Horas de piano até agora! Parece que foi ontem de comecei a aprender as notas e hoje já estou um Beethoven...quase! Ahah. Se é a primeira vez que estás a ler um post desta série, sugiro as seguintes leituras:
Como tinha escrito no último post, comecei esta semana com teoria para aprender uns novos acordes que estavam em falta e tentar aprender a fazer improviso. Infelizmente o ZebraKeys não tinha a parte de improviso que eu estava à espera, então optei por continuar a treinar os acordes e a passagem entre estes. Posso dizer que ao final de 15 horas já consigo acompanhar muitas músicas só em acordes e divirto-me muito com isso. Durante esta semana consegui tocar razoavelmente bem Chet Faker! Portanto já tenho o desafio ganho! Ahah.
O Boss ao Piano! Chet Faker no seu melhor! Imagem retirada de bcgavel.com
11ª hora de treino
Na aula 28 do ZebraKeys aprendi os acordes secundários para cada escala. Para isso basta tocar os acordes menores que começam na 2ª,3ª e 6ª posição da escala de qualquer nota. Se estivermos na escala de C (a mais fácil) esses acordes são o Dm, Em e Am, todos compostos por teclas brancas. Segundo este site, tocando uma música em determinada escala, dá para colocar uma mistura dos seus acordes maiores e menores e assim criar um contraste entre acordes "felizes" e "tristes".
Queres ver uma música que calha perfeitamente nesta definição? A música Hallelujah do Jeff Buckley. Nunca tinha reparado bem na letra da música, mas ele descreve um pouco da escala da música (em C) e os seus acordes: "Well it goes like this the fourth (F), the fifth (G), The minor fall (Am) and the major lift (F)." Incrível! Ahah!
Na aula 29 aprendi que para tocar o acorde dominante de 7ª basta apenas tocar o acorde maior (que já sabemos) e adicionar uma 4ª tecla com 2 teclas de intervalo. Na aula 30 aprendi a tocar o acorde maior de 7ª. Basta tocar o acorde maior e adicionar uma 4ª tecla com 3 teclas de intervalo. Em baixo podes ver o esquema dos acordes C7 (acorde dominante de 7ª) e Cmaj7 (acorde maior de 7ª).
Acordes dominantes de 7ª, C7 e maior de 7ª, Cmaj7.
Na aula 31 aprendi a tocar o acorde menor de 7ª. Basta tocar o acorde menor em qualquer nota e adicionar uma 4ª tecla com 2 teclas de intervalo.
Uma música que podes tentar tocar e que contem este tipo de acordes é a Sitting Waiting Whishing do Jack Jonhson. É muito divertido! Com todos estes acordes que aprendi até é possível tocar a maior parte das músicas.
Na aula 32 explorei a escala menor natural começada em qualquer nota. Tal como existia uma regra para construir a escala maior começada em qualquer nota, também existe uma para a escala menor. Por exemplo, para a escala maior de C temos as notas: C, D, E, F, G, A, B e C. Para a escala menor natural de C temos as notas: C, D, Eb, F, G, Ab, Bb e C. Para construir esta escala, que parece ter um tom mais "triste" que a maior, fazemos assim: 1 tecla (ou 1 passo) entre a 1ª e 2ª nota, nenhuma tecla (ou meio-passo) entre a 2ª e 3ª tecla, depois 1 tecla, 1 tecla, nenhuma tecla, 1 tecla e 1 tecla. Por exemplo, a escala menor de A é a mais agradável pois são só teclas brancas: A, B, C, D, E, F, G e A.
Na aula 33 aprendi a construir acordes na escala menor natural. Lembras-te da notação para os acordes? Letra maiúscula é acorde maior, minúscula acorde menor, minúscula com (o) é diminished (ou diminuído?), e maiúscula com (+) é augmented. Falo sobre isto no 2º post desta série. Nesta escala a progressão de os acordes é i,iiº,III,iv,v,VI,VII.
