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Macaco Experimentar

Macaco Experimentar

Ler é uma seca

Antes deste desabafo, tenho que te confessar uma coisa. Este post não é para ti! Desculpa. Mas se estás aqui, é porque gostas de ler. Mas como leitor, tens amigos que não o fazem - muuuitos amigos. Como é que te dás com esse tipo de gente? Difícil não é? Bom, ajuda-me nesta luta. Lê este post e, se gostares, partilha com os teus amigos não leitores. Se não gostares, não partilhes - não lhes queres dar mais uma desculpa para continuar a não ler.

Ler é uma seca

"Os Maias" e "O Memorial do Convento" são uma seca (peço desculpa aos ofendidos, mas neste blog quem escreve sou eu). O segundo, de Saramago, é muito difícil de ler, especialmente para quem tem 17 anos. Mas são estes os livros que nos apresentam na escola, quando ainda estamos a perceber aquilo que gostamos e não gostamos de fazer. Será por isso que há tantos não-leitores? Talvez...

Saramago não é uma seca. Com o tempo dei outra oportunidade ao prémio nobel português, e agora é o meu autor nacional favorito. Este livro, "As Intermitências da Morte" é super interessante e hilariante. E se a morte deixasse de trabalhar? E se as pessoas não morressem? É um bom começo à obra de Saramago. 

 

Que obras devíamos estudar na escola? É um assunto delicado. Por um lado é importante estudar a nossa extensa cultura literária. Mas por outro, não seria interessante ensinar os nossos alunos a gostar de ler e a ler muito? Esse é um dos hábitos mais importantes que podemos ter.

Na escola, deviam dar-nos a oportunidade de (também) ler e estudar outros livros, mais "interessantes" para adolescentes nessas idades com interesses variados. Mas não exageremos, claro. Às tantas anda tudo a ler a Playboy ou o KamaSutra ou o "The Game". Nem 8 nem 80.

Há professores que dão essa oportunidade e estimulam o gosto pelos livros. Deixam-nos ler o que queremos para depois apresentar esses livros ao resto da turma. Eu nunca tive essa sorte. Mas por outro lado tive a sorte de ter grandes leitores na família.

Se ainda estás na escola, sugere esta ideia ao teu professor de português. Se ele te disser que tens de ler Saramago, fica feliz na mesma, porque podes sempre ler "As Intermitências da Morte" ou o "Ensaio sobre a Cegueira. E, se ele te deixar, lê qualquer coisa sobre futebol, ou surf, ou psicologia.

E professores, ensinem Eça de Queiroz e Luís de Camões. É importante. Mas não se esqueçam do mais importante, meter esta gente a ler. Pá, nem que seja 2As 50 Sombras de Grey".

Prefiro ver o filme

Adoro bons filmes, sejam eles originais ou adaptações. Toda a experiência do cinema é espetacular - a sala cheia, o som, as boas cadeiras, as pipocas, a cabeça à nossa frente. E quando os filmes são mesmo bons, transportam-te para outra realidade, com efeitos especiais e lugares fantásticos. Não me consigo esquecer da experiência que foi ver o último Star Wars no dia de estreia.

Os livros são outra coisa. Não pretendem competir com os filmes porque a experiência é diferente. E por isso não tens de escolher entre os livros e os filmes. Guarda espaço para os dois. Porque quando lês tens mais tempo para conhecer as personagens, que revelam uma maior profundidade quando comparadas com as mesmas personagens nos filmes. Porque é espetacular estar sentado no sofá, ou na esplanada a ouvir o mar, e a ler um bom livro. Porque há livros sobre tudo que nunca vão ser, nem podem ser, nem devem ser, filmes.

E aqueles filmes adaptados de livros? Vê também, e lê o livro. Porque se o filme é muito bom, então imagina o livro. Não fazem filmes de livros fracos. E mesmo os filmes com 11 Óscares (O Senhor dos Anéis) têm por trás uma trilogia de livros épica. 

Por outro lado, sabes que os filmes não têm o "orçamento" que um livro tem - os efeitos, as personagens, a história sofrem porque não há dinheiro para os melhores atores, realizadores e para os tipos que fazem os planetas explodir. Nos livros o limite é a imaginação do autor e do leitor.

Dizem os leitores das 50 Sombras de Grey que no filme nem uma pilita se vê. Eu não sei, nunca vi, nem li, mas de tanto falar nisso um dia tenho de os ler.

Tirando algumas exceções, as adaptações perdem sempre qualidade e/ou conteúdo. Os livros do Game of Thrones, por exemplo, têm mais personagens e a história é mais profunda. A adaptação é má? Não! É a melhor série de sempre! E quem lê os livros ganha duas vezes.

E há ainda aqui outra coisa que os filmes raramente acertam. Adaptações de livros escritos na primeira pessoa - quando o autor escreve "eu fiz", "eu vi", "eu sinto". Adoro este tipo de livros porque a experiência é muito pessoal. Em vez do autor descrever a história de uma personagem, temos acesso aos pensamentos e sentimentos e há experiência de quem vive a história. E passar esse tipo de experiência para um filme é muito difícil. 

Há bons exemplos? Sim. O "Perdido em Marte" (The Martian) está um livro e um filme incríveis. Há também maus exemplos? Sim. O "Comer Orar e Amar" e o "Livre" são livros muito interessantes, escritos na primeira pessoa, e o filme...beh.

Perdido em Marte. Uma das minhas leituras favoritas do ano passado. O filme também está muito bom. Consome os dois!

Mas esta discussão do "eu vejo o filme" nem faz sentido. Peço desculpa, deixei-me levar. Mas alguma vez vou aprender a fundo alguma coisa vendo um filme? Posso ter um shot de motivação, mas informação concreta sobre como viver bem? Isso não. E quantos livros têm um filme? Pouquíssimos. E há tanta coisa gira para ler, que esperar que se faça um filme disso, e depois o filme sair uma grande merda, é um desperdício. 

"Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam! Não duro nem para metade da livraria! Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão… estou perdido." - Almada Negreiros

 

Não tenho tempo para ler

Todos temos tempo para o Facebook, Instagram e Snapchat. Temos tempo para ver várias séries, ver notícias e ver televisão. Também arranjamos temos para pensar em problemas que nunca vão acontecer e ler emails "importantes". Temos tempo para tanto que para nada serve, e não temos tempo para ler?

Por mais ocupada que seja a tua vida (e se estás a ler este blog não tens uma vida dessas) temos sempre tempo para ler. E também tens tempo para desperdiçar com coisas parvas. Eu tenho e faço-o. Mas também tenho tempo para ler.

É ousadia minha dizer o que deves ou não fazer com o teu tempo. Mas ler, dizem os grandes, é um dos hábitos chave. Há que fazê-lo se queremos ser patrões e bosses. E quem não quer ser patrão ou boss? 

Ok, já percebi. Mas porquê ler?

Chegámos ao busílis da questão. Se muito podemos fazer com o nosso tempo (sendo também verdade que desperdiçamos muito dele) porquê ler?

Porque quando lês aprendes. E quando lês não estás à frente da televisão. E quando lês estás relaxado e estás na esplanada a beber um chá ou um café. Porque ao ler acumulas o conhecimento dos grandes desde à antiguidade. Porque ler é cool e quem não lê não é cool.

E porque podes ler sobre tudo o que há no mundo. Sobre surf, meditação, história, ciência e como engatar gajas. Podes também ler bons livros de ficção e ficção científica. E podes ler biografias, que é como uma lição de como ser um gajo que vale a pena ter como amigo.

A biografia de Elon Musk. Um dos melhores livros que li na vida e uma grande fonte de inspiração.

Ler não é uma seca, porque há livros sobre tudo. E a menos que não gostes de fazer nada, vão haver livros para ti e tu vais adorar lê-los.

E imagina o que é conhecer um pouco sobre várias coisas e poder conversar com outras pessoas sobre o que elas gostam de fazer. E imagina conhecer histórias que nem no cinema, com limitações financeiras, podem ser representadas. Imagina aprender novas capacidades e, por isso, viver à boss. Ler é isto tudo.

Estou motivado! Por onde começo?

Começa por um livro pequeno. Escolhe um livro de ficção, uma história engraçada, ou um livro de não ficção, sobre alguém ou alguma coisa, que aches interessante. E lê o primeiro capítulo. Se não gostares, escolhe outro.

Agora dedica 20 ou 30 minutos do teu dia à leitura. Numa esplanada, na cama antes de dormir ou de manhã depois do pequeno-almoço. Até na casa de banho! Não interessa, escolhe um local confortável e começa a ler que nem um campeão.

Se não sabes o que ler, pede sugestões aos teus amigos leitores. Revela-te como um tipo, ou tipa, que agora lê e merece respeito. Ou faz uma pesquisa e encomenda uns livros. Explora o goodreads.com (o Facebook do livros). E se lês em inglês, visita o bookdepository.uk porque tem os melhores preços.

Mas isto para ti já é passado? Já lês há muito tempo? Então compra um Kobo e leva os teus livros digitais para qualquer lado. Ler nestes dispositivos é espetacular - podes ter livros muito baratos (ou de borla), são muito leves e práticos e, ao contrário dos tablets ou PCs, não fazem mal aos olhos (a tecnologia do ecrã é diferente do habitual e o ecrã parece uma folha de papel, nem faz reflexo!). 

E se estás assim tão à frente, e gostas de fazer anotações no teu Kobo, utiliza a minha aplicação, o KoboNotes.

Quero também indicar-te também as minhas sugestões, que fui fazendo ao longo de vários posts:


Não te limites e lê sobre o que tu quiseres. Já não estás na escola. Mas, se tiveres, lê também o que tu quiseres e diz à tua professora para colocar o memorial do convento no **. (Agora a sério, não tenho nada contra o "Memorial do Convento". Eu adoro Saramago só que ainda não consegui ler esse livro. Um dia dou-lhe outra oportunidade).

 

Por último, comenta este post! Quero saber o que achaste das minhas sugestões e quais os teus livros favoritos. E lembra-te - como diziam os Gato Fedorento, quem lê é cool e quem não lê, não é cool - ou qualquer coisa do género.
 
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19 livros de auto-ajuda (série "viver à boss", parte 1/4)

Imagina uma vida sem preocupações. Vives em harmonia com o teu trabalho, com quem és e com as pessoas que mais gostas. Relaxas quando é para relaxar e trabalhas quando tens de trabalhar. Fazes aquilo que queres fazer e não desperdiças tempo com coisas, e pessoas, que não merecem. Ahhh, que bela vida! Fica com este pensamento. Agora espera só um momento enquanto vejo o terceiro episódio seguido de Narcos. Dizem que é neste que o Pablo é apanhado!

Todos sabemos viver bem, não é? Por isso é que nos preocupamos com coisas de nada, fazemos listas de novo ano que não cumprimos e descarregamos nas pessoas que mais gostamos. Pelo menos aprendemos na Netflix que "Las mentiras son necesarias cuando la verdad es muy difícil de creer".

Tantos livros e tão pouco tempo para ler. Ou, melhor, precisava de uma imagem bonita para colocar como foto de apresentação deste post.
O engraçado é que todos sabemos as dicas para viver bem. Mas isso são coisas para ler no telemóvel à espera do autocarro. "Olha que engraçado, dizem que meditar faz bem à saúde. A partir de agora vou meditar todos os dias meia hora. Deixa-me só ver o que a malta anda a postar no Instagram". Um rápido disclaimer - eu não medito.

Ora que cheguei à conclusão que todos os livros de auto-ajuda dizem a mesma coisa (no shit!), ainda que o autores achem que encontraram a fórmula para a felicidade. As dicas são boas, não me interpretes mal. E acho que o que eles fazem é reforçar a posição uns dos outros, para ver se nós (e eles) aprendemos de uma vez como viver.

O truque é esse - ler e reler essas dicas uma série de vezes até aprender. Tal como aprendemos todos os anos, na escola, as mesmas coisas em inglês e nos perguntamos porque estamos a aprender outra vez aquela merda e depois percebemos anos mais tarde que falamos cada vez melhor esta língua e que agora conseguimos ler em inglês e que afinal aqueles professores que tanto desprezávamos e que provavelmente ficavam fodi*** da nossa impaciência afinal tinham razão.

Por isso decidi compilar todas as notas que tirei dos livros de auto-ajuda, expremê-las, e fazer 3 posts (4 com este) sobre os grandes temas desses livros - como pensar, como trabalhar, e como interagir com os outros. Neste post introdutório, apresento esses 19 livros de auto-ajuda.
Um livro fascinante. Um dos 19. Imagem de goodreads.com
O objetivo desta série, pelo menos para mim, é que depois posso voltar aqui e ler e reler e reler e reler vezes sem conta aquilo que escrevi, para ver se de vez em quando aplico uma dessas dicas, e para ver se, gradualmente, aproximo o meu viver à vida de um super-herói empreendedor, com uma mente à la monge budista e com uma capacidade de falar com os outros que faz inveja ao Daniel Oliveira.

Antes dos livros, queria falar sobre o termo "auto-ajuda". Detesto! Até fico com vergonha de ler livros com títulos como "Como fazer amigos e influenciar pessoas", ou "Como deixar de se preocupar e começar a viver". Mas à falta de um melhor termo...Como havia eu, e os outros, de lhes chamar? "Livros que ensinam coisas óbvias mas que o autor tem razão como o cara*** e não percebo como é que ainda gasto o meu tempo a ver televisão e não faço o que este gajo me diz?" Pois...Além disso, todos os livros ajudam-nos de alguma maneira, e muitos daqueles que apresento hoje, aqui, não estão nem de perto categorizados como sendo de "auto-ajuda".

Os livros:

Nota: Nem todos os livros têm tradução portuguesa. Aos que têm, apresento-lhes com esse título. Mas os que não têm, não merecem uma tradução fraca da minha parte. De qualquer maneira, os links seguintes redireccionam para o goodreads e aí os títulos estão todos em inglês.

1. 10% Mais Feliz - Dan Harris: Na opinião deste autor, cético por natureza e profissão, a meditação torna-nos 10% mais felizes. Uma história engraçada, fascinante e muito terra-a-terra.

2. Guia de um Astronauta Para Viver Bem na Terra - Chris Hadfield: Este astronauta, relativamente famoso, ensina-nos a olhar para os pequenos momentos da vida e a trabalhar para atingir os nossos objetivos.

3. How To Be Idle - Tom Hodgkinson: A vida não é uma corrida. Lê, pinta e toca música. Bebe um chá, senta-te e ouve o barulho do mar. 

4. Como Deixar de se Preocupar e Começar a Viver - Dale Carnegie: O clássico da auto-ajuda. Deixa-te de preocupações!

5. Learned Optimism - Martin E.P. Seligman: Quem é otimista tem mais sucesso em todas as áreas da vida. Este livro científico explica tudo sobre isso.