12ª hora de treino
As aulas 34, 35 e 36 lidam com improviso. Na aula 34 apenas aprendi que podemos tocar aquelas notas singulares que a mão direita costuma fazer, mas em vez de tocar numa nota apenas, tocar em 2 oitavas. Isso faz com que a música pareça mais preenchida. Na aula 35 aprendi o "Root Chord Pattern". Este tipo de approach serve para tornar os acordes feitos com a mão esquerda mais interessantes, ao tocar primeiro a nota correspondente ao acorde que queremos tocar e de seguida o acorde inteiro. É de notar que a nota e o acorde são tocados em 2 oitavas distintas. Assim dá um efeito mais engraçado. Na aula 36 aprendi que podemos tocar com a mão direita uma das notas do acorde da mão esquerda. Esta sessão de improviso não foi o que eu estava à espera pois o que gostaria de aprender era a a improvisar mais com a mão direita enquanto a esquerda faz os acordes e assim escolher qualquer sequência de acordes e começar a tocar à louca!
Acabei as aulas intermédias do ZebraKeys e já vi que para a frente eles ensinam um pouco mais de acordes e teoria, mas há coisas que ainda não têm disponível. De resto, nesta hora, estive a divertir-me com algumas músicas.
13ª hora de treino
Durante esta hora estive a treinar acordes. Neste momento está a ficar mais natural trocar de acordes e ler tabs de guitarra, conseguindo acompanhar bem qualquer música. Estive a tocar umas músicas dos Arctic Monkeys, Coldplay e depois comecei a tocar Chet Faker. A música "Talk is Cheap" é top! Aqui fica a tab e um vídeo a explicar como se tocam as diferentes partes da música:
14ª hora de treino
Durante esta hora continuei a aprender a música "Talk is Cheap". Os acordes desta música são:
Cm, em 2ª inversão, portanto tocar as notas com a ordem G, C e Eb.
Eb, também em 2ª inversão, notas com a ordem G, Bb e Eb. Só é preciso trocar um dedo entre os dois acordes. Torna tudo mais fácil!
Bb, em 2ª inversão, notas F, Bb e D. Podemos deixar o dedo do meio entre os dois acordes.
F, sem inversão, notas F, A e C.
Depois de treinar bem os acordes estive a treinar a parte do solo inicial.
15ª hora de treino
Esta hora foi mais do mesmo em termos de treino, mas foi bom! Seleccionei umas músicas que gosto, fui pesquisar a tab com os acordes no UltimateGuitar e depois experimentei no piano. Algumas músicas têm também uma coisa que é o "Capo". Isto na guitarra significa que temos de colocar o transpositor num certo sítio da guitarra. Descobri que o meu piano tem uma opção para fazer o tal Capo e assim posso tocar ainda mais músicas ou tocar músicas num tom mais baixo ou alto, para conseguir acompanhar a música a cantar.
Aqui fica um clip meu a tocar a "Talk is Cheap" do Chet Faker:
Faltam apenas 5 horas para acabar o meu desafio! Sinceramente, cumpri o que estava à espera até agora. Esta semana, a última, vou tentar aprender umas técnicas de improviso e continuar a experimentar os acordes em músicas conhecidas para treinar e para a diversão! Aqui fica o link para o último post desta série!
A psicologia é um dos meus temas favoritos! Como já aqui tinha falado, há livros incríveis neste tópico, que expõem os erros cognitivos dos humanos. Porque pensamos de determinada maneira? Porque acreditamos em coisas estranhas? Porque escolhemos fazer uma coisa que no final não nos agradou como esperávamos? É incrível a quantidade de erros lógicos que cometemos todos os dias. Mas espera, tudo isto tem de ter significado biológico, certo? Evoluímos desta maneira, portanto deve haver alguma vantagem evolutiva em pensar como pensamos. Acontece que o nosso cérebro não evolui talvez há 100.000 anos e o mundo que construímos desde então é irreconhecível.