6. Making a Living Without a Job -  Barbara Winter: É importante fazer aquilo que se gosta, e aqui fala-se muito de como construir um bom trabalho.

7. O Homem em Busca de um Sentido - Viktor E. Frankl: Todos procuramos significado na nossa vida e, se queremos motivação, este é um livro essecial. O autor esteve preso nos campos de concentração nazis e mostra-nos que, mesmo em situações traumáticas, é possível manter o foco. Lê este livro por favor!

8. Filosofia para a vida - Jules Evans: Dicas de vida com milhares de anos e um livro excelente para iniciar o estudo de algumas filosofias interessantes como o estoicismo.

9. 4 Horas por Semana - Tim Ferriss: O livro que, para mim, iniciou o interesse por psicologia e por crescer e aprender sempre mais.

10. As Quatro Verdades - Miguel Ruiz: Aqui aprendemos algumas dicas valiosas sobre falar e interagir melhor com as outras pessoas.

11. A Conquista da Felicidade - Jonathan Haidt: Todos temos um nível basal de felicidade, mas podemos fazer muito para melhorar a qualidade da nossa vida. Um livro científico, para aqueles que, tal como eu, não gostam de conversa de energias e vibrações cósmicas

12. O Monge que Vendeu o seu Ferrari - Robin Sharma: Outro clássico do mundo da auto-ajuda, desta vez misturando dicas valiosas com uma pequena história de ficção. Vais ler este livro num abrir e fechar de olhos.

13. O Poder do Agora - Eckhart Tolle: Este é o livro das energias e vibrações cósmicas. Tenho, por isso, mix feelings quanto a este famoso livro. Por um lado, ensina-nos a importância de viver no presente e como controlar a corrente negativa de pensamentos. Por outro, energias e vibrações...

14. The Renaissance Soul - Margaret Lobesntine: Os generalistas têm uma curiosidade gigante e múltiplos interesses. Esses não podem, nem devem, viver apenas para um trabalho/projeto.

15. The Righteous Mind: Why Good People are Divided by Politics and Religion - Jonathan Haidt: O único autor que aparece duas vezes nesta lista. Neste livro fala-se sobre o que é estar certo e errado, e como ver os pontos de vista dos outros.

16. Um Ano de Vida Bíblica - A. J. Jacobs: Este está longe de ser um livro de auto-ajuda. No entanto, é hilariante e o autor aprende coisas valiosas durante o seu ano bíblico.

17. Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel - Rolf Potts: Viajar é essencial para conhecer a diferença, aceitá-la, e alagar a nossa zona de conforto. Este é um livro essencial sobre viagens.

18. Zen and the Art of Happiness - Chris Prentiss: Muitas dicas de como viver bem estão aqui presentes. Além disso, incluí, na minha opinião, a melhor frase, ou a melhor dica, de como viver bem e despreocupado. Não te vou estragar a surpresa.

19. Fooled by Randomness - Nassim Taleb: É, simplesmente, um livro que te ensina a pensar.

Estão apresentados. Nas próximas semanas publico os restantes posts desta série de como viver bem. Espero que esta nova sequência de artigos te seja útil. Até lá, diverte-te e dá uma chance a qualquer um destes livros.

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Tudo o que precisas de saber sobre certificação energética

Dei comigo a pensar na certificação energética e em toda esta questão da poupança de energia. É que, vendo bem, poupar energia não só faz bem ao ambiente e à nossa carteira, como também traz vantagens na hora de tratarmos da avaliação energética do nosso imóvel. 

Já deves ter ouvido falar, com toda a certeza, de que agora é obrigatório a apresentação de um certificado energético quando se celebra um contrato de arrendamento ou de venda de um imóvel, quer este seja novo, usado ou mesmo antigo. Mas sabes realmente a importância deste simples documento? Não? Então toma atenção a este artigo.
Imagem retirada de pinterest.com
O certificado energético é bastante importante, apesar de toda a controvérsia que levantou quando passou a ser obrigatório. Sim, é um encargo financeiro que nos estão a obrigar a suportar, caso queiramos colocar um imóvel a arrendar ou a vender, mas, se ele existe, é porque é realmente necessário, mesmo para ambas as partes.

A verdade é que o certificado energético é um documento muito útil, pois determina a exacta eficácia energética do imóvel. Esta avaliação é escalada de A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente), o que vai fazer com que existam variações no preço da compra/renda. Para calcular a classe energética, o técnico, devidamente certificado pela ADENE (não aceitem qualquer um em vossa casa, nem um que vos faça valores a preços de chuva) tem que apurar vários aspectos sobre o imóvel, tais como:
  • Ano de construção;
  • Tipo de imóvel;
  • Área;
  • Localização;
  • Constituição interna – pavimentos, paredes, envidraçados, equipamentos de climatização, etc.;
  • Dados referentes ao consumo energético – respeitantes, por exemplo, à climatização e às águas quentes sanitárias.
Percebe-se, portanto, que este documento é bastante completo, logo, não tenhas dúvidas relativamente à sua importância. Pensa que todos estes dados vão ser essenciais para que a avaliação do valor fiscal do imóvel seja apurada da forma mais justa possível. E, se um dia fores tu a querer comprar/alugar uma casa, certamente que também vais querer saber todas as características do imóvel onde te vais meter!

Creio que, ao contrário do que se passa com muitas das contribuições que temos que fazer neste país, este encargo até é bem necessário e justificado. Mas convém que não te esqueças mesmo de apresentar este documento aquando necessário, de forma a não se tornar num encargo bem mais elevado, convertido numa bela multa, já que nós, portugueses, gostamos de deixar tudo para a última da hora.

Por acaso, eu até sou bastante cumpridor de prazos e não gosto de deixar nada para o último dia… bom, e espero que não seja o único!

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A minha aldeia - Praia da Areia Branca

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura... 

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

O poema é de Alberto Caeiro e lembra-me da Praia da Areia Branca, a minha aldeia, e de quanto gosto de viver aqui. Suponho que este sentimento não seja diferente daquele entre tantas outras pessoas, por tantas outras terras, mas, para mim, esta aldeia não deixa de ser especial.

Não é da praia que disso há muito por aqui, nem é das ondas que disso há melhor mesmo aqui ao lado. Nem é da noite, ou das estrelas, ou das arribas. Nem é do vento que desse há muitos que já o viam daqui para fora, ainda que depois, suspeito, viessem a sentir saudades. 

Não é do verão e da enchente de turistas e emigrantes, nem é do inverno e do frio que se faz sentir nesta praia. Não é, certamente, da temperatura da água, de que tantos fogem. Nem é das pessoas porque, e essa também é outra suspeita, os portugueses são bons em qualquer lado. Não, não é nada disto em particular. É do conjunto.

Esta aldeia é especial porque eu conheço estas pessoas e esta areia e esta noite. Este vento conheço-o eu, e a água fria já não me surpreende. É porque eu conheço estas arribas como a palma da minha mão, e delas vejo "quanto da terra se pode ver do Universo".


A Lua vista da Praia da Areia Branca, diferente de qualquer outro lado.










É um luxo poder viver aqui e fugir à confusão da cidade, onde "as grandes casas fecham a vista à chave". A Praia da Areia Branca é especial porque tem o melhor pôr do sol de todo o mundo! E é espetacular sair de casa e correr sem ouvir buzinadelas, respirar este ar, ver e sentir esta praia.

Não consigo imaginar viver noutro sítio e trocar de areia, ondas e pôr do sol. Ver as estrelas doutro sítio ou cheirar um mar que não é o meu. Saudades enquanto viajo, pertencem e sempre estarão ligadas à Praia da Areia Branca. Esta é a minha aldeia.

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Correr - sofrer ou prazer?

Gosto de corrida, mas nunca gostei de correr. Sempre me fascinou aqueles que correm meias-maratonas, nem falando daqueles que se submetem ao sacrifício da maratona completa - 42 quilómetros! Como é possível alguém ter força para correr essa distância e durante tanto tempo? Para quem sempre correu 5km de puro sofrimento, estive longe de gostar de correr.

A primeira tentativa (séria) no sentido de vir a gostar de correr, chegou em Outubro de 2015. Na altura completei um desafio para O Macaco sobre escrita, meditação e desporto durante 30 dias. Para além de surfar e jogar ténis, corri algumas vezes, e comecei a ganhar o "bichinho". Infelizmente, como expliquei num artigo anterior, deixei de correr logo que acabei esse desafio. Estive a poucos metros, ou talvez a alguns quilómetros, de ficar viciado.

Scott Jurek, ultra-maratonista, e Arnulfo Quimare, o campeão dos Tarahumara, a tribo dos corredores. Foto de irunwithit.com 
Antes de prosseguir com o artigo, queria deixar uma nota ao leitor. Ao longo deste artigo uso várias vezes a palavra "correr". Isso aborrece-me porque gosto de escrever e não quero utilizar várias vezes as mesmas palavras, mas não consigo evitar esta palavra num artigo como este. Que solução tenho eu? Usar a modernice do "running"? Eu sei que em inglês tudo parece mais sexy e espetacular, mas...

Comecei a correr há 3/4 meses no contexto doutro desafio. Ainda com muito esforço, fui aumentando gradualmente a distância nos meus treinos - se hoje chego ao primeiro poste, na próxima corrida chego ao segundo e na seguinte ao terceiro. Ou isso, ou melhorava o ritmo da corrida ou corria mais devagar mas durante mais tempo. E nisso a corrida tem um grande potential de vicio – conseguimos facilmente, com algumas apps como o RunKeeper, medir a nossa progressão. Podemos aumentar o nosso nível de várias maneiras e ver como evoluímos nos últimos treinos.

É claro que ao final de algumas semanas estava a correr mais. Mas o que mudou a minha corrida, e me fez gostar do desporto, foram dois livros: Born to Run, de Christopher Mcdougall e Eat and Run, de Scott Jurek. Nestes livros aprendi muito sobre corrida, como correr e, principalmente, como gostar deste desporto. Aconselho estes livros a todos a quem falo sobre corrida (qualquer pessoa que fale comigo durante mais de 5 minutos). Durante o resto do artigo vou apresentar o que aprendi nos últimos meses. 

E agora estás a pensar, "então mas este tipo começa a correr há quatro meses, lê dois livros, e acha que tem moral para dar dicas sobre corrida?". Tens razão, não tenho autoridade nesta matéria, mas nos últimos meses fiquei motivadíssimo para correr mais e melhor. Além disso, não escrevia n’O Macaco de Imitação há algum tempo, e preciso mesmo de começar a publicar regularmente para que não seja o primeiro e último leitor de artigos como este. Sinceridade acima de tudo!

Os Tarahumara

When you run on the earth and with the earth, you can run forever. —Provérbio Rarámuri

Em Born to Run, Christopher Mcdougall começa por falar de uma tribo de grandes corredores, os Tarahumara (ou Rarámuri). Estes "mexicanos" conseguem correr centenas de quilómetros por brincadeira, e há quem diga que o campeão lá da tribo correu, certa vez, 700km.

Esta última informação parece-me precipitada, mas a verdade é que nesta tribo toda a gente adora correr - desde crianças que o fazem e os seus jogos andam todos à volta disso.

Os Tarahumara. Fotografia de coppercanyonexplorer.com
Por algumas vezes, os Tarahumara foram levados a participar em algumas provas nos EUA (coisa que deixou de acontecer porque não só são muito tímidos mas perceberam que estavam a ser explorados). Correram sempre sem esforço aparente, ficando em primeiro lugar ou lá perto, e acabando a corrida com um sorriso no rosto (ao contrário dos seus companheiros de prova).

Os Tarahumara dispensam também qualquer sapato de corrida. Usam apenas um chinelo atado à volta do pé. Para os Tarahumara, isso é mais que suficiente.

No final do livro, Christopher Mcdougall fala-nos de uma corrida que organizou, e participou, na terra dos Tarahumara. Aí juntaram-se os melhores corredores da tribo e vários da elite dos estados unidos, incluindo o famoso Scott Jurek. Como dizem os americanos, "long story short", os Tarahumara venceram (Scott Jurek vingou-se no ano seguinte, numa repetição desta corrida).

Os Rarámuri mostram que não são precisas grandes tecnologias para correr. Correr liga-nos às nossas origens como espécie (o próximo tópico) e conecta-nos com a natureza. A correr podemos ser felizes, ou, ainda melhor, somos felizes porque corremos. A prova redize numa floresta perdida no México.

Os humanos são maratonistas por natureza

Nós, os humanos, somos os melhores corredores do planeta. Não em velocidade, claro, que ninguém duvide que a chita ou a gazela é mais rápida que o Usain Bolt, o humano mais rápido de sempre, mas em resistência somos campeões.

Ao que parece toda a nossa estrutura permite-nos correr largas distâncias durante várias horas. Os outros animais não o conseguem fazer, pois ao contrário de nós, que conseguímos libertar calor enquanto corremos, estes têm de parar para recuperar forças. Antes dos supermercados e dos sapatos de corrida, os humanos corriam atrás dos animais durante horas, mais lentamente que estes é certo, até que esses tivessem de parar, mortos de exaustão.

Este pedaço de informação, só por si, motivou-me para voltar a correr e pesquisar tudo e mais alguma coisa sobre esta "arte". Porque se fomos feitos para correr grandes distâncias, há que cumprir com esse destino.

Ultra-running

I had pushed myself to what I thought were the outer limits of my capabilities and then pushed farther—on a vegan diet. Eat and Run, Scott Jurek

Em Born to Run e Eat and Run, conheci uma série de corredores que não ficam satisfeitos com a típica meia-maratona, ou a esmagadora maratona. Não. Estes senhores e senhoras correm 50, 100, 200 ou até mais quilómetros de uma só vez.

Scott Jurek é um dos atletas mais fascinantes neste domínio. Ganhou várias provas de topo do mundo das ultras-maratonas (mais que uma vez) tais como as famosas Badwater 135, nos EAU e a Spartatlhon na Grécia (246km de uma só vez!). Scott tem ainda o recorde americano da maior distância percorrida em 24 horas, 265km! (Nunca usei tantos pontos de exclamação, mas este senhor merece!!!!).

Scott Jurek. Foto de twitter.com
Pessoas como o Scott são fascinantes, e inspiram-nos a quebrar os nossos limites e a fazer o nosso melhor, seja isso correr ou qualquer outra coisa. Depois de conhecer a sua história, não pude deixar de pensar, "se ele consegue, provavelmente também consigo". Bem, talvez não 265 km de uma só vez, nem mesmo 100, mas uma maratona...fácil!