Por exemplo, fazia sentido, há 100.000 anos atrás, um humano assustar-se com muita facilidade ao ver qualquer coisa a passar na sua visão periférica. Podia ser um tigre! Nós somos descendentes de pessoas que se assustavam e por isso começavam a correr antes de serem engolidos, certo? Então evoluímos com esta condição, por isso é que nos assustamos facilmente, às vezes até com o cão que passa ao pé da porta. Faz isto sentido na sociedade de hoje em dia? Algum, mas não tanto como há 100.000 anos atrás! Há centenas destes exemplos, se quiseres ler um pouco mais sobre isto vai aqui.
Hoje quero-te falar sobre um cognitive bias, ou viés cognitivo, ou seja, sobre um erro na nossa lógica de pensamento. Em particular trago-te um chamado "availability heuristic" ou "heurística da disponibilidade". Dito isso, tens mais medo de cavalos ou de tubarões? A pergunta é estranha! É claro que os tubarões são mais perigosos, portanto devo ter mais medo de tubarões, certo?
Não sei se tenho mais medo de cavalos ou tubarões, mas se este existisse, ganhava fácil! Imagem retirada daqui.
A heurística da disponibilidade descreve a maneira como nós avaliamos uma coisa como mais ou menos provável de acontecer, pela facilidade como nos recordamos dela. Se nos for perguntado para estimar a probabilidade dos cães serem castanhos ou pretos, provavelmente vamos estimar essa probabilidade como muito alta. Lembro-me facilmente da experiência que estes também podem ter um pelo mais claro, mas sei perfeitamente que pelo menos neste planeta não vou encontrar um cão azul ou verde.
Este tipo de lógica faz sentido, mas apenas quando temos uma fonte de informação imparcial, quando temos muita experiência ou, no limite, quando temos acesso a toda a informação disponível. Sabemos que os cães são castanhos, pretos ou com cores semelhantes porque temos a experiência de ver cães todos os dias. Agora uma questão (que podes encontrar no vídeo partilhado): ocorrem mais mortes nos EUA por causa de tubarões ou cavalos? Neste momentos estás à procura da resposta na tua memória e numa fracção de segundo concluíste, muito provavelmente, que os tubarões são responsáveis por mais mortes. Se o pensaste, pensaste erradamente, pois a morte por cavalos ocorre muito mais frequentemente que a morte por ataque de tubarões. A questão aqui é que quando tentas procurar na memória (até inconscientemente) é mais fácil encontrar memórias de notícias sobre ataques de tubarões do que acidentes ou ataques por cavalos e portanto a tua mente pensa que as primeiras ocorrem mais frequentemente.
Os países podem ser induzidos a investir muito dinheiro no combate ao terrorismo e pouco no combate ao cancro, embora este último mate MUITO mais pessoas. Nem é comparável. O que acontece é que há uma grande cobertura jornalística ao terrorismo e um efeito devastador associado ao mesmo, que nos leva a julgar, erradamente, que estes são bem mais prováveis e matam mais pessoas do que a realidade e portanto, devemos investir mais dinheiro a combater o terrorismo.
Provavelmente também tens a ideia de que andar de avião é mais perigoso que andar de carro, apesar das estatísticas apontarem que acidentes rodoviários são mais prováveis. Até podes saber isto, mas aposto que tens muito mais medo de andar de avião que de carro. Isto acontece porque há um grande foco jornalístico sobre acidentes de avião (o ano passado foi forte!), o que nos faz pensar que estes são mais prováveis.
É também devido à heurística da disponibilidade que, num trabalho de grupo, cada elemento pensa que trabalhou mais do que os seus colegas para o trabalho final. É mais fácil alguém se lembrar de momentos em que trabalhou e mais difícil tirar da memória momentos em que outros fizeram tarefas importantes, porque não estamos sempre com essas pessoas, ou porque estamos mais atentos ao nosso trabalho.
Ter conhecimento sobre os erros cognitivos e em particular sobre a heurística da disponibilidade ajuda bastante no processo de tomada de decisão e até a trabalhar melhor em equipa, pois começamos a dar mais valor ao trabalho dos outros colegas.