Ultramarathons tend to attract obsessive people. To undertake a race of over 50 miles requires training that can occupy 3 hours a day, a routine that involves cramps and pain and loneliness. Eat and Run, Scott Jurek

Os melhores sapatos de corrida são...nenhuns

Ok. Esta foi a maior revelação das minhas leituras. Porque sempre pensei que os sapatos de corrida eram necessários para uma corrida de qualidade. Ao que parece não são.

O sapato de corrida moderno foi inventado apenas na década de 70. Aí introduziu-se um sapato com muito amortecimento, reforçando bastante a zona do calcanhar. Isso fez com que os corredores, principalmente aqueles com menos experiência, mudassem a sua forma de correr.

Everyone thinks they know how to run, but it’s really as nuanced as any other activity,” Eric told me. “Ask most people and they’ll say, ‘People just run the way they run.’ That’s ridiculous. Does everyone just swim the way they swim?” – Born to Run, Christopher Mcdougall

Há uma maneira certa de praticar running? (não resisti à tentação da palavra inglesa). Tal como existe técnica na natação ou no ténis, há maneiras bons e maus métodos de corrida. Esses sapatos fizeram com que os corredores, inconscientemente, tocassem primeiro com o calcanhar no solo.

E qual é o problema de tocar primeiro com o calcanhar no chão? Não é natural. Basta correr descalço (se somos maratonistas por natureza, somos maratonistas descalçados também) para perceber como dessa forma é doloroso. O "ataque" ao solo deve ser feito com o meio do pé ou até mais à frente, não confundindo com o toque no solo com as pontas dos pés que fazemos quando estamos em sprint, com ou sem sapatos.

Curiosamente, não existe nenhum estudo que prove que o uso de sapatos de corrida tradicionais traz vantagens à corrida. A nike e as outras marcas de sapatos não o negam. E felizmente tem aparecido nos últimos anos uma nova moda – os sapatos minimalistas. Estes têm um menor amortecimento, são mais leves e flexíveis e a diferença da espessura da sola entre o calcanhar e os dedos é menor.

Dito isto, devemos correr descalços? Porque não? Eu experimentei, na praia e na ciclovia, e a sensação é espetacular. Agora não digo para deixar de usar sapatos de corrida, mas é preciso pesquisar aqueles que respeitam a anatomia do pé e permitem o seu movimento natural.

O essencial é correr da maneira certa. Lembro-me perfeitamente quando, ainda com os mesmos sapatos de corrida, mudei o meu método de correr. Seguindo uma série de regras que vi nestes livros e através de pesquisas em tudo o que é blogs de corrida, comecei a dar mais passos, mais pequenos. Nestas condições, o pé tem naturalmente a tendência a chegar plano ao solo. Ganhamos mais energia na corrida (porque tocar no chão com o calcanhar trava o movimento), cansamo-nos menos e temos menos lesões (e isto sim está provado).

Não deixei de usar sapatos de corrida - até porque corro vários quilómetros na estrada e ciclovia e terra e calçada - mas comprei uns sapatos (modelo abaixo) que acredito serem mais amigos do pé e do corredor. 
Skechers Go Run 4, os meus novos ténis de corrida. Foto de skechers.com
Um pequeno aparte. Empregado da loja da Asics do Colombo, não sei o teu nome, mas se tiveres a ler isto, peço desculpa por não ter comprado os sapatos na tua loja. Gostei de falar contigo sobre meias-maratonas, alimentação e técnicas de corrida, mas não tinha ideia que uns sapatos de corrida podiam ser tão caros. Desculpa, fica para a maratona!

Método de corrida

Já escrevi um pouco sobre isto no tópico anterior. Mas preciso de o reforçar. A técnica, para começar, é muito simples: passos pequenos e contacto com o pé debaixo do corpo, ou um pouco mais à frente. Poderia dizer também para fazer o contacto com uma parte mais dianteira do pé, ao invés do calcanhar, mas nos primeiros treinos não há que ter essa preocupação. Isso surgirá naturalmente.

Mas há que começar devagar! Mesmo correndo há algum tempo, usamos alguns músculos mais intensamente, especialmente os gémeos, correndo desta forma "natural". Para evitar 4 dias de sofrimento é preciso ir com calma. Eu sei porque foi isso que me aconteceu aconteceu no último mês – carreguei nos quilómetros porque achei que já sabia tudo e que os outros é que eram fraquinhos.
Contacto errado e certo do pé com o solo.
Quanto ao aquecimento, li que devia ser feito antes e depois do treino, e que devemos beber alguma água antes de começar a correr. Quando comecei a fazer estas duas coisas muito simples, as dores musculares diminuíram substancialmente.

E o quão rápido devemos correr? O melhor que conseguirmos (o nível vai aumentando com o tempo) mas evitando aquele esforço que nos leva a desistir de correr e a arrumar os sapatos durante mais alguns meses. É difícil explicar este conceito, só experimentando, mas devemos correr a uma velocidade que nos permita falar com uma pessoa ao nosso lado, quase sem problema. Esta regra é ouro. Ao correr dessa forma, não ficamos cansados (ou melhor, ficamos, mas não pensamos sobre isso) até com distâncias superiores ao que fazíamos anteriormente. A sensação é espetacular. Claro que, treinando para uma prova, fazemos tipos de treinos diferentes, com ritmos distintos. Mas, para começar, devemos correr lentamente e ir elevando o número de quilómetros feitos em cada treino. 

Existem outras dicas de corrida, mas essas vamos aprendendo com o tempo. Uma vez começando a correr, e começando a gostar de o fazer, todos começamos a pesquisar mais técnicas e descobrimos coisas novas.

Correr – 4 meses depois

Runners speak of feeling absorbed into the universe, of seeing the story of life in a single weed on the side of the road. Eat and Run, Scott Jurek

Já diz o ditado, quem corre por gosto não cansa. É verdade. As minhas sessões de tortura a correr deram lugar a corridas meditativas – quando corro com tanto gosto, e com tão pouco esforço físico e mental, que me deixo absorver intensamente pela corrida. 

E é engraçado - se correr ao meu ritmo, tal como expliquei acima, nem muito rápido nem muito lento, fico com mais energia ao longo do treino. Entro em modo automático e consigo curtir mais, ver o que está à minha volta e pensar na vida.

The longer and farther I ran, the more I realized that what I was often chasing was a state of mind—a place where worries that seemed monumental melted away, where the beauty and timelessness of the universe, of the present moment, came into sharp focus. Eat and Run, Scott Jurek

Onde quiz chegar com este artigo? Primeiro, dar a conhecer algumas das curiosidades sobre corrida e mostrar que há por aí uns "malucos" que correm por gosto durante várias centenas de quilómetros. Pretendi mostrar que correr pode ser tão eficaz para libertação de stress como a meditação (uma boa desculpa para quem, como eu, já tentou meditar por várias vezes sem sucesso). No geral, tentei mostrar que correr, além de ser saudável, pode ser uma fonte de felicidade (desde que não corras 10km descalço no primeiro treino).

Deste lado, acabei de me inscrever na meia-maratona de Lisboa, no dia 2 de Outubro, por isso estou a poucos passos (ou 21 quilómetros) de me tornar um corredor oficial, com medalha (de participação) e tudo. Mais tarde escreverei sobre essa experiência, a menos que desista ou parta um pé.

PS: Faltam-me referências neste artigo. Li uma série de blogs sobre corrida de onde tirei alguma informação que aparece neste post. Infelizmente já não me lembro por onde andei.

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Comer e Correr (Hábitos 4 e 5)

Ok! Eu sei, eu sei. Quem sou eu para falar de hábitos? Eu que estive 2 meses sem publicar nada n'O Macaco de Imitação, a não ser aquele post sobre a minha primeira aplicação (Kobo Notes). O que é feito da série dos 6 meses e 6 hábitos? Foi toda por água a baixo? Hum...mais ou menos.

Comecei este projeto e ainda trabalhei bem nos primeiros 3 hábitos. Comecei a concentrar-me melhor no trabalho e a organizar-me como gente grande. Experimentei, e consegui manter, provisoriamente, um pequeno hábito de meditação. Gostaria de escrever que ainda pratico estes hábitos. Mas não o posso fazer.

O que aconteceu? Foi o verão, foi a praia, foram as férias. Foi a preguiça, a falta de atenção ou a atenção que divergiu para outras coisas. Para outros hábitos? Sim. O 4º e 5º hábito desta série (se ainda assim a posso chamar) tocaram-me particularmente forte. São eles "fazer exercício regularmente" e "comer melhor", respectivamente.


Membros da tribo Tarahumara, que adoram correr e que por vezes correm 200km só na "brincadeira". Ouvi falar desta tribo, pela primeira vez, no livro Born to Run. Fotografia de coppercanyonexplorer.com
O primeiro destes hábitos, "fazer exercício regularmente" correu como esperado. Durante esse mês surfei, andei de skate, joguei ténis e corri. Nada de especial, nada de treinos intensivos, nada de que fugisse às expectativas. Comecei a fazer exercício físico, e valeu por isso mesmo. Mas o melhor viria de seguida.

Comecei o hábito 5 para aprender a "comer melhor". Não sabia, na altura, o que isso significava. Comer mais sopa? Mais fruta? Menos pão? Começar uma série de pequenos hábitos saudáveis de uma vez? De todos os hábitos até então, nenhum começaria por ser tão difícil, com tanto para aprender e aplicar. Os primeiros dias deste hábito seriam uma miséria, e já poucas esperanças tinha de começar a "comer melhor". Até que encontrei e comecei a ler uns livros...

Os próximos 4 livros podem muito bem ter mudado a minha vida radicalmente, mas só o tempo o dirá. Antes de mais, são eles:

Dois livros sobre alimentação (o que deve e não deve ser comido) e outros dois sobre corrida (em particular ultra-maratonas). Digamos que foram os quatro livros mais importantes e motivantes (particularmente o último destes) que li na minha vida.

Born To Run, de Christopher McDougall. Um dos meus livros favoritos de todos os tempos (sim, digo-o muitas vezes, mas a verdade é que os livros não me deixam de impressionar). Imagem de goodreads.com
E depois de ler estes livros os meus hábitos de corrida e alimentação alteraram-se radicalmente. Durante e depois de os ler, comecei a pensar em correr e comer bem durante grande parte do dia. E os meus amigos e família já não me podem ouvir falar destas coisas, particularmente da história dos "hidratos" (tópico que poderá ser explorando num próximo post).

O que aprendi ao ler estes livros? Não consigo explicar tanto, nem faria sentido fazê-lo, neste artigo. Aprendi coisas novas e outras que já sabia (mas que ainda não tinha aplicado ou ainda não tinha sido motivado a ir por esse caminho).

Aprendi a evitar comidas altamente processadas, refrigerantes, hidratos de carbono (os mais processados como a massa e arroz) e a comer verduras a toda a hora. Aprendi que os sapatos de corrida "tradicionais" (que foram inventados apenas na década de 70) causam lesões e que agora existem uns sapatos "minimalistas" que permitem, o mais possível, devolver o movimento natural ao pé. Aprendi que a maior parte dos corredores toca no solo com o calcanhar, e que isso não só está errado, mas é menos eficiente e causa lesões. Motivei-me com a história de pessoas que correm mais de 200km numa única corrida.

E agora o meu dia-a-dia tem sido muito diferente. Já não como, na maioria das vezes, o que costumava comer (e perdi 2/3 kg por causa disso mesmo). Tenho corrido bastante e tenho aumentado substancialmente os km e tempo por cada treino. Corri muitas vezes na praia, corri descalço na ciclovia por outras vezes (sim, descalço; o que parece faz bem) e estou mais motivado do que nunca para acabar a minha primeira meia-maratona em Outubro.

Os 3 primeiros hábitos dos 6 meses e 6 hábitos podem não ter corrido muito bem. Há que voltar a ganhá-los para conseguir trabalhar melhor. Mas estes dois últimos, que tão importantes são, foram "atacados" com uma força que não sabia ter. Gosto de pensar que compensei.

Mas muito ficou por falar sobre alimentação e corrida, que tanto espaço mental me ocupam por estes dias. Haverão mais posts sobre isso n'O Macaco. Só espero que não sejam apenas daqui a mais 2 meses.

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KoboNotes.com, a minha primeira aplicação!

Tenho andado desaparecido d'O Macaco deImitação. Acontece que quando um desafio me bate forte, não consigo largá-lo nempor um momento. Além disso, estive de férias e, sinceramente, tive um bloqueio criativo que limitou (em 100%) a quantidade de posts escritos.

No último mês tenho andando a aprender a fazerwebsites usando várias linguagens de programação (HTML, JavaScript, CSS, PHP,MySQL...) e explorando ferramentas como Bootstrap e Wordpress. E enquanto faziaas aulas deste curso online fui apontando ideias depequenas aplicações que pudesse fazer. Daí nasceu um pequeno projeto chamadoKoboNotes.


Se és leitor d'O Macaco há uns tempos, oumesmo sem o ser, é fácil de perceber que adoro ler. No ano passado li mais de 40 livros, quase todos utilizando o meu eReader Kobo Aura. Éfácil de ler com o Kobo, porque posso transportar centenas de livros ao mesmotempo, é leve e cabe-me no bolso. Com o Kobo é mais fácil ler muito, e aprendercoisas novas (temas que irei explorar num próximo artigo).

Com o Kobo também posso sublinhar partes dos livros e mesmo tirar notas para ler mais tarde. Acontece que não existem (ou existiam!) boassoluções para retirar essas notas do Kobo, organizá-las, e lê-lasno computador, no telemóvel, ou em qualquer lado. E isso chateava-me. Se querialer todas as notas que tinha de um livro, e se queria guardá-las no PC,demorava quase uma hora a organizá-las. Decidi, por isso, com as minhas novasskills de programação web, desenvolver uma nova ferramenta para extrair eorganizar essas notas tiradas do Kobo.

O KoboNotes já está online! Se tens umeReader Kobo, se conheces alguém que o tenha, ou se estás curioso quanto àaplicação, convido-te a visitar o website (nele apresento uma conta de teste para testares o KoboNotes à vontade).

Notas de um dos últimos livros que li, "Why We Get Fat". Esse será o tema de um próximo artigo.
Com o KoboNotes, precisas apenas de fazerupload de um ficheiro que está nas pastas do teu Kobo, e todas as tuaspartes sublinhadas e notas nos livros que leste são transferidas para o site eorganizadas. Podes depois ler essas notas quando quiseres (podes fazer umaconta e os teus dados são guardados) e até usando qualquer dispositivo.