Se quiseres explorar mais sobre este tema, recomendo vivamente o livro do prémio nobel da economia, Daniel Kahneman, "Thinking Fast and Slow! Boa semana!
Mais uma (pequena) semana de piano passou! Desta vez decidi focar-me em aprender umas músicas engraçadas e deixar uma nova ronda de teoria para a próxima semana.
Para te contextualizar, porque pode ser a primeira vez que chegas ao "O Macaco de Imitação", eu decidi desafiar-me e praticar 20 horas de piano, um instrumento que já queria aprender há muito tempo. No final quero ver aquilo que sou capaz de fazer.
Aqui seguem os links para os 2 primeiros posts desta série:
Comecei por experimentar umas tabs de guitarra , tocando os acordes no piano. Agora que consigo tocar os acordes maiores e menores, é fácil tocar centenas de músicas (de forma grotesca claro!). Selecionei as seguintes músicas:
Para tocar estas músicas basta ires seguindo a letra, tocar o acorde certo com a mão esquerda, e com a mão direita (para preencher a música) podes tocar na nota correspondente em 2 oitavas diferentes com o mindinho e o polegar. E está feito! Já consegues tocar todo um set de músicas! Topa aqui os acordes para a música "One Day" do Matisyahu:
O que me parece mais difícil ao aprender a tocar piano é a coordenação entre as duas mãos. Com isso em mente comecei a praticar a música "Give me Love" do Ed Sheeran que me parece milhões de vezes mais fácil e interessante que a da Adele e ajuda muito mais a aprender a coordenação.
Encontrei um tutorial no YouTube muito bom! O visual é muito parecido com o Guitar Hero! Eu sabia que tanto vício me ia dar jeito um dia! Ahah
9ª hora de treino
Esta hora começou com colagens! Isso mesmo! Decidi colar o nomes das notas pretas no teclado, os sharp/sustenido # e flat/bemol b. Facilita encontrar as notas e fazer os acordes.
Continuei a treinar a música do "Give me Love" do Ed Sheeran. Os acordes são: Verso: Bb × 2, F# × 2, Db × 4 Bridge: Ebm × 4, F# × 4, Db × 4, Ab (em 1ª inversão) × 4, Ebm × 2, F# Refrão: (Db, Ebm, F#) × 3, Bb + Db, Ab, F# × 2
Depois de aprender os acordes (tocados com a mão esquerda), tentei colar com a parte de solo (com a mão direita) e aqui começou a guerra da coordenação motora!
10ª hora de treino
Continuei a praticar a mesma música. Já vou no refrão e estou a melhorar a minha coordenação entre mão esquerda e direita. Isto é um processo lento e é aqui que muita gente começa a desmotivar. Mas o importante é pensar que depois as coisas vão ficar muito mais intuitivas à medida que o treino avança. Como podes ouvir pela gravação seguinte, o som ainda está torto, ahah!
No final desta hora fiquei a metade do objetivo de 20 horas de piano! Com o treino até agora já sei o bastante de teoria para tocar a maior parte das músicas, sei tocar acordes e consigo pegar numa tab e divertir-me. Apesar de não ter treinado mais, consigo também ler pautas. As próximas 10 horas serão também importantes para trabalhar a coordenação motora. E na próxima semana quero estudar a teoria da improvisação que acredito não ser muito difícil. A prática, por outro lado, não deve ser nada fácil!
Durante esta semana encontrei muitos bons vídeos sobre piano. Há um tipo que fez um sucesso gigante no ChatRoulette enquanto tocava piano. É este tipo de vídeos que me faz querer dominar o piano! A capacidade de improviso e o humor deste senhor são incríveis. Desafio-te a ver este vídeo sem te partires a rir:
E lembras-te de eu falar na escala pentatónica? Em que tudo o que tocas fica bem? O tipo seguinte mostra em 2 minutos como parecer um Pro em piano sem nunca ter tocado:
Para a semana cá estarei mais uma vez, com grandes avanços e com técnicas para improviso, espero! Até lá! Clica aqui para seguir para o próximo post desta série!
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