O KoboNotes, apesar da sua pequenacomplexidade, não se fez sem os seus desafios. Não em termos de programação eestética do website, que apesar de ter dado algum trabalho, é algo que se vai fazendo.O verdadeiro desafio foi, e irá continuar a ser por algum tempo, convencer os utilizadoresdo Kobo a usar o KoboNotes. Logo que apresentei a aplicação em vários fóruns,comunidades e páginas relacionadas com eReaders, fui inundando de questõessobre a segurança do site. Garanti que não guardava nenhuns dadossensíveis sobre o dispositivo Kobo das pessoas, mas mesmo assim, acredito havermuitos leitores desconfiados.

Parte do Q&A do KoboNotes. Aqui respondo a várias dúvidas sobre a utilização da aplicação.
Descobri que até uma pequeníssima aplicação podeter grandes desafios. Não faltaram pequenos artigos doutros blogs sobre o KoboNotes,mas todos eles colocavam algumas reservas quanto à aplicação. Logo lhesexpliquei e clarifiquei alguns pontos e até acrescentei uma secção de perguntase respostas no site, para tirar todas as dúvidas que pudessem surgir. 

Agora sóo tempo dirá se o KoboNotes será uma aplicação de valor para todos os que gostam de ler. Nestemomento sei que tenho alguns utilizadores, e isso já me deixa feliz.

E foi nisto que "gastei" parte do meu tempo noúltimo mês. Fiz outras coisas, tal como começar o 5º hábito da série "6 meses e 6 hábitos" e ler muitas coisas sobre corrida e alimentação. Mas isso éconversa para um próximo post. 


Este artigo foi diferente do habitual. Em parte umadesculpa de porque não publiquei nada no último mês, mas também uma apresentaçãoda minha primeira (e pequeníssima) aplicação. Espero que tenham gostado doKoboNotes!


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Mini-desafio - 7 dias e 7 TED Talks

Desde fevereiro que ando a tentar ganhar 6 novos hábitos em 6 meses. Tem sido um desafio interessante e as minhas novas skills têm-me ajudado a estar concentrado nas coisas importantes. Mas também tem sido um processo demorado (e assim é de propósito) e por isso senti que precisava de um novo desafio, mesmo que pequeno, para aprender qualquer coisa nova.

Foi por isso que na semana passada pedi ajuda aos leitores d'O Macaco de Imitação para escolher um mini-desafio - algo que pudesse fazer em poucas horas durante uma semana. No final escolhi ver uma TED Talk por dia durante 7 dias.
Logo do TED talks. Imagem retirada de ted.com
Estas foram as 7 TED talks que vi esta semana. Organizei os títulos pelos temas dos vídeos e sempre que possível acrescentei legendas em português. Todas as talks, à excepção da número 5, foram sugestões vossas. Obrigado!

1. Produzir comida no futuro

Aqui é apresentada uma solução para crescer comida de forma saudável e sustentável. Podemos vir a ter computadores que produzem comida, e podemos vir a partilhar receitas entre computadores em vez de enviarmos comida de um lado para o outro do mundo. Esta TED talk indica que podemos todos crescer a nossa comida e ter alimentos mais saudáveis. É certamente uma ideia com futuro.

2. Surf

Nesta Ted talk, Easkey Britton fala sobre umas das minhas grandes paixões, o Surf. Esse desporto que nos faz esquecer tudo o que está à nossa volta e que nos liberta de distrações. Ficamos em perfeito contacto com a natureza e durante aquele momento somos só nós e as ondas, em perfeita sintonia. 

Esta talk faz-nos pensar naquilo que gostamos de fazer e como podemos melhorar o mundo ao fazê-lo.

3. Aquecimento global e o país negativo em carbono - Butão

Na sua constituição, o Butão indica que 60% da terra, no mínimo, deve permanecer floresta para todo o sempre. As florestas do país estão também todas conectadas e é possível, aos animais, andarem livremente por todo o Butão, protegidos por reservas e parques naturais.

Esta talk comoveu-me e deu-me vontade de visitar o Butão. É impressionante o esforço que um país tão pequeno tem feito para salvar o ambiente e para melhorar a qualidade de vida e felicidade da sua população. Os maiores países, com mais recursos, têm muito a aprender com este pequeno grande exemplo. Foi a minha TED preferida da semana.

4. Máquinas voadoras

Estas pequenas máquinas voadoras podem ter um impacto gigante no futuro. Apesar de não ter sido uma grande TED talk, aconselho a sua visualização para que entendas a potencialidade destes pequenos robôs.

5. Dinossauros e procura de fósseis

Nesta talk aprendi que regras devem ser seguidas para encontrar fósseis. Não tinha noção de que seguindo estas "simples" indicações, é quase garantido encontrar qualquer coisa que tenha vivido há vários milhões de anos no nosso planeta.

Esta talk pertence a uma lista das melhores talks de 2016.


6. Detecção de som através de vídeo

O trabalho de Michael Rubinstein parece saído de um filme de espiões. Então não é que ele consegue detetar sons ou, melhor ainda, perceber o que está a ser dito numa discussão, apenas através de um vídeo da conversa? É possível detetar as mais pequenas oscilações nos objetos do dia-a-dia e daí reconstruir os sons do ambiente. Incrível!


7. Ser português

Finalizei este mini-desafio à tuga, vendo também a talk mais divertida da semana. Zé Pedro Cobra fala-nos nos hábitos portugueses e nas atitudes menos boas que nos caracterizam. O "vai-se andando", o culpar o outro, o "queixume" e tantos outros maneirismos.

Mas esta também é uma talk de esperança e sobre o que podemos fazer para melhorar. É sobre parar para pensar naquilo que queremos da vida. Porque "cada um faz o que quer, o problema é que nós não sabemos o que queremos e andamos atrás das coisas erradas".

"Não reclamem nada do mundo, ele não vos deve nada - chegou cá primeiro", Mark Twain

Bónus 1. Procrastinação

É difícil ver 7 TED talks sem procrastinar, vendo umas talks extra e voltando a ver as favoritas

Esta TED foi apresentada este ano pelo meu blogger favorito, Tim Urban, que escreve o blog WaitButWhy. Nesta ele apresenta o tema da procrastinação do mesmo jeito que escreve - com desenhos, com piadas, e com as melhores metáforas para que todos percebam a mensagem que ele quer transmitir. Esta é a minha TED favorita de sempre. 

Bónus 2. Desafios de 30 dias

Matt Cutts aprensenta uma das talks mais motivadoras de sempre em apenas 3 minutos. Esta, e outras coisas do género, motivaram-me para fazer os meus desafios de 1 mês, ou 21 dias ou 20 horas ou 1 semana

Tal como Matt diz, "Os próximos 30 dias vão passar quer queiram quer não, por isso, porque não experimentar qualquer coisa que sempre quiseram fazer?".


Nota final

Tenho amigos que me perguntam, "mas porque estás a fazer esse desafio"? A resposta é semelhante a outras perguntas sobre outros desafios - faço-o porque é divertido e porque sei que vou aprender coisas novas.

Este desafio ensinou-me que é possível aprender algo novo, informação essa que pode ser útil no futuro, em apenas 15 minutos por dia. Se assim é, porque não fazer mais coisas destas?

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Sou boa pessoa, mas às vezes piso as dunas

Devíamos todos reciclar. Devíamos todos ter umcarro elétrico ou, melhor ainda, andar de bicicleta. Devíamos todos dar sanguee ser dadores de medula. Devíamos todos votar. Não devíamos pisar as dunas. Enão devíamos comer carne; ainda me lembro daquilo que vi no Cowspiracy.

Devíamos também fazer exercício físico, todosos dias, e comer bem. Devíamos meditar, acordar cedo e não deixar para amanhã o que pode serfeito hoje. Devíamos ser mais organizados e ajudar as pessoas sempre que possível. Devíamos escrever uma lista de 100 coisas que devíamos fazer edevíamos fazê-las a todas. Ou não?

Claro que sim. Devíamos fazer isso tudo.Devíamos proteger o ambiente, os animais e ajudar os outros. Devíamos fazersempre aquilo que é moralmente certo, independentemente das condições. Quem não o faz é ignorante, ou é estúpido, ou é, simplesmente, egoísta. Ounão?

Há tempos vi uma mensagem do género, "se queres que as pessoas façam alguma coisa, torna-o fácil, torna-odivertido". Apontei-a por ser tão importante. Ela recorda-meque as pessoas, quando decidem fazer alguma coisa, não só escolhem o queestá certo, mas também aquilo que é mais fácil, confortável, barato, divertidoe que lhes ofereça algum benefício. Não é que elas sejam más pessoas quando não reciclam ou não votam ou não doam sangue, mas às vezes é muito difícil fazer essas coisas todas.

É difícil fazer o que está certo. Se calhar tem mesmo de ser assim. O que é bom,e o que está certo, deve dar trabalho. Ou não? Talvez seja errado continuar a pensar dessa forma e, por não mudarmos essa maneira de pensar, as pessoas continuam a ignorar assuntos importantes tal como o ambiente.

O que está certo, e o que é importante, não tem de ser difícil

Um dia estudava no técnico quando reparei numacampanha de recolha de sangue numa das salas de estudo. Diziam que ofereciamlanche caso ajudássemos. Por vontade de ajudar, ou porque estava com fome, participei. A verdade é que a razão não interessa. Fiz o que estava certo -ajudei alguém em necessidade. Terem ido diretamente à minha faculdade e teremoferecido lanche só facilitou a minha ajuda.

Ou dando o meu exemplo favorito. O Elon Musk formou aTesla – empresa de carros elétricos – porque queria resolver o problema dapoluição. Desde cedo percebeu que se fizesse um bom carro, e não apenas umexcelente carro elétrico, teria mais sucesso. Agora as pessoas começam acomprar estes carros porque são melhores e fazem-lhes poupardinheiro. Ah, sim, e também ajudam o ambiente. As pessoas fazem o que estácerto, mas não têm de gastar um dinheirão ou prejudicar a sua vida por causadisso.

O que está certo não tem de ser difícil defazer. Não tem! Se as pessoas pudessem votar online não haveria tantaabstenção; se houvessem ecopontos em todas as ruas as pessoas reciclariam mais; se a fast food não fosse tão barata e tão boa e tão acessível, as pessoascomeriam melhor.

A solução é simples. Temos de ajudar as pessoas a tomarem boas decisões, mostrando e dando-lhes benefícios por ajudarem o ambiente, os animais, ou qualquer outra coisa importante. Este site premeia ideias originais, divertidas e que estimulem bons comportamentos nas pessoas. Por exemplo, o vídeo seguinte mostra como se conseguiu estimular o uso de escadas ao invés de passadeiras rolantes.


Paremos de pensar que as pessoas são perfeitase que tomam sempre a decisão certa. Todos nós procuramos sempre o melhor para a nossa vida. Às vezes tomamos decisões moralmente erradas, ou ignoramos aquelas que estão certas, porque temos de nos "safar". Com ideias como a anterior, podemos ajudar as outras pessoas, ou o ambiente, ouqualquer outra coisa, e ainda "lucrar" com isso. Só temos de dar claros benefícios às pessoas que tomam decisões moralmente certas.

A nível pessoal – atingir objetivos, adquirirhábitos, aprender algo novo – acontece a mesma coisa. Vivemos numa cultura quenos diz que o que faz bem é muito difícil e um sacrifício. Mas não tem de o ser.Podemos ganhar hábitos de forma sustentável e aprender coisas novas rapidamente, se adotarmos a técnica e atitude certas. Só precisamos de pensar mais um bocadinho.

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O que é O Macaco de Imitação?

Não é raro ser alvo da pergunta, "o teu blog é sobre o quê?". Também não são escassas as vezes em que não sei o que responder. A pergunta é mais complexa do que parece. Devo responder sobre o que tenho escrito até agora, ou sobre o que gostava de escrever no futuro? Devo dizer qual é o objetivo do blog? Não quero confundir ninguém.

Com O Macaco de Imitação pretendo mostrar que qualquer um pode aprender coisas novas, rapidamente, e que devemos estar sempre a crescer. Por isso, desafio-me e escrevo sobre essas experiências. Desafiei-me a aprender piano em 20 horas, a passar uma semana (168 horas) sem internet, a tirar fotos a todas as fases da lua, a fazer 30 dias de exercício, meditação e escrita e a ganhar 6 novos hábitos em 6 meses

Por outro lado, escrevo post do género "como fazer isto ou aquilo". Nesse sentido escrevi sobre quais os passos para ganhar um novo hábito, como meditar (para totós), quais os 20 (pequenos) passos para aprender qualquer coisa rapidamente ou como testares a tua personalidade.

Mas eu não invento estes temas, e desafios, do zero. A minha inspiração vem de vários blogs e livros. Por isso, escrevo também sobre o que vou aprendendo com eles. Gosto de ler sobre psicologia e produtividade e histórias de quem sonhou e alcançou. Também gosto de ler histórias de ficção e ficção científica. E vou partilhando alguns posts sobre os meus livros favoritos.

Em bom rigor, a pergunta "O que é O Macaco de Imitação?" não se pode separar de outra - "Quem é O Macaco de Imitação?". O que é é um reflexo de quem o faz. Por essa razão, os artigos por vezes fogem do "principal" – dos desafios, dos artigos nos quais mostro como se faz qualquer coisa e dos livros de onde tiro a inspiração para os meus posts. Nessas alturas o blog torna-se num diário – desabafo sobre o que faço, sobre o que vejo e sobre o que sinto. Escrevo sobre surf, sobre crises, sobre as injustiças deste mundo e ponho em perspetiva os meus (ou nossos) problemas do dia-a-dia.

Mas O Macaco não vive só no meu portátil e nestas linhas que escrevo. O Macaco sou eu, e por isso acompanha-me naquilo que eu mais gosto de fazer – viajar. N'O Macaco de Imitação vou escrevendo sobre as minhas viagens - à Turquia, aos Bálticos, à Itália. Quando chego, percebo a beleza do nosso país e também não deixo de o partilhar.

O Macaco de Imitação também não se fecha, e sempre que possível partilha projetos e pessoas interessantes, que ousaram fazer mais e melhor. Espero no futuro ter mais destes artigos – trazer mais pessoas, com outras experiências, outros desafios, outras perspectivas.

Concluindo, O Macaco de Imitação não é diferente da pessoa que o escreve. Não se limita a viver um e um só tema e se esquece do que está à sua volta. É, principalmente, sobre desafios e sobre como crescer, sempre. Mas, noutras alturas, é sobre a vida, sobre viagens e sobre outros projetos.

Para mim, autor, O Macaco de Imitação é também uma desculpa, e uma motivação, para estar sempre a estudar, para começar novos desafios e ganhar novos hábitos. Organiza-me os pensamentos e nele partilho, com outros curiosos, estas experiências que me têm feito crescer. 

Espero que, com este post, tenha respondido à questão inicial. Se não, não faltaram artigos que me justifiquem.

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Um artigo de cada tema